Fontes

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21/01/2014

Engenho Matapagipe/Cabo de Santo Agostinho

         Engenho de fogo vivo e moente, sob a invocação de São Marcos, na margem esquerda do Rio Pirapama, sob a jurisdição de Olinda e freguesia do Cabo de Santo Agostinho. Suas terras ficavam situadas uma milha mais para o interior ao oeste do referido engenho de Três Paus; e possuía 1/2 milha de terra, na maior parte de montes e matas, sendo a cana plantada em alguns montes e em vales. Podia fornecer anualmente fornecer 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar; paga como recognição 90 arrobas de açucar branco encaixado, que deveriam ser entregues no Recife.

http://www.maph.org/map/br-pernambuco-matapagipe-27/
          Nomes históricos: Maruparijĩ (Maratapisip; Marapatigipe; Matapagipe; Maruparigi; Maruparjii). Atualmente o engenho é chamado de Matapagipe - vide mapa IBGE Geocódigo 2602902 - Cabo de Santo Agostinho-PE.
          Antes de 1630 vários estrangeiros protestantes, fugiram da hostilidade da coroa espanhola e imigraram para o Brasil como caixeiros, comerciantes, sapateiros, soldados e marinheiro, outros aplicaram seus capitais na construção de engenhos: João Vanistes e Erasmos Shetsz (eng. do Erasmos/Capitania de São Vicente) e Gaspar de Mere (eng. Marapatigipe/Pernambuco).
Quando os holandeses chegaram ao engenho que pertencia a Gaspar de Mere que tinha fugido de Pernambuco abandonando suas propriedades, encontraram na casa de purgar e da moenda, poucas coisas quebradas e nelas foram encontradas 9 caixas do senhor do engenho, 72 fôrmas da pensão, as quais, segundo a conta do lavrador João Rodrigues, renderam 42 arrobas de açúcar branco e 26 arrobas de açúcar mascavado, que foram encaixados em três caixas e meia, que, com a marca da Companhia, foram mandadas para a Barreta. Além disto, os escravos: João, Manuel, Malemba, Maria, Esperança, Catarina, Susana, Adriana, muito idosos e incapazes. Na casa das caldeiras foram encontradas 4 caldeiras, 5 tachos e 1 parol.
O engenho Marapatigipe  foi citado nos seguintes mapas holandeses: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Maratapisip', na margem esquerda do 'R. Piripama' (Rio Pirapama); e no Mapa PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'Maruparjii', na margem esquerda do 'Pirapáma' - 'Piraparma' (Rio Pirapama).
          *O engenho Marapatigipe  foi desenhado por Frans Post  quando pertencia da Gaspar de Mere.
          Após a invasão holandesa o engenho que se encontrava abandonado foi confiscado pela WIC e vendido a Miguel van Merenbergh e  Martins de Coutre em 24/11/1637.
          O engenho possuía 87 tarefas, sendo: 20 tarefas, do proprietário do engenho e as demais tarefas distribuídas com os seguintes lavradores: Abraham van Mollingen, 20 tarefas; Bartolomeu Gomes, 18 tarefas; Pero Fernandes, 18 tarefas; e Tomás Paminga, 6 tarefas, totalizando 87 tarefas.
          Segundo o Relatório de Bullestrati (1642) sobre a cobranças das dívidas dos senhores de engenho com  a WIC, disse que ao cobrar do proprietário do engenho Marapatigipe , Martinus de Coutre queixou-se dos quatro anos decorridos desde que o ocupa e de ter moído pouco e pede ainda algum adiamento, alegando com o que obraram as tropas do inimigo; promete cumprir o seu compromisso ou então vender o seu engenho e pagar o que deve à Companhia; com uma ou outra solução fará o seu dever, para pagar à Companhia.
              O último proprietário encontrado foi João Carneiro Leão
  
Gaspar de Mere – Nasceu antes de 1570/Antuérpia e faleceu no Brasil em 1639. Autor de uma carta enviada a Holanda, antes da invasão holandesa, onde falava da importância econômica de Pernambuco no Brasil colonial. Esta carta foi posteriormente dada pelos holandeses a João Fernandes Vieira. Durante a ocupação holandesa fugiu de Pernambuco abandonando suas propriedades.
Filhos: Gaspar de Mere de Sousa – professor em Coimbra.
Senhor do engenho Marapatigipe/Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
VITERBO, Sousa. O Doutor Gaspar de Mere. Lisboa, 1910.
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
GUEDES, Max Justo. Um roteiro apócrifo do Estreito de Magalhães: tentativa de identificação de autoria. UC Biblioteca Geral 1, 1970 - 16 pág
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edr. 34.3ª edição definitiva. São Paulo, 2007.

Miguel van Merenbergh – (Nada mais foi encontrado)
Coproprietário do engenho Marapatigipe /Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
www.delanocarvalho.com 
SCHWARTZ, Stuart B. Babilônias tropicais: açúcar ea criação do mundo Atlântico, 1450-1680: Açúcar e do making of do Mundo Atlântico, 1450-1680. UNC Press Books, 20/01/2011 - 368 pág.

Martins de Coutre (Martim do Couto) – (Nada mais foi encontrado)
Nota: "Martim do Couto", como o chamavam os luso-brasileiros, raptou uma filha de Mateus da Costa e com ela casou**.
Coproprietário do engenho Marapatigipe /Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
www.delanocarvalho.com 
SCHWARTZ, Stuart B. Babilônias tropicais: açúcar ea criação do mundo Atlântico, 1450-1680: Açúcar e do making of do Mundo Atlântico, 1450-1680. UNC Press Books, 20/01/2011 - 368 pág.
         
João Alemão Cisneiros – Capitão da Infantaria Paga de Regimento de Olinda. Capitão da 6ª Companhia de Regimentos de Milícias de Olinda. Candidato a Capitão de Granadeiros do Regimento de Olinda.   Capitão da 3ª Companhia de Regimento de Cavalaria Auxiliar do Cabo de Santo Agostinho. Capitão da Ordem do Terço do Distrito de Pernambuco. Capitão de Infantaria de Ordenança do Recife. Administrador do subsidio das aguardentes.  Capitão das Ordenanças do Distrito do Recife.
Curiosidades: Antônio de Sousa Barroso fez um requerimento onde pedia que lhe fosse dado o documento e que lhe fosse passada a provisão relativa a ação que tinha em juízo contra João Allemão Cisneiros, sobre a demarcação do engenho Marapatigipe.
Curiosidades: Em 20/10/1798, João Alemão de Cisneiros fez um requerimento à rainha D. Maria I, pedindo licença para tombar as terras de seu engenho Maratagipe na freguesia do Cabo, capitania de Pernambuco. Anexos: 2 docs. Fonte: Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco.
Senhor do engenho Marapatigipe/Cabo de Santo Agostinho
Fontes consultadas:
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Editora Universitária UFPE, 2006 - 583 pág. https://www.google.com.br
BORGES DE FONSECA, Antônio José Victoriano. Anais da Biblioteca Nacional. Anais 1915 Vol 37 (3)


João Carneiro Leão – Filho de Braz Carneiro Leão (Barão de São Braz) e de D. Izabel Carneiro Leão. Neto paterno de Manoel Carneiro Leão Campelo e de sua primeira esposa Maria do Carmo Diniz Bandeira. Neto materno de Manoel Netto Carneiro Leão e de D. Maria Theodora de Barros Campelo. Nasceu em 23 ou 24.06.1834. formou-se em Direito pela Faculdade do Recife. 
Senhor do Engenho Matapagipe/Cabo de Santo Agostinho e partes do engenho do Monte/Cabo de Santo Agostinho.
C01- D. Anna Francisca Carneiro Leão, em 20.07.1853, sua prima – Filha de seu tio materno Manoel Netto Carneiro Leão e de D. Francisca Theresa Carneiro Leão. 
Filho: Álvaro Augusto Carneiro Leão
Fontes:
Notas Genealógicas de João Nazareno Carneiro Campelo – BRAZ0021D_D0003-04. Pág 49 / 324


Fontes consultadas:
** Mello. José Antônio Gonsalves de. "A Nação Judaica do Brasil Holandês", RIAP vol. 48 (Recife 1976) p. 349.
*Souza Leão, Joaquim de. Frams Posto, 1612-1680. Rio, 1973. Pág. 149.
BORGES DE FONSECA, Antônio José Victoriano. Anais da Biblioteca Nacional. Anais 1915 Vol 37 (3)
Brasil Viajante. A iconografia do Brasil nos Países Baixos do séculos XX. Uma tentativa de avaliação global. Disponível em: http://www.usp.br/revistausp/30/02-stols.pdf
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Editora Universitária UFPE, 2006 - 583 pág. https://www.google.com.br
Guedes, Max Justo. Um roteiro apócrifo do Estreito de Magalhães: tentativa de identificação de autoria. UC Biblioteca Geral 1, 1970 - 16 pág.
http://www.liber.ufpe.br/ultramar/modules/busca/resultadoa.php?i=10520&palavra=capitania%20de%20alagoas&exp=qq&sem=
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edr. 34.3ª edição definitiva. São Paulo, 2007.
MELLO, Jose Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a Historia do Brasil Holandês. Edt. CEPE. Recife, 2004.
Nassau-Siegen; Dussen; Keullen – 1638
PEREIRA, Levy. "Maruparijĩ". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Maruparij%C4%A9. Data de acesso: 19/01/2014
Revista do Instituto Arqueologico e Geografico de Pernambuco n. 147
Schott, 1636, pg. 58
SCHWARTZ, Stuart B. Babilônias tropicais: açúcar ea criação do mundo Atlântico, 1450-1680: Açúcar e do making of do Mundo Atlântico, 1450-1680. UNC Press Books, 20/01/2011 - 368 pág.
VITERBO, Sousa. O Doutor Gaspar de Mere. Lisboa, 1910.
www.delanocarvalho.com 

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu morei no Engenho Matapagipe por aproximadamente 8 anos entre 1984 a 1992 o sítio se chamava última Rosa que antes foi conhecido por sítio do padre onde o padre Melo foi dono por uns anos até vender ao meu Pai o sr Raimundo, ficava próximo a uma comunidade chamada rua da água.
o acesso para o engenho era pelo bairro de Pirapama ,até o bairro de Pirapama a estrada é asfaltada depois é uma estrada de terra onde atualmente tem fim na margem da barragem de Pirapama,onde quase todo o engenho foi alagado só restando algumas pequenas ilhas no lago da barragem de Pirapama onde o engenho Matapagipe está quase todo submerço.

Amóes Xavier disse...

Morei neste engenho até os meus 12 anos. Saí de lá em 1994 devido a construção da Barragem de Pirapama. Onde morei está alagado; mas os momentos vividos, quando ainda era enxuto, ainda estão claros em minha mente!

Unknown disse...

Boa noite procuro por uma mulher chamada Maria do Carmo mota que é minha vó e ela morou nesse engenho pois minha mãe é filha dela e gostaria muito de conhecer se alguém conhecer meu contato é 98851090