Fontes

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22/09/2016

Capibaribe,Três Paus, N. Sra. da Encarnação, Boa Vista/Goiana

Localização da Capitania de Itamaracá
           No século XVI quando a capitania de Itamaracá foi oficialmente criada, os Capitães-mores começaram a conceder terras em sesmarias para construção de engenhos de açúcar em Goiana.
           Em 1570 foi concedia uma data de 5.000 braças de terra em quadro a Diogo Dias e seus filhos. Essas terras ficavam situadas no Vargedo Norte do Capibaribe Mirim e nelas foram fundados os primeiros engenhos de Goiana: Goiana Grande, Jacaré e o Trés Paus. Em uma outra concessão de terras feita em 1577 a Boaventura Dias, filho de Diogo Dias, foram levantados os engenhos Dois Rios e Mariúna, e posteriormente outros, atingindo 09 engenhos em 1630. Destes nove engenhos desapareceram os de nome Três Paus (Nossa Senhora da Encarnação, Boa Vista, Capibaribe), Tracunhãem de Baixo, Tracunhãem de Cima e Santos Cosme e Damião, naturalmente pela imposição de novos nomes..
            O engenho Três Paus/Goiana era movido à água, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação, provavelmente fundado por Simão Soeiro nas terras de sesmaria que pertenciam a Diogo Dias, localizadas na margem direita do Rio Capibaribe Mirim (Rio Goiana), freguesia de Goiana, Capitania de Itamaracá,
O engenho Três Paus pode ser o engenho mencionado em 1609 como pertencente a Antônio Dias, com uma moenda movida a bois e igreja.
            No ano de 1623 o engenho moeu 5.327 de açúcar e pertencia a Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque, filho de Filipe Cavalcanti, o florentino, e D. Catarina de Albuquerque, filha de Jerônimo de Albuquerque, o Adão de Pernambuco.

Como os brasões concedidos por Maurício de Nassau às capitanias nordestinas 
ilustram a história, a economia e a geografia do Brasil holandês
na primeira metade do século XVII
Em 1633 o engenho foi incendiado pelas tropas holandesa e três anos depois Jerônimo Cavalcante resolve fugir de Pernambuco, durante o grande êxodo dos principais da terra, suas famílias e escravos (8.000 pessoas) que acompanharam o General Mathias de Albuquerque para a Bahia, abandonando tudo o que não podia ser levado.
Tendo seu proprietário se retirado, o engenho Três Paus, que se encontrava arruinado, foi confiscado e depois leiloado em 30.05.1637 pela Companhia das Índias Ocidentais holandesa e arrematado pelo alto funcionário do Brasil holandês Servaes Carpentier juntamente com o engenho Tracunhaém de Cima, pelo 60.000 florins, em prestações anuais de 10.000 florins.


O engenho moeu em 1637 e 1639, com 12 tarefas da fazenda e 06 partidos de lavradores que somavam 162 tarefas (8.100 arrobas). Lavradores: Angela da Mota com 20 tarefas; Cornelis Stalpaert van der Wyel com 30 tarefas; Jan Carpentier com 50 tarefas; Johan Houck com 20 tarefas; Maria Gomes com 15 tarefas; Noel Mabel Garenne com 15 tarefas; que totalizavam 162 tarefas, sendo 12 da fazenda.
Em 1639, Servaes Carpentier começara a construir outro engenho na freguesia, possivelmente o engenho Nassau, registrado por Goijath, mas sem maior informação a respeito do referido engenho.


O engenho Capibaribe foi citado nos seguintes mapas coloniais: 

-PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, Una Cum PRÆFECTURA De ITÂMARACÂ. NOTA: No BQPPB há somente o topônimo, sem o símbolo, desse engenho. A sua localização probabilística assumida no georreferenciamento é baseada na hipótese de que a posição no mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA está correta.
- IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ. TrԐs Puos', na margem direita do braço sul do 'R. Capinarinÿ' (Rio Capibaribe Mirim - Rio Goiana).
- IT (Orazi, 1698) PROVINCIA DI ITAMARACÁ, representado sem símbolo, 'Tres Puos', na margem direita  do rio 'Capinaricu' (Rio Capibaribe Mirim - Rio Goiana). NOTA: Nesse engenho também se observa que Orazi mistura as informações do mapa fonte - mapa semelhante ao IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA da Biblioteca do Vaticano - com o BQPPB, criando duplicidade: plota mais um engenho na mesma situação, denominado-o 'S. Cosmo di Paos'.

Em 1645, a dívida de Carpentier com a WIC (Companhia das Índias Ocidentais) montava a 159.429 florins; e em 1663, seus herdeiros ainda deviam 97.500 florins. Àquela altura, Gaspar Carpentier, provavelmente um parente muito próximo, apresentou suas pretensões de ressarcimento à Coroa portuguesa. 
O engenho Três Paus (Nossa Senhora da Encarnação, Boa Vista, e por último Capibaribe) /Goiana, foi evacuado e incendiado em 1646, pelos insurreptos, como muitos outros engenhos da região.
Atualmente não existe vestígio do engenho e sua área de 152,88 ha foi desapropriada (Lei nº 13.831, de 29 de junho de 2009), para construção de moradias e implantação de microempresas, hotéis e indústrias de pequeno e médio porte, que tenham como principal característica a gestão da hospitalidade relacionada com a responsabilidade ambiental. 

Engenho Uruaê/Goiana, século XVIII,



Fontes:
http://legis.alepe.pe.gov.br/arquivoTexto.aspx?tiponorma=1&numero=13754&complemento=0&ano=2009&tipo=&url=
CABRAL DE MELLO, Evaldo. O Bagaço da Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês. 1ª edição. Sã Paulo, 2012. Edt. Penguim e Companhia das Letras. Pág. 145-146
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_de_Itamarac%C3%A1
Mapas manuscritos do ATLAS editado por Johannes Vingboons, pertencentes ao IAHGP - Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
NASSAU-SIEGEN, J. Maurice; DUSSEN, Adriaen Van der; KEULLEN, Mathijs Van: Breve Discurso sobre o Estado das Quatro Capitanias Conquistadas no Brazil, pelos Holandeses 14.01.1638.
ORAZI, Andrea Antônio (Andreas Antonius Oratij), mapas, in (Santa Teresa, 1698)
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto: Anais Pernambucanos. Edição de 1951 do Arquivo Público Estadual, FUNDARPE, Diretoria de Assuntos Culturais, Recife, Pernambuco, Brasil, 1983
PEREIRA, Levy. "Đ 3 paos". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/%C4%90_3_paos. Data de acesso: 21.09.2016.



PROPRIETÁRIOS:



Simão Soeiro – Filho dos cristãos-novos Francisco Soares (mercador em Olinda) e de Guiomar Soeiro. Sua irmã Beatriz Soares c.c. o lavrador Estêvão Ribeiro e residiu em Itamaracá e depois em Igarassu.
C01: Maria Álvares – Filha de Beatriz Mendes (II) que nasceu em 1534/Setubal-PT. Filhos:
01- Francisco Soares (II) – Nasceu em 1570/Capitania de Itamaracá. Cristão-novo. Residiu em Goiana
02- Branca Ramires – Residia em Itamaracá. Cristã nova. C.c. Diogo Roiz.
03- Branca Ramires – Cristã nova.
04- Guiomar Soeiro (II) – Nasceu em 1564/Capitania de Itamaracá. Cristã nova.
05- Beatriz Mendes – Cristã nova.
06- Joanna Mendes – Nasceu em 1572. Cristã nova. Tinha o mesmo nome de sua tia paterna. Residia em Goiana.
07- Paula Soares – Cristã nova.
08- Lianor Mendes – Nasceu na Capitania de Itamaracá e faleceu em torno de 1587/Tapecima-Itamaracá.
Fontes:
CABRAL DE MELLO, Evaldo. O Bagaço da Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês. 1ª edição. Sã Paulo, 2012. Edt. Penguim e Companhia das Letras. Pág. 145-146
https://familysearch.org/photos/artifacts/21111377
PEREIRA, Levy. "Đ 3 paos". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/%C4%90_3_paos. Data de acesso: 21.09.2016.
RIBEMBOIM, José Alexandre. As Comunidades Esquecidas, Estudo sobre os cristãos-novos e judeus da Vila de Igarassu, Capitania de Itamaracá e Cidade Maurícia. Prefácio de José Luiz da Mota Menezes, Recife: L. Dantas Silva, Officina das Letras, 2002



1609- Antônio DiasNada foi encontrado.
Fontes:
CABRAL DE MELLO, Evaldo. O Bagaço da Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês. 1ª edição. Sã Paulo, 2012. Edt. Penguim e Companhia das Letras. Pág. 145-146
PEREIRA, Levy. "Đ 3 paos". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/%C4%90_3_paos. Data de acesso: 21.09.2016.



1635 - Jerônimo Cavalcante de Albuquerque (Jeronimo Cavalcante de Lacerda) – Nasceu em Olinda quando faleceu foi sepultado na Capela do seu engenho Três Paus, depois Boa Vista/Goiana. Filho de Filipe Cavalcanti e de Maria de Lacerda. Neto materno de Antônio Ribeiro de Lacerda e de Isabel de Moura.
Junto com seus dois irmãos, Antônio e Lourenço, participou da luta de defesa contra o ataque militar da Companhia de Comercio holandesa (WIC), quando de sua primeira tentativa de estabelecimento na Bahia em 1624. No ano seguinte foi enviado pelo General Mathias de Albuquerque em socorro à Bahia para a retomada final da praça. Retornou a Pernambuco já como Governador de Armas. Em 1635 fugiu para a Bahia junto a mais de 8.000 pessoas, acompanhando o General Mathias de Albuquerque e deixando para trás tudo o que não podia ser levado. Coronel de Cavalos de Itamaracá, com carta de confirmação datada de 16.11.1694. Capitão-mor de Itamaracá, carta datada de 15.11.1696. Capitão-mor de Goiana. Fidalgo da Ordem de Cristo (1625). Cavaleiro da Ordem de Cristo (1625). Capitão de Infantaria de Pernambuco, com carta de confirmação de 02.09.1697.
Senhor dos engenhos Tracunháem de Cima/Goiana, Bujari/Goiana; Três Paus, depois Boa Vista/Goiana.
C01: Catarina de Vasconcellos – Filha de Francisco Camello Valcaçar e de Catarina de Vasconcelos. Filhos:
01- Manoel Cavalcanti de Albuquerque Lacerda – Alcaide-mor de Goiana. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Professo na Ordem de Cristo, com habilitação em 1706. C.c. Sebastiana de Carvalho (da Cunha ou de Castro), filha de Manoel Carneiro da Cunha e de Sebastiana de Carvalho.
02- Ana Cavalcanti – C.c. seu primo o Cel. Das Ordenanças de Goiana Felippe Cavalcante de Albuquerque, filho de Francisco de Barros Falcão e de Mariana de Lacerda. (c.g.);
03- Maria de Lacerda – C.c. José Camello Pessoa, nascido em 1682, filho de Nuno CAmello e de Inês Pessoa. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Capitão-mor da Várzea. Coronel das Ordenanças de Olinda. Capitão-mor de Goiana. Senhor do engenho da Boa Vista e administrador das capelas de Nossa Senhora das Angústias do Real Colégio de Olinda e de São Pantaleão. (c.g.);
04- Francisca Cavalcante – C.c. Miguel Carneiro da Cunha, filho de Manoel Carneiro da Cunha e de Sebastiana de Carvalho. Senhor do Engenho do Brum-Brum. (s.g.) NOTA: Depois de viúvo Miguel Carneiro da Cunha, já idoso, foi obrigado a se casar com uma mulher com que vivia amasiado, pelos confessores da Capitania do Ceará, onde foi morar depois de ter ocupado o posto de Coronel de Cavalaria do Ceará.
Fontes:
BORGES DA FONSECA. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1903 Vol 25 (3). Pág. 45, 64, 113
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_____________________________________________________ Anais 1925 Vol 47 (1). Pág. 215
_____________________________________________________ Anais 1973 Vol 93 (3). Pág. 25, 45
CABRAL DE MELLO, Evaldo. O Bagaço da Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês. 1ª edição. Sã Paulo, 2012. Edt. Penguim e Companhia das Letras. Pág. 145-146
http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40745&dir=genxdir/
PEREIRA, Levy. "Đ 3 paos". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/%C4%90_3_paos. Data de acesso: 21.09.2016.



1638- Servaes (Servatius) Carpentier – Nasceu em 22.04.1599/Aachen, Cologne, North Rhine-Westphalia/Alemanha  e faleceu em 1648 em batalha no Monte Guararapes, sendo sepultado na Igreja do Corpo Santo/Goiana. Filho de Jan Roelandsz de Carpentier e de Maria Servaes dr Hellinx.
 Médico em Utrecht. Chegou a Pernambuco junto com a frota que veio invadir a Capitania. Diretor da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais. Conselheiro político (1630 a 1636). Primeiro governador da província holandesa da Paraíba e Rio Grande do Norte, de (1635 a 1636). Autor do Relatório sobre a Capitania da Paraíba em 1635. Como Conselheiro residiu em Pernambuco até 1636 quando foi em missão do Conselho à Holanda para expor a situação da colônia (tendo redigido então dois interessantes relatórios, in BPB).
Após uma rápida passagem pelos Países Baixos, retornou ao Brasil com Maurício de Nassau (1637), como Secretário do Alto e Secreto Conselho. Em 1639 deixou a sua função para dedicar-se exclusivamente à vida rural. Viu-se forçado a retornar ao Recife quando da eclosão da Insurreição de 1645, vindo a falecer em 25.021646.
Na Guerra dos Guararapes os Terços de Fernandes Vieira e de Felipe Camarão atacaram na baixada os regimentos de von Schkoppe, Adolph van Els e Servaes Carpentier. No amanhecer do dia 20.04.1648, foram encontrados no campo da batalha, 33 bandeiras e estandartes, duas peças de artilharia em bronze, armas das mais diversas, muita pólvora, cunhetes de balas, alfaias, animais domésticos, algemas e grilhões diversos, uma grande quantidade de moedas em ouro, mantimentos e até uma sortida farmácia. Nas baixas do exército holandês, segundo minucioso relatório incluído pelo major Antônio de Souza Júnior em Do Recôncavo aos Guararapes (Rio, 1949), figuravam 523 feridos e 515 outros, entre mortos e prisioneiros, dos quais 46 oficiais. No confronto perderam as vidas os coronéis Hendrick van Haus, Cornelis van Elst e Servaes Carpentier, ficando feridos o general van Schkoppe e coronel Guilherme Houthain. O coronel Pedro Keerweer que sucedera o coronel Servaes Carpentier, fora dado por desaparecido nos relatórios holandeses, muito embora, na verdade, se encontrava como prisioneiro de João Fernandes Vieira.
Senhor dos engenhos: Três Paus/Goiana (1637); Tracunhaém de Cima/Goiana (1637); Nossa Senhora da Conceição/GoianaEm 1639, Servaes Carpentier começara a construir outro engenho na freguesia, possivelmente o engenho Nassau, registrado por Goijath, mas sem maior informação a respeito do referido engenho.
C01: Agatha Hamel(com geração desconhecida)
Fontes:
http://www.luizberto.com/esquina-leonardo-dantas-silva/guararapes
CABRAL DE MELLO, Evaldo. O Bagaço da Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês. 1ª edição. Sã Paulo, 2012. Edt. Penguim e Companhia das Letras. Pág. 145-146
Gonçalves de Mello, José Antônio (1985). Fontes para a História do Brasil Holandês (v. 2). Fundação Nacional Pró-Memória [S.l.] p. 506
https://pt.wikipedia.org/wiki/Servaas_Carpentier
https://www.geni.com/people/Servaes-de-Carpentier/6000000017554725064
Lins, Guilherme Gomes da Silveira d’Avila, Governantes da Paraíba no Brasil Colonial (1585-1808): uma revisão crítica da relação nominal e cronológica.
PEREIRA, Levy. "(Carpentier, 1635)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/(Carpentier,_1635). Data de acesso: 22 de setembro de 2016.
PEREIRA, Levy. "Đ 3 paos". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/%C4%90_3_paos. Data de acesso: 21.09.2016.

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