Fontes

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10/07/2015

Penedo de Cima, Nossa Senhora das Chagas/Várzea do Capibaribe-Camaragibe

Engenho fundado pelo cristão novo Simão Vaz, antes de 1593, situado na margem direita do Rio Capibaribe, acima do eng. Camaragibe, próximo a São Lourenço da Mata. Sua moenda era movida a bois, sem igreja, freguesia da Várzea, sob a jurisdição de Olinda, Capitania de Pernambuco. Seu proprietário pagava ao Donatário o equivalente a 02% de pensão sob todo o açúcar fabricado.
        Em 1623 o engenho era de propriedade de Diogo da Costa Maciel, que permaneceu sob o domínio holandês e administrando suas terras. Nesse dito ano o engenho moeu 3.370 arrobas de açúcar.
Segundo Pereira da Costa o desbravamento das terras de São Lourenço da Mata, com a exploração do pau-brasil, abriu campos à cultura da cana de açúcar, e daí a construção dos seus primeiros engenhos, de sorte que, em 1630, se viam já sete fábricas de açúcar no termo da sua paróquia, aonde era fabricado o melhor açúcar da Província.
Entre os engenhos coloniais do município de Camaragibe podemos citar o Timbi como maior produtor de cana de açúcar da região, abrangendo uma área de 970 hectares, o Tabatinga, Cangaçá, Penedo, Mamucaia e o Camaragibe como mais antigo da região e que deu nome ao município.
Em 1633 como a povoação já era de certa importância,  o General Matias de Albuquerque, mandou o Capitão Luiz Barbalho Bezerra deixar uma guarnição com um terço do seu comando na povoação, mas logo depois o Capitão teve que se retirar por urgência do serviço da campanha, e assim a povoaçao ficou desguarnecida, e foi atacada por uma forte coluna holandesa, entregue a pilhagem, e bem assim os aldeamentos circunvizinhos. Dos seus engenhos de então temos uma circunstanciada noticia em um documento holandês de 1637, que assim os enumera: São Bento, pertencente a Francisco Nunes Barbosa; Moribara, sob a invocação de N. S. das Dores,  de Gabriel de Pina, que, ausentando-se com a invasão holandesa, foi a propriedade confiscada e vendida a André Soares; Nossa Senhora de Monteserrate, pertencente a Antônio Rodrigues Moreno; São João, pertencente a Arnau de Holanda, que tinha levando a fábrica a pouco tempo; Mussurepe, do Mosteiro de S. Bento de Olinda; Nossa Senhora das Chagas, pertencente a Diogo da Costa Maciel; Massiape, sob a invocação das Chagas de Cristo, do capitão Francisco do Rego Barros, que o levantou e depois o abandonou.
No documento holandês "Breve Discurso" situa o engenho em São Lourenço e o relatório de Van der Dussen refere-se que o engenho de Diogo da Costa Maciel ficava na Várzea e outro em São Lourenço, mas se deve tratar de dupla contagem. Ainda no dito relatório diz que em 1637, o engenho se encontrava "muito arruinado, há anos que não mói". Em 1638, continuava a monte e "dificilmente poderá ser reconstruído porque o seu dono é pobre". Em 1645, Diogo da Costa aderiu à insurreição luso-brasileira. Ainda a monte em 1655.
Mulher não identificada -
Eng.  Penedo de Cima
Na relação dos engenhos de 1655 (pág. 237) diz que o engenho ainda pertencia a Diogo da Costa, que se encontrava arruinado e pagava ainda 02% de pensão, sobre o açúcar produzido antes de ser dizimado.
O engenho Nossa Sra. das Chagas foi citado nos seguintes mapas coloniais: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: os Chagas', na margem direita do 'Rº. Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe); IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. os Chagas.', na margem direita do 'Rº. Capauiriuÿ'; PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'd Cliugas', na margem direita do rio 'Capiibari'. NOTAS: O mapa de Marcgrave (BQPPB) mapeou o 'đ. chagas' com o símbolo de engenho de bois sem igreja na margem direita do 'Capĩibarĩ' (Rio Capibaribe) e os mapas Vingboons, cuja autoria é atribuída a Golijath ou a Marcgrave, dependendo do historiador consultado, plotam esse engenho também margem direita do Rio Capibaribe.
O último proprietário encontrado foi o Dr. Francisco Gomes de Araújo Sobrinho, Prefeito de São Lourenço da Mata no começo do século XX.

Francisco Gomes de 
Araújo Sobrinho

Fontes:
http://slm.pe.gov.br/a-prefeitura/
http://blogdomagnodantas.blogspot.com.br/2014/05/a-historia-de-camaragibe-e-de.html
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol. 2:400.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.  1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 72
PEREIRA, Levy. "Đ. Chagas". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/%C4%90._Chagas. Data de acesso: 6 de julho de 2016.



Proprietários Encontrados:



Simão Vaz – Cristão novo. Filho de Miguel Dias e Brites Vaz. Costumava frequentar com seus parentes a esnoga do eng. Camaragibe/Camaragibe, aonde trabalhava como Feitor. Morou em Olinda entre 1597 e 1602. Mercador e depois carregador de açúcar para navios que se destinavam ao exterior.
NOTA: Borges da Fonseca (Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro – Anais 1939 Vol 61 [1], pág 96): Capitão de Carta de Sua Majestade de 29.08.1618, sobre a licença que pede o Capitão Simão Vaz de Olinda, para mandar a Pernambuco o flamengo Paulo Libres a cobrar a fazenda e dinheiro que ali tem.
Senhor do engenho: Penedo de Cima (Penedo das Chagas ou Nossa Senhora das Chagas/Várzea do Capibaribe-Camaragibe, em 1593
Fontes:
http://www.arquivojudaicope.org.br/2012/pt/compilacoes/primeira.html
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.  1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 72
PEREIRA, Levy. "Đ. Chagas". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/%C4%90._Chagas. Data de acesso: 10 de julho de 2015.
Primeira Visitação do Santo Ofício às partes do Brasil; Denunciações e Confissões de Pernambuco 1593-1595. Prefácio de José Antônio Gonsalves de Mello. Recife, FUNDARPE. Diretoria de Assuntos Culturais 1984. 509+158 p. Il (Coleção pernambucana – 2ª fases. 14
RIBEMBOIM, José Alexandre. Senhores de Engenhos Judeus em Pernambuco Colonial 1542-1654. Edt. 20-20. Recife, 1995. Pág. 126.

      
Diogo da Costa Maciel –  De acordo com o “Breve Discurso, Diogo da Costa Maciel permaneceu em seu engenho durante a ocupação holandesa. Em 1645, Diogo da Costa aderiu à insurreição luso-brasileira.
Senhor do engenho: (?)/ Várzea do Capibaribe; Penedo de Cima (Penedo das Chagas ou Nossa Senhora das Chagas/Várzea do Capibaribe-Camaragibe, em 1623.
C01: Maria Cabral Bacellar.
Filhos: 1/1- Bento Cabral Bacellar – Falecido em 1679, de acordo com o inventário feito após seu falecimento. C.c. Magdalena Pessoa, (c.g.).
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de janeiro. Anais 1925 Vol 47 (3). Pág. 153, 410, 482.
PEREIRA, Levy. "Đ. Chagas". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/%C4%90._Chagas. Data de acesso: 10 de julho de 2015.
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol. 2:400
http://www.liber.ufpe.br/visaoholandesa/Previous.vh?query=diversidade&page.id=1947
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.  1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 72

Francisco Gomes de Araújo Sobrinho, Dr. – Nasceu em 1808 e faleceu em 1902. Filho de Joaquim Gomes de Araújo e de Escolástica de Camargo.Prefeito de São Lourenço da Mata em: 15/11/1895 a 15/11/1898, 15/11/1901 a 15/11/1904 e em 29/09/1907 a 15/11/1907. Com fotografias na Coleção Francisco Rodrigues: FR-3519, 3512 e 3514. Morou em Taubaté/SP, aonde era eleitor em 1877, e Procurador da Câmara.
Senhor dos engenhos: Capibaribe/São Lourenço da Mata (1924), Conselheiro/ São Lourenço da Mata (1,924), São José/São Lourenço da Mata (1924), Santa Rosada/São Lourenço da Mata (1924); e da Usina Capibaribe/São Lourenço da Mata.
C01- Clara Delphina de Camargo. (c.g.)
Fontes:
http://almanaquetaubate.com.br/hmt/xx.html
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Camrg_1.htm
https://www.genealogieonline.nl/fr/petroucic-genealogy/I310477.php
313394 - Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro - 1891 a 1940 - PR_SOR_00165_313394
http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=313394&pagfis=78393&pesq=&url=http://memoria.bn.br/docreader#
http://slm.pe.gov.br/a-prefeitura/
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa

Prefeitura de São Lourenço da Mata - Pernambuco

Um comentário:

Cristiane Caldeira disse...

Olá! Sou trineta de Carlota Marinho da Rocha Falcão, que foi casada com Joaquim Ribeiro de Brito, cosenhor do Engenho Penedo de Baixo (segundo notícia do Diário de Pernambuco em 1881). Um certo Francisco Joaquim da Rocha Falcão era proprietário do engenho Penedo, em 1867, e em 1873 sua viúva (que ainda não descobri o nome) anunciou arrendamento do engenho Penedo de Baixo;

Consta no atestado de óbito (São Lourenço da Mata, 4 setembro 1909) que Carlota Marinho da Rocha Falcão morava nas terras do Engenho Timbi ao morrer, e a missa foi na capela do Engenho Camaragibe.

Agradeço quem tiver sugestões de documentos sobre esses Engenhos, que me permita saber mais sobre essas pessoas! Meu email: cristicaldeira@gmail.com