O engenho São Tomé foi
fundado antes de 1593 por Lourenço de Sousa de Moura, tinha uma moenda movida a
bois, não possuía igreja, pagando 0,5% de pensão sob todo o açúcar depois de
dizimado. Suas terras ficavam localizadas na várzea entre o Rio Capibaribe e
Jiquiá, freguesia da Várzea, cidade de Olinda, Capitania de Pernambuco.
Lourenço de Sousa
de Moura – Falecido antes ou pouco depois da invasão
holandesa. Fidalgo da Casa Real.
Casamento 01: D. Catharina de Moura – Filha de D. Felippe de Moura
e de D. Genebra Cavalcante. D. Catharina abandonou seu marido depois do
nascimento de seus filhos.
Filhos: 01- Antônio de Sousa de Moura; 02- Lourenço de Sousa
Moura – Falecido solteiro. (s.g.); 03- Manoel de Sousa e Moura –
Falecido solteiro. (s.g.)
Senhor do engenho
São Tomé, Roterdam, Bribão/Várzea-Recife Fontes:
BORGES DA
FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Vol I. Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925 Vol 47. Pág. 69, 447, 454
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
Fontes para
História do Brasil Holandês. A Economia Açucareira. Página 28. Disponível
em:
http://www.liber.ufpe.br/visaoholandesa/Next.vh?query=diversidade&page.id=1896
No ano de 1623, segundo o
Relatório dos Açucares Produzidos nos Engenhos de: Pernambuco, Ilha de Itamaracá e Paraíba, o engenho de
Lourenço de Sousa de Moura, produziu 5.908 arrobas.
Em torno de 1593,
Lourenço de Sousa de Moura casou uma das suas filhas com Pero Cardigo
com a promessa de dote de 12.000 cruzados, mas como não pagou, o genro
apossou-se judicialmente do engenho São Tomé.
Pero Cardigo “o
Velho” – Nasceu em cerca de 1534/Sardoal (Guarda, Beira Alta) e faleceu em
Pernambuco. Filho de Fernão Garcia e de Felipa Cardigo. Morou no engenho
Apipucos/Apipucos-Recife.
Cristão-velho, processado em 16.07.1594, pelo Santo Oficio por blasfêmias
- Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 12967 – Cuja sentença
foi uma repreensão sigilosa, multa e pagamento das custas. Capitão de
Ordenanças de Olinda (1593). Tesoureiro da Fazenda dos Defuntos e Ausentes de
Pernambuco (1568). Capitão na conquista da Paraíba, onde comandou homens e
forneceu armas e suprimentos.
Casamento 01: Isabel Mendes– Filha de Lourenço de Sousa de Moura.
Filhos: 01- Felipa Cardigo segunda esposa de Frutuoso Barbosa (1º
e o 3º Gov. da Paraíba – 1582/1585 e entre 1586/1594 e depois foi donatário);
02- Ana Cardigo c.c. Simão Barbosa Cordeiro; 03- Tomásia Cardigo c.c.
Pero Coelho de Sousa, Locotenente da Capitania de Itamaracá; 04- Beatriz
Cardigo .
Senhor do engenho São Tomé, Roterdam, Bribão/Várzea-Recife; Nossa
Senhora do Rosário/Jaboatão dos Guararapes
Fontes:
BORGES DA
FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Vol I. Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925 Vol 47. Pág. 32
OLIVEIRA, Carla Mary S. Territory, Power, and
Identities in the Captaincies of Northern Brazil (16th-18th
Centuries): Portuguese Studies Review, Vol. 14, nº. 1. Baywolf
Press, 2007 - 336 pág.
Senhores de
Engenho e suas Propriedades Citados na Primeira Visitação do Santo Ofício
(1593-1595). Disponível em:
http://visaogeralgenea.blogspot.com.br/2009/12/senhores-de-engenho-e-suas-propriedades.html
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
_____________________ Um imenso Portugal: história e historiografia.
Edt. 34. São Paulo, 2002 - Pág. 85.
O engenho foi citado nos seguintes mapas coloniais: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS
BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ; PE-C (IAHGP-Vingboons,
1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ.
St. Tomé'; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA,
plotado como engenho, 'Ԑ. St. Tomé'; PC (Golijath,
1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de
Pharnambuco MAURIRTS-STADT ende t RECIFFO", plotado com a nota 'Ԑngenho
St. Thome nu Rotterdam genaemt»; ASB (Golijath,
1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", plotado e
assinalado com a letra X. Na 'Verklaringe deser Caerte.' explicita «X: Engenho
St. Thome nu gԐnaemt Rotterdam, toekomende
Willem Bierboom en Jacob Velt: huysen»; PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI
PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'Fyrbo', na várzea do 'Capiibari'.
Durante a ocupação holandesa o
engenho ficou completamente destruído e em seu lugar surgiu um partido de cana
que estava arrendado estava arrendado a Pedro
Vigario e seu sócio Francisco da
Costa de Abreu. Os dois sócios foram deportados pelo Governo do Brasil
holandês para as Índias, ficando o engenho em completo abandono.
Pedro
Vigário –
Deportado com seu sócio Francisco da Costa de Abreu, pelo Governo do Brasil holandês para as Índias
Rendeiro
do engenho São Tomé, Roterdam, Fyrbo/Várzea-Recife, tinha como sócio no
arrendamento Francisco da Costa de Abreu
Fontes:
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
Francisco
da Costa de Abreu
– Deportado com seu sócio Pedro Vigário, pelo
Governo do Brasil holandês para as Índias
Rendeiro
do engenho São Tomé, Roterdam, Fyrbo/Várzea-Recife, tinha como sócio no
arrendamento Pedro Vigário.
Fontes:
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
O engenho São Tomé e seus partidos
de cana aparecem como propriedade de Antônio
de Sousa de Moura, filho e herdeiro de Lourenço de Sousa de Moura e de D. Catharina de Moura
Antônio de Sousa de
Moura – Filho de Lourenço de Sousa de Moura e de D. Catharina de Moura.
Casamento 01: D. Maria Carneiro – Filha de Paulo Carvalho de
Mesquita e de D. Úrsula Carnero de Mariz. (s.g.)
Casamento 02: D. Luisa (Correia Babosa) – Filha de João Correia
Barbosa e de D Magadela de Goes. Neta materna de Arnaud e Hollanda Barreto
(senhor do eng. São João/Muribara-São Lourenço da Mata) e de D. Lusia Pessoa.
(s.g.)
Senhor do engenho
São Tomé, Roterdam, Bribão/Várzea-Recife
Fontes:
BORGES DA
FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Vol I. Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925 Vol 47. Pág. 166, 201-202
MELLO, José
Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos. Banco do Nordeste do Brasil S.A. e
Gov. de Pernambuco. 2ª edição. Recife, 1979. Pág. 131
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
Em 1635, logo após a
rendição do Arraial do Bom Jesus e da fortaleza de Nazaré, houve uma corrida
para a obtenção de engenhos, pois a fabricação de açúcar prometia verdadeiras
fortunas. Entre os que adquiriram engenho estavam vários membros do Conselho
Político holandês, Chefes militares, Comissário, Fiscal, alguns judeus e até
predicantes calvinistas resolveram abandonar a “Messe do Senhor” em busca
das riquezas da terra. Um deles, que se transformou em lavrador de canas de um
partido de cana arrendado do engenho São Tomé, o pastor Daniel Schagen,
veio a ser objeto das críticas do reverendo Vicente Soler; em vez de cultivar
os campos do Senhor, deles retirando às ervas daninhas, cultivava as terras dos
seus campos. Tal arrendamento foi confirmado em janeiro de 1636, quando Antônio
de Sousa Moura declarou que na qualidade de único
herdeiro do engenho São Tomé e dos partidos de cana que a ele pertencem,
havia arrendado a Daniel Schagen pelo prazo de 25 anos, a partir de 22.10.1635
Daniel
Schagen –
Pastor. Nada mais foi encontrado.
Senhor do engenho
São Tomé, Roterdam, Bribão/Várzea-Recife
Fontes:
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo
dos Flamengos. Banco do Nordeste do Brasil S.A. e Gov. de Pernambuco. 2ª
edição. Recife, 1979. Pág. 131
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
Em 1637, sendo Schagem interpelado
sobre o paradeiro de certos escfravos pertencentes à WIC, Antônio de Sousa de
Moura, proprietário do engenho, o apoiou, informando que Schagen dispunha-se a
safrejar assim que o engenho estiver
pronto.
No ano de 1639 o engenho estava
totalmente recuperado e de fogo vivo. Mas, Antônio de Sousa de Moura vende seu
engenho a Willem Bierboom, por 18.000 florins (6.000 cruzados).
Willem Bierboom (Guilherme
Brilão ou Bribão, segundo alguns autores portugueses) – Comerciante,
estabelecido em Pernambuco em torno de 1636.
Rebatizou o engenho de Roterdã, embora a fábrica fosse conhecida como engenho do Bribão, corruptela do nome de seu
novo proprietário.
Senhor do engenho
São Tomé, Roterdam, Bribão/Várzea-Recife
Fontes:
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
Willem Bierboom assim
que se estabeleceu como proprietário do engenho o denomina como engenho de
Roterdã, mas a fábrica ficou sendo conhecida como engenho do Bribão, corruptela do nome de seu novo proprietário. Bierboom se associa a Jacob
Velthuysen, na exploração do engenho.
Jacob Velthuysen –
Filho homônimo do Diretor da Câmara de Totterdam da West-Indische Compagnie-
WIC (Companhia das Índias Ocidentais holandesa)
Senhor do engenho
São Tomé, Roterdam, Bribão/Várzea-Recife
Fontes:
Inventário dos
Prédios cit. e Frei Manuel Calado, O Valeroso Lucideno cit., II p. 136
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. Pág.70,71
![]() |
Mapa do Arraial Novo do Bom Jesus |
Em setembro de 1645,
devido a localização do engenho o Mestre de Campo João Fernandes Vieira um dos
líderes da Insurreição Pernambucana manda construir em suas terras a Fortaleza
do Arraial Novo do Bom Jesus, cujo traçado foi feito pelo Mestre de Campo
Teodósio Estrate. O proprietário do engenho Willem Bierboom se retira e segue
para o Recife, onde, “malgrado as
dificuldades dos tempos, tem feito o possível para cumprir os seus compromissos
com a WIC, contratando o fornecimento de pedra e tijolo à Companhia”.
A Fortaleza do Arraial
Novo do Bom Jesus ficava localizada no lugar
conhecido como "Gargantão" no engenho São Tomé, a 8 km a Oeste do centro do
Recife e Olinda e foi inaugurada em 01.01.1646.
No seu interior estavam armadas 12 peças de bronze de diversos calibres e
guarnecido com 06 Praças sob o comando de um Sargento
Deste
arraial, dominando Recife, Olinda e os Afogados, saíram as tropas engajadas na
primeira Batalha dos Guararapes (19.04.1648) e na segunda Batalha dos
Guararapes (19.02.1649), e dele foi coordenado o assédio a cidade Maurícia, atual
Recife.
O Forte
do Arraial Novo do Bom Jesus foidesativado com o fim da Guerra da Insurreição Pernambucana
(1654), e em seu lugar foi erigida uma coluna de granito comemorativa em 1872
pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, restaurada em
1917 por iniciativa do General Joaquim Inácio Batista Cardoso. Restavam à época
vestígios de uma muralha e de dois baluartes de terra. Atualmente, o sítio é
ocupado por uma praça pública administrada pela prefeitura municipal, à Av. do
Forte s/n°. - Engenho do Meio, Recife.
Hoje não existe mais nenhum vestígio
do engenho São Tomé e suas terras foram reocupadas pelo bairro dos
Torrões-Recife.
Fontes:
Fontes para História do Brasil Holandês. A Economia
Açucareira. Página 28. Disponível em:
http://www.liber.ufpe.br/visaoholandesa/Next.vh?query=diversidade&page.id=1896
PEREIRA, Levy.
"Fyrbo". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/Fyrbo.
Data de acesso: 5 de julho de 2015.
MELLO, José
Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil
Holandês. 2ª edição. Companhia Editora de Pernambuco – CEPE. Recife, 2004
______________________________
Tempo dos Flamengos. Banco do Nordeste do Brasil S.A. e Gov. de Pernambuco. 2ª
edição. Recife, 1979.
Nenhum comentário:
Postar um comentário