Fontes

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30/10/2013

Engenho Camaragibe/Sirinhaém

 

engenho Camaragibe/Sirinhaem
 

    As terras do engenho Camaragibe/Sirinhaem (Camurijĩmírĩ; Camriginÿ), ficavam localizadas na margem esquerda do Rio Camaragibe, afluente do Rio Serinhaém, sob a jurisdição da Vila Formosa de Serinhaém, capitania de Pernambuco. Tinham uma milha de extensão, com poucas várzeas, na maior parte matas e montes. Sua moenda era movida à água e podia produzir anualmente 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar, pagando como pensão 2 arrobas em cada mil, depois de dizimado.
 
    O engenho foi fundado em 1549, por Francisco Rodrigues de Porto, talvez em terras recebidas como dote do seu primeiro casamento.
 
    Em 1636, Francisco Porto foi torturado e enforcado pela tropa holandesa. Francisco deixou muitas dívidas num total de 15.000 florins e seu inventário indicou que tinha sido casado duas vezes, pertencendo o engenho a primeira esposa, já falecida, com quem tivera uma filha.
 
    Segundo Borges da Fonseca quando o exército luso-brasileiro estava em Serinhaém visitaram o engenho Camaragibe/Sirinhaém e encontraram 107 caixas de açúcar em um armazém e em outro armazém 160 caixas, que pretenderam leva-los com eles, mas, devido à constante e forte chuva que assolava a região, resolveram deixá-los, pois derreteriam. Como não puderam transportar atearam fogo nos dois armazéns para que o inimigo não se aproveitasse do açúcar armazenado. E foi o que realmente aconteceu: .... voltando ao acampamento, incendiaram o povoado, com exceção da igreja, e partiram para Camaragibe, encontrando no caminho algum gado, mas não viram o inimigo, e levaram-no à frente com cordeiro, até chegarem ao engenho, onde foram distribuídos pela tropa. Mandaram várias forças em busca do açúcar, mas nada encontraram...
 
    Em 1637 o engenho moía sob a gestão da viúva de Francisco Rodrigues de Porto, Branca Mendes e herdeiros, que ficaram sob a obediência dos invasores.
 
    No ano de 1639 a fábrica do engenho Camaragibe moía com 04 partidos de lavradores, no total de 48 tarefas (2.4 mil arrobas) sem partido de fazenda.
 
  • Domingos Pereira 09 tarefas; Gaspar Velho 12 tarefas; Manuel da Cunha 25 tarefas; Petro Peres 02 tarefas.
    O engenho Camaragibe é citado no mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve - plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ: Camriginÿ'; Præfecturæ Paranambucæ Pars Borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; e no IBGE Geocódigo 2614204 Sirinhaem-PE.
 
    O próximo proprietário encontrado foi Manuel Correia de Araújo e depois a Sebastião Antônio Accioly Lins Wanderley.
      
     No século XX o engenho Camaragibe pertencia a Mendes, Lima & AMP CIA.
 
Fontes consultadas:
PEREIRA, Levy. "Camurijĩmírĩ (engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/Camurij%C4%A9m%C3%ADr%C4%A9_(engenho). Data de acesso: 28/10/2013,
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1919-1920 Vols 41 / 42 (1) Pág. 168
CABRAL DE MELLO, Evaldo. O Bagaço da Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês. Edt. Penguin & Companhia das Letras, 2009 125
 

PROPRIETÁRIOS/RENDEIROS:

Francisco Rodrigues de Porto - Comerciante de açúcar, residente em Olinda. Cristão novo. Em 1636 foi torturado e enforcado pela tropa holandesa. Francisco deixou muitas dívidas num total de 15.000 florins. Seu inventário indicou que tinha sido casado duas vezes, pertencendo o engenho a primeira esposa, já falecida, e de que tivera uma filha.
Fundou o engenho Camaragibe/Sirinhaém em 1549.
C01- (N). (c.g.)
C02- Branca Mendes (c.g.)
 
Fontes externas:
BORGES DA FONSECA. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1919-1920 Vols 41 / 42 (1)
SILVA, Janaína Guimarães da Fonseca, Cristãos-Novos no negócio da Capitania de Pernambuco: relacionamentos, continuidades e rupturas nas redes de comércio entre os anos de 1580 e 1630
 
Manuel Correia de AraújoNasceu em 28.12.1698/Santa Maria Maior, Viana do Castelo District/PT. Filho de Tomé Correia de Araújo e de Antônia Ramos.
Notas Biográficas: Capitão-mor da vila do Recife, Sargento-mor de Recife, Caixeiro, Almoxarife da Fazenda Real Professou no Convento do Carmo de Goiana em 14/02/1744 e foi exilado para a Bahia, em 27/06/1785, por desobediência a um Breve Apostólico, em 10/05/1781
Senhor do Morgado engenho Pindoba de Cima. E do Morgado do engenho Abiaí. Senhor dos engenhos: do Meio; Tijipió; Camaragibe
 
C01- Teresa de Jesus Correia de Araújo, em 20.11.1763/Sé de Olinda – Nasceu em 1746 e faleceu em 31/7/1796. Filha Manoel Pereira Dutra e Josefa Maria de Jesus. Irmã do Padre Manoel Pereira Dutra. Filhos:

1/8- Tome Correia de Araújo – Capitão. Senhor do vínculo do engenho Abiaí, instituído pelo seu pai.
C01- D. Anna – Filha de Pantaleão Fernandes de Figueredo e de Maria Gomes de Fiqueredo, natural do engenho do Rio Formoso/Sirinhaém
2/8-  Manoel de Santa Teresa, Frei – Professou no Convento do Carmo de Goiana em 14/02/1744 e foi exilado para a Bahia, em 27/06/1785, por desobediência a um Breve Apostólico datado de 10/05/1781. Senhor do engenho Camaragibe – Sob a Invocação de Santiago Maior. Senhor do Engenho Abiaí - Sob a Invocação de São João Batista, do autor Fabio Arruda de Lima....
R01- (N) com quem teve uma filha natural quando morou na Paraíba, chamada Maria Joaquina.
3/8- João da Conceição, Frei; 
4/8- Lucas do Amor Divino, Frei; 
5/8- José Correia de Santa Ana, Frei – Nasceu em 1732; 
6/8- Joaquim Correia de Araujo, Frei;
7/8- Teresa Correia de Araújo – Nasceu em 1746 e faleceu em 3107.1796. (c.g.)
C01- José Vaz Salgueiro Junior, 1ª esposa, em 20.11.1763/Sé de Olinda – Batizado em 09.05.1735 e falecido em 10.02.1802. Tenente Coronel do Regimento de Cavalaria Auxiliar de Boa Vista/Recife (1766). Vereador (1777). Selador e Feitor da Aduana em Pernambuco (cargo herdado de seu pai). Cavaleiro da ordem de Cristo (1764). Senhor do engenho Pará, antes Cucaú/Ipojuca, sob invocação dos Santos Cosme e Damião
8/9- Ana Correia de Araújo – Batizada em 21.2.1735.
C01- Luís Pereira Viana, em 20.11.1763/Sé de Olinda – Batizado em 11/2.1714PT. Filho de João de Lima e de sua mulher Joana Pereira da Costa. Familiar do Santo Oficio. Mestre de Campo. Senhor do engenho Moreno e Bulhões, natural de Viana, Portugal, natural da mesma localidade.
9/9- Com nome e gênero desconhecidos.
 
Fontes externas:
BORGES DA FONSECA. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais de 1925. Vol. 47. Pág. 175 / 499
https://www.geni.com/people/Manoel-Correia-de-Ara%C3%BAjo-Morgado-Eng-Pindoba-de-Cima/6000000086827768832
 
Sebastião Antônio Accioly Lins Wanderley – Nascido em 16/01/1829-Serinhaém e falecido em 02/05/1891-Recife. Filho do Cap. Sebastião Antônio Accioly e Joanna Francisca de Albuquerque Lins. Neto paterno de Cristóvão da Rocha de Barros e de Feliciana Ignácia Accioly. neto materno de Sebastião Antônio Accioly Lins e de Joanna Francisca de Albuquerque Lins. Estudou as primeiras letras, com o padre Joaquim Rafael N. Dura, conhecido latinista, no engenho Mamucabas/Rio Formoso que pertencia ao Cel. Manuel Xavier Paes Barreto. Foi bacharel em Direito em 1850 no Curso Jurídico em Olinda. Presidente da Assembleia Provincial em quatro legislaturas. Deputado Provincial em Pernambuco. Barão de Goicana, Dec. 18/08/1882. Senhor de engenho e Usineiro.
O Barão escreveu dois diários, o primeiro começado em janeiro de 1886 e terminado em 1890 foi publicado na revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, Vol. L, Recife, 1978. O outro se perdeu.  Com fotografias na coleção Francisco Rodrigues; FR- 3716
Casamento 01: Feliciana Inácia Accioly Lins, c.g.
Senhor dos engenhos: Camaragibe/Sirinhaém; Fortaleza/Ipojuca; Goiana Grande (Usina Maravilhas)/Goiana; Goicana;  Palma; Portas d'Água;
Porto Alegre; Ubaquinha; Tapuia/Amaraji.
Fontes consultadas:
www.dominiopublico.gov.br
 
Barros, Mendes & AMP, Cia – Antônio Fernandes Ribeiro foi o fundador da firma "Barros, Mendes & AMP, Cia", em sociedade com os portugueses: João José Rodrigues Mendes e Gonçalo Alfredo Alves Pereira, sucedida por "Mendes, Lima & Cia, ao brasileiro José Adolpho de Oliveira Lima. A firma iniciou suas atividades comerciais com a compra de bacalhau, e depois como importadora do mesmo produto. Anos depois interessou-se pela atividade açucareira como comissária e exportadora de açúcar, que adquiria por financiamento antecipado a Engenhos e Usinas. Desse modo conseguiu acumular considerável patrimônio, por compra, ou em ressarcimento daquelas unidades incapazes de saldarem seus compromissos, conforme observa-se pelo levantamento do ativo da empresa por ocasião do inventário procedido com o falecimento do sócio Joaquim Lima d'Amorim que ingressara na firma em 1900, e cujos bens estavam assim arrolados.
Usinas: Perseverança; Trapiche; Ubaquinha
Engenhos: Camaragibe, Jaciru, Cachoeira Nova, Cachoeira Velha , Anjo, Palma, Ubaca, Ubaquinha, Xanguá, Sapucaia, Sibiró do Cavalcanti, Porto Alegre, Gindaí ou Gindahi/Sirinhaém; Jardim /Catende; Jacaré/Goiana; Laje Nova/Palmares; Santana, Mangueira/Água Preta; Sirinhaém depois Todos os Santos, São Bras Coimbero/Cabo de Santo Agostinho; São Domingos/Barreiros; Fluminense; Rosário; Canto Escuro; Trapiche; e Machado.
Fontes consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_Ant%C3%B4nio_Accioli_Lins
 
 


Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns pelo trabalho!