O engenho Três Paus não possuía uma igreja. Suas
terras tinham cerca de 1/2 milha, sendo a maior parte de montes e matas,
ficavam a um quarto de milha do eng. Pirapama, na margem direita do Rio Pirapama, sob a
jurisdição der Olinda e freguesia do Cabo Santo Agostinho. Sua casa de
purgar e das caldeiras eram de taipa. Possuía uma só moenda movida a bois e
podia fornecer anualmente 1.100 a 1.200
arrobas de açúcar; pagando como recognição 1 e ½%.
Nomes históricos: Engenho Vieira (Viera);
Engenho de Três Paus. Hoje o engenho se encontra submerso pela Barragem do
Pirapama, município de Cabo de Santo Agostinho-PE, que garantiu o abastecimento
d'água para a população rural e urbana de várias localidades, e propiciou o o
desenvolvimento socioeconômico da região.
Barragem do Pirapama |
O
engenho foi citado nos seguintes mapas coloniais: Mapa
PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como
engenho, 'Vieira, na margem direita do 'R. Piripama'; Mapa PE (Orazi, 1698) Provincia
di Pernambvco, plotado, 'Viera', na m.d. do 'Pirapáma' - 'Piraparma' (Rio
Pirapama).
Segundo
o relatório de Schott (1636) o engenho Três Paus pertencia a João Rodrigues
Caminha (nada foi encontrado), que tinha fugido no grande êxodo dos
senhores de engenho que acompanharam o General Mathias de Albuquerque, quando
os holandeses invadiram Pernambuco. Na casa de purgar e na das caldeiras os
holandeses encontraram21 caixas de açúcar pertencentes
ao senhor do engenho e mais 552 fôrmas que, segundo a conta do purgador,
renderam 617 arrobas de açúcar branco e 61 arrobas de açúcar mascavado. Tirado
o dizimo, ficam para o lavrador 222 arrobas de açúcar branco e 22 arrobas de
açúcar mascavado
e restam para a Companhia 394 arrobas de açúcar branco e 39 arrobas de açúcar
mascavado, dos quais foram feitas 19 caixas que, com a marca da Companhia,
foram mandadas para o Cabo e a Barreta.
O
engenho Três Paus, por se encontrar abandonado e de fogo morto foi confiscado
pela Companhia das Indias Ocidentais e arrendado a Antônio Vieira, nessa época o engenho passou a ser denominado “engenho
molinote de Antônio Vieira”.
Antônio
Vieira de Mello – Natural de Catanhede/PT. Filho
de Manoel Francisco e de Francisca Gonçalves, gente honrada e das principais da
vila de Catanhede/PT.
Chegou a
Pernambuco antes da invasão holandesa. Vereador da Câmara de Olinda (1630).
Juiz Ordinário de Olinda. Fidalgo da Casa Real. Capitão de Cavalos durante a
Restauração Pernambucana. Sargento-mor da Comarca (Sargento-mor de estado) após
a expulsão dos holandeses.
Casamento 01: Margarida
Muniz. Filha de Marcos Fernandes Bittencourt e de Paula Antunes,
naturais da Ilha da Madeira/PT. Neta paterna de Manoel Francisco e de Francisca
Gonçalves, pertencentes a família honrada da vila de Catanhede como consta em
um instrumento passado em 20/05/1680, pelo Dr. Manoel da Costa Almeida, Cônego
Doutoral da Se da Guarda.
Senhor
do engenho Três Paus/Cabo de Santo Agostinho
Filhos: 01 – Antônio Vieira de Mello – Sargento-mor da Comarca, Cavalheiro da
Ordem de Cristo. C.c. Anna de Campos, na Bahia, filha de Jacinto de Campos. S.g.;
2 – José Vieira de Mello – Clérigo Presbítero
e Vigário confirmado da Paróquia de São Miguel de Ipojuca; 3 – Manoel de Mello, falecido solteiro na
Bahia; 4 - Dionísio Vieira de Mello –
Cavalheiro Fidalgo da Casa Real; Capitão de Infantaria paga; Cavalheiro da
Ordem de São Bento de Aviz. Senhor do engenho Trapiche/Ipojuca, sobre o qual
teve litígios com Felipe Cavalcanti de Albuquerque e por consequência ficou com
o eng. Tapera, que coube de herança a o Padre Francisco Dias Teixeira, seu
filho que o vinculou. C.c. D. Maria Barbosa, filha de Antônio Teixeira Barbosa
e de Anna Mendes. Neta paterna de Gaspar Teixeira e de Anna Nogueira. C.g.; 5 –
Bernardo Vieira de Mello – Capitão
de Ordenanças. Cavalheiro Fidalgo da Casa Real; Sargento-mor da
Comarca de Pernambuco. Em 1671 recebeu uma sesmaria juntamente com Antonio Pereira Pinto e Manoel Vieira de Lemos. C.c. Maria Camelo,
filha de Belchior Alves Campelo e de Joanna Bezerra. C.g.; 6 – Ângela Vieira c.c. Dr. Antônio Pereira
da Fonseca que era Ouvidor da Ilha 3ª. S.g.; 7 – Paula Vieira de Mello c.c. Gonçalo Novo de Lira, filho de Gonçalo
Novo de Lira (o Ruivo) e de Anna Correia. C.g.
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio Jose
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional de 1925.
http://terradomagano.blogspot.com.br/2011/10/origens-das-familias-de-pernambuco-os.html
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio Jose
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional de 1925.
PEREIRA, Levy. "Vieira
(engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Vieira_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 23 de janeiro de 2014
www. delano carvalho
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