Fontes

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31/12/2013

Molinote, Sacambu, Santa Luzia (Santa Lúcia), São José Cabral/Cabo de Santo Agostinho

            O Cabo de Santo Agostinho durante o Brasil colônia tinha uma sede chamada Santo Antônio do Cabo e em sua região foram construídos vários engenhos, cujo número atingia a dezesseis em 1630, e assim relacionados em documentos atuais: Santa Lúcia; Utinga, sob a invocação de S. Francisco; Maratapagipe, sob a de S. Marcos; um que pertenceu a João Rodrigues Caminha; Pirapama, sob a invocação de Santa Apolônia; Novo, de S. Miguel; Garapu, do Espírito Santo; Algodoais, de S. Francisco, Jurissaca, de S. João Batista; Nossa Senhora da Conceição; Velho, da Madre de Deus; Guerra; S. João; S. Braz; Nossa Senhora das Candeias; e Bom Jesus. Alguns engenhos eram excelentes e fabricavam muito bom açúcar. Quando aos cereais, farinha, fumo, gado e peixes só eram produzidos para consumo próprio. No entanto a mandioca era plantada para a fabricação da farinha e vendida em toda a região.


Sacambu é o nome popular de uma árvore da família das Fabáceas (Leguminosas),
subfamília das Papiloniídeas. 
            O eng. Santa Lúcia era movido à água e possuía uma igreja. Localizado a uma pequena milha ao oeste do engenho Marapatigipi, na margem direita do Rio Pirapama, sob a jurisdição de Olinda e freguesia do Cabo de Santo Agostinho, na Capitania de Pernambuco. Sua moenda era movida a bois. A casa de purgar e das caldeiras eram feitas de taipa, tinha cerca de 1/2 milha de terra, mas sua maior parte era de montes no quais eram plantados os canaviais. Podia moer anualmente 1.000 a 1.500 arrobas de açúcar e paga como recognição 01 e 1/2 por cento. Em 1623, o wnfwnho moeu 2750 arrobas de açúcar branco e 660 de açúcar mascavo.
Hoje o engenho não mais existe e suas terras estão submersas pelas águas da Barragem do Pirapama - vide mapa IBGE Geocódigo 2602902 - Cabo de Santo Agostinho.
Nomes históricos: Santa Luzia (Santa Lúcia); Cabral (Cabrall); Mulineta (MulinƐta; Mulincta; Molinote); São José. Nome atual: possivelmente conhecido como Engenho Sacambu.
Engenho de açúcar - unidade de produção
O engenho foi citado nos seguintes mapas do Brasil colônia: Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: Cabrall', na m.e. do 'R. Piripama' (Rio Pirapama); Mapa PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'Mulincta', na m.e. do 'Pirapáma' - 'Piraparma' (Rio Pirapama).
       Segundo o Relatório de Schott (1636) quando os holandeses chegaram ao engenho encontraram na casa das caldeiras: 02 caldeiras e 03 tachos e um casal de escravos já idosos. Seu proprietário Julião Paes d’Altro, tinha fugido com o General Mathias de Albuquerque para a Bahia, (1635), com cerca de 8.000 mil pessoas (comerciantes, escravos, feitores, senhores de engenhos e família), pois se consideravam desamparadas pela coroa portuguesa, e retiraram-se de Pernambuco para terras estranhas, padecendo de comodidades, trabalhos e aflições, numa jornada dilatada e cheia de perigos, sendo-lhes necessário juntarem-se nesta primeira peregrinação, para se livrarem dos assaltos e acometimentos dos holandeses. Na.

Julião Paes d’Altro (de Altero) – Faleceu na guerra holandesa. Durante a invasão holandesa fugiu com o General Mathias de Albuquerque. Após o falecimento de Julião Paes d’Altro os holandeses venderam o engenho ao seu filho João Paes de Castro.
Senhor  do engenho São Braz/Cabo de Santo Agostinho; Santa Luzia/Cabo de Santo Agostinho; Utinga/Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. Informações sobre senhores de engenho de Pernambuco no século XVII. Disponível em: http://www.arquivojudaicope. org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?Id=6
Barreto, João Paes (pai) - eng. São Brás, Sta. Luzia, Jurissaca, Garapu, Algodoais, Trapiche, Guerra, Utinga, Pirapama, Sto. Estevão (todos no Cabo) - participou da guerra holandesa; dos seus 12 engs. 2 foram comprados a Julião Paes de Altero. http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
Http://lhs.unb.br/wikiatlas/index.php?Title=Mulin%C6%90ta_(Engenho_de_roda_d'%C3%a1gua)&action=edit
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Fontes para a História do Brasil Holandês. A Economia Açucareira. 2º edição. CEPE. Recife, 2004.
Pereira da Costa, 1951 Volume 7, Ano 1812, pg. 326.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27

Em 1640, segundo Dussen (pág. 143) o engenho pertencia a João Pais Cabral, cujo partido tinha 40 tarefas, e seus lavradores eram: Antônio Gonçalves com 20 tarefas e Francisco Furtado com 20 tarefas.
       João Paes Cabral era um dos devedores da Companhia das Índias Ocidentais e, segundo Bullestrat (1642) quando o procurou para cobrar a sua dívida, João Paes declarou não que poderia pagar, pois lhe  tinham morrido vários escravos de bexiga, avaliados em 18.000 florins; e naquele ano não poderia em seu engenho as suas canas. Mas prometeu que assim que pudesse saldaria seu débito.

João Paes Cabral – Filho de Julião Paes de Altro.  O Capitão João Paes Cabral foi morto combatendo com intrepidez na batalha de Tabocas
Batalha das Tabocas/Vitória de Santo Antão - Durante a guerra holandesa João Paes Cabral e Pedro Marinho encontraram abrigo no eng. N. Senhora da Apresentação, depois Moreno/Moreno, se juntaram às tropas de André Vidal de Negreiros daí marchando para os Montes das Tabocas onde em 03/08/1645 derrotaram os flamengos numa batalha memorável. Os batavos derrotados refugiaram-se no engenho Moreno, mas perseguidos pelos insurgentes, daí se retiraram para o Recife.
Fontes consultadas:
Varnhagen, Francisco Adolfo de (Visconde de Porto Seguro). Historia Das Lutas com Os Hollandezes No Brasil Desde 1624 a 1654. Typ. de Castro irmão, 1872 - 401 páginas
Constancio, Francisco Solano. Historia do Brasil, desde o seu descobrimento por Pedro Alvares Cabral até a abdicação do imperador Pedro I.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27

            Após a Insurreição Pernambucana o engenho aparece como sendo de propriedade de Antônio Vieira de Mello.

Antônio Vieira de Mello – Natural de Catanhedo/Portugal. Filho de Manoel Francisco e de Francisca Gonçalves, gente importante da Vila de Catanhedo/Portugal.
Cavaleiro Fidalgo da Casa Real. Vereador de Olinda (1648). Encarregado da diligência de fazer conduzir gado do Rio São Francisco para o exército. Sérvio com honra como Capitão de Cavalhos. Sargento-mor da Comarca do Cabo.
Casamento 01: Margarida Muniz, filha de Marcos Fernandes Bitencourt e de Paula Antunes Muniz, naturais da Ilha da Madeira/PT.
Filhos: 01 – Antônio Vieira de Melo – Cavaleiro da Ordem de Cristo e Sargento-mor da Comarca de Pernambuco. C.c., na Bahia, Anna de Campos, filha de Jacintho de Campo. S.g; 02 – José Vieira de Mello – Clérigo Presbítero e Vigário Confirmado da Igreja de São Miguel de Ipojuca; 03 – Manoel de Mello, falecido solteiro na Bahia; 04 – Dionysio Vieira de Mello foi Cavaleiro Fidalgo, Professo na Ordem de São Bento de Aviz, Capitão de Infantaria do Terço do Mestre de Campo Fernandes Vieira, por patente de 14/02/1654. C.c. D. Maria Barbosa, filha de Antônio Teixeira Barbosa (natural de Porto Carreita/Bispado do Porto-PT) e de Anna Mendez. C.g; 05 – Bernardo Vieira de Mello foi Cavaleiro Fidalgo, Capitão da Ordenança. C.c. Maria Camello, filha de Belchior Alves Carnello (Familiar do Santo Ofício, Capitão-mor e Alcaide-mor do Rio São Francisco) e de Joanna Bezerra. C.g; 06 – Angela Vieira c.c. Dr. Antônio Pereira de Fontela, Ouvidor na Ilha da Madeira. S.g; 07 – Paula Vieira de Mello c.c. Gonçalo Novo de Lyra, filho de Gonçalo Novo de Lyra (o Ruivo) e de Anna Correia. C.g;
Senhor do engenho Molinote/Cabo de Santo Agostinho
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional de1925 Vol 47, pág. 203.
                       
Abaixo os próximos proprietários encontrados:

Luiz Carneiro de Senna – Senhor do engenho Sacambu/Cabo de Santo Agostinho.
Casamento 01: Luzia Siqueira de Arruda Falcão, filha de Bela Pessoa de Siqueira Cavalcanti e de João Francisco de Arruda Falcão. Neta materna de Francisco Luiz Pessoa de Siqueira Cavalcanti e Úrsula Jerônima.
Filhos: 01 - Joel Carneiro de Senna. 02 - Maria Carneiro de Senna. 03 - Luiza Carneiro de Senna. 04 - Emilia Carneiro de Senna. 05 - Antonio Carneiro de Senna.
Fontes :
           
Guilherme Rufino da Silva – Aparece com proprietário em 1927 e 1929
Fontes:
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro - 1891 a 1940 - PR_SOR_00165_313394

Eduardo José Buarque de Gusmão – Nascido em 06.06.1955. Filho de Bráulio Buarque de Gusmão (senhor de engenho) e de Gilvanice de Lemos Vasconcelos.
Casamento 01: Ana Catarina Pereira de Lima, filha de José Ernesto Pereira de Lima e de Terezinha de Jesus Carneiro Leão.
Filhos: 01- Bruno Buarque de Gusmão; 02- Maria Eduarda Buarque de Gusmão; Eduardo José Buarque de Gusmão Filho.
Fontes:
HOLANDA, Bartolomeu Buarque de. Buarque, uma família brasileira.. Edt.  Casa da Palavra. Rio de Janeiro, 2007. Pág. 552.

Notícias: A construção da ponte sobre o Rio Gurjaú vai beneficiar mais de 3.500 famílias da área rural do Cabo pertencentes a 15 comunidades, que nos períodos de chuva ficam isoladas da área urbana, sem poder transitar ou escoar a produção da Usina Bom Jesus, através do tráfego de veículos. Entre as comunidades beneficiadas estão Porteira Preta, Pau Santo, Mato Grosso, Matos, Monte, São Brás, Gurjaú de Baixo e de Cima, São Caetano, Tobé, Sacambu, Coimbra, Engenho Novo de Conceição, Cajabuçu e Bom Jardim. (Publicado na Tribuna Popular Publicado em 24/09/2009 Disponível em: http://tribunapopular.wordpress.com).

            No século XXI o engenho Sacambu, com  área: 471,6887ha. perímetro: 9.696,91 m, pertencia a Destilaria Liberdade S/A, mas foi desapropriado por interesse social em 02/08/2013, publicado no Município do Cabo de Santo Agostinho-PE.


Fontes consultadas:
Breve Discurso" (1638) no vol. I
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. 2ª edição. Edt. CEPE. Recife, 2004.
Pereira da Costa, 1951, Volume 7, Ano 1812, pg. 326,
PEREIRA, Levy. "MulinƐta (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas /Mulin%C6%90ta_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 30/12/013.
Relatório Van der Dussen (1639)

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