Fontes

A maioria das informações vêem com a devida validação abaixo da publicação. Algumas não foram possíveis de indicar a fonte, mas demos à informação o valor e a importância que mereceu e esperamos poder validá-la com posteriores pesquisas.

19/11/2014

Monjope/Igarassu

O engenho Monjope/Igarassu é uma propriedade rural de grande valor histórico, por ainda existir edifícios característicos de um engenho: casa-grande, capela, senzala, moita e a casa do capitão-do-mato. O acesso é feito através da BR 101, sentido Goiana-Recife, e pela estrada do Monjope. Desde o ano 1986, o engenho está em processo de desapropriação e sua administração é de responsabilidade da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE.
Casa grande e igreja do engenho
Ao entrar no terreno se percebe várias edificações abandonadas e em processo de completa destruição: a casa do capitão do mato, a senzala, a casa grande, uma igreja, um sistema de captação de águas em piscinas e dutos que faziam o moinho funcionarem, provavelmente do Rio Monjope/Igarassu que foi possivelmente desviado e canalizado pela Companhia Beberibe (proprietária em 1889); e, outras construções que foram edificadas nas décadas de 60 e 70, que integram o acervo imobiliário do Monjope: uma guarita que controla o acesso ao ambiente, vários sanitários, e uma casa do século XX que foi reformada.
A casa grande do Monjope é uma construção de dois pavimentos, com água-furtada, e estrutura de apoio. É caracterizada pelas arcadas na fachada do acesso principal, encimadas por portas em arco abatido do andar superior, protegidas por sacadas com guarda-corpo em ferro fundido. A escada que leva ao pavimento superior e interna e precedida de um pequeno vestíbulo, no pavimento térreo, alem de galeria. Alem disso, os cômodos do rés-do-chão parecem ter-se destinado a alojar escravos e serviçais ou a depósitos. Este tipo de construção ocorria quando o engenho não dispunha de edifício para tais fins específicos. 
A capela, situada ao lado da casa grande, dedicada a São Pedro, foi construída (1756) pelos Jesuítas de Olinda, e apresenta coro e púlpito, além da torre sineira, sacristia e ossuário. Acima da porta da capela existe a data de 1726,  ano de sua reconstrução. Em 1816 foi restaurada e em 1926 sofreu remodelação, quando foi construída sua torre sineira, por Vicente Novelino Filho.
A moita (fábrica) fica localizada à esquerda da casa grande, e apresenta, ainda hoje, toda a estrutura do mecanismo da moenda, da canalização das águas que a fazia girar para o fabrico do mel da cana e da aguardente, inclusive a roda metálica que era a única do tipo em a região. Próxima à moita, em posição estratégica, está situada a casa do Capitão-do-mato e do lado oposto, a senzala. 
Outras construções integram hoje o acervo imobiliário do Monjope: a guarita que controla o acesso ao ambiente, uma bateria de sanitários, ambos construídos nas décadas de 60 e 70, e uma casa de morar, construção reformada de uma primitiva construção dos meados do século XX.



Outras construções integram o acervo imobiliário do Engenho: a guarita que controla o acesso ao ambiente, uma bateria de sanitários, construídos nas décadas de 60 e 70, e uma casa que foi reformada de uma primitiva construção dos meados do século XX.
Vista aérea

Proprietários:

No princípio da colonização de Pernambuco o casal Antônio Jorge e Maria Farinha recebeu uma sesmaria do Donatário da Capitania. Após a construção do engenho Nossa Senhora do Rosário (1639), o casal desmembrou 800 braças em quadra ou 1760 metros quadrados de suas terras, e as doaram "por amor, em graça", aos Jesuítas do Colégio de Olinda.

Antônio Jorge – (nada foi encontrado)
Senhor do engenho Nossa Senhora do Rosário/Igarassu.

C01: Maria Farinha (nada foi encontrado).

Fontes:
http://agenda-cultural-igarassu.blogspot.com.br/2010/05/engenho-monjope.html
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguim & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 73

Assim que os Jesuítas tomaram posse das terras, em 23/10/1600, trataram de construir uma fazenda para criação de gado e cultivo de subsistência, que denominaram de Monjope, como consta no mapa sobre a presença dos jesuítas em Pernambuco. Em 1666, segundo documentos da Companhia de Jesus no Brasil, os padres passaram a plantar a cana de açúcar e a fornecer para algumas fábricas da região, rendendo anualmente 200$000 (duzentos mil réis) anuais. Sua moenda era movida à água de nascentes que ficavam próximas a instalação da fábrica.
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Companhia de Jesus – Fundada (1534) por Inácio de Loiola e um pequeno grupo de discípulos, na Capela de Montmartre/Paris, com objetivos catequésicos, em função da Reforma Protestante e a expansão do luteranismo na Europa.
Os jesuítas chegaram ao território brasileiro (1549), com o primeiro Governador-geral, Tomé de Sousa. Comandados pelo Pe. Manoel de Nóbrega, dedicando a pregação da fé católica para os nativos. Mas, logo perceberam que não seria possível converter os índios sem que soubessem ler e escrever e fundaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador.
No Brasil fundaram três colégios: Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, e cinco escolas de instrução elementar: Espírito Santo, Ilhéus, Porto Seguro, São Paulo de Piratininga e São Vicente. Sendo considerados mentores da educação brasileira. Em 1759, foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão do Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho, o  primeiro-ministro de Portugal (1750/77).
Os Jesuítas foram proprietários de muitas terras em Pernambuco inclusive do engenho Monjope/Igarassu, Cotunguba/Tracunhaém (final do século XVII, por 3.000 escudos) e o engenho Caraúba/Nazaré da Mata onde plantavam cana-de-açúcar e garantir a produção de açúcar na fábrica do Monjope. 
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1906 Vol 28 (2). Pág. 427

           Segundo Serafim Leite, em 1679 havia no eng. Monjope uma construção que servia de casa de vivenda, sob a responsabilidade do Pe. Manuel Pereira e do Irmão Manuel Viana.
Em 1692, registrou-se o trabalho de 100 escravos para plantio da cana-de-açúcar e a produção de açúcar no Monjope, mas o engenho não moeu, pois as terras estavam cansadas e a cana-de-açúcar não teria o teor sacarino necessário para o fabrico do açúcar. As terras então foram usadas novamente para a agricultura de subsistência e criação de gado e suas instalações passaram a servir (1701) como uma “quinta” para férias dos estudantes do Colégio Jesuíta de Olinda. 
           No ano de 1722 o engenho, apesar de estar muito bem equipado e com muitos escravos, não produzia o que dele se esperava. Apesar da dificuldade de utilizar as terras para o plantio da cana-de-açúcar, há registros de que, em 1732 os Jesuítas gastaram 800 escudos para reformar a sua fábrica. Em outras referências, fala-se de que existia em suas terras uma olaria que teria recebido reparos (1742), e que neste ano o engenho produziu 22 caixas de açúcar e que os custos para manter o Monjope, eram garantidos com a venda de gado de outras fazendas.
           Em 1759, os jesuítas foram expulsos dos domínios da Coroa portuguesa e todos os seus bens foram confiscados e depois vendidos. As terras do eng. Monjope foram incorporadas pela Tesouraria Geral da Capitania e em 1760, o engenho passou a pertencer a Manoel Cavalcanti de Albuquerque, membro de uma importante família de Tracunhaém, proprietária do engenho Apoá.

Manoel Cavalcanti de Albuquerque – Filho de Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque (senhor do eng. Apóá) e de Paula Cavalcanti de Albuquerque, filha do Cel. Paulo Cavalcanti de Albuquerque e de Ângela Cavalcanti de Albuquerque. Falecido solteiro e sem sucessão.
Senhor do engenho Tamataúpe/Carpina; Monjope/Igarassu

Fontes consultadas:
* Inventário dos documentos Realtivos ao Brasil, existentes na Biblioteca Nacionalo de Lisboa. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1955 Vol 75 (1

           Como Manoel Cavalcanti de Albuquerque faleceu em 1620, sem deixar sucessão, o eng. Monjope passou a pertenceu ao seu sobrinho João Cavalcanti de Albuquerque.

João Cavalcanti de Albuquerque – Filho de Antônio Cavalcanti de Albuquerque (Coronel de Cavalaria da Capitania da Paraíba, que foi assassinado (1644) a mandado de João Fernandes Vieira) e de Margarida Vasconcelos Souza. Alferes da Companhia de Ordenança do Distrito de Apuá, termo de Olinda. Alferes da Sétima Companhia do Regimento de Milícias de Igarassu. Soldado da Capitania de Pernambuco. Capitão-mor de São Lourenço da Mata. Senhor do engenho Tamataúpe/Carpina; Monjope/Igarassu; e da Fazenda Boa Vista dos Nunes/Alagoa do Monteiro.

C01: D. Antonia Maria de Albuquerque Lins, nascida em uma importante família de Tracunhaém.
Filhos encontrados: 

01/1- Antônia Cavalcanti Carneiro da Cunha que foi prometida em casamento, assim que nasceu (1831) ao seu tio materno Manoel Joaquim Carneiro da Cunha, 20 anos mais velho.

Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1955 Vol 75 (1). Pág. 228
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Edt. Universitária UFPE, 2006. Pág. 142.
http://www.familia.drogfarma.com.br/CavalcantiAlbuquerqueNobreza.html
http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=content&task=view&id=329
NUNES, Pedro. Guerreiro togado: fatos históricos de Alagoa do Monteiro. Edt. Universitária UFPE, 01.01.1997. Pág. 520.
     
         João Cavalcanti de Albuquerque casa sua filha única D. Antônia Cavalcanti de Albuquerque com o Barão de Vera Cruz Manuel Joaquim Carneiro da Cunha para que o patrimônio permaneça na família.
Moenda eng. Monjope
Manuel Joaquim Carneiro da Cunha – Nasceu em 06/01/1811-Pernambuco e faleceu em 13/08/1868. Filho de Joaquim Manuel Carneiro da Cunha e de Antônia Maria de Albuquerque Lins. Irmão de Maria Arcanja Carneiro da Cunha c.c. João Cavalcanti de Albuquerque.
Barão de Vera Cruz
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Academia de Olinda, na turma de 1834. Doutor em Direito, em 1836. Membro do partido Conservador, em 1842/55. Deputado Provincial, em 1842 e 1850/55. Deputado Geral, na 5ª legislatura, 01/01/1843 a 24/05/1844. Vice-Presidente da província de Pernambuco, por duas vezes. Sócio fundador do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Primeiro adido de 1ª classe à delegação brasileirza em Viena/Áustria. Nomeado secretário da legação na Rússia, mas recusou a nomeação.  Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo (1858). Fez parte da Comissão encarregada do orçamento e preparos do Palácio, onde se hospedou a comitiva Imperial, no Recife. O Imperador D. Pedro II, no ano de 1860, querendo manifestar o seu apreço à hospitalidade recebida, quando da visita a Pernambuco, agraciou-o, por decreto de 14.03.1860, com o título de Barão de Vera Cruz. Com fotografia na Coleção de Francisco Rodrigues: FR-01543 FR-01544.
CURIOSIDADE: Manoel Joaquim Carneiro da Cunha formou o 2º par com a filha da viúva de Itapirema, 4ª contra dança, durante o baile em 22.12.1859, oferecido a D. Pedro II na Associação Comercial de Pernambuco, durante sua visita a Pernambuco.
Senhor dos engenhos: Tamataúpe/Carpina; Monjope/Igarassu; São João/Cabo de Santo Agostinho; São Caetano/Cabo de Santo Agostinho (os dois últimos engenhos foram adquiridos ao Barão pelo engenheiro francês Pierre Victor Boulitreau, em torno de 1844, tornando-se um senhor de engenho, onde projetou e construiu suas casas grandes dos ditos engenhos)

C01: Antônia Cavalcanti Carneiro da Cunha, em 1855 -  Nascida em 1831 e falecida em torno de 1897. Filha do Capitão-mor João Cavalcanti de Albuquerque (eng. Monjope e Tamataúpe), e de D. Antónia Maria de Albuquerque Lins.Baronesa de Vera Cruz. Filha: 

01/1- Maria Arcanja Carneiro da Cunha, nascida em 1857 e falecida aos 10 anos de idade.

Fontes consultadas:
BARBOSA, Virgínia. BoulitreauPesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>. Acesso em: 05/6/2014
http://www.cbg.org.br/novo/wp-content/uploads/2012/07/baile-no-recife.pdf
http://radioamadorismonobrasil.blogspot.com.br/2013/09/origem-da-familia-cavalcanti-saga-da.html

Altar Igreja. eng. Monjope
Em 04.11.1859, o Imperador D. Pedro II em visita a Pernambuco, e depois de passar por Olinda, Timbó, Maricota e outros lugares que faziam parte de seu trajeto, chegou junto com a sua comitiva ao engenho Monjope para o pernoite, sendo recebido por Dr. Manoel Joaquim Carneiro da Cunha esposa, com as honras e atenções devidas.  No seu diário de viagens, D. Pedro II faz o seguinte comentário sobre a propriedade: “... Às 5 e 10, parti caminho do norte e 8 menos 10 cheguei a Monjope,... que é grande, bem situada, o que não admira pois foi dos Jesuítas...”. No outro dia, às 07 horas da manhã, o Imperador e sua comitiva partem para Igarassu aonde é recebido pelos vereadores da dita vila.
Nessa época o engenho era movido à água, a escravaria era numerosa e "mantinha uma banda de música", a casa de vivenda, a capela e a senzala eram descrita como uma “vivenda de sobrado de pedra e cal”.
Casa grade do engenho
A casa grande do Monjope, existente até hoje, é uma construção de dois pavimentos, com água-furtada, e estrutura de apoio. É caracterizada pelas arcadas na fachada do acesso principal, encimadas por portas em arco abatido do andar superior, protegidas por sacadas com guarda-corpo em ferro fundido. Possui uma escada interna que leva ao pavimento superior, precedida de um pequeno vestíbulo, no pavimento térreo, além da galeria. Os cômodos do rés do chão parecem ter-se destinados a alojar os escravos e serviçais ou a depósitos, esses tipos de construção ocorria quando a casa era construída e o engenho não dispunha de edifícios para tais fins. NOTA: Geraldo Gomes em seu livro Engenhos e Arquitetura (FUNDAJ. Recife, 2007. Pág. 200) descreve a casa grande como do um solar do tipo III-C, cuja principal característica é a existência de arcadas somente na fachada principal do pavimento térreo, formando uma loggia que lembra algumas cassas de câmara e cadeia do período colonial brasileiro.
A capela apresenta coro e púlpito, além da torre sineira, sacristia e ossuário. Acima da porta da capela existe a data de 1726, ano de sua reconstrução. N moita ainda hoje existe toda a estrutura do mecanismo da moenda, da canalização das águas que a fazia girar para o fabrico do mel da cana e da aguardente. Próxima à moita está situada a casa do Capitão-do-mato e no lado oposto, a senzala. Outras construções integram o acervo imobiliário do Engenho: a guarita que controla o acesso ao ambiente, uma bateria de sanitários, construídos nas décadas de 60 e 70, e uma casa que foi reformada de uma primitiva construção dos meados do século XX.
O engenho Monjope possuía milhares de hectares plantados de cana, com pastos para o gado e cultivo de alimentos de subsistência. Uma parcela da terra era destinada a mata, para extração de madeira para alimentar as fornalhas.
        Com o falecimento do Barão de Vera Cruz, o engenho passa a pertencer a sua viúva D. Antônia Cavalcanti Carneiro da Cunha, que na época só tinha 38 anos.

Antônia Cavalcanti Carneiro da Cunha, Baronesa de Vera Cruz. Nascida em 1831 e falecida sem ter voltado a se casar, embora tenha ficado viúva muito jovem (38 anos), bonita e rica. Seu inventário foi feito em 1897 e se encontra arquivado no Instituto Arqueológico de Pernambuco. Filha do Capitão-mor João Cavalcanti de Albuquerque (eng. Monjope e Tamataúpe), e de D. Maria Arcanja Carneiro da Cunha. D. Antônia, assim que nasceu, foi prometida em casamento ao seu tio materno Manoel Joaquim Carneiro da Cunha, 20 anos mais velho, visando proteger todo o patrimônio da família e a perpetuação do sobrenome Carneiro da Cunha.
Baronesa de Vera Cruz
Segundo Luzilá Gonçalves Ferreira (No Tempo Frágil das Horas) D. Antônia como não conheceu o prazer de ser cortejada, visto que seu pai lhe arranjara um marido logo ao nascer, e se deleita ao ver Maria Amália, sua jovem sobrinha, que vivia seus amores com relativa liberdade, pois foi casada com um lorde inglês e depois de viúva  casou com um Conde francês, para desgosto de seus pais.
NOTA: Podemos encontrar uma fotografia da Baronesa no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco e na FUNDAJ - Coleção Francisco Rodrigues sob o nº FR-01546 e FR-01547.
CURIOSIDADES: A Baronesa de Vera Cruz certa ocasição mandou publicar no Diário de Pernambuco um anuncio para localizar o escravo Manoel Catuaba, padeiro e cozinheiro do engenho Monjope, pois o mesmo valia muito já que tinha um dos ofícios de destaque no engenho. A fuga tinha ocorrido do dia 11 para o dia 12.04.1876. Manoel tinha as seguintes características: “... mulato escuro, rosto redondo, beiços grossos, olhos papudos, pés bem cavados e dedos curtos, idade 30 anos, cozinheiro e padeiro...” Provavelmente
ele tenha se refugiado no dos núcleos de resistência do Quilombo Catucá, entre os atuais municípios de Paulista a Goiana.
Senhora dos engenhos: Tamataúpe/Carpina; Monjope/Igarassu; São João/Cabo de Santo Agostinho; São Caetano/Cabo de Santo Agostinho. Fazenda Boa Vista dos Nunes/Alagoa do Monteiro que foi vendida por D. Antônia em 1861, por 500 contos de réis a Antônio Nunes da Rocha.

C01: Manuel Joaquim Carneiro da Cunha – Nasceu em 06/01/1811-Pernambuco e faleceu em 13/08/1868. Filho de Joaquim Manuel Carneiro da Cunha e de Antônia Maria de Albuquerque Lins. Barão de Vera Cruz. Filha:

01/1- Maria Arcanja Carneiro da Cunha, nascida em 1857 e falecida aos 10 anos de idade.

Fonte encontrada:
NUNES, Pedro. Guerreiro togado: fatos históricos de Alagoa do Monteiro. Edt. Universitária UFPE, 01.01.1997. Pág. 520.
BARBOSA, Virgínia. BoulitreauPesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>. Acesso em: 05/6/2014
http://radioamadorismonobrasil.blogspot.com.br/2013/09/origem-da-familia-cavalcanti-saga-da.html

           Em 1869, o engenho que se encontrava em processo de decadência foi vendido por D. Antônia a Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque.
  
Cristóvão de Holanda Cavalcanti– Filho do Cel. Cristóvão de Holanda Cavalcanti de Albuquerque e de Paula Cavalcanti de Albuquerque. 
Senhor dos engenhos: Marrecas/ Alagoas - Porto Calvo; Monjope/Igarassu

C01:  Maria José de Mello, filha de Sebastião Antônio de Barros Mello e de Maria Rita de Albuquerque Mello. (c.g. desconhecida)

Fontes consultadas:
HOLANDA, Bartolomeu Buarque de. Buarque. Uma família brasileira. Ensaio histórico-genealógico. Edt. Casa da Palavra. Rio de Janeiro, 2007. Pág. 26, 30
HOLANDA, Bartolomeu Buarque de. Buarque uma família brasileira. Ensaio genealógico. Edt. Casa da Palavra, 2007. Rio de Janeiro.

CURIOSIDADES: Francisco de Holanda Cavalcante de Albuquerque foi assassinado em 14.07.1843, na estrada do eng. Inhamã, do qual era arrendatário, por três de seus escravos: Paulo, Manoel Pajem e João que foram mortos, segundo testemunhas por ordem de João Cavalcanti de Albuquerque e seu filho o Bel. João Antônio. Os escravos segundo relatos tiveram as cabeças decepadas sendo expostas no exato lugar em que ocorreu o crime. Mortes ocorridas no eng. Monjope, sendo assistidos por outros escravos e por muitos moradores da região. João Cavalcanti de Albuquerque nunca pagou por esse ato de crueldade. Seu filho chegou a ser preso, mas em pouco tempo foi solto, o advogado alegou falta de prova e perseguição política.
http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1308363099_ARQUIVO_Salvador.pdf

Em 1897 o engenho passa a pertencer a Manoel Carneiro Saint Clair Gastón.

Manoel Carneiro Saint Clair Gastón – Filho de Maria Amália Cavalcanti de Albuquerque, sobrinha muito admirada de Antônia Cavalcanti Carneiro da Cunha, a Baronesa de Vera Cruz, e do inglês George Anderson Cricket, médico da rainha. 
NOTA. D. Amália depois de viúva casou um suposto conde francês, Jean Edmond Saint-Clair de Gaston. Seu inventário feito em 1899 se encontra no Instituto Arqueológico de Pernambuco.
Fontes consultadas:

           Em 1890 a propriedade foi hipotecada à Companhia Beberibe, que suspende a produção de açúcar e implanta no local, um sistema de abastecimento de água para o Recife, com projeto do engenheiro Augusto Devoto, que propunha o aproveitamento dos riachos Utinga e Pitanga, situados em áreas do engenho. Mas, devido ao alto custo o projeto não foi implantado. Com reclamações da população, a incapacidade de fornecer a água necessária e o serviço de lavagem dos esgotos, o governo do Estado em 1912, incorporou a Companhia do Beberibe à Diretoria de Viação e Obras Públicas e depois à Comissão de Saneamento, extinguindo o órgão que durante mais de 60 anos foi o responsável pelo abastecimento d’água do Recife.

Companhia Beberibe – A Lei nº 46, de 14/06/1837-Gov. de Pernambuco, autorizou a contratação de uma empresa para fornecer água potável aos habitantes da cidade do Recife. Em junho de 1838, foi assinado um contrato entre a Companhia do Beberibe e o Governo da Província, para dotar o Recife de um serviço de água encanada. Com um capital inicial de 400.000 contos de reis, a Companhia do Beberibe teve como 1º presidente José Ramos de Oliveira e seu Conselho Deliberativo, formado por 08 membros. De 1837 a 1912, o serviço de distribuição de água do Recife esteve a cargo da Companhia do Beberibe, formada com capitais da localidade. As obras para um abastecimento elementar foram executadas de 1842 a 1848, de acordo com o projeto dos engenheiros brasileiros Jacob de Niemeyer e Pedro de Alcântara Bellegarde, aproveitando o rio Apipucos e o açude da Prata, localizados no antigo engenho Dois Irmãos/Recife. A Companhia passou a fornecer água potável e encanada para toda a cidade. Sua sede funcionava nas duas residências dos antigos proprietários do engenho Dois Irmãos, que foram reformadas para a instalação da usina. Em 1881, foi renovado o contrato, elevando o prazo de privilégio a 67 anos, obrigando-se a Companhia a executar novas obras destinadas a atender à demanda existente.
Fontes consultadas:

        Em 1904, a Companhia Beberibe não consegue saldar a hipoteca e o engenho é vendido ao engenheiro Vicente Antônio Novelino Filho, pela quantia de 66:000$000 (sessenta e seis contos de réis); que depois remodelou a capela (1926) e construiu suas torres.

Vicente Antônio Novelino Filho – Nasceu em 25/03/1887 e falecido em 10/09/1962-Recife. Conhecido como "Seu Santo". Marçom e político de influência na Mata Norte de Pernambuco, especialmente em Igarassu, onde disputou a Prefeitura. Seu poder e riqueza pode ser comparada a família Lundgren do município de Paulista.
Fontes consultadas:

Durante a administração de "Seu Santo", como era conhecido Vicente Novelino, a fabricação do açúcar foi retomada, mas devido a concorrência das usinas, seu proprietário passa a dedicar-se à obtenção de subprodutos da cana de açúcar como o vinagre e a cachaça.
          Inicialmente a cachaça era fabricada para distribuição com os amigos que a consideravam “a rainha das aguardentes de cana”, devido ao seu sabor primoroso. O sucesso da cachaça deu ao engenho grande destaque e Vicente Novelino passa a engarrafa-la para venda em escala comercial por toda a região nordestina. como também as aguardentes: “Rainha”, feita da seiva de limão cravo, e a “Princesa”, de laranja lima. NOTA: A Monjopina foi a a primeira cachaça industrializada no Brasil (1756).
Desde que a cachaça é cachaça, sempre teve o nome de cachaça. Mas os que bebem, gostam de chamá-la de um jeitinho especial. Tem aqueles que batizam a cachaça com sinônimos: aca, aguardente, birita, cana, caninha, calibrina, cumbé, caiana, caxixi, jinjibirra, marato, monjopina, parati, pinga, tafia, tiquirá, uca... Há os que a chamam por objetivos: abrideira, azuladinha, branquinha, brasileira, boa, danada, espírito, elixir, homeopatia, imaculada, limpa, lisa, malvada, perigosa, preciosa, pura purinha, remédio, teimosa...

        Em 1962, no engenho funcionava um Clube que pertencia ao Clube de Camping do Brasil - sociedade civil sem fins lucrativos (organização não governamental) - de âmbito nacional, com o objetivo de congregar famílias em torno do campismo como forma de lazer e turismo.

        No ano de 1986, a FUNDARPE iniciou o processo de tombamento das terras do Engenho Monjope, pretendendo a preservação desse patrimônio cultural e sua reutilização. Em maio de 2000 foi decretado o processo de desapropriação das terras pelo Estado de Pernambuco, a quem hoje pertence o Engenho. Hoje, o Engenho Monjope faz parte dos 13 engenhos classificados no Plano de Preservação dos Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife. Obras emergenciais foram realizadas nas edificações do imóvel em diferentes períodos desde 2000 até os dias atuais, visando a implantação do Centro de Referência cultural e Turístico Engenho Monjope.

Fotos tiradas em 23/01/2012 - Nada foi feito pela restauração do engenho.
A placa alusiva a restauração diz que a obra foi orçada em R$ 622.256,00, com prazo de 180 dias. Nota: Não datada. 
Foto do Engenho Monjope cedida por Laís Caldas Rodrigues em 23/01/2012


Fontes consultadas:
agenda-cultural-igarassu.blogspot.com/2010/05/engenho-monjope.html
ALVES, Cleide. Engenho Monjope à espera de restauração. PatrimônioJornal do Comércio. Publicado em 03/11/2012, às 17h49. Recife, 2012.
FERREIRA, Luzilá Gonçalves. No Tempo Frágil das Horas. Disponível em: http://www.rocco.com.br
GASPAR, Lúcia. Companhia do Beberibe, Recife. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: . Acesso em: 18/01/2012
GOMES, Geraldo. Engenho e Arquitetura. Fundação Joaquim Nabuco. Edt. Massangana. Recife, 2006
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=235&Itemid=1
http://media.education.gouv.fr/file/capes_externe/75/0/capes_ext_lve_portugais_1_140750.pdf
http://pt.scribd.com/doc/71150656/Analise-Arqueologica-de-Estruturas-Em-Alvenaria-dissertacao
http://www.campingclube.com.br/missao.htm
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do
http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=content&task=view&id=329
http://www.nacaocultural.pe.gov.br/engenho-monjope
http://www.pernambuco.com/diario/2003/09/25/viver15_0.html
http://www.sfreinobreza.com/Nobv.htm
http://www.temperonoforte.com.br/por-dentro-do-tempero.php?id=29
https://docs.google.com/document/d/1cfOTkxMD5T8hBj2XvGYA1pFiFsrypaeIzzOAEZ0-WMY/edit?hl=en_US
https://www.facebook.com/mhigarassu
Inventário da Baronesa de Vera Cruz. http://www.institutoarqueologico.com.br/FACEPE/SECXIX90.php
LEITE, Serafim Soares.  História da Companhia de Jesus no Brasil

MATOS, Manuela Xavier Gomes de. Análise de Estruturas em Alvenaria. Modelo para análise e identificação dos processos construtivos e das etapas de execução de uma edificação de valor histórico/ cultural. Disponível em: www.compesa.com.br

11 comentários:

Unknown disse...

Estive lá ontem (12/02/2017) e está caindo aos pedaços. Era domingo e o portão principal estava trancado, não pude entrar. Não sei se é aberto à visitação nos outros dias. É vergonhoso o Estado desapropriar para depois abandonar deste jeito.

Unknown disse...

Estive lá ontem (12/02/2017) e estava caindo aos pedaços. Era domingo e o portão principal estava trancado, não sei se nos outros dias é possível fazer visitação. É lamentável o Estado desapropriar para depois abandonar deste jeito

Unknown disse...

Texto muito interessante!

Anônimo disse...

Uma grande vergonha. Um local tão cheio de histórias, sendo consumido pelo tempo. O Brasil é suas riquezas desprezadas pelo nossos Governantes.... Tudo isso na mão de outros países, transformariam em um centro cultural visitado pelo mundo todo.

Gilvania Facury disse...

Minha família possui um sitio em Monjope, logo apos o Engenho Monjope, frequentei muito, na época era o clube de campo monjope. Hoje sinto uma imensa tristeza toda vez que passo pelo portão e vejo o abandono do que um dia era a história viva do local.

Unknown disse...

Como ter acesso ao local? Aonde nasce o rio rio monjope?

Unknown disse...

Vc teria fotos dessa época

heloina disse...

É uma judiação, dói

heloina disse...

Hj museu

Wlade5494 disse...

Procuro fotos da epoca que era clube de campo engenho monjope

Wlade5494 disse...

Procuro fotos da epoca que era clube de campo engenho monjope