Fontes

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23/01/2014

Engenho Três Paus/Cabo de Santo Agostinho

        O engenho Três Paus não possuía uma igreja. Suas terras tinham cerca de 1/2 milha, sendo a maior parte de montes e matas, ficavam a um quarto de milha do eng. Pirapama, na margem direita do Rio Pirapama, sob a jurisdição der Olinda e freguesia do Cabo Santo Agostinho. Sua casa de purgar e das caldeiras eram de taipa. Possuía uma só moenda movida a bois e podia  fornecer anualmente 1.100 a 1.200 arrobas de açúcar; pagando como recognição 1 e ½%.
Nomes históricos: Engenho Vieira (Viera); Engenho de Três Paus. Hoje o engenho se encontra submerso pela Barragem do Pirapama, município de Cabo de Santo Agostinho-PE, que garantiu o abastecimento d'água para a população rural e urbana de várias localidades, e propiciou o o desenvolvimento socioeconômico da região.
Barragem do Pirapama
    O engenho foi citado nos seguintes mapas coloniais: Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Vieira, na margem direita do 'R. Piripama'; Mapa PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'Viera', na m.d. do 'Pirapáma' - 'Piraparma' (Rio Pirapama).
            Segundo o relatório de Schott (1636) o engenho Três Paus pertencia a João Rodrigues Caminha (nada foi encontrado), que tinha fugido no grande êxodo dos senhores de engenho que acompanharam o General Mathias de Albuquerque, quando os holandeses invadiram Pernambuco. Na casa de purgar e na das caldeiras os holandeses encontraram21 caixas de açúcar pertencentes ao senhor do engenho e mais 552 fôrmas que, segundo a conta do purgador, renderam 617 arrobas de açúcar branco e 61 arrobas de açúcar mascavado. Tirado o dizimo, ficam para o lavrador 222 arrobas de açúcar branco e 22 arrobas de açúcar mascavado e restam para a Companhia 394 arrobas de açúcar branco e 39 arrobas de açúcar mascavado, dos quais foram feitas 19 caixas que, com a marca da Companhia, foram mandadas para o Cabo e a Barreta.
            O engenho Três Paus, por se encontrar abandonado e de fogo morto foi confiscado pela Companhia das Indias Ocidentais e arrendado a Antônio Vieira, nessa época o engenho passou a ser denominado “engenho molinote de Antônio Vieira”.

Antônio Vieira de Mello – Natural de Catanhede/PT. Filho de Manoel Francisco e de Francisca Gonçalves, gente honrada e das principais da vila de Catanhede/PT.
Chegou a Pernambuco antes da invasão holandesa. Vereador da Câmara de Olinda (1630). Juiz Ordinário de Olinda. Fidalgo da Casa Real. Capitão de Cavalos durante a Restauração Pernambucana. Sargento-mor da Comarca (Sargento-mor de estado) após a expulsão dos holandeses.
Casamento 01: Margarida Muniz. Filha de Marcos Fernandes Bittencourt e de Paula Antunes, naturais da Ilha da Madeira/PT. Neta paterna de Manoel Francisco e de Francisca Gonçalves, pertencentes a família honrada da vila de Catanhede como consta em um instrumento passado em 20/05/1680, pelo Dr. Manoel da Costa Almeida, Cônego Doutoral da Se da Guarda.
Senhor do engenho Três Paus/Cabo de Santo Agostinho
Filhos: 01 – Antônio Vieira de Mello – Sargento-mor da Comarca, Cavalheiro da Ordem de Cristo. C.c. Anna de Campos, na Bahia, filha de Jacinto de Campos. S.g.; 2 – José Vieira de Mello – Clérigo Presbítero e Vigário confirmado da Paróquia de São Miguel de Ipojuca; 3 – Manoel de Mello, falecido solteiro na Bahia; 4 - Dionísio Vieira de Mello – Cavalheiro Fidalgo da Casa Real; Capitão de Infantaria paga; Cavalheiro da Ordem de São Bento de Aviz. Senhor do engenho Trapiche/Ipojuca, sobre o qual teve litígios com Felipe Cavalcanti de Albuquerque e por consequência ficou com o eng. Tapera, que coube de herança a o Padre Francisco Dias Teixeira, seu filho que o vinculou. C.c. D. Maria Barbosa, filha de Antônio Teixeira Barbosa e de Anna Mendes. Neta paterna de Gaspar Teixeira e de Anna Nogueira. C.g.; 5 – Bernardo Vieira de Mello – Capitão de Ordenanças.  Cavalheiro Fidalgo da Casa Real; Sargento-mor da Comarca de Pernambuco. Em 1671 recebeu uma sesmaria juntamente com Antonio Pereira Pinto e Manoel Vieira de Lemos. C.c. Maria Camelo, filha de Belchior Alves Campelo e de Joanna Bezerra. C.g.; 6 – Ângela Vieira c.c. Dr. Antônio Pereira da Fonseca que era Ouvidor da Ilha 3ª. S.g.; 7 – Paula Vieira de Mello c.c. Gonçalo Novo de Lira, filho de Gonçalo Novo de Lira (o Ruivo) e de Anna Correia. C.g.
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio Jose Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional de 1925.
http://terradomagano.blogspot.com.br/2011/10/origens-das-familias-de-pernambuco-os.html



Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio Jose Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional de 1925.
PEREIRA, Levy. "Vieira (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Vieira_(engenho_de_bois). Data de acesso: 23 de janeiro de 2014
www. delano carvalho

21/01/2014

Engenho Matapagipe/Cabo de Santo Agostinho

         Engenho de fogo vivo e moente, sob a invocação de São Marcos, na margem esquerda do Rio Pirapama, sob a jurisdição de Olinda e freguesia do Cabo de Santo Agostinho. Suas terras ficavam situadas uma milha mais para o interior ao oeste do referido engenho de Três Paus; e possuía 1/2 milha de terra, na maior parte de montes e matas, sendo a cana plantada em alguns montes e em vales. Podia fornecer anualmente fornecer 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar; paga como recognição 90 arrobas de açucar branco encaixado, que deveriam ser entregues no Recife.

http://www.maph.org/map/br-pernambuco-matapagipe-27/
          Nomes históricos: Maruparijĩ (Maratapisip; Marapatigipe; Matapagipe; Maruparigi; Maruparjii). Atualmente o engenho é chamado de Matapagipe - vide mapa IBGE Geocódigo 2602902 - Cabo de Santo Agostinho-PE.
          Antes de 1630 vários estrangeiros protestantes, fugiram da hostilidade da coroa espanhola e imigraram para o Brasil como caixeiros, comerciantes, sapateiros, soldados e marinheiro, outros aplicaram seus capitais na construção de engenhos: João Vanistes e Erasmos Shetsz (eng. do Erasmos/Capitania de São Vicente) e Gaspar de Mere (eng. Marapatigipe/Pernambuco).
Quando os holandeses chegaram ao engenho que pertencia a Gaspar de Mere que tinha fugido de Pernambuco abandonando suas propriedades, encontraram na casa de purgar e da moenda, poucas coisas quebradas e nelas foram encontradas 9 caixas do senhor do engenho, 72 fôrmas da pensão, as quais, segundo a conta do lavrador João Rodrigues, renderam 42 arrobas de açúcar branco e 26 arrobas de açúcar mascavado, que foram encaixados em três caixas e meia, que, com a marca da Companhia, foram mandadas para a Barreta. Além disto, os escravos: João, Manuel, Malemba, Maria, Esperança, Catarina, Susana, Adriana, muito idosos e incapazes. Na casa das caldeiras foram encontradas 4 caldeiras, 5 tachos e 1 parol.
O engenho Marapatigipe  foi citado nos seguintes mapas holandeses: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Maratapisip', na margem esquerda do 'R. Piripama' (Rio Pirapama); e no Mapa PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'Maruparjii', na margem esquerda do 'Pirapáma' - 'Piraparma' (Rio Pirapama).
          *O engenho Marapatigipe  foi desenhado por Frans Post  quando pertencia da Gaspar de Mere.
          Após a invasão holandesa o engenho que se encontrava abandonado foi confiscado pela WIC e vendido a Miguel van Merenbergh e  Martins de Coutre em 24/11/1637.
          O engenho possuía 87 tarefas, sendo: 20 tarefas, do proprietário do engenho e as demais tarefas distribuídas com os seguintes lavradores: Abraham van Mollingen, 20 tarefas; Bartolomeu Gomes, 18 tarefas; Pero Fernandes, 18 tarefas; e Tomás Paminga, 6 tarefas, totalizando 87 tarefas.
          Segundo o Relatório de Bullestrati (1642) sobre a cobranças das dívidas dos senhores de engenho com  a WIC, disse que ao cobrar do proprietário do engenho Marapatigipe , Martinus de Coutre queixou-se dos quatro anos decorridos desde que o ocupa e de ter moído pouco e pede ainda algum adiamento, alegando com o que obraram as tropas do inimigo; promete cumprir o seu compromisso ou então vender o seu engenho e pagar o que deve à Companhia; com uma ou outra solução fará o seu dever, para pagar à Companhia.
              O último proprietário encontrado foi João Carneiro Leão
  
Gaspar de Mere – Nasceu antes de 1570/Antuérpia e faleceu no Brasil em 1639. Autor de uma carta enviada a Holanda, antes da invasão holandesa, onde falava da importância econômica de Pernambuco no Brasil colonial. Esta carta foi posteriormente dada pelos holandeses a João Fernandes Vieira. Durante a ocupação holandesa fugiu de Pernambuco abandonando suas propriedades.
Filhos: Gaspar de Mere de Sousa – professor em Coimbra.
Senhor do engenho Marapatigipe/Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
VITERBO, Sousa. O Doutor Gaspar de Mere. Lisboa, 1910.
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
GUEDES, Max Justo. Um roteiro apócrifo do Estreito de Magalhães: tentativa de identificação de autoria. UC Biblioteca Geral 1, 1970 - 16 pág
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edr. 34.3ª edição definitiva. São Paulo, 2007.

Miguel van Merenbergh – (Nada mais foi encontrado)
Coproprietário do engenho Marapatigipe /Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
www.delanocarvalho.com 
SCHWARTZ, Stuart B. Babilônias tropicais: açúcar ea criação do mundo Atlântico, 1450-1680: Açúcar e do making of do Mundo Atlântico, 1450-1680. UNC Press Books, 20/01/2011 - 368 pág.

Martins de Coutre (Martim do Couto) – (Nada mais foi encontrado)
Nota: "Martim do Couto", como o chamavam os luso-brasileiros, raptou uma filha de Mateus da Costa e com ela casou**.
Coproprietário do engenho Marapatigipe /Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
www.delanocarvalho.com 
SCHWARTZ, Stuart B. Babilônias tropicais: açúcar ea criação do mundo Atlântico, 1450-1680: Açúcar e do making of do Mundo Atlântico, 1450-1680. UNC Press Books, 20/01/2011 - 368 pág.
         
João Alemão Cisneiros – Capitão da Infantaria Paga de Regimento de Olinda. Capitão da 6ª Companhia de Regimentos de Milícias de Olinda. Candidato a Capitão de Granadeiros do Regimento de Olinda.   Capitão da 3ª Companhia de Regimento de Cavalaria Auxiliar do Cabo de Santo Agostinho. Capitão da Ordem do Terço do Distrito de Pernambuco. Capitão de Infantaria de Ordenança do Recife. Administrador do subsidio das aguardentes.  Capitão das Ordenanças do Distrito do Recife.
Curiosidades: Antônio de Sousa Barroso fez um requerimento onde pedia que lhe fosse dado o documento e que lhe fosse passada a provisão relativa a ação que tinha em juízo contra João Allemão Cisneiros, sobre a demarcação do engenho Marapatigipe.
Curiosidades: Em 20/10/1798, João Alemão de Cisneiros fez um requerimento à rainha D. Maria I, pedindo licença para tombar as terras de seu engenho Maratagipe na freguesia do Cabo, capitania de Pernambuco. Anexos: 2 docs. Fonte: Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco.
Senhor do engenho Marapatigipe/Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Editora Universitária UFPE, 2006 - 583 pág. https://www.google.com.br
BORGES DE FONSECA, Antônio José Victoriano. Anais da Biblioteca Nacional. Anais 1915 Vol 37 (3)


João Carneiro Leão – Filho de Braz Carneiro Leão (Barão de São Braz) e de D. Izabel Carneiro Leão. Neto paterno de Manoel Carneiro Leão Campelo e de sua primeira esposa Maria do Carmo Diniz Bandeira. Neto materno de Manoel Netto Carneiro Leão e de D. Maria Theodora de Barros Campelo. Nasceu em 23 ou 24.06.1834. formou-se em Direito pela Faculdade do Recife. 
Senhor do Engenho Matapagipe/Cabo de Santo Agostinho e partes do engenho do Monte/Cabo de Santo Agostinho.
C01- D. Anna Francisca Carneiro Leão, em 20.07.1853, sua prima – Filha de seu tio materno Manoel Netto Carneiro Leão e de D. Francisca Theresa Carneiro Leão. 
Filho: Álvaro Augusto Carneiro Leão
Fontes:
Notas Genealógicas de João Nazareno Carneiro Campelo – BRAZ0021D_D0003-04. Pág 49 / 324


Fontes consultadas:
** Mello. José Antônio Gonsalves de. "A Nação Judaica do Brasil Holandês", RIAP vol. 48 (Recife 1976) p. 349.
*Souza Leão, Joaquim de. Frams Posto, 1612-1680. Rio, 1973. Pág. 149.
BORGES DE FONSECA, Antônio José Victoriano. Anais da Biblioteca Nacional. Anais 1915 Vol 37 (3)
Brasil Viajante. A iconografia do Brasil nos Países Baixos do séculos XX. Uma tentativa de avaliação global. Disponível em: http://www.usp.br/revistausp/30/02-stols.pdf
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Editora Universitária UFPE, 2006 - 583 pág. https://www.google.com.br
Guedes, Max Justo. Um roteiro apócrifo do Estreito de Magalhães: tentativa de identificação de autoria. UC Biblioteca Geral 1, 1970 - 16 pág.
http://www.liber.ufpe.br/ultramar/modules/busca/resultadoa.php?i=10520&palavra=capitania%20de%20alagoas&exp=qq&sem=
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edr. 34.3ª edição definitiva. São Paulo, 2007.
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
Nassau-Siegen; Dussen; Keullen – 1638
PEREIRA, Levy. "Maruparijĩ". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Maruparij%C4%A9. Data de acesso: 19/01/2014
Revista do Instituto Arqueologico e Geografico de Pernambuco n. 147
Schott, 1636, pg. 58
SCHWARTZ, Stuart B. Babilônias tropicais: açúcar ea criação do mundo Atlântico, 1450-1680: Açúcar e do making of do Mundo Atlântico, 1450-1680. UNC Press Books, 20/01/2011 - 368 pág.
VITERBO, Sousa. O Doutor Gaspar de Mere. Lisboa, 1910.
www.delanocarvalho.com 

19/01/2014

Engenho Utinga, Utinga de Baixo e Utinga de Cima/Cabo de Santo Agostinho

O início da colonização da Capitania de Pernambuco data de 1535, com o Donatário Duarte Coelho Pereira. Em 1554, após seu falecimento, sua esposa, D. Beatriz (Brites) de Albuquerque dirigiu a capitania, enquanto aguardava a maioridade e o regresso de Portugal de seus filhos Duarte e Jorge de Albuquerque Coelho, primeiro e segundo Donatários respectivamente.
Engenho Brasil Colônia
Em 1560, intensificaram as ações para expulsar os índios Caetés e a conquista do sul da Capitania. Terminada a campanha, foram doadas em sesmarias as circunvizinhanças do Cabo de Santo Agostinho a diversos nobres e a pessoas ligadas ao donatário.
Uma das primeiras sesmarias a serem doadas foi a de João Paes Velho Barreto (1571), que fundou seu primeiro engenho banguê que denominou Madre de Deus (eng. Velho) e depois mais 08 engenhos que doou aos seus filhos. Com a construção dos engenhos como: Algodoais, Bom Jesus, Garapú, Guerra, Jurissaca, Nossa Senhora da Conceição, Massangana, Nossa Senhora das Candeias, Novo, São Brás, São João, Utinga e outros, a região do Cabo passou a representar o poderio econômico de Província de Pernambuco, época em que a cana-de-açúcar representava a força de crescimento da Colônia.
Em 1593, as terras do atual Município do Cabo de Santo Agostinho foram elevadas à freguesia, em fase de grande prosperidade, sendo a primeira povoação chamada de Arraial do Cabo (1618), formada pela Igreja Matriz de Santo Antônio e casas esparsas.
Em 1631, o Cabo de Santo Agostinho foi atacado pelos holandeses que dominaram Pernambuco até 1654. Após a expulsão dos invasores, as propriedades foram restituídas a seus donos e restabelecida a atividade açucareira na maioria de seus engenhos.
 
Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco
Engenho Utinga/Cabo de Santo Agostinho

            Os engenhos Utinga, Santana e Santa Rosa (hoje Ipojuca), situados em uma légua de terra em quadro, foram fundados por Filipe Cavalcanti, antes de 1623, em terras recebidas por concessão do 2º Donatário Duarte Coelho de Albuquerque na região do Cabo de Santo Agostinho.
Nota: A palavra Utinga é de origem tupi e significa "água branca", através da junção dos termos 'y ("água") e ting ("branco")

Felipe Cavalcanti (Felipe de Giovanni Cavalcanti) – Nasceu em 12/06/1525-Firenze/Itália, tendo sido batizado em Santa Croce, e faleceu em avançada idade, antes de 1614/Olinda, sepultado na capela de São João, matriz do Salvador/Olinda, hoje Igreja da Sé, da qual era seu padroeiro. Nota: Hoje não mais existem notícias da Capela de São João, pois com a invasão holandesa e o incêndio de Olinda, foram perdidos os cartórios públicos e a Matriz, não conserva nenhum altar a São João. Filho de Giovanni de Cavalcanti e de Genebra de Manelli, nobres florentinos. Seu pai era cortesão e comerciante de artes florentino que durante muitos anos tivera a proteção do Papa Médici, Leão X, seu “cubiculari”, homem de toda confiança, prestando-lhe serviços na Inglaterra, junto à corte de Henrique VIII.
Após o falecimento de Rei Leão X, a família Cavalcanti começam a sofrer retaliações políticas da família Médici, que dominava em Florença, que destruíram o sistema representativo florentino e desde o início do século enfrentavam contestações republicanas. Giovanni de Cavalcanti com medo da perseguição que vinha sofrendo resolve imigrar para a Inglaterra, levando toda sua família, aonde veio a falecer em 1542.
Após o falecimento de seu pai, Felippo Cavalcante volta à sua cidade natal, mesmo com o agravamento da situação política em Florença, e se envolve em episódios políticos contestatórios contra o Duque Cosme de Médici, junto ao seu parente Holdo Cavalcante Pandolfo Pueci e outros.
Por volta de 1560, Felipe foge para Portugal, onde se encontra com o seu primo Zenóbio de Francesco Acciaiuoli. Mas, por não se achar seguro em terras portuguesas e incentivado pela política de imigração de famílias qualificadas, toma a decisão de imigrar para o Brasil (1558), com 33 anos de idade, junto ao seu primo Zenóbio e Nicolau Spinel. Em Pernambuco, Filipe é acolhido por Duarte Coelho Pereira, o 1º Donatário, e se hospeda na casa de Jerônimo de Albuquerque, o Torto, seu futuro sogro.
Em junho de 1559 solicita a Cosme I de Médici a confirmação de sua nobreza, de acordo com a certidão de confirmação de nobreza assinada em 23/08/1559 pelo Cosme I de Médici, o Grande. Nota: A sua participação na dita conspiração Pucci & Cavalcanti só foi descoberta setembro do mesmo ano.
Curiosidades: Numa carta de 10/10/1578, escrita pelo seu amigo Filipe Sassetti a Baccio Valori, o florentino era descrito como um homem bem conceituado na Capitania, grande proprietário de engenhos e de extensos territórios, tinha muitos pajens e muitos escravos, montava muito bem seus cavalos de raça que eram ricamente ajaezados, organizava e tomava parte em cavalhadas e torneios públicos, vestia–se com grande distinção e elegância, orçando as suas despesas anuais em perto de 5.000 escudos.
Dele conta Scipione Ammirato, na sua “Istoria della Famiglia de Cavalcanti”: Filippo di Giovanni Cavalcanti, irmão (de Guido e de Schiatta) foi grandíssimo homem... Da qual recebeu alguns engenhos de refinar açúcar, e com seu engenho e modo tornou– se riquíssimo, e naquele país, grandíssimo homem, que adquiriu (boas) graças com aquele povo, e governou com seu engenho, porque tinha grande cabeça, todo aquele estado com grandíssima satisfação geral daqueles povos, que o estimavam grandissimamente, e tiveram muitos filhos, Jeronimo, João, Lourenço, Filipe, que viveram naquele reino honradamente, e não tiveram sucessão todos porque naquele reino se usa que o filho maior o verdadeiro herdeiro, e lhes toma todos os bens do pai como morgado, e é obrigado a apoiar os outros irmãos. Este foi Antônio, que nasce por volta do ano de 1560, e teve descendência...
Segundo Pereira da Costa os primeiros sesmeiros da Capitania de Pernambuco receberam suas datas de terras a partir de 1535. As famílias beneficiadas são quase todas ligadas à parentela do Donatário ou articuladas com capitais estrangeiros que aplicaram nos engenhos. Entre esses sesmeiros se encontrava Filipe Cavalcanti que recebeu terras, com uma légua de terra em quadro, na região do Cabo de Santo Agostinho, contínuas às terras de João Paes Barreto, que alcançava as duas margens do Rio Arassuagipe, atual Pirapama. Filipe construiu nessas terras 03 engenhos: o Santa Rosa/Cabo de Santo Agostinho, hoje Ipojuca, fundado em 1556; o Santana/Cabo de Santo Agostinho; e o Utinga/Cabo de Santo Agostinho. Nota: As famílias beneficiadas eram quase todas ligadas à parentela do Donatário ou articuladas com capitais estrangeiros que aplicaram na construção de engenhos.
Em Pernambuco foi: Lugar-Tenente (1588 e 1590), Capitão-mor de Goiana, Coronel das Ordenanças, Sargento-mor de Goiana, Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Participou de combates contra nativos e piratas. Administrador da Capela de São João/Olinda. Padroeiro, junto com a sua esposa, da Igreja de São Salvador/Olinda, Capela de São João.
Curiosidades: Em denúncia ao visitador do Santo Ofício, datada de 16/11/1593, Felipe Cavalcanti afirmou contra: “Anrique Mendes e sua mulher Violante Rodrigues, Antônio Dias e seu cunhado por alcunha Alma de Burzeguins, Diogo Fernandes e sua mulher Branca Dias, Diogo Lopes da Rosa, Francisco Vaz Soares, o vigário Corticado, Antônio Leitão, o Velho, e Antônio Dias, o Felpudo", que: a "gente da Nação" olindense se reunia na tal esnoga de Camaragibe, a 04 ou 05 léguas de distância da vila, onde "faziam suas cerimônias e que nas ditas luas novas de agosto iam", em seus carros enramados e com festas "ao dito Camaragibi a celebrar a festa do jejum" do Iom Kipur, o dia mais sagrado do calendário judaico.
Curiosidades: Em 29/10/1593, Amaro Gonçalves, também casado com uma filha de Jerônimo de Albuquerque, compareceu à mesa da Primeira Visitação do Santo Ofício, acusando Filipe Cavalcanti de possuir em sua casa, no eng. Araripe/Igarassu, uma “bíblia em linguagem”. Talvez em seu linguajar pobre, o autor da acusação não soubesse especificar que tipo de “bíblia” era aquela, que ele dizia que era para que “desse ao diabo para ler”, talvez não fosse uma bíblia, fosse outro livro, ou mesmo uma espécie de bíblia protestante, não se sabe. O certo é que o autor se mostrou tão confuso em seu depoimento que chamou o réu de “Cavalgante”, isto é, que anda a cavalo, e repete o nome errado várias vezes, embora Filipe Cavalcanti fosse homem de destaque e muito conhecido.
Outras acusações mais graves constam de outra denunciação. Segundo Gilberto Freire, Felipe Cavalcanti foi acusado também pela prática de sodomia. O sociólogo o afirma em duas obras., sendo a primeira em um livro escrito sobre um Cavalcanti do século passado, “O Velho Félix e suas ‘Memórias de um Cavalcanti” (pág. 306), e outras vezes em seu famoso estudo “Casa-Grande & Senzala” (Edt. Record, págs. 378 e 451). Senhor dos engenhos (1556): Santa Rosa /Cabo de Santo Agostinho, hoje Ipojuca; Santana/Cabo de Santo Agostinho; Utinga/Cabo de Santo Agostinho; Araripe/Igarassu (antes de 1584).
Casamento 01: D. Catharina de Albuquerque, a Velha. Nasceu em torno de 1544 e faleceu com mais de 70 anos em 04/06/1614, sendo sepultada na Igreja de São Salvador/Olinda, Capela de São João, de que ela e seu marido eram padroeiros. Filha primogênita de Jerônimo de Albuquerque, o Torto, com a índia Maria do Espírito Santo Arcoverde. Nota: D. Catharina foi perfilhada por seu pai através de um requerimento feito ao Rei D. Sebastião. Filhos: 01 – Diogo Cavalcante, falecido criança; 02 – Antônio Cavalcanti de Albuquerque, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, solicitado por sua mãe, que competia a seu pai e ave. Sucedeu seu pai na administração da Capela de São João/Olinda, c.c. Isabel de Goes, filha de Arnau de Holana e de D. Brites Mendes de Albuquerque, irmã de suas duas cunhadas. C.g; 03 – Lourenço Cavalcante de Albuquerque participou das guerras brasileiras.  Coronel do exercido na Bahia. Governador da Bahia. Governador do Cabo Verde. Casou na Bahia, c.g;  04 - Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque, Cavaleiro da Ordem de Cristo (1634), fugiu durante a ocupação holandesa para a Bahia (1635) abandonando seus 03 engenhos (Tracunhaém de Cima/Goiana, Três Paus/Goiana e [?]) governador de Cabo Verde/África, c.c. (?). C.g;  05 - Felipe Cavalcanti de Albuquerque acompanhou seu irmão Lourenço na Restauração da Bahia, viajando em uma fragata armada custeada pelo seu pai. Viajou para Coimbra para estudar Direito Cesário, mas abandonou os estudos e entrou para Ordem de São Francisco, professando no Convento de Santo Antônio de Lisboa a 19/02/1632. Guardião no Convento da Pedreira. Provincial da sua província, por eleição em 06/05/1662. Faleceu no Convento de Lisboa no dia 03/02/1693, com fama de religioso perfeito; 06 - Genebra Cavalcanti de Albuquerque c.c. Filipe de Moura Rolim , c.g; 07 - Joana Cavalcanti de Albuquerque c.c. Cosme Rangel de Macedo, c.g; 08 - Margarida Cavalcanti de Albuquerque c.c. Cosme da Silveira, c.g., e depois com João Gome de Mello, c.g; 09 - Catarina Cavalcanti de Albuquerque c.c. Antonio de Holanda Vasconcelos, c.g; 10 - Felipa Cavalcanti de Albuquerque; 11 - Brites Cavalcanti de Albuquerque que faleceu solteira.
Fontes consultadas:
ALBUQUERQUE, Cássia; CAVALCANTI, Marcelo e DORIA, Francisco. Cavalcantis: na Itália, no Brasil, p.16. Rio de Janeiro, 2010.
BARRETO, Carlos Xavier Paes. Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e seus Descendentes. Edt. Melso Soc. Anônima. Rio de Janeiro, 1960.
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca de 1902, 1903, 1025, 1926.
Carta ao duque de Florença, Cosimo de' Medici, solicitando-lhe que certificasse a nobreza de Filippo Cavalcanti, para que este pudesse receber uma condecoração do rei de Portugal, em 1558.
http://164.41.2.93/biblioatlas/S._Miguel_(engenho)
http://batistacavalcante.blogspot.com.br/2008/09/filipe-cavalcante-foi-ru-do-santo-ofcio.html
http://origem.biz/ver_cadastro1.asp?id=3689
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filippo_Cavalcanti
http://www.catedra-alberto-benveniste.org/dic-italianos.asp?id=302
http://www.myheritage.com.br/site-73756931/familia-cavalcanti-niteroi-rj-brasil
http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/viewFile/32/32
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882002000100004
https://docs.google.com/document/d/1cfOTkxMD5T8hBj2XvGYA1pFiFsrypaeIzzOAEZ0-WMY/edit?hl=en_US
Inquisição, religiosidade e transformações culturais: a sinagoga das mulheres e a sobrevivência do judaísmo feminino no Brasil colonial — Nordeste, séculos XVI-XVII. Revista Brasileira de História. Vol. 22. Nº 43. São Paulo, 2002.
Primeira Visitação do Santo Ofício às Partes do Brasil 3/4 Denunciações e Confissões de Pernambuco. Recife: FUNDARPE, 1984, pp. 75-77.
Revista genealógica latina, Volumes 8-11

O engenho Utinga ficava localizado no vale do Rio Utinga de Cima a ½ milha do engenho Molinote, freguesia do Cabo de Santo Agostinho, sob a jurisdição de Olinda/PE, e possuía uma Igreja dedicada a São Francisco. Tinha 01 milha de terras, com poucas várzeas e muitas matas. A casa de purgar e das caldeiras eram feitas de taipa, sua moenda era movida à água de um açude. Podia moer anualmente 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar, pagando 03% de recognição sob sua produção. Em 1623 o engenho produziu 2.750 arrobas de açúcar (macho, o atrás monta).
Segundo o Relatório de Schott, em 1636, quando os holandeses chegaram a Pernambuco o engenho Utinga pertencia a Julião Paes d’Altro e se encontrava abandonado. Na casa das caldeiras encontraram: 03 tachos, 03 caldeiras e 03 escravas idosas com uma criança que o proprietário não pode levar em sua fuga de Pernambuco.

Julião Paes d’Altro (de Altero ou Daltro) – Faleceu na guerra holandesa. Durante a invasão holandesa fugiu com o General Mathias de Albuquerque, juntamente com outros senhores de engenhos e respectivas famílias, deixando para trás o que não puderam carregar, para que não experimentassem indignas violências por parte dos invasores. Durante a fulga sofreram com as descomodidades, trabalhos e aflições de uma jornada dilatada e cheia de perigos; sendo-lhes necessário ajuntarem-se mais de 8.000 mil pessoas nesta primeira peregrinação, para se livrarem dos assaltos e acometimentos dos holandeses, que os perseguiram até o Rio São Francisco. Julião Paes participou da guerra holandesa junto com João Paes Barreto, Rodrigo de Barros Pimentel, seu cunhado Christovão Botelho e outros mais. Senhor  do engenho São Braz/Cabo de Santo Agostinho; Santa Luzia/Cabo de Santo Agostinho; Utinga/Cabo de Santo Agostinho.
O eng. Utinga foi confiscado e os outros foram vendidos a João Paes Barreto.
Fontes consultadas:
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. Informações sobre senhores de engenho de Pernambuco no século XVII. Disponível em: http://www.arquivojudaicope. org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?Id=6
Alexandre José Mello Moraes, Basto (Marquez de), Ignacio Accioli de Serqueira e Silva. Memorias diarias da guerra do Brasil por espaço de nove annos: começando em 1630 deduzidas das que escreveu o marquez de Basto, conde e senhor de Pernambuco. Typ. de M. Barreto, 1855 - 164 páginas
Barreto, João Paes (pai) - eng. São Brás, Sta. Luzia, Jurissaca, Garapu, Algodoais, Trapiche, Guerra, Utinga, Pirapama, Sto. Estevão (todos no Cabo) - participou da guerra holandesa; dos seus 12 engs. 2 foram comprados a Julião Paes de Altero. http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_ detalhe.php?id=6
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacioanl de 1903 – vol. 25,
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Fontes para a História do Brasil Holandês. A Economia Açucareira. 2º edição. CEPE. Recife, 2004.
Pereira da Costa, 1951 Volume 7, Ano 1812, pg. 326.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27

O engenho Utinga foi citado no mapa holandês: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) - plotado como engenho, 'Outinga', no vale do 'Rº. Piripama'. Nomes históricos: Utinga (Outinga) e São Francisco.
            O engenho por se encontrar abandonado foi confiscado pela Companhia das Índias Ocidentais, e mesmo estando totalmente destruído, sem cana, só com matas e uma velha casa de purgar foi vendido a Gaspar Wanderley, em 17/05/1642, pela soma de 20.000 florins, além de 40 escravos, cujo preço total seria acrescentado ao do engenho. Toda a dívida deveria ser paga em prestações de 8.000 florins por ano, a partir de janeiro de 1645.
O preço pago pelo eng. Utinga foi muito alto, o que aumentou enormemente a sua dívida com a WIC, levando Gaspar Wanderley a fazer um requerimento ao Alto Conselho Holandês, para revisão do cálculo do valor da venda e um desconto. A solução veio em março de 1643: reduzindo o valor para 10.000 florins, mas quanto à compra dos 40 escravos tudo ficava como antes foi estabelecido. Nota: Não se tem notícias se Gaspar Wanderley reconstruiu o engenho Utinga e se pagou suas dívidas.

Gaspar Wanderley (Gaspar van Nieuhoff van der Ley) – Nasceu em 1595/Brandenburgo-Alemanha e faleceu em cerca de 1666. Filho de Wilhelm V. Neuenhof V. Der Ley. Chegou ao Brasil por volta de 1630, contratado pela Wea Insiche Compagnie (Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil) como Capitão de Cavalaria das tropas holandesas na expedição que estabeleceu o domínio holandês do Brasil, no período 1630 a 1654.
Serviu à WIC em vários postos militares e administrativos e, após o término do seu contrato, permaneceu no Brasil junto com a família que tinha constituído em Pernmabuco.
Em 1639, foi feito um edital pelos holandeses, no qual todos os habitantes foram obrigados a se alistarem, cada um no seu distrito, tendo em vista a presença da esquadra hispano-portuguesa do Conde da Torre, na Bahia e a esse respeito os Altos Conselheiros escreverem na Generale Missive de 05/08/1639: "Para fazer ostentação do nosso poder entre os moradores, registramos todos os habitantes holandeses, franceses, ingleses e alemães...., com seus cavalos e armas. Mas se bem tenhamos criado muitas companhias de infantes e cavalarianos, os nomes registrados não vão além de 400. Procedemos assim porque se fazia necessário mostrar um número respeitável aos portugueses, deixando-os presumir que havíamos reunido mais gente do que, de fato, havíamos conseguido". Sendo Gaspar Wanderley uma das pessoas mais importantes da freguesia do Cabo, com grande experiência militar, foi nomeado para o posto de Coronel de Infantaria e de Cavalaria das tropas formadas por civis, recebendo ordem de estar de sobreaviso e de se apresentar logo que chamado.
Em Pernambuco, Gaspar Wanderley exerceu os cargos de Escabino da Câmara de Olinda (1638) e da Cidade Maurícia (1641), para onde a Câmara de Olinda tinha sido transferida em 1639, por aí estar estabelecida a sede do Governo Holandês no Brasil.
Em 1642, os moradores das freguesias de Santo Antônio do Cabo, Ipojuca e Muribeca, mandaram Gaspar Wanderley e Manuel Fernandes Cruz (eng. Tapacurá) em comissão perante o Alto Conselho holandês, a fim de expor os inconvenientes de estarem sujeitos ao Tribunal de Maurícia, devido a longa distância entre as duas freguesias, pedindo que fosse instituída uma Câmara de Escabinos em Santo Antônio do Cabo (Cabo de Santo Agostinho), no que foram atendidos pouco tempo depois. No dia 22/07/1642 Gaspar Wanderley foi incluído pelos eleitores das três freguesias na lista e eleito no dia seguinte pelo Conde e Alto Conselho.
Gaspar Wanderley gozava de boa reputação entre os holandeses e luso-brasileiros, era pessoa honrada e estimada, de cuja lealdade ninguém duvidava. Alguns historiadores aponta-o como infiel à sua gente, tomando o partido dos luso-brasileiros, no cerco de Pontal de Nazareth e nas lutas que se seguiram. Mas a verdade é que Gaspar não tinha mais um contrato com a Companhia das Índias, tinha só interesse familiar, pois não era mais funcionário da W.I.C., fora o interesse econômico, uma vez que era devedor da Companhia num montante de 50.000 florins.
Em 21/07/1638 adquiriu o engenho Algodoais (depois eng. Velho)/Cabo de Santo Agostinho, que tinha sido confiscado de Miguel Pais Barreto. Reparou o engenho, replantou suas canas e comprou 30 escravos. O engenho moeu pela primeira vez em 1640, com uma produção anual de 1.500 a 1.600 arrobas de açúcar, tinha uma casa de purgar e de caldeiras em alvenaria. Os lavradores eram: Major Cornelis Bayert e Samuel Halters. As grandes despesas necessárias para consertar e replantar o engenho Algodoais, junto com a improdutividade do mesmo nos primeiros anos depois da compra, deve ter esgotado seus recursos financeiros.
Em 17/05/1642, Gaspar Wanderley adquiriu o eng. Utinga, pela soma de 20.000 florins, além de 40 escravos, cujo preço total seria acrescentado ao dos engenhos. Toda a dívida deveria ser paga em prestações de 8.000 florins por ano, a partir de janeiro de 1645. Os engenhos estavam totalmente destruídos, sem cana, só com matas e uma velha casa de purgar. O preço que pagou foi muito alto, o que aumentou enormemente a sua dívida com a WIC, levando-o a fazer um requerimento ao Alto Conselho Holandês, para revisão do cálculo do valor da venda e um desconto. A solução veio em março de 1643: reduzindo a compra dos engenhos para 10.000 florins, mas quanto a compra dos 40 escravos tudo ficava como antes foi estabelecido.
Em 25/03/1643, Gaspar hipotecou o eng. Algodoais à Companhia das Índias Ocidentais, pela importância de 49.964 florins, a qual, aliás, até 1663 não tinha conseguido pagar, pois a compra de engenhos confiscados era geralmente feita alongo prazo, em especial quando se tratava de engenhos arruinados e que não tinham possibilidade de dar lucro algum nos primeiros anos depois de efetuada a compra. Gaspar deve ter comprado o engenho Algodoais a um prazo razoavelmente longo, e não compreendemos como ele, em 1643, quando o engenho certamente ainda não estava pago, podia hipotecá-lo por uma quantia uma mais alta do que o preço da compra. Não sabemos se teria consertado e replantado o engenho Utinga, pois documentos posteriores a esta compra apenas se referem a Gaspar como senhor do engenho Algodoais, onde tinha sua residência. O engenho Utinga não chegou a moer devido à Insurreição Pernambucana.
Senhor dos engenhos: Algodoais, depois Velho/Cabo de Santo Agostinho, Santo Inácio, Utinga/Cabo de Santo Agostinho.
Casamento 01: Maria Gomes de Melo, com a qual se casou após ter-se convertido ao catolicismo. Filha da Manuel Gomes de Melo e de D. Adriana de Almeida Lins (eng. Trapiche ou Nossa Senhora da Conceição/Cabo de Santo Agostinho). O casal passou a morar no eng. Trapiche (1636) que pertencia a sua sogra, que já era viúva.
Nota: Embora a população não aceitasse esse tipo de casamento, de mulheres da terra com estrangeiros e de outra religião, o de Gaspar, pois tanto os holandeses como os luso-brasileiros o consideravam uma pessoa nobre e honrada; tanto é que quando os portugueses saquearam os engenhos que estavam sob a posse de holandeses, pouparam os de Gaspar. Filhos: 01 - João Maurício Wanderley, nascido em 1641, seguiu, como o pai, a carreira militar, "com forte atuação na Restauração da Freguesia de Palmares", Cavaleiro da Ordem de Cristo. C.c. Maria da Rocha Lins, filha do Capitão Clemente da Rocha Barbosa (Cavaleiro da Ordem de São Bento de Avis e Sargento-mor da Comarca de Pernambuco) e de Ignez Lins. O casal teve 15 filhos, entre os quais Sebastião Maurício Wanderley com 12 filhos e Gonçalo R. Wanderley com 23 filhos; 02 - Manoel Gomes Wanderley c.c. Mécia de Barros, filha de Rodrigo de Barros Pimentel e de Jerônima de Almeida; 03 - Gaspar Wanderley (II), Capitão de Ordenanças do Cabo de Santo Agostinho.  C.c. Anna Ferreira; 04 - Adriana Wanderley, a única filha, casou-se com Manuel Coelho Negromonte (eng. Guerra) filho de Francisco Coelho Negromonte e de D. Brásia Monteiro. NOTA: D. Maria depois que ficou viúva casou com João Batista de Acioli - Fidalgo da Casa Real e sargento-mor da comarca de Pernambuco - e dele teve: 01 - Zenóbio Acciaioli de Vasconcellos; 02 - João Baptista Accioli; 03 - Gaspar Accioli de Vasconcellos, nascido em 1665, c.c. Joana Cesar Fernandes; 04 - Francisco Accioli de Vasconcellos; 05 - Antônio Accioli de Vasconcellos; 06 - Miguel Accioli de Vasconcellos; 07 - Maria Accioli; Francisca Accioli; 08 - Anna Cavalcanti; e Margarida Accioli c.c. Filipe de Moura Acioli.
Nota: A família Wanderley não permaneceu fiel apenas ao patronímico do fundador, mas ao próprio prenome, a ponto de descendentes suas ainda se chamarem Gasparina em pleno século XX. Ademais, por adulação ou amizade sincera a Nassau, Gaspar poria no primogênito o nome de João Maurício, exemplo seguido pela família. Até há alguns decênios, o nome de batismo do Conde indicava, com toda segurança, um Wanderley, constituindo urna espécie de marca registrada da estirpe.
           “Ser Wanderley é pertencer a uma família fundada no século XVII por holandês que se tornou brasileiro por vontade própria, por livre escolha, por opção consciente. Pois assim é que procedeu ao Capitão Gaspar Van der Ley, ao proferir no Brasil o primeiro grande 'fico'... Casando-se com sinhazinha da família Mello, Gaspar integrou-se de corpo e alma num Brasil já então firmado na primeira grande civilização, criado por europeus no trópico, à base da lavoura da cana e do fabrico do açúcar... Esse holandês que não voltou, com a maioria dos seus companheiros, à Holanda, mas permaneceu em Pernambuco, e aqui fundou família; cresceu; multiplicou-se. Deu ao Brasil o seu sangue; e de tal modo que esse sangue vem há séculos animando toda uma sucessão de brasileiros, alguns ainda hoje alourados e até ruivos, a serviço do Brasil, uns na administração pública, outros na agricultura; vários na política, alguns nas indústrias, outros nas letras, tantos no sacerdócio, no magistério, nas artes, em carreiras militares..." Gilberto Freyre
Fontes consultadas:
ANTT, HOC, J, 88, 66; Anita Novinski, Uma devassa do bispo D. Pedro da Silva, p. 265.
ARRUDA, Gustavo. Historia do Recife XI. Disponível em: https://docs.com/JBK1
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais de 1925. Vol. 47. Pág. 115
BRANDÃO, Noemia Paes Barreto Coronel Vicente Mendes Wanderleye sua Descendência
CALADO, O Valeroso Lucideno, I, pp. 125, 206-7, 307 e 310.
FRANCISCO José Moonen, Gaspar van der Ley no Brasil, Recife, 1968, pp. 12-6.
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http://freimilton-ofm.blogspot.com/2009/04/um-pouco-da-historia-de-ipojuca_26.html
http://gw1.geneanet.org/gilenob?lang=es;p=gaspar+achioli+de+filho;n=vasconcelos
http://origem.biz/ver_cadastro1.asp?id=1792
http://www.delanocarvalho.com/Pages/pernambuco.aspx
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=60524
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MELLO, Evaldo Cabral de, "O Nome e o Sangue", Companhia das Letras, pag. 224-225, SP.
MELLO, José Antônio Gonsalves de., Tempo dos Flamengos, pag. 146-147, Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda. Rio de Janeiro, 2001
MOONEN, Francisco José. Gaspar Van der Ley no Brasil. Monografia nº 5. Universidade Federal de Pernambuco. Instituto de Ciências do Homem. Imprensa Universitária. Recife, 1968
PEREIRA, Levy. "Utinga (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Utinga_(Engenho_de_roda_d%27% C3%A1gua). Data de acesso: 16 de janeiro de 2014.
WANDERLEY, Ivo Ricardo. http://www.irwanderley.eng.br
WANDERLEY, Paulo Mauricio - http://www.pmw.adm.br/biografia.htm

            Em 1642 o engenho aparece dividido em dois: Utinga de Baixo e o Utinga de Cima e pertencendo ao Dr. André Cavalcanti (nada foi encontrado) e filhos.

André Cavalcanti – (s.n.m.)
Fontes consultadas:

A casa grande do engenho Utinga serviu de sede para a revolução Praieira, em 1817, liderada pelo médico José Beltrão Mavignier.
Casa do eng. Utinga de Baixo/Cabo de Santo Agostinho
O Capitão-mor Francisco de Paula, com um corpo de tropa de 500 homens, sendo duzentos de linha e o restante de milícias e ordenanças, se detiveram no eng. Utinga, vindos do eng. Gurjaú, onde foram atacados pela tropa luso-brasileira, numa batalha que durou até às 17:30 hs, sendo preso na ocasião o Frei Caneca. No outro dia se retiraram deixando para trás alguns carros com chuços, clavinas e pólvora, que não puderam levar para o eng. Garapu.
No engenho Utinga, em 1849, combateram as tropas praieiras de José Luís Beltrão Mavignier, juntamente com Nunes Machado, Peixoto de Brito, Villela Tavares e Afonso Ferreira. As matas do engenho protegeram, no ex-espaço insurrecional cabano, os insurretos praieiros de Pernambuco que as tropas de Vicente de Paula recusaram a combater, depois voltavam à antiga serventia de couto e abrigo de rebeliões.

Proprietários encontrados
  
            Na escritura de contrato para a construção do engenho Utinga de Baixo (1849), dizia que sua moenda seria movida à água, seria construída a casa grande com 60 palmos de frente e 50 de fundo; uma casa para as caldeiras com 40 palmos de frente e 50 de fundo; uma casa de purgar (refinar o açúcar) com 140 palmos de frente e 50 de fundo; telheiro para cobrir a roda, com 06 palmos de frente e a largura que seria preciso para cobrir a mesma roda, sendo as paredes da casa do engenho dobradas e as outras paredes singelas. O cavouco seria feito de pedra e cal, o mais seria de barro e tijolo, sendo toda a obra rebocada e caiada, sendo o encaixamento incluído, no fim da casa de purgar, tendo os pilares 04 palmos de largura e altura de 16 palmos craveiros. Que o aceitante seria obrigado a pôr a moenda e os vasos precisos, a moenda de ferro e as virgens de pau; na casa das caldeiras teriam 05 vasos, sendo 04 de cozer e um de esfriar. A casa de purgar teria dois balcões grandes de secar açúcar, e as casas teria as portas necessárias, estas com suas fachadas e os andares assemelhados com tábuas aparelhadas. (Gomes, Geraldo. Engenho e Arquitetura. Edt. Massangana. Recife, 2007).
            A área do engenho Utinga de Cima é de 608 hectares e hoje é ocupada por 218 habitantes, com 66 domicílios, sendo 58 em área rural e o restante em área urbana.

João Felipe de Souza Leão – Com fotografia na Coleção Francisco Rodrigues: FR-05209 e FR-05207. Senhor dos engenhos: Utinga de Baixo/Cabo de Santo Agostinho; Engenho Amaragi/Ribeirão.
Casamento 01: Anna Alves de Souza Leão. Com fotografia na Coleção Francisco Rodrigues FR-05206. Filhos: 01 - Inês Escolástica de Souza Leão, nascida em 09/04/1876, c.c. com Lourenço Bezerra Alves da Silva, primeiro Barão de Caxangá.
Fontes consultadas:
digitalizacao.fundaj.gov.br

            Após o falecimento de João Felipe de Souza Leão o engenho passou a pertencer a sua filha Inês Escolástica de Souza Leãpo c.c. Lourenço Bezerra Alves da Silva, Primeiro Barão de Caxangá.
           
Lourenço Bezerra Alves da Silva – Nascido em 1834 e falecido em 05/06/1904-eng. Tabatinga/Cabo Santo Agostinho. Filho do Cel. José Moreira Alves da Silva e de Maria Bezerra de Andrade. Chefe político de Ipojuca. Coronel da Guarda Nacional. Capitão. 2º Suplente de Juiz Municipal de Ipojuca (1880). Primeiro e único Barão de Caxangá, agraciado pelo Dec. 20/07/1889. Com fotografias na Col. Francisco Rodrigues; FR-3849.
Senhor dos engenhos: Abreu/Nazaré da Mata, Bom Fim/Ipojuca, Caxangá (hoje usina)/Ribeirão, Jasseru/Sirinhaém, Jasmim/Cabo Santo Agostinho, Tabatinga de Santa Luzia/Cabo Santo Agostinho e Utinga de Baixo/Cabo Santo Agostinho.
Casamento 01: Inês Escolástica de Souza Leão, nascida em 09/04/1876 e falecida em 1902/eng. Bom Fim/Ipojuca, Baronesa de Caxangá. Filha de Lourenço Bezerra Alves da Silva e de Ines Escolastica de Souza Leão (1).
Filhos: 01 - Isabel Alves da Silva c.c. José Ernesto Pereira de Lima, herdeiros do engenho Utinga.
Fontes consultadas:
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro - 1891 a 1940 - PR_SOR_00165_313394

            O engenho Utinga foi herdado por sua filha D. Isabel Alves da Silva c.c. José Ernesto Pereira de Lima.

José Ernesto Pereira de Lima – Nascido em 11/08/1866-eng. São Pedro/Escada. Falecido em 29/06/1918, na Rua Barão de São Borja, 254-Boa Vista/Recife. Filho de Ernesto Gonçalves Pereira de Lima (Usina Brejo) e de Anna Leopoldina Pereira Cascão. Com fotografia na Col. Francisco Rodrigues; FR-3697, FR-05798. Senhor dos engenhos: Vicente Campelo/Escada; Utinga/Cabo de Santo Agostinho
Casamento 01: Isabel Maria Alves da Silva, filha de Lourenço Bezerra Aloves da Silva e de Inês Escolástica de Souza Leão. Nascida em 09/04/1876 e falecida com apenas 26 anos de idade (1902). Com fotografia na Col. Francisco Rodrigues; FR-2819. Filhos: 01 – Lucila da Silva Lima, nascida em 14/12/1892-eng. Utinga de Baixo, que pertencia ao seu avô materno o Barão de Caxangá, c.c. o comerciante João Ferreira de Moraes Maia, filho de Serafim Ferreira de Loureiro Maia e Ermelinda de Moraes Maia; 02 – Maria Carolina da Silva Lima – Religiosa Dorotéia. Nascida em 22/06/1895- eng. Tabatinga/Ipojuca; 03 – Ignez da Silva Lima – Nascida em 22/02/1898-eng. Tabatinga/Ipojuca. C.c. o Deputado Mario Domingues da Silva, filho de José Domingues da Silva e Davina Alves de Araújo.
Casamento 02: Aquilina Maria Pereira, que teve um realcionamento extraconjugal com Zezinho do Brejo. Filhos: 04 - José Fragoso Lima. Nascido em 22/04/1900; 05 - Eurico Fragoso Lima que faleceu ainda moço e solteiro; 06 - Lídia Fragoso Pereira de Lima (nada consta).
Filhos com (?): 07 - Nome ignorado; 08 – Sebastião.
Filhos com (?): 09 - Josefa; 10 - Maria;
Casamento 03: Thereza de Jesus Queiroz Monteiro, na residência do Major João de Moraes Monteiro, no Engenho Vargem Grande, em 02/07/1908, às 5h da tarde. Nascida em 1874 e falecida em 21/06/1925 no Recife. Filha de Caetano Correia de Queiroz Monteiro e de Brites Sebastiana de Moraes Monteiro. Filhos: 11 - Ernesto Gonçalves Pereira de Lima, nascido em 12/12/1909; 12 - Anna Monteiro Pereira de Lima, nascida em 24/03/1911; 13 - Maria do Carmo Monteiro Lima, nascida em 24/03/1911.
Fontes consultadas:

Utinga de Cima

Sua área de 1608 hectares é ocupada por 280 habitantes, com 91 domicílios sendo: 74 em área rural e 10 em área urbana. A Vila do Poço, bem próxima a barragem de Utinga, é considerada de alta densidade de edificações.
No século XX, Clóvis José Barbosa (nada mais foi encontrado) aparece como proprietário do eng. Utinga de Cima cujas terras foram desapropriadas através do decreto estadual 2.485/73 e 4.443/77, alterados pelo 4.544/77, para instalação do Complexo Industrial Portuário de SUAPE, em área de Preservação Ecológica Permanente (ZPEC), sob a supervisão e fiscalização do CPRH – Companhia do Meio Ambiente de Pernambuco, que procedeu no local um reflorestamento de árvores frutíferas.



Fontes consultadas:
PEREIRA, Levy. "Utinga (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Utinga (Engenho_de_roda _d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 31/12/2013.