Fontes

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31/12/2013

Molinote, Sacambu, Santa Luzia (Santa Lúcia), São José Cabral/Cabo de Santo Agostinho

            O Cabo de Santo Agostinho durante o Brasil colônia tinha uma sede chamada Santo Antônio do Cabo e em sua região foram construídos vários engenhos, cujo número atingia a dezesseis em 1630, e assim relacionados em documentos atuais: Santa Lúcia; Utinga, sob a invocação de S. Francisco; Maratapagipe, sob a de S. Marcos; um que pertenceu a João Rodrigues Caminha; Pirapama, sob a invocação de Santa Apolônia; Novo, de S. Miguel; Garapu, do Espírito Santo; Algodoais, de S. Francisco, Jurissaca, de S. João Batista; Nossa Senhora da Conceição; Velho, da Madre de Deus; Guerra; S. João; S. Braz; Nossa Senhora das Candeias; e Bom Jesus. Alguns engenhos eram excelentes e fabricavam muito bom açúcar. Quando aos cereais, farinha, fumo, gado e peixes só eram produzidos para consumo próprio. No entanto a mandioca era plantada para a fabricação da farinha e vendida em toda a região.


Sacambu é o nome popular de uma árvore da família das Fabáceas (Leguminosas),
subfamília das Papiloniídeas. 
            O eng. Santa Lúcia era movido à água e possuía uma igreja. Localizado a uma pequena milha ao oeste do engenho Marapatigipi, na margem direita do Rio Pirapama, sob a jurisdição de Olinda e freguesia do Cabo de Santo Agostinho, na Capitania de Pernambuco. Sua moenda era movida a bois. A casa de purgar e das caldeiras eram feitas de taipa, tinha cerca de 1/2 milha de terra, mas sua maior parte era de montes no quais eram plantados os canaviais. Podia moer anualmente 1.000 a 1.500 arrobas de açúcar e paga como recognição 01 e 1/2 por cento. Em 1623, o wnfwnho moeu 2750 arrobas de açúcar branco e 660 de açúcar mascavo.
Hoje o engenho não mais existe e suas terras estão submersas pelas águas da Barragem do Pirapama - vide mapa IBGE Geocódigo 2602902 - Cabo de Santo Agostinho.
Nomes históricos: Santa Luzia (Santa Lúcia); Cabral (Cabrall); Mulineta (MulinƐta; Mulincta; Molinote); São José. Nome atual: possivelmente conhecido como Engenho Sacambu.
Engenho de açúcar - unidade de produção
O engenho foi citado nos seguintes mapas do Brasil colônia: Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: Cabrall', na m.e. do 'R. Piripama' (Rio Pirapama); Mapa PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'Mulincta', na m.e. do 'Pirapáma' - 'Piraparma' (Rio Pirapama).
       Segundo o Relatório de Schott (1636) quando os holandeses chegaram ao engenho encontraram na casa das caldeiras: 02 caldeiras e 03 tachos e um casal de escravos já idosos. Seu proprietário Julião Paes d’Altro, tinha fugido com o General Mathias de Albuquerque para a Bahia, (1635), com cerca de 8.000 mil pessoas (comerciantes, escravos, feitores, senhores de engenhos e família), pois se consideravam desamparadas pela coroa portuguesa, e retiraram-se de Pernambuco para terras estranhas, padecendo de comodidades, trabalhos e aflições, numa jornada dilatada e cheia de perigos, sendo-lhes necessário juntarem-se nesta primeira peregrinação, para se livrarem dos assaltos e acometimentos dos holandeses. Na.

Julião Paes d’Altro (de Altero) – Faleceu na guerra holandesa. Durante a invasão holandesa fugiu com o General Mathias de Albuquerque. Após o falecimento de Julião Paes d’Altro os holandeses venderam o engenho ao seu filho João Paes de Castro.
Senhor  do engenho São Braz/Cabo de Santo Agostinho; Santa Luzia/Cabo de Santo Agostinho; Utinga/Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. Informações sobre senhores de engenho de Pernambuco no século XVII. Disponível em: http://www.arquivojudaicope. org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?Id=6
Barreto, João Paes (pai) - eng. São Brás, Sta. Luzia, Jurissaca, Garapu, Algodoais, Trapiche, Guerra, Utinga, Pirapama, Sto. Estevão (todos no Cabo) - participou da guerra holandesa; dos seus 12 engs. 2 foram comprados a Julião Paes de Altero. http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
Http://lhs.unb.br/wikiatlas/index.php?Title=Mulin%C6%90ta_(Engenho_de_roda_d'%C3%a1gua)&action=edit
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Fontes para a História do Brasil Holandês. A Economia Açucareira. 2º edição. CEPE. Recife, 2004.
Pereira da Costa, 1951 Volume 7, Ano 1812, pg. 326.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27

Em 1640, segundo Dussen (pág. 143) o engenho pertencia a João Pais Cabral, cujo partido tinha 40 tarefas, e seus lavradores eram: Antônio Gonçalves com 20 tarefas e Francisco Furtado com 20 tarefas.
       João Paes Cabral era um dos devedores da Companhia das Índias Ocidentais e, segundo Bullestrat (1642) quando o procurou para cobrar a sua dívida, João Paes declarou não que poderia pagar, pois lhe  tinham morrido vários escravos de bexiga, avaliados em 18.000 florins; e naquele ano não poderia em seu engenho as suas canas. Mas prometeu que assim que pudesse saldaria seu débito.

João Paes Cabral – Filho de Julião Paes de Altro.  O Capitão João Paes Cabral foi morto combatendo com intrepidez na batalha de Tabocas
Batalha das Tabocas/Vitória de Santo Antão - Durante a guerra holandesa João Paes Cabral e Pedro Marinho encontraram abrigo no eng. N. Senhora da Apresentação, depois Moreno/Moreno, se juntaram às tropas de André Vidal de Negreiros daí marchando para os Montes das Tabocas onde em 03/08/1645 derrotaram os flamengos numa batalha memorável. Os batavos derrotados refugiaram-se no engenho Moreno, mas perseguidos pelos insurgentes, daí se retiraram para o Recife.
Fontes consultadas:
Varnhagen, Francisco Adolfo de (Visconde de Porto Seguro). Historia Das Lutas com Os Hollandezes No Brasil Desde 1624 a 1654. Typ. de Castro irmão, 1872 - 401 páginas
Constancio, Francisco Solano. Historia do Brasil, desde o seu descobrimento por Pedro Alvares Cabral até a abdicação do imperador Pedro I.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27

            Após a Insurreição Pernambucana o engenho aparece como sendo de propriedade de Antônio Vieira de Mello.

Antônio Vieira de Mello – Natural de Catanhedo/Portugal. Filho de Manoel Francisco e de Francisca Gonçalves, gente importante da Vila de Catanhedo/Portugal.
Cavaleiro Fidalgo da Casa Real. Vereador de Olinda (1648). Encarregado da diligência de fazer conduzir gado do Rio São Francisco para o exército. Sérvio com honra como Capitão de Cavalhos. Sargento-mor da Comarca do Cabo.
Casamento 01: Margarida Muniz, filha de Marcos Fernandes Bitencourt e de Paula Antunes Muniz, naturais da Ilha da Madeira/PT.
Filhos: 01 – Antônio Vieira de Melo – Cavaleiro da Ordem de Cristo e Sargento-mor da Comarca de Pernambuco. C.c., na Bahia, Anna de Campos, filha de Jacintho de Campo. S.g; 02 – José Vieira de Mello – Clérigo Presbítero e Vigário Confirmado da Igreja de São Miguel de Ipojuca; 03 – Manoel de Mello, falecido solteiro na Bahia; 04 – Dionysio Vieira de Mello foi Cavaleiro Fidalgo, Professo na Ordem de São Bento de Aviz, Capitão de Infantaria do Terço do Mestre de Campo Fernandes Vieira, por patente de 14/02/1654. C.c. D. Maria Barbosa, filha de Antônio Teixeira Barbosa (natural de Porto Carreita/Bispado do Porto-PT) e de Anna Mendez. C.g; 05 – Bernardo Vieira de Mello foi Cavaleiro Fidalgo, Capitão da Ordenança. C.c. Maria Camello, filha de Belchior Alves Carnello (Familiar do Santo Ofício, Capitão-mor e Alcaide-mor do Rio São Francisco) e de Joanna Bezerra. C.g; 06 – Angela Vieira c.c. Dr. Antônio Pereira de Fontela, Ouvidor na Ilha da Madeira. S.g; 07 – Paula Vieira de Mello c.c. Gonçalo Novo de Lyra, filho de Gonçalo Novo de Lyra (o Ruivo) e de Anna Correia. C.g;
Senhor do engenho Molinote/Cabo de Santo Agostinho
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional de1925 Vol 47, pág. 203.
                       
Abaixo os próximos proprietários encontrados:

Luiz Carneiro de Senna – Senhor do engenho Sacambu/Cabo de Santo Agostinho.
Casamento 01: Luzia Siqueira de Arruda Falcão, filha de Bela Pessoa de Siqueira Cavalcanti e de João Francisco de Arruda Falcão. Neta materna de Francisco Luiz Pessoa de Siqueira Cavalcanti e Úrsula Jerônima.
Filhos: 01 - Joel Carneiro de Senna. 02 - Maria Carneiro de Senna. 03 - Luiza Carneiro de Senna. 04 - Emilia Carneiro de Senna. 05 - Antonio Carneiro de Senna.
Fontes :
           
Guilherme Rufino da Silva – Aparece com proprietário em 1927 e 1929
Fontes:
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro - 1891 a 1940 - PR_SOR_00165_313394

Eduardo José Buarque de Gusmão – Nascido em 06.06.1955. Filho de Bráulio Buarque de Gusmão (senhor de engenho) e de Gilvanice de Lemos Vasconcelos.
Casamento 01: Ana Catarina Pereira de Lima, filha de José Ernesto Pereira de Lima e de Terezinha de Jesus Carneiro Leão.
Filhos: 01- Bruno Buarque de Gusmão; 02- Maria Eduarda Buarque de Gusmão; Eduardo José Buarque de Gusmão Filho.
Fontes:
HOLANDA, Bartolomeu Buarque de. Buarque, uma família brasileira.. Edt.  Casa da Palavra. Rio de Janeiro, 2007. Pág. 552.

Notícias: A construção da ponte sobre o Rio Gurjaú vai beneficiar mais de 3.500 famílias da área rural do Cabo pertencentes a 15 comunidades, que nos períodos de chuva ficam isoladas da área urbana, sem poder transitar ou escoar a produção da Usina Bom Jesus, através do tráfego de veículos. Entre as comunidades beneficiadas estão Porteira Preta, Pau Santo, Mato Grosso, Matos, Monte, São Brás, Gurjaú de Baixo e de Cima, São Caetano, Tobé, Sacambu, Coimbra, Engenho Novo de Conceição, Cajabuçu e Bom Jardim. (Publicado na Tribuna Popular Publicado em 24/09/2009 Disponível em: http://tribunapopular.wordpress.com).

            No século XXI o engenho Sacambu, com  área: 471,6887ha. perímetro: 9.696,91 m, pertencia a Destilaria Liberdade S/A, mas foi desapropriado por interesse social em 02/08/2013, publicado no Município do Cabo de Santo Agostinho-PE.


Fontes consultadas:
Breve Discurso" (1638) no vol. I
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. 2ª edição. Edt. CEPE. Recife, 2004.
Pereira da Costa, 1951, Volume 7, Ano 1812, pg. 326,
PEREIRA, Levy. "MulinƐta (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas /Mulin%C6%90ta_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 30/12/013.
Relatório Van der Dussen (1639)

17/12/2013

Engenho Tabatinga de Santa Luzia, hoje eng. do Meio/Ipojuca

Ruína na 1ª Capela do eng. Tabatinga/Ipojuca
Ipojuca é uma das cidades mais antigas de Pernambuco, mas até a presente data não foi descoberto nenhum documento anterior a 1594 que discuta a sua criação sendo, portanto o documento: Primeira Visitação do Santo Ofício às Partes do Brasil, Denunciações de Pernambuco do Inquisidor português Heitor Furtado de Mendonça que cita as freguesias existentes em Pernambuco onde é mencionada pela primeira vez em um documento oficial, a existência de uma localidade por nome de Pojuca (Ipojuca). Neste documento são citadas as freguesias de: Santo Cosme e Damião de Igarassu, de São Lourenço, Cabo de Santo Agostinho, São Miguel da Pojuca com a capela de Santa Luzia no engenho Tabatinga e de São Miguel na freguesia de Pojuca, entre outras freguesias existentes na época, para que seus habitantes fossem se confessar em Olinda pois assim receberiam “trinta dias de graças”.
Neste mesmo documento diz a freguesia de Pojuca (Ipojuca) já existir desde 1584 contando nesta época com o engenho Tabatinga inclusive indicando nomes como: Pero Dias da Fonseca, Francisco Mendes c.c. Ana Tomé; Antônio Gonçalves Maia, os padres Gaspar Neto, Paulo Roiz de Távora e Cosme Neto.
Sendo este o documento mais antigo de que se tem notícia, Ivo d’Almeida que estuda a história antiga de Ipojuca há mais de vinte anos fixa o ano de 1584 como sendo o marco inicial indicado pelo documento acima citado que se encontra no Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco e na Torre do Tombo em Portugal; não o registro do surgimento da freguesia que daria origem a Ipojuca, mas como o registro de sua existência desde 1584.
Segundo Pereira da Costa (1951, vol. 07) Duarte Coelho (1535-1554) doou a Tristão de Mendonça uma terra de sesmaria, a duas léguas do Cabo de Santo Agostinho para o sul e três para o poente, — a fim de cultivar cana e algodão e ter marinhas de salinas, — nessas terras foram depois construídos os engenhos: do Meio, Massangana e Tabatinga.
      O engenho Tabatinga, fundado por Pero Dias da Fonseca, possuía uma igreja dedicada a Santa Luzia, com moenda movida à água de um belo açude. Suas terras ficavam localizadas na margem direita do Rio Tabatinga, a cerca de 02 milhas do Cabo de Santo Agostinho, sob a jurisdição de Olinda e freguesia de Ipojuca. Tinha 01 milha e meia de terra, com boa várzea, muito bem plantada de cana. Podia moer anualmente 5.000 a 6.000 arrobas de açúcar e pagava à Capitania de Pernambuco 03%.
    Foi citado nos mapas: Præfecturæ Paranambucæ Pars Borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: Tubatinga'.
Nomes históricos: eng. Tobatinga (Tabatinga); eng. Santa Luzia.

Pero Dias da Fonseca (ou Pedro Dias da Fonseca) – Cristão-velho. Nascido em 1535/Azurara, bispado do Porto/PT. Em 1595 tinha cerca de 60 anos de idade. Filho de Gonçalo Martins (caixeiro) e de Catarina Gonçalves. Senhor de engenho e morador de São Miguel de Ipojuca. Em 28/06/1595, Pedro Dias da Fonseca foi acusado de sacrilégio pela Primeira Visitação do Santo Ofício às partes do Brasil (Arquivo Nacional da Torre de Tombo. Código PT/TT/TSO-IL/028/13085), cuja sentença foi: auto-da-fé privado de 31/07/1595. Escusado de penitência pública e de fazer abjuração, por tempo de um ano se confesse e comungue de conselho de seu confessor nas festas principais, penas e penitências espirituais, condenado em dez cruzados para as despesas do Santo Ofício. Nota: Nessa época, a povoação de Ipojuca já possuía também um vigário ou uma cura de Almas, o padre Gaspar Neto, antes mesmo da criação da paróquia, criada em 1595, por ocasião da visita do bispo D. Frei Antonio Barreiros.
Senhor dos engenhos: São João Batista (1584);Tabatinga de Santa Luzia/Ipojuca (1594*) - Pedro Dias da Fonseca comprou a Gaspar Alves de Pugas o engenho São João Batista (eng. Bulhões/Jaboatão dos Guararapes), moente desde 1575, com 2.400 braças de extensão por 600 de largura, que depois foi vendida a Bento Luis de Figueroa.
Casamento 01: D. Maria Pereira Coutinho, (viúva de Manoel Ribeiro de Lacerda que era irmão de Antônio Ribeiro de Lacerda c.c. Joanna de Góes).
Filhos:
01- Cosme Dias da Fonseca - Cavaleiro da Ordem de Cristo e Fidalgo da Casa Real, herdeiro do eng. Tabatinga, c.c. D. Mécia de Moura.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais de 1925.
*Senhor do engenho Tabatinga/Ipojuca (Revista do IPHAN nº 13,1956)
Processo de Pedro Dias da Fonseca, 1595. Estatuto social: cristão-velho. Arquivo Nacional da Torre de Tombo. Código PT/TT/TSO-IL/028/13085. Disponível em: http://digitarq dgarq.gov.pt/details?id=2313293
Pergunte a Pereira da Costa. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=282&year=1637&page=374&query=1637&action=previous Data de acesso: 17/12/2013
Monte, Julianne Socorro do. Período colonial de Ipojuca-PE, visto a partir dos vestígios arqueológicos. Anais do Ii Encontro Internacional de História Colonial. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Disponível em www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais

Segundo Schott (Relatório Holandês de 1636) o engenho Tabatinga e São João dos Salgados, pertencia a Cosmo Dias da Fonseca, que tinha fugido e abandonado seus engenhos. A casa de purgar e a casa das caldeiras, feitas de alvenaria, estavam muito velhas e começavam a decair e sus caldeiras e os tachos tinham sidos retirados.

Cosme Dias da Fonseca – Natural de Pernambuco. Filho de Pedro Dias da Fonseca, nascido na família Carneiro Gasto, uma das mais nobres da Vila do Conde/PT, e de D. Maria Pereira Coutinho (viúva de Manoel Ribeiro de Lacerda que era irmão de Antônio Ribeiro de Lacerda c.c. Joanna de Góes). Neto paterno de Antônio Dias da Fonseca e de Joanna de Góes, filha de Pedro de Góes.  Recebedor do Consulado do Passo da Madeira. Participou na luta contra os holandeses. Após o seu falecimento recebeu o foro de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Fidalgo da Casa Real, alvará de 27/03/1638, que foi guardado pelo seu descendente o Cap. João Baptista Accioly de Moura, futuro proprietário do engenho Tabatinga (séc. XVII).
Senhor dos engenhos: Salgado/Ipojuca e Tabatinga de Santa Luzia/Ipojuca.
Casamento 01: D. Mécia de Moura. Durante a ocupação holandesa, já viúva, fugiu com sua irmã D. Isabel da Fonseca, viúva de Antônio Ribeiro de Lacerda, para a Bahia com o General Mathias de Albuquerque e cerca de 8.000 pessoas que em sua maioria eram senhores e lavradores de engenhos, com suas famílias, feitores e escravos. D. Mécia era a terceira e última filha de D. Felipe de Moura e de D. Genebra de Albuquerque.
Filhos:
01- Pedro de Moura Pereira - Filho primogênito, nasceu em 1608 e faleceu em 1677. Fidalgo Cavaleiro. C.c. sua prima D. Francisca Cavalcante, filha do primo de seu pai Cosme da Silveira e de D. Margarida de Albuquerque Cavalcante, irmã de D. Genebra de Albuquerque, que depois de viúva casou com João Gomes de Mello. Com sucessão;
02- Felipe de Moura e Albuquerque - Fidalgo da Casa Real. Embarcou no ano de 1624, como Capitão de Infantaria, em companhia de seu tio D. Francisco de Moura em socorro da Bahia, onde permaneceu. Casou na Bahia com D. Felipa Pissarra, filha do nobre Diogo Pisara de Vasconcelos, e depois com D. Maria Pimentel, filha de Antônio da Silva Pimentel, cunhado de sua mãe no 1º casamento, e de D. Joanna de Araújo, pessoas nobres e conhecidas na Bahia. Sem sucessão nos dois casamentos;
03- Antônio de Moura - Batizado em 12/06/1611, faleceu religioso da Ordem de São Francisco no Brasil;
04- Manoel de Moura Rolim - Nascido em 1616. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Como Capitão de Infantaria participou do socorro feito a Bahia em companhia de seu tio D. Francisco de Moura. Durante a ocupação holandesa foi com sua mãe para a Bahia e lá casou com D. Anna Maria da Silva, irmã de sua cunhada D. Maria Pimentel, filha de Antônio da Silva Pimentel e de D. Joanna de Araújo, pessoas nobres e conhecidas na Bahia. Com sucessão;
05- Cosme Rolim de Moura - Serviu na Índia, onde faleceu sem sucessão;
06- Francisco de Moura Rolim - Serviu na Índia, onde faleceu sem sucessão;
07- Paulo de Moura - Religioso da Ordem de São Francisco na província de Santo Antônio do Brasil;
08- Maria Pereira de Moura c.c. Zenóbio Accioly de Vasconcellos, natural da Ilha da Madeira, filho de Gaspar Accioly de Vasconcelos e de D. Anna Cavalcante, Fidalgo da Casa Real, Alcaide-mor de Olinda, Mestre de Campo de Infantaria do 3º pago do Recife. Com sucessão.
Fontes consultadas:
Alexandre José Mello Moraes, Basto (marquez de.), Ignacio Accioli de Serqueira e Silva Memorias diárias da guerra do Brasil por espaço de nove annoscomeçando em 1630 deduzidas das que escreveu o marquez de Basto, conde e senhor de Pernambuco. Typ. de M. Barreto, 1855 - 164 pág.
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais de 1936 Vol 58; 1925, 1926.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. 2ª edição. Gov. de Pernambuco. CEPE. Recife, 2004
PEREIRA, Levy. "Tobatinga (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Tobatinga_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 16 de dezembro de 2013
SCHOTT, Willen. Inventário de Todos os Engenhos Situados entre o Rio das Jangadas e o Rio Una, em Pernambuco (1636)

            A Companhia das Índias Ocidentais holandesa confiscou o engenho Tabatinga por se encontrar abandonado e arruinado pela guerra holandesa, e o vendeu a Amador de Araújo pelo montante de 40.000 florins, vencendo a última prestação a 11/01/1639.
Verso da moeda de 3 Florins - Primeira moedas brasileiras tanto por conter o nome Brasil como
por terem sido fabricadas em solo brasileiro. Variação de peso de 3,79g a 3,86g

Amador de Araújo Pereira – Natural da Província do Minho/PT. Filho de Pedro Gonçalves, o Novo, e de D. Felipa de Araújo Pereira. Segundo Borges da Fonseca, Amador era parente próximo da Casa de Esquivo, de D. Miguel de Azevedo e de Luiz de Miranda Pereira, mantendo sempre contato com eles, como foi provador nas cartas conservadas pelos seus descendentes. Chegou a Pernambuco antes da invasão holandesa.Um dos primeiros Cabos de Guerra que participou da Restauração Pernambucana. Capitão-mor de Ipojuca, quando Fernandes Vieira em 1645 aclamou a liberdade. Pelos seus serviços foi nomeador por Governador de São Thomé, posto que não logrou por falecer antes de embarcar. Nota: Sobre Amador de Araújo os autores da história holandesa fazem honorífica memória.
Monograma representa a Geoctroyeerde West-Indische Compagnie
(Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais)
Curiosidades: mador de Araújo participou como representante de Ipojuca, em 27/08/1640, de uma Assembleia de conteúdo democrático, convocada pelo Conde Maurício de Nassau, que queria sentir a opinião de seus jurisdicionados, juntamente com outros proprietários de engenhos representando suas freguesias: Gaspar Dias Ferreira, a cidade Maurícia; Arnau de Holanda, S. Lourenço; João Fernandes Vieira, a Várzea; Manuel Paes, o Cabo; F. Fernandes Araújo, Serinhaém; Antonio Bulhões, Jaboatão; Fernão do Vale, Muribeca; Gonçalo Novo de Lira, Igarassú; Rui Vaz Pinto, Itamaracá; Antonio Pinto de Mendonça, a Paraíba e Francisco Rabelo, Porto Calvo.
Durante a ocupação holandesa ficou do lado dos invasores, mas depois se levantou contra aprisionando os neerlandeses da freguesia de Ipojuca (17/06/1645), pô-los a ferros e meteu-os no convento de S. Francisco. As hostilidades propriamente ditas começaram com o aprisionamento, pelos rebeldes, de Ipojuca, de dois barcos e seus passageiros que foram executados à exceção de um marinheiro, que teve a boa sorte de conseguir fugir. No dia 18, Amador de Araújo reuniu em torno de 400 homens, no seu engenho, e começou a fazer armazenamento e a se prover de armamento.
Em 21/06/1645 o Tenente holandês Jacob Flemmingh seguiu de Santo Antonio do Cabo (Cabo de Santo Agostinho) com 30 soldados e 12 de cavalo, para saber de Amador de Araújo o que queriam os revoltosos, porque tomaram armas, em nome de quem, e contra quem? Foi-lhe respondido que de si mesmos se puseram em armas contra os flamengos, sob cuja tirania o povo não mais queria viver. No mesmo dia chegou do Recife o Tenente-Coronel e Chefe da Milícia no Brasil, Hendrick van Hous, levando consigo 400 homens, a saber: 200 brancos e 200 indígenas; e em Santo Antônio do Cabo recebeu o reforço de 80 soldados e 22 paisanos montados.  Na manhã do dia 23, chegou ao eng. Tabatinga, posto avançado dos rebeldes, onde foram recebidos com muito fogo, os derrotando completamente. Os holandeses se puseram em retirada, e se esconderam na capela do engenho, onde decolaram o Pe. Sebastião Rodrigues, depois de rezada a missa, e um sapateiro. Quando os rebeldes os encontraram, alguns holandeses estavam vestidos de mulher. Em seguida, o capitão-mor Amador de Araújo e sua tropa marcharam até a Várzea, a fim de se juntar às forças deFernandes Vieira. Posteriormente, tomaram parte no combate de Tabocas.
Senhor do engenho Tabatinga de Santa Luzia/Ipojuca
Casamento 01, em Ipojuca: Maria da Costa de Luna, filha de Álvaro Gonçalves de Luna e de Isabel da Costa.
Filhos:
01- Maneol de Araújo de Miranda - Capitão na guerra contra os holandeses. Faleceu na segunda guerra dos Guararapes. Segundo marido D. Lourença Correia (casou 3 vezes), filha de Luís de Paiva Barbosa e de Isabel Correia. Irmã de João Correia Barbosa que foi Cavaleiro da Ordem de Cristo e Capitão-mor de Ipojuca. (c.g.)
02- Bernardino de Araujo Pereira - Capitão de Cavalos de Ipojuca, patente de 12 /03/1666. Vereador em 1668. Irmão da Misericórdia de Olinda, termo assinado em 01/11/1664. C.c.  Úrsula Cavalcanti de Albuquerque, filha de Pedro Cavalcanti de Albuquerque (Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo) e de Brásia Monteiro Bezerra. (c.g.)
Fontes :
Broeck, 1651. Pg. 8-9, relatando eventos do ano de 1645
Genealogia Pernambucana. Disponível em: http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40848&dir=genxdir/. Acesso em 16/12/2013
MELLO, José Antônio Gonçalves de, A Economia Açucareira, I, 2.ª edição, Recife, 2004
SCHOTT, Willen. Inventário de Todos os Engenhos Situados entre o Rio das Jangadas e o Rio Una, em Pernambuco (1636)
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/pernambuco/ipojuca.pdf‎
revista do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco. Disponível em: http://www.archive.org/stream/revistadoinstit 72brasgoog/revistadoinstit72brasgoog_djvu.txt. Acesso em: 16/12/2013
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. 1925 e 1926.

Restauração Pernambucana 
            Após a Restauração Pernambucana a maioria dos engenhos voltaram para as mãos dos seus antigos proprietários ou descendentes, não sendo diferente o eng. Tabatinga/Ipojuca cujo proprietário passou a ser João Batista Acióli de Moura, que segundo Pereira da Costa era proprietário do dito engenho no fim do século XVIII.

João Baptista Accioly de Moura (Accioli, Acioli) – Filho de Felipe de Moura Accioly, irmão Santa Casa da Misericórdia de Olinda (26/03/1678), e de D. Margarida Accioly, filha de João Baptista Accioly (tio paterno de seu marido) e de D. Maria de Mello. No ano de 1761, se encontra em idade avançada e morando no seu engenho Tabatinga.
Alcaide-mor. Capitão. Fidalgo Cavalheiro da Casa Real, nomeado por carta régia de 21/01/1711, que prestou juramento de homenagem no palácio do governo em 06/07 do mesmo ano, sendo seus padrinhos o Provedor da Fazenda Real João do Rego Barros, e o Capitão-mor Luis de Albuquerque Maranhão.
Nota: João Baptista Accioly de Moura guardou a nomeação de Cosme Dias da Fonseca como Fidalgo da Casa Real, nomeado em 27/03/1638, depois de seu falecimento. Esse documento foi mostrado a Borges da Fonseca.
Casamento 01: D. Brites de Almeida, filha de José de Barros Pimentel, Capitão-mor de Bom Sucesso/Porto Calvo-Alagoas, e de D. Maria Accioly.
Filhos:
01- Felipe de Moura Accioli - C.c. D. Adrianna Thereza de Mello, filha de Francisco do Rego Barros (Fidalgo da Casa Real, Provedor e proprietário da Fazenda Real em Pernambuco, Alcaide-mor de Olinda que foi herdado pelo seu irmão João Baptista Accioli de Moura) e de D. Maria Manoela de Mello. (s.g.);
02- João Baptista Accioli de Moura - Herdou de seu irmão Felipe de Moura Accioli a Alcaidaria-mor de Olinda, Fidalgo da Casa Real. Capitão de Auxiliares do Terço de Itamaracá. Viveu no eng. Senhor Bom Jesus do Araripe/Itamaracá. C.c. D. Theresa Micaella Pacheggto de Faria, filha de Antônio Gomes Pacheco (Cavaleiro da Ordem de Cristo e Capitão-mor do Terço de Itamaracá) e de 03- D. Maria Coelho de Revoredo. (c.g.);
04- Simão Accioli de Vasconcellos - Solteiro;
05- Antônio José de Moura Solteiro
06- D. Ignez Francisca de Moura - C.c. Dr. Lourenço de Freitas Ferrás e Noronha, natural da Ilha da Madeira, Juiz de Fora de Olinda e do Recife (06/04/1728), Ouvidor do Reino de Angola. Com sucessão;
07- D. Margarida de MouraSolteira;
08- D. Luzia Francisca Accioli - C.c. o irmão de seu cunhado, Manoel Gomes de Mello, Fidalgo da Casa Real, filho de Francisco do Rego Barros e de D. Maria Manoela de Mello. Com sucessdão;
Maria Accioli.
Casamento 02: D. Anna Carneiro de Mesquita (II), filha do Cap João Carneiro da Cunha (eng. do Meio/Recife) e de D. Anna Carneiro de Mesquita (I).
Filhos:
09- Joanna Manoella de Moura - C.c. seu parente José Alexandre Salgado de Castro Accioli, filho do Capitão-mor João Salgado de Castro Accioli (eng. São Paulo do Sibiró) e de D. Theresa de Jesus Maria. (c.g.);
10- D. Brites - Faleceu criança;
11- D. Maria Luisa Francisca Xavier Accioli;
12- D. Luisa Margarida do Sacramento - Nascida em 06/08/1737, c.c. o seu primo José Jerônimo de Albuquerque Maranhão, filho do Cap. Jerônimo de Albuquerque Maranhão (Fidalgo da Casa Real) e de sua primeira esposa D. Luzia Margarida Coelho de Andrada;
13- D. Josepha Maria Ignácia - Nascida em 07/10/1753, afilhada de Borges da Fonseca;
14- D. Thereza Francisca Xavier Accioli - Nascida em 25/03/1747, c.c.(?), no Ceará;
Fontes :
Pergunte a Pereira da Costa. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=1879&year=1657&page=445&query=tabatinga. Acesso em: 17/12/2013
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Editora Universitária UFPE, 2006 - 583 páginas
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. 1925 e 1926.

          A primeira capela do engenho já não mais existe e suas ruínas se encontram dentro de uma mata cujas pedras ciclópicas e bem talhadas ali se amontoam de mistura com tijolos de cerca de 2 palmos por um de tamanho e aproximadamente 8 cm de espessura, pesando não menos de 5 kl. Ainda podem ser vistos restos das paredes em meio aos troncos das árvores, cobertos de musgos, avencas, líquens, bromélias e orquídeas. A capela atual do eng. Tabatinga, dedicada a Santa Luzia, cuja festa acontece a 13 de dezembro, situa-se numa pequena colina com longa escadaria, mas tão bem feita que os portadores de bengalas ou mesmo muletas sobem por ela com prazer. A pequena imagem barroca, que se vê no altar, é do século XVII, e todo ano sai em profissão, em cima de um andor, percorrendo 03 km, passando pelas ruínas da primitiva igreja.


Capela de Santa Luzia/Ipojuca
O próximo proprietário do engenho encontrado foi Francisco Barreto Costa Pimentel (nada foi encontrado) de Acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na sua listagem de erros por Unidade Industrial, em 2002.



Fontes consultadas:
Alexandre José Mello Moraes, Basto (marquez de.), Ignacio Accioli de Serqueira e Silva Memorias diárias da guerra do Brasil por espaço de nove annoscomeçando em 1630 deduzidas das que escreveu o marquez de Basto, conde e senhor de Pernambuco. Typ. de M. Barreto, 1855 - 164 pág.
biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/pernambuco/ipojuca.pdf‎
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais de 1936 Vol 58; 1925, 1926.
Genealogia Pernambucana. Disponível em: http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40848&dir=genxdir/. Acesso em 16/12/2013
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. 2ª edição. Gov. de Pernambuco. CEPE. Recife, 2004
PEREIRA, Levy. "Tobatinga (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Tobatinga_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: Acesso em 16/12/2013 Broeck, 1651. Pg. 8-9, relatando eventos do ano de 1645
Relação dos Engenhos confiscados e que foram vendidos em 1637, in Rev. do Inst. Geog. e Arqueol. Pernambucano, p. 197, 1887-90, vol. 6
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco. Disponível em: http://www.archive.org/stream/  revistadoinstit72brasgoog/revistadoinstit72brasgoog_djvu.txt. Acesso em: 16/12/2013
SCHOTT, Willen. Inventário de Todos os Engenhos Situados entre o Rio das Jangadas e o Rio Una, em Pernambuco (1636)
Pergunte a Pereira da Costa. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=1879&year=1657& page=445&query=tabatinga. Acesso em: 17/12/2013

13/12/2013

Engenho Pindoba/Ipojuca

Pindoba - folha de palmeira; nome também da mesma palmeira" (B. C. 337) -A. C.
Para Th. Sampaio, pind-oba, a folha de anzol, aquela cujo talo serve para vara de anzol — M. M.
Pindoba, Attalea oleifera Barb. Rodr., é uma palmeira nativa do Nordeste do Brasil, Pernambuco, Paraíba e Alagoas e encontrada em outros estados brasileiros.
Palmeira - Nordeste Brasileiro
A conquista de Ipojuca teve início em 1560, após a escravização dos índios caetés. A partir daí, os colonos de origem europeia puderam ocupar suas terras férteis e ricas em massapê, e que eram propícias para o cultivo da cana-de-açúcar, causando o surgimento de diversos engenhos na região. Entre os pioneiros, estavam as famílias Lacerda, Cavalcanti, Rolim e Moura.
Assim na Jurisdição de Olinda e nas freguesias que dela faziam parte, existiam 67 engenhos, sendo que quando os holandeses invadiram Pernambuco havia 20 de fogo morto e 47 moentes e destes 05 foram confiscados pela Companhia das Índias Ocidentais.
Capela de São Tomé, eng. Pindoba/Ipojuca
Hoje suas terras fazem parte da Região Metropolitana do Recife. Administrativamente, o município é formado pelo distrito-sede, pelos distritos de Camela e de Nossa Senhora do Ó e pelos povoados das praias de Porto de Galinhas, Muro Alto, Cupe, Maracaípe, Serrambi, Touquinho e seus engenhos. Na região existem vário engenhos como o: Água Fria, Amazonas, Arendepe, Arimbi, Belém, Benfica, Boacica, Bonfim, Cachoeira, Caetés, Canoas, Canto, Conceição, Crauassu, Daranguza, Dois Mundos, Dourado, Esmeralda, Jenipapo, Jussaral, Macaco, Maranhão, Mauá, Mirador, Pará, Penderama, Pindoba, Pirajá, Queluz, Saco, Santa Rosa, São Paulo, Sibiró do Mato, Sibiró da Serra, Supitanga, Tapera, de Todos os Santos.
O engenho Pindoba era movido à água e foi citado nos mapas: Præfecturæ Paranambucæ Pars Borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; IBGE Geocódigo 2607208 Ipojuca - PE; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como rio, 'Ԑ: Pin∂oua', no vale do 'R Pin∂oua'; PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'Pindoba', à margem de caminhos na m.d. do 'Ipoiucâ' (Rio Ipojuca).
Mapa Ipojuca/Pernambuco
Desde o princípio até os dias de hoje é denominado como engenho Pindoba (Pindoua; Pindova). Ficava localizado na margem direita do Rio Meree (alto curso do Rio Arimbi e baixo curso do Rio Merepe) a duas milhas de distância da sede de Ipojuca e foi fundado por Gaspar da Fonseca Carneiro. Suas terras estavam sob a jurisdição de Olinda, freguesia de Ipojuca. Possuía uma moenda movia a bois e outra à água que vinha de um belo açude. Suas terras tinham cerca de 1/2 milha, com várzea bem plantada. Podia moer anualmente 3.000 a 4.000 arrobas de açúcar; paga de recognição 80 arrobas de açúcar terçado, seco nos toldos.
A capela do engenho sob a invocação a São Tomé encontra-se na lista de bens culturais e naturais da mata norte de Pernambuco. É do tipo de capela que se distingue pelo aparecimento da sacristia, sempre ao lado da capela-mor e do coro; com dimensões que variam muito, mas é constante a relação de superioridade do volume da nave em relação ao da capela-mor; a composição básica dos vãos da fachada é o triângulo formado pela única porta central e as duas janelas do coro.
               
Gaspar da Fonseca Carneiro  – Já falecido quando os holandeses invadiram Pernambuco. Seu engenho era administrado pelo seu filho primogênito, que se encontrava em Pernambuco e suas duas filhas eram freiras em Portugal.
Fontes consultadas:
Pergunte a Pereira da Costa. Vol. 07. Ano 1812. Pág. 91.

           Depois do falecimento de Gaspar da Fonseca o engenho passou a pertencer aos herdeiros de Gaspar da Fonseca. Segundo Johannes Nieuhof  (Memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil. Livraria Martins, 1682), quando os holandeses conquistaram Ipojuca o engenho estava sendo administrado pelo seu filho Cosme Dias, que depois fugiu de Pernambuco (nada mais foi encontrado). Na ocasião foram apreendidas 17 caixas de açúcar branco e mascavo.
               O engenho foi confiscado pela Companhia das Índias Ocidentais e vendido a Gaspar Gonçalves Vila.

Gaspar Gonçalves Vila – Natural de Alter do Chão, no Alentejo.
Casamento 01: (?)
Senhor do Engenho Pindoba/Ipojuca, o qual o vendeu em 1644 a João Fernandes de Carvalho.
or dos engenhos: Pindoba e Três Pocinhos.                  
Curiosidades: Broeck (1651) no seu relato dos eventos ocorrido em 29 a 31/08/1645: “Jacob Dassine, Jacob Vermeulen, eu e doze soldados, fomos enviados para Santo Antônio pelo governador Vieira, escoltados por soldados da Bahia, que nos trataram bem. A 30 chegamos a Santo Antônio, onde encontramos preso o Schout Holl, três marinheiros do barco tomado no Cabo e o Tenente Jacheris, que, tendo partido antes de nós com os outros oficiais, aqui ficara por doente. Ao outro dia veio da Várzea reunir-se conosco mais vinte e um soldados. Esperávamos que nos conduzissem para o Cabo afim de aí embarcarmos, conforme nos prometeram, mas alegaram que a fortaleza ainda não se havia rendido pelo que seguiríamos para Serinhaem, onde havíamos de embarcar De feito para aí partimos este mesmo dia, ficando Jacob Dassine detido em Santo Antônio por queixas de Pedro Marinho Falcão. Ia preso conosco, mas a cavalo, o Schout Holl; e um pouco adiante de Tabatinga, vindo atrás de nós, foi derrubado do cavalo e cruelmente assassinado, do que foi principal causa Jasper Gaisales Villus. À tardinha chegamos a Ipojuca,"
Fontes consultadas:
Relatório de Van der Dussen (639) no vol. I desta série
Frei Manuel Calado, O Valeroso Lucideno (Lisboa 1648) p. 176 e na reedição do Recife I p. 368
ARA, OWIC 70, dag. notule de 21 de outubro de 1644.
Pereira, José Hygino Duarte, in (Broeck, 1651)

                Bullestrat, em seu relatório de 1642, diz que não conseguiu se encontrar com Gaspar Gonçalves Vila, que era devedor da Companhia das Índias Ocidentais, pois de acordo com algumas pessoas Gaspar tinha se ausentado por ter cometido alguns delitos, por isso resolveu visitar o eng. Pindoba para que a dita Companhia não tivesse maiores prejuízos. No dia 19, seguiu viagem para o engenho e quando lá chegou falou com sua esposa sobre a dívida de seu marido, e ela prometeu que dentro de 03 ou 04 semanas a dívida seria paga por ele própria ou por seu pai. Gaspar Gonçalves Vila vendeu o engenho Pindoba, em 1644 a João Fernandes de Carvalho (nada foi encontrado).
Morador e rendeiro encontrados do engenho Pindoba no século XIX:

Francisco José da Paz – Curiosidade: Foi batizado pelo Cônego Luiz José de Oliveira Diniz, Vigario-Interino, Geraldo e Manuel , ingênuo, filho natural de Theodora, escrava de Francisco José da Paz, morador no engenho Pindoba desta Freguesia, batizado solenemente na capela do mesmo engenho, aos 21/08/1884( Folha 64). Livro de Assentos de Baptisados dos filhos de mulher escrava vasados da dacta da lei de 28 de setembro ds 1871. Anno 1881, n.º 2.

Mathias de Senna e Silva – Rendeiro do engenho Pindoba cujo proprietário era (?). (Nada mais foi encontrado)
               
A próxima proprietária encontrada foi Juliana de Maria Camello.

Juliana de Maria Camello – Filha de Belchior Alves Camello (Familiar do Santo Ofício, Capitão-mor e Alcaide-mor do Rio São Francisco) e de Joanna Bezerra, em título de Camello, Morgados das Alagoas. Tia de Bernardo Vieira de Mello, a quem vinculou o engenho Pindoba/Ipojuca.
Casamento 01: Manoel de Mello. Sem sucessão.
Senhora do engenho Pindoba que vinculou para seu sobrinho, filho de sua irmã, Bernardo Vieira de Mello.,
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais 1909 Vol 31; 1926 Vol 48

Recife século XVII
                        D. Juliana de Maria Camello, por não ter herdeiros, vinculou o engenho Pindoba para seu sobrinho Bernardo Vieira de Mello.

Bernardo Vieira de Mello – Filho de Bernardo Vieira de Mello (Cavaleiro Fidalgo e Capitão de Ordenança) e de Maria Camello, filha de Belchior Alves Camello (Familiar do Santo Ofício, Capitão-mor e Alcaide-mor do Rio São Francisco) e de Joanna Bezerra, em título de Camello, Morgados das Alagoas.
Homem decidido e autoritário que lutou contra os indígenas no interior de Pernambuco, na área de Cimbres, aonde os proprietários de engenhos vinham recebendo doação de sesmarias, para criação de gado, tendo em vista a necessidade dos engenhos para uso agrícola e abastecimento alimentar. Proprietário do Ofício de Escrivão das Fazendas dos Defuntos e Ausentes, Capelas e Rezíduos de Recife, que pertenceu ao seu avô e pai.
Bernardo Vieira de Mello
Como Sargento-mor Bernardo Vieira de Melo liderou a tropa que lutou contra os indígenas na fase final da guerra dos bárbaros, em 1694, quando o chefe Canindé avançou em direção ao vale do Ceará Mirim, ameaçando Natal. Com o apoio do governador de Pernambuco, venceu Canindé e aldeou os grupos indígenas no vale do Açu e do Apodi.
Cabo com o posto de Capitão-mor, que do seu engenho Pindoba conduziu seu homens armados e ofereceu ao Governador para lutar na guerra dos Palmares. Participou do último ataque contra o quilombo dos Palmares, sob a liderança de Zumbi dos Palmares, contando com um terço das tropas oficiais. Em 1695, Bernardo Vieira de Mello foi nomeado governador e capitão-mor da capitania do Rio Grande do Norte, onde vendeu os índios Jondoins que continuavam oprimindo a Capitania. Sua tia D. Juliana Bezerra vinculou para ele o eng. Pindoba/Ipojuca.
Em 1696, comandou uma expedição que lutou contra os índios e estabeleceu os colonos, onde fundou o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, à margem do rio Açu. Voltando à Olinda, em 1700, com grande prestígio, tornou-se um dos principais líderes do Senado da Câmara. Em 1709 foi nomeado capitão-mor da província de Igarassu.
No dia 10/11/1709, Bernardo Vieira de Melo propôs que Olinda se libertasse do domínio português e que se tornasse uma república aristocrática. A rivalidade entre "brasileiros" (de Olinda) e "portugueses" (do Recife) girava em torno da decadência do açúcar, que levara a aristocracia rural a endividar-se com os comerciantes (mascates), que detinham o monopólio do comércio de Pernambuco. Apesar de decadente, Olinda era Vila e tinha Câmara Municipal. Portanto, tinha autonomia em relação a Recife, que era comarca subordinada administrativamente a Olinda. A pressão dos mascates fez com que no dia 19/11/1709, o rei de Portugal elevasse Recife à categoria de Vila, em 15/02/1710, foi construído o pelourinho, símbolo do poder municipal. Quando da demarcação dos novos limites entre as duas vilas, o governador de Pernambuco Sebastião de Castro e Caldas (pró-mascates) foi alvejado por elementos desconhecidos.
Dentro das normas legais, uma junta presidida por D. Manuel Álvares da Costa, se instalou no Recife e procurou obter um ponto de equilíbrio entre as duas facções, o que levou os mascates a se revoltarem. Em fins de 1710, liderados por Bernardo Vieira de Melo, os olindenses invadiram Recife e derrubaram o pelourinho. Bernardo Vieira foi preso e remetido para a cadeia do Limoeiro em Lisboa, aonde veio a falecer por intoxicação, no dia 10/01/1714. Nota: O governo português concedeu perdão a maioria dos revoltosos mas, os líderes da "Guerra dos Mascates", que se encontravam em Lisboa foram condenados ao degredo.
Curiosidades: Bernardo Vieira de Mello foi homenageado com o nome da principal avenida do bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, e também de uma Avenida em Natal, Rio Grande do Norte.
Curiosidades: Em 1734 o Cel. Francisco Álvares Camello, morador da Comarca de Alagoas, escreveu ao Capitão Bernardo Vieira de Mello, morador do eng. Pindoba/Ipojuca, relatando uns acontecimentos extraordinários e de pura fantasia, que Manuel Cabral, morador na Serra Limpa, dizia terem sido observados por suas filhas. – na dita carta foi anexada a declaração feita por Manoel Lopes Cabral e escrita pelo Alferes Manuel de Abreu e Lima.
Casamento 01: D. Maria de Barros, filha de André de Barro Rego (Fidalgo da Casa Real) e de sua esposa D. Adriana de Almeida Wanderley. Sem sucessão.
Casamento 02: D. Catharina Leitão, filha do Cap. Gonçalo Leitão Arnoso e de Maria Leitão. Neta paterna de Pedro Leitão Arnoso, natural de Braga (Cavaleiro da Ordem de São Thiago, Almoxarife depois da Restauração, proprietário do Ofício de Escrivão de Defuntos e Ausente da Bahia) e de sua mulher Francisca Lopes, filha de Pedro Lopes e de Maria Matheos, naturais do Porto. Neta materna de Antônio Leitão Arnoso, natural de Braga, e de Úrsula Lopes, irmã de sua mãe.
Filhos:
André Vieira de Mello, Cavaleiro Fidalgo, serviu a Coroa portuguesa no terço de Infantaria paga da Praça do Recife, Alferes da Companhia do Mestre de Campo, sucessor do vínculo do engenho Pindoba/Ipojuca. Falecido em Lisboa, juntamente com seu pai, presos acusados de levante contra o Governador Sebastião de Castro e Caldas. Casou com D. Anna Theresa de Jesus, filha de Nicolau Coelho dos Reis (Sargento-mor da Comarca) e de D. Maria de Faria. Com sucessão;
Bernardo Vieira de Mello, Cavaleiro Fidalgo, professo na Ordem de Cristo, proprietário do Of´ciio de Escrivão dos Defuntos e Ausentes da Bahia, c.c. D. Maria Felipa de Albuquerque, filha de Reinaldo Fragoso de Albuquerque e de D. Anna da Silveira de Miranda. Sem sucessão;
Antônio Leitão Arnoso, Cavaleiro Fidalgo. Casou com sua prima D. Maria Muniz de Mello, filha do Sargento-mor Cristóvão Vieira de Mello e de Úrsula Leitão. Com sucessão;
José Vieira, falecido criança;
D. Maria, falecida criança;
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais 1896 Vol 18; Anais 1909 Vol 31; 1925 Vol 47; Anais de 1926

Guerra dos Quilombos
                O engenho foi herdado pelo seu filho André Vieira de Mello.

André Vieira de Mello – Filho de Bernardo Vieira de Mello (eng. Pindoba/Ipojuca) e de D. Catharina Leitão. Cavaleiro Fidalgo. Serviu a Coroa portuguesa no terço de Infantaria paga da Praça do Recife.  Alferes da Companhia do Mestre de Campo do 3º do Recife. Sucessor do vínculo do engenho Pindoba/Ipojuca. André Vieira de Mello faleceu em Lisboa, juntamente com seu pai, presos acusados de levante contra o Governador Sebastião de Castro e Caldas.
Casamento 01: D. Anna Theresa de Jesus, filha de Nicolau Coelho dos Reis (Sargento-mor da Comarca, natural de Couruche) e de D. Maria de Faria, irmã do Pe. Fr. José de Santo Antônio que foi Definidor na Religião de São Francisco. Neta materna de Mathias Ferreira e de Maria Soares Faria.
Filhos:
D. Luísa Bernarda de Melo, sucessora do vínculo do eng. Pindoba. C.c. Gonçalo Francisco Xavier Cavalcante, irmão de seu cunhado Nicolao Coellho de Albuquerque. Com sucessão.
D. Catharina José de Mello c.c. seu primo Nicolao Coellho de Albuquerque, irmão de seu cunhado Gonçalo Francisco Xavier Cavalcante. Com sucessão.
Senhor do engenho Pindoba/Ipojuca.
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional.Anais Anais 1909 Vol 31; 1925 Vol 47; Anais de 1926

                A herdeira do vínculo foi D. Luísa Bernarda de Mello c.c. Gonçalo Francisco Xavier Cavalcante.

Gonçalo Francisco Xavier Cavalcante – Filho de Mathias Ferreira de Sousa (eng. Anjo/Serinhaém e Pantorra/Cabo de Santo Agostinho ) e de D. Luzia Margarida Cavalcante. Neto materno do Sargento-mor João Cavalcante de Albuquerque (eng. Santana/Jaboatão dos Guararapes) e de D. Maria Pessoa.

Casamento 01: D. Luísa Bernarda de Mello, primos, herdeira do vínculo do engenho Pindoba, que pertencia ao seu pai André Vieira de Mello (Cavaleiro Fidalgo) e de D. Anna Theresa dos Reis.
Filhos: Nicolau Coelho de Albuquerque c.c. sua tia D. Catharina José de Mello, filha de André Vieira de Mello e de D. Anna Theresa dos Reis; João Cavalcante de Albuquerque c.c. D. Leonor Seraphima Cavalcante, filha do Cap. Pedro Pimentel de Luna (eng. Matapagipe) e de D. Leonarda Cavalcante; Francisco do Rego Barros, assassinado em 1752, senhor do eng. Arariba, c.c. D. Josepha de Lacerda, filha de Antônio Ribeiro de Lacerda (eng. Santana) e de D. Leonor dos Reis.
Senhor dos engenhos: Pantorra/Cabo de Santo Agostinho  e Pindoba/Ipojuca
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais de 1926

                O próximo proprietário encontrado foi Francisco Vieira de Mello.

Francisco Vieira de Mello – Capitão. Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Casamento 01: D. Maria Felipa de Albuquerque. Filha de Gregório Fragoso de Albuquerque e de D. Maria de Castro. Sem geração.
Senhor do engenho Pindoba
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais de 1926, pág. 298

Hoje suas terras fazem parte da Usina Salgado/Ipojuca formada pelos engenhos: Água Fria, Boacica, Cachoeira, Caetés, Califórnia, Camela, Canto, Currais, Dourado, Garagem, Guerra, Jenipapo, Mercês, Monte de Ouro, Penderama, Piabas, Pindoba, Saco, Salgado, Santa Rosa, São Paulo e Todos os Santos.

Usina Salgado – Fundada em 1892 em terras do engenho Salgado/Ipojuca que foi fundado por Cosme Dias da Fonseca, em 1625. Seus proprietários foram: Costa & Barros (concessão); Bento & Brito; Xavier & Bandeira (1929). Depois passou a pertencer a Joaquim Bandeira de Melo (1930); Aníbal Cardoso dos Santos, Miguel Santos e José Borba; Rui Cardoso Gonçalves dos Santos; Fernando Peres (1971-1972) e Joel de Albuquerque Queiroz (1975).
Em 1929, possuía 18 propriedades agrícolas, 45 km de ferrovia, 05 locomotivas e 08 carros. Tinha capacidade para processar 500 t. de cana e fabricar 6.000 l. de álcool em 22 hs. O transporte da cana e do combustível era feito pela via férrea própria e o do açúcar e do álcool, por barcaças de sua propriedade.
No período de moagem trabalhavam na fábrica cerca de 90 operários, incluindo quatro menores. Não eram aceitos estrangeiros ou mulheres. Possuía também uma vila operária com 80 casas, mantinha uma escola com freqüência média anual de 50 alunos e uma assistência hospitalar para seus empregados.
Na década de 1960, no auge das ligas camponesas comandadas por Francisco Julião, a Usina Salgado enfrentou uma grande crise. Foi administrada pelo Padre Antônio Melo, que não resolveu os problemas administrativos nem os sociais da empresa, voltando então a usina para as mãos de usineiros.
e adquirida pela família Queiroz no ano de 1975, o parque industrial Salgado tem um grande diferencial que é situar-se próximo ao Porto de Suape e Porto de Recife, além de ter tecnologia agrícola, dentre elas estão: os plantios de várzea com drenagem forçada através de bombeamento e projeto de fertirrigação com sistema de hidroroll nas encostas.
Curiosidades: No ano de 2007 alguns engenhos que pertenciam a Usina Salgado/Ipojuca, foram leiloados, foram eles: Santa Rosa com área de 1.386 ha., avaliado em R$ 4.200.000,00; São Paulo, com área de 814 ha., avaliado em R$ 2.500.000,00; Caetès com área de 864 ha., avaliado em R$ 2.900.000,00; Genipapo, com 989 ha., avaliado em R$ 3.000.000,00; São Carlos com 606 ha., avaliado em R$ 1.900.000,00; Cachoeira com área total de 943,1 ha., avaliado em R$ 6.130.150,00.
Atualmente, a Usina Salgado possui uma área de 15.500 hectares, com 19 engenhos e cerca de 4.000 hectares de terra mecanizável. Sua produção na safra de 1994-1995 atingiu 1.120.000 de sacos de açúcar.
Proprietária dos engenhos: Água Fria, Boacica, Cachoeira, Caetés, Califórnia, Camela, Canto, Currais, Dourado, Garagem, Guerra, Jenipapo, Mercês, Monte de Ouro, Penderama, Piabas, Pindoba, Saco, Salgado, Santa Rosa, São Paulo e Todos os Santos.
Fontes consultadas:
ANDRADE, Manuel Correia de História das usinas de açúcar de Pernambuco. Recife: FJN. Ed. Massangana, 1989. 114 p. (República, v.1)
GONÇALVES & SILVA. O assucar e o algodão em Pernambuco. Recife: [s.n.], 1929. 90 p.
MOURA, Severino. Senhores de engenho e usineiros, a nobreza de Pernambuco. Recife: Fiam, CEHM, Sindaçúcar, 1998. 320 p. (Tempo municipal, 17).
  


Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt. 34. 3ª Edição, definitiva
NIEUHOF, Johannes. Memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil. Livraria Martins, 1682.
PEREIRA, Levy. "Pindoba (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br /biblioatlas/Pindoba_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 12/12/2013
Pergunte a Pereira da Costa. Vol. 07. Ano 1812. Pág. 99, 1ª col., 3º§.

Revista do Instituto Archeológico e Geográfico de Pernambuco (1887). Relação dos engenhos baseado no levantamento feito no primeiro ano do domínio holandês. Capitanias de Pernambuco.  Disponível em: http://www.institutoarqueologico.com.br/RIAHGP/RIAHGP_34_1887.pdf. Acessado no dia 26/10/2013.