Fontes

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26/10/2010

Santana (Sant'Anna)/Jaboatão dos Guararapes


O engenho Santana, berço da Insurreição Pernambucana, um marco histórico do Pernambuco holandês e um dos mais antigos do município de Jaboatão dos Guararapes. Suas terras ficam localizadas no bairro de Sucupira/Jaboatão dos Guararapes, nas margens direita do Rio Jaboatão, como podemos ver no mapa PE (Orazi,  1698)  Provincia di Pernamb, plotado como 'S Anna', na margem direita do 'Iaucpoata' - 'Iarapóata' (Rio Jaboatão).



Localização das edificações 
do engenho

         De suas antigas edificações, ainda existe a casa-grande, Igreja, vila dos moradores, sede da administração, escola, bueiro, ruínas da senzala e da fábrica, cuja moenda era movida à água e que fabricou açúcar e aguardente até o século XX. O engenho depois passou a ser fornecedor de cana para a Usina Jaboatão e a explorar suas pedreiras que abasteciam o grande Recife.

Casa grande do eng. Santana/Jaboatão
 dos Guararapes
A casa-grande, cujo acesso é feito por rampas calçadas com pedras, foi construída em terreno alto, estilo eclético, com um só pavimento, de alvenaria de tijolos. 
Hoje se encontra em um bom estado de conservação, apesar das várias alterações que sofreu ao longo do século XX. Com terraço em “U”, aonde o senhor de engenho ficava muitas vezes sentado em sua cadeira de balanço, olhando todas as edificações do engenho, os caminhões que passavam carregados de pedras ou de cana, e os carros puxados a bois, com seus rangidos (cantos) tão peculiares, cujos condutores quando passavam na frente da casa grande tiravam o chapéu saldavam: "Bom dia! Doutor.".  
Vista do jardim da casa grande
            
No pátio de entrada da casa ainda existem dois jambeiros e dois bancos de pedra, embaixo de cada um deles, onde nos idos de 1960 o administrador do engenho e do barracão, Sr. Juarez, todas as vezes que precisa despachar com meu avô, amarrava seus lindos cavalos.  
            
Para acesso à casa subíamos uma escada de pedra bruta de mármore, com um portão gradeado preso a dois pilares, onde estavam cravados dois leões de louça, que por sua postura eram verdadeiros guardiões, bem alertas, que protegiam a casa grande e seus moradores. 
            
O terraço do lado direito, que servia de sala no verão, era fechado com grandes janelas de madeira e vidro, que hoje não existem mais, e que cobriam todas as suas paredes, tendo 03 portas, duas para um jardim e outra para o interior da casa.
            
No fundo da casa ficava o galinheiro e a horta com grande variedade de fruteiras que davam acesso a um morro com muitos pés de araçá, mangueiras, ingazeiros, macaíbas e azeitonas preta, um deleite para nossos passeios, que  eram proibidos quando as vacas paridas estavam pastando naquele local. NOTA: Na horta existiam duas grandes cacimbas, cobertas com grossas tábuas, que forneciam água para a casa grande e que ao longo da minha infância ouvi muitos dizerem: "cuidado com as cacimbas, são perigosas e vocês podem cair nela".

Conjunto de casa de  moradores -  Eng. Santana
        O interior da casa grande é composto de: rol de entrada, onde ficavam fotografias dos ascendentes e descendentes das famílias Carneiro Leão, Carneiro da Cunha, Mendes de Holanda,  Mello Avelins, Novaes e Carneiro de Novaes, um móvel com as comendas que meu avô recebeu durante toda a sua vida pública e uma grande caixa de música, com borboletas e tambores, que tocava 12 sonetos; 03 salas: uma de visita, duas para refeições, onde serviam um grande café da manhã, feito por D. Anunciada e servido por Lúcia, após a missa do domingo, rezada pelo Capelão do Quartel de Socorro, Padre Oliveira (1960), que chegava logo de manhã cedo, trazido por “Meu Compadre Miguel Afonso”, depois por seus filhos: Paulo e Nelson, sucessivamente; um terraço interno, coberto de telhas de vidro, que servia de sala de televisão e de estar, onde meu avô costumava ouvir no rádio as notícias do Brasil; um pequeno quarto para santos; 05 quartos (02 suítes); 01 banheiro social cuja fechadura, ao girar, dizia que estava "ocupado ou aberto"; uma copa; cozinha; quarto para passar roupas; dispensa; dependência completa para os funcionários da casa; um terraço ao fundo com lavanderia e um grande fogão à lenha com forno acoplado. Nele era cozinhado em tacho de cobre os famosos doces de banana, feitos pelo “Seu Cocó" - figura impar  na vida de todos que frequentavam a casa grande - homem muito educado e respeitoso. Certa vez presenciei sr. Cocó tirar o chapéu para poder falar ao telefone com minha avó Nita. CURIOSIDADES: Era costume os trabalhadores e/ou moradores do engenho cumprimentarem as pessoas, tirando o chapéu, em sinal de respeito.


Capela de Santana
                     
        A capela do engenho, sob a invocação de Santa Anna, fica localizada na mesma elevação da casa grande, se destaca pela beleza de suas linhas e curvas sendo ligada a casa por um terraço lateral, que minha mãe dizia que tinha sido feito na grande e última reforma para as bodas de prata de meus avós. Na sua parede frontal existe uma placa onde se pode ler: Engenho Santana. Requisitado pelos holandeses. Adquirido por Fernandes Vieira. Pertenceu as famílias Soares Brandão, Carneiro da Cunha, Carneiro de Lacerda e em 1920 a Manoel Carneiro Leão que o deixou à sua filha D. Nita Carneiro de Novaes casada com o Senador da República Dr. Antônio de Novaes Filho (Ministro da Agricultura). 1950. (foto acima) Na sacristia existem lápides de proprietários, familiares, de “Dodô” a baba de minha mãe e dos meus tios, do meu pai Edvaldo Barreto Neves Baptista e de meu irmão Roberto Neves Baptista. NOTA: Durante o mês de maio o terço era rezado todos os dias e no fim do mês saía uma procissão em homenagem a São Joaquim e Santa Anna, acompanhada pelos moradores do engenho, visitantes e proprietários, sendo puxada por um grande andor enfeitado com flores com a imagem da Santa, que ficava depois guardado no coro na Igreja ao lado do grande sino. 

Logo abaixo da capela, descendo uma pequena elevação, há um grande pé de manga rosa, e pendurado em seus galhos, uma roda de ferro, onde os vigias, do dia e da noite, batiam as horas. Logo abaixo um poço onde ficava localiza a antiga roda d'água. 
  
Em frente à casa-grande e próximo ao prédio da administração, está localizada as ruínas da moita do engenho, que desabou em 1964, junto com a senzala que ficava localizada por detrás. 

Antiga escola do engenho
Hoje, dos edifícios que faziam parte da fábrica do engenho, ainda encontramos de pé o bueiro, uma pequena cocheira, um quarto para selas e arreios, uma garagem para carros e cabriolés, e uma escola, cujas aulas, nos idos de 1960, eram administradas por D.
Palmira (esposa do Sr. Juarez, o administrador de Santana).

O destilador do engenho, na época de Novaes Filho, se chamava José Dutra Ferreira, que tinha trabalhado com João Buarque Filho (eng. Campina Nova/Barreiros) e depois com Benedito Silveira Coutinho (eng. Gravatá/Água Preta). Segundo sua filha Grinauria Dutra (Iaia) - costureira da minha família e que ajudou na criação dos meus irmãos mais novos e dos meus filhos - "a cachaça era feita em um grande alambique de cobre aquecido à lenha. Depois de destilada era distribuída entre os moradores e vendida no barracão do engenho e em outros estabelecimentos da região. O transporte era feito por cavalos ou burros carregados com dois barris de carvalho de cada lado, com torneira, conhecidos com âncora".


Roda d'água que movia as
moendas dos engenhos


 HISTÓRIA 


Rio Jaboatão - eng. Santana

Em 24/09/1534, Duarte Coelho Pereira, 1º Donatário de Pernambuco recebeu autorização do Rei D. João III para distribuir terras através do sistema de sesmaria, cujos sesmeiros tinha como obrigação plantar a cana de açúcar, construir o engenho (fábrica) para fabricação do açúcar, ou plantar lavouras de subsistência.


Essas doações de terra consistiam em uma política barata de povoamento das terras “devolutas e desaproveitadas”, não gastando a Coroa Portuguesa nenhum centavo com e exploração de terras e a colonização brasileira.  A petição de terras era um negócio lucrativo, mas exigia grande investimento. Por isso a terra não era dada aos pobres, mas a fidalgos ou pessoas de elevada hierarquia, que chegavam de Portugal e de outras nações europeias, sozinhos ou com suas famílias, que possuíssem alguma fortuna para custear as viagens pelos intermináveis e dispendiosos sertões.

Os homens solteiros que traziam capitais, tinham a possibilidade de se casarem junto à parentela do donatário, e conseguiam rapidamente uma terra de sesmarias (livres de foro, tributo ou pensão, salvo o dízimo à Ordem de Cristo), onde poderiam fundar  engenhos de açúcar, preferencialmente, ou encontrar outra atividade como o financiamento das bandeiras que partiam em busca de ouro ou prata e captura de índios para escraviza-los. Além dos haveres, a própria vida dessas pessoas era posta em xeque naquele meio selvagem e com confrontos  com os indígenas, piratas e outros colonos.

O título de senhor de engenho podia ser considerado tão alto como os títulos de nobreza do reino de Portugal. As pessoas que recebiam uma sesmaria de terras condensavam em si próprios todos aqueles graus da hierarquia nobiliárquica, se bem que, inclusive os nobres de linhagem, nascidos na colônia e com o foro de fidalgo, não recebessem títulos de barão ou outros, até a transferência da Corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1808.

Sérgio Buarque de Holanda escreveu que “nos domínios rurais, a autoridade do proprietário de terras não sofria réplica”, e também ressaltou que “tudo se fazia consoante sua vontade, muitas vezes caprichosa e despótica” e que “o engenho constituía um organismo completo e que, tanto quanto possível, se bastava a si mesmo”. 

Segundo Pedro Calmon os sesmeiros que se tornaram senhores de engenho “onde se devia produzir quase tudo, era o senhor feudal da região (fazendeiro-vassalo, lavrador e cultivador dos canaviais)". De acordo com José Mattoso, a apropriação desses poderes senhoriais por parte da nobreza constituiu o suporte do “modo de produção feudal”. Nota: A partir do século XVIII as sesmarias foram também doadas para criação de gado bovino no sertão nordestino.

 O sesmeiro em Pernambuco tinha a obrigação de cultivar a terra por um prazo de cinco anos, tornando-a produtiva: exploravam o pau-brasil, cultivavam a cana de açúcar ou lavouras de sustentação e, também, construíam engenhos também fazia parte de suas obrigações a administração da justiça, fora de quaisquer normas jurídica. Coletava multas e taxas locais, organizava forças militares, recrutava camponeses, exigia serviços para a conservação de estradas, pontes e fortificações, capturavam e escravizavam os indígenas. Os poderes de coação, assumidos pelos sesmeiros brasileiros, cujo maior ou menor prestígio dependia da quantidade de homens que possuía em sua sesmaria e que pudesse mobilizar a qualquer momento, fosse para o trabalho ou para a guerra. Esse tipo de poder foi acentuado em Pernambuco e na Bahia.


Já o rendeiro e lavradores tinham um contrato verbal com o proprietário, tendo como obrigação pagar o foro, em dinheiro ou em espécie. Sobre o trabalho dos escravos e de lavradores, desenvolviam-se vínculos de obrigação pessoal, mas, sujeitos a um sistema de deveres, principalmente militares. Ocorrendo a dominação econômica e jurídica do senhor da terra sobre o subordinado, em virtude da concentração do poder financeiro e o não controle direto ou indireto do Estado.  

Nota: O sistema sesmarial perdurou no Brasil até 17/07/1822, quando a Resolução 76, atribuída a José Bonifácio de Andrade e Silva, pôs termo a este regime de apropriação de terras. A partir daí a posse passou a campear livremente no País, estendendo-se esta situação até a promulgação da lei de terras, que reconheceu as sesmarias antigas, ratificou formalmente o regime das posses, e instituiu a compra como a única forma de obtenção de terras.

Após a expulsão dos índios Caetés que habitavam as terras da Ribeira do Rio Jaboatão, Duarte Coelho de Albuquerque, 2º Capitão Donatário da Capitania (1554/78), começou a doar as terras localizadas na região de Jaboatão dos Guararapes.

 Em 29/05/1565, por carta de sesmaria, lavrada em Olinda, doou a 1º sesmaria da região de  Sto. Amaro do Jaboatão (hoje Jaboatão dos Guararapes), a Gabriel de Amil, com 500 braças quadradas (1,1 km) de terras situadas na Ribeira do Rio Jaboatão, que foram judicialmente demarcadas em 14/09/1572.

       
        No dia 05/12/1572Gaspar Prestes compra uma parte da sesmaria de Gabriel de Amil, por 130$000, de acordo com a escritura lavrada por João Rodrigues, Tabelião Público de Notas de Olinda, da Nova Lusitânia e da Terra do Brasil, que morava na Rua do Varadouro/Olinda.

  Em 18/09/1576, Gaspar Prestes vende suas terras e mais 250 braças de largo e 500 de fundo, que tinha comprado a Jorge de Albuquerque (3º Donatário da Capitania) a Simão Falcão de Sousa que constrói o ENGENHO SANTANA/JABOATÃO DOS GUARARAPES, que começaria a moer em 1581, pagando 03% de pensão sobre o açúcar produzido.  

 Simão Falcão de Sousa doa em 01/09/1581 o engenho Santana para o seu genro Lopo Soares, a título de dote de casamento com sua filha Adriana PessoaNota: O dote era uma forma de transmissão de riqueza para as mulheres no Brasil Colônia, e representava um adiantamento sobre a herança a que tinha direito e que seu pai lhe concedia para que ela casasse.

Em 1623, o engenho Santana produziu 8.829 arrobas de açúcar, sendo seu proprietário Nicolau Coelho dos Reis.

Nicolau Coelho dos Reis doa o engenho Santana a Antônio Ribeiro de Lacerda, a título de dote pelo seu casamento com sua filha D. Leonor dos Reis

Quando os holandeses ocuparam Pernambuco (1630 - 1654)Jaboatão era uma próspera paróquia (1586), sob a invocação de Santo Amaro, contava com 09 engenhos nas suas adjacências: Gurjau de Cima, de André Soares; Nossa Senhora da Apresentação (primitivo nome do eng. Moreno, e padroeira da sua capela), pertencia a Baltasar Gonsalves Moreno; São João Batista (Bulhões) de Antônio de Bulhões; Suassuna, de João de Barros Correia; Santana, de Manuel de Sousa de Abreu, e o Nossa Senhora da Conceição, de Antônio Pereira Barbosa - todos confiscados pelos holandeses pela ausência de seus proprietários que que fogem de Pernambuco, deixando para traz tudo o que não pudesse ser carregado. Os engenhos: Nossa Senhora da Guia de Antônio Nunes Ximendes; e o Camaçari de Manoel Fernandes Cruz, como estavam com suas terras a bastante tempo abandonadas e arruinados não voltaram aa moer.
 
   Nessa época as terras do engenho Santana foi palco de várias batalhas entre os pernambucanos e os holandeses, ficando destruído e de fogo morto. Em 1637 é confiscado pela Companhia das Índias Ocidentais/WIC, e em 17/05/1638 é vendido aos judeus: Jacob Stachouwer, e seu sócio Nicolaes de Ridder, por 30.000 florins, em 05 prestações anuais. 

Arraial do Bom Jesus/Recife

           Em 1641, o Jacob Stachouwer Nicolaes de Ridder, retornaram para a Holanda, e deixam  João Fernandes Vieira como seu bastante procurador, administrador de todos os seus bens e negociador de suas dívidas e David Oraenborn com a tarefa de por o engenho Santana para safrejar.
      
             No ano de 1642, João Fernandes Vieira toma posse definitiva do engenho Santana e de todos os bens deixados por Jacob Stachouwer e Nicolaes de Ridder

                Em seu testamento Fernandes  Vieira  diz que as dívidas dos dois sócios e as que ele fez com a Companhia das Índias Ocidentais nunca foram pagas, pois os holandeses eram seus devedores em mais de 100 mil cruzados e  que gastou com grandiosos banquetes e presentes que lhes dava para que ficassem contentes. Nessa época o engenho moeu 4.000 arrobas de açúcar fino.

              
Em 1652 o engenho Santana pertencia a João Cavalcante de Albuquerque, que pagava 3% de todo o açúcar produzido ao Rei D. Miguel de Portugal, e a D. Maria de Albuquerque, herdeira de Duarte de Albuquerque Coelho, pelo contrato de rendeiro do engenho, o que cabia ao dízimo real (de cada dez arrobas, uma).

    Após a Insurreição Pernambucana (1655)  o engenho Santana volta a pertencer a Nicolau Coelho de Lacerda, que era seu proprietário em 1623.


            Ainda no século XVII aparece Manoel Xavier Carneiro da Cunha como rendeiro do engenho.

            Em 1857 o engenho tinha uma população de 181 pessoas e segundo o censo feito nesse ano, essa população era composta de 46 brancos, 141 pardos e 04 crioulos. (PAES BARRETO, João Francisco Xavier. Uma Estatística Série de Quadros Concernentes. A Freguesia de Jaboatão. Tipografia de M. F. de Faria. 1857. Pág. 114. Engenho Santana)
         
                 O seu próximo proprietário encontrado foi Francisco Casado da Fonseca.

             Em 1920 o engenho pertencia a Manoel Carneiro Leão (meu bisavô) c.c. Joanna Idelvita Mendes de Hollanda.
       
                No século XX, o engenho já se encontrava de fogo morto, suas canas eram moídas na Usina Jaboatão e seu proprietário explorava a pecuária e a mineração de pedra (extração de rochas para a construção civil). Com o falecimento de Manuel Carneiro Leão, o engenho e demais propriedades ficaram para a sua filha única Maria Anna Carneiro Leão (D. Nita), depois Carneiro de Novaes.



Maria Anna e Novaes Filho
      
            Em 14/10/1998 - D.O./PE, o engenho Santana é declarado de interesse social. Ficando para os herdeiros de Novaes Filho e de Maria Anna Carneiro de Novaes: a casa grande, a capela, vacaria, algumas casas e seu entorno (11 ha) que foram entregues, por alguns dos seus herdeiros, através de um Contrato de Comodato, à Comunidade Católica Obra de Maria – que presta serviços comunitários e sociais para os habitantes da região, onde consta como um dos principais itens a conservação dos imóveis da propriedade.

Casa onde morou Maria Anna e
Novaes Filho, localizada na Rua Benfica/Madalena
-Recife 
(ainda hoje existente) 

Fontes:
Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Vol. XLVIII. Recife, 1976. Pág. 164
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1885-1886 Vol. 13; 1902 Vol. 24; 1925 Vol. 47; 1926 Vol. 48
CALADO, Frei Manoel. O Valeroso Lucideno e triunpho da liberdade, Edições Cultura, São Paulo, 1943, tomo I, p. 318 e tomo II, p. 12, 14
CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de, e Bruno Augusto Dornelas Câmara. A Insurreição Praieira. UFPE/Departamento de História. 
Colaboração de Reinaldo Carneiro Leão, em 06/02/2012.
COSTA, F. A. Pereira. Origens Históricas da Indústria Açucareira em Pernambuco. Publicado nos Anais da Conferência Açucareira. 1905, Recife 
Dados coletados dos descendentes de Maria Anna Carneiro de Novaes e Antônio Novaes Filhos
Diário de Pernambuco. Os Holandeses em Pernambuco – Uma História de 24 anos. João Fernandes Vieira. Publicado em 22.09.2003.
Fontes para a História do Brasil Holandês. A economia Açucareira. CEPE. Recife - 1981. Colaboração de José Antônio Gonsalves de Mello.
Fontes para História do Brasil Holandês – 1636, Willem Schott. A Economia Açucareira. Inventário feito pelo Conselheiro Schott Cia. CEPE, MEC/SPHAN/Fundação Pró-Memória Local: Recife, 1981
Fontes para História do Brasil Holandês – 1636. Willem Schott. A Economia Açucareira. Inventário feito pelo Conselheiro Schott Cia.
GASPAR, Lúcia. João Fernandes Vieira. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
http://lhs.unb.br/atlas/S._Anna
http://abreuelimaemdestaque.hdfree.com.br/Engenho%20Jaguaribe.html
http://bvjagm.fgf.org.br/obra/Imprensa/030404-00034.pdf
http://familiasdebaturite.blogspot.com.br/2008_06_01_archive.html
http://jaboataodosguararapes.blogspot.com.br/2009/01/os-engenhos-judaicos-de-jaboatao.html
http://www.catolicismo.com.br
http://www.familiaridade.com.br/biografia_familia.asp?id_pessoa=890721
http://www.fundadores.org.br/principal.asp?IdTexto=764&pag=1&categ=2
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=222091
http://www.geocities.ws/geneabotelho/Site/pafn01.htm#20
http://www.pmw.adm.br/monografia_moonen.pdf 
http://www.tjpe.jus.br/memorial/revista/revista012009/6-L%EDdia-
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt Penguin & Companhia das Letras. 1ª Edição. São Paulo, 2012.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Nome e o Sangue. Uma Parábola no Pernambuco Colonial. Editora Topbooks, 2000.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Restauradores de Pernambuco: biografias de figuras do século XVII que defenderam e consolidaram a unidade brasileira: João Fernandes Vieira. Recife: Imprensa Universitária, 1967. 2 v.
Pesquisa junto a família Carneiro de Novaes. 
SANTIAGO, Diogo Lopes, História da Guerra de Pernambuco, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Recife, 1984, p. 258.
VASCONCELLOS, Telma Bittencourt de. Dona Anna Paes. Recife: Edição do Autor, 2004. p. 188-191.
WATJEN, Hermann. O Domínio Colonial Hollandez no Brasil. Companhia Editora Nacional. São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre. 1938. Coleção da Biblioteca Pedagógica Brasileira, série 5, vol. 123 – Coleção visão holandesa. Tradução de Pedro Celso Uchoa Cavalcanti.

 

 PROPRIETÁRIOS



29.05.1565 - Gabriel de Amil – Português. Em 1582 surge como Escrivão das datas das terras e sesmarias, demarcações e águas da capitania de Pernambuco. Gabriel foi o primeiro cidadão a ser beneficiado com terras em Jaboatão dos Guararapes, em 05.05.1565
Nada mais foi encontrado.

Fontes:
COSTA PORTO, Sesmarial no Brasil
COSTA, Francisco Augusto da. Anais Pernambucanos 1403-1590. 2ª edição. Governo de Pernambuco. Recife, 1983. Pag. 1:367 e 368
PEREIRA, Levy. "S. Anna (engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Anna_(engenho_de_roda _d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 26.07.2021
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª Edição. São Paulo, 2012.


 
05.12.1572 - Gaspar Prestes – Natural de Viana do Castelo/PT. Falecido em 26.11.1594. Fidalgo da Casa Real (pessoas que estavam assentados nos "Livros d'el-Rei", e que tinham deveres de prestação de serviços, recebendo mensalmente, por isso, um montante em dinheiro, designado por moradia, e uma quantidade de cevada).

C01-  Luisa Lopes – Falecida em  26.01.1594. Filhos:

  1.  Fabião Lopes – Nasceu em 1565; 
  2.  (N) – C.c. Pedro Garro; 
  3. Crispim Lopes – Falecido em 26.01.1594; 
  4. Pedro Lopes, "O Galego” – Nasceu em 1557/Caminha. Amaro (Jaboatão dos Guararapes 


Fontes:
https://www.geni.com/people/Pedro-Lopes-Galego/6000000119382281939
PEREIRA DA COSTA, F.A.18511923 ANAIS PERNAMBUCANOS. VOL.1 -PÁG 368


18.09.1576 - Simão Falcão de Sousa (Simão de Souza Falcão) – Cristão velho. Natural de Évora/PT. Filho de Gil Falcão e Beatriz Falcão. Chegou a Pernambuco para substituir Diogo de Cirne, fechando a série dos Provedores da Fazenda Real de Pernambuco, no século XVI. fidalgo da Casa Real. Vereador de Olinda (1608). Capitão de Ordenança da Terra. Capitão de Ordenanças. Participou com bravura da conquista da Paraíba (1684/85). Senhor dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes. Faleceu em 01.06.1609/Olinda, sendo sepultado no recolhimento de N. Sra. da Conceição/Olinda. 

NOTA: Simão foi preso em 1595.  Inquisidor do Santo Ofício (Processo 11634) Crime: Proposição blasfêmia "que dos profetas e apóstolos e evangelistas...ninguém falaria mais verdade que ele" Sentença: seja excusado de penitência publica e que nesta mesa seja admoestado e repreendido que daqui por diante tenha muita conta com suas palavras, que sejam católicas e nelas não darás uso como bom cristão, e que logo se confesse e por espaço de 1 ano se confesse e comungue de conselho de seu confessor nas quatro datas principais, e nos dias que nelas comungar reze em cada um os Salmos penitenciais de David, e pague somente 20 cruzados para despesas do Santo Ofício)
Fonte: Anita Novinsky "Inquisição Prisioneiros do Brasil. Séculos XVI e XIX. Sua sentença foi dada em 12.07.1595.

Furtado de Mendonça, em seu julgamento perante a Inquisição, foi defendido por Fernão Soares da Cunha, que procurou, defende-lo da imputação de ter duvidado da competência do Bispo para conceder dias santos.
Senhor dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes.

C01: D. Catarina Paes, nascida em Évora. D. Catarina ainda vivia em 22/12/1612, pois nesse dia foi testamenteira de seu filho Simão Falcão, o Moço, que faleceu nessa data. Filhos: 
  1. Inês Falcão – Faleceu no dia 21.051622, sendo sepultada no Mosteiro de São Bento de Olinda. Para cumprimento dos muitos legados pios e missas que deixou, nomeou por seus testamenteiros o seu marido e filho, Cristóvão de Albuquerque, e seu genro Antônio de Sá Maia. C01- Cristóvão de Albuquerque, Alcaide-mor e Capitão das Ordenanças da Paraíba. Faleceu, sem testamento, em 18.08.1623/Olinda, sendo sepultado no Mosteiro de São Bento de Olinda;  
  2. Simão Falcão  Faleceu em 22.12.1612/Olinda. Solteiro; 
  3. Ana de Sousa - C01- Duarte de Albuquerque, filho de Jerônimo de Albuquerque e de Felipa Melo. (s.g.);
  4. Adriana Pessoa, primeira esposa. de Lopo Soares (s.g.). Nota: A segunda esposa de Lopo Soares também se chamava Adriana Pessoa, filha de Diogo Martins Pessoa e de Mônica Gonçalves Raposo.

Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. In: GARCIA, R. A. de A. Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro: volume XLVII. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1935. vol. 2. De Duarte d’Albuquerque e sua successão. Primeira Parte. Capítulo IV.
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1902 Vol 24 (2) Anais de 1925 Vol 47. Anais de 1926 Vol 48 (4)
Frei Vicente do Salvador, História do Brasil, 223, 227 e 235.
https://www.geni.com/people/Sim%C3%A3o-Falc%C3%A3o-o-velho/6000000027211590764
PEREIRA DA COSTA, F. A. Origens Históricas da Industria Açucareia em Pernambuco. Brasil Açucareiro, 1940.
MELLO, Evaldo Cabral de. Um imenso Portugal: história e historiografia. Edt. 34, 2002 - 363 pág.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª Edição. São Paulo, 2012. 
Varnhagen, História do Brasil, 1:385 e 2:104]

01.09.1581 - Lopo Soares Falecido em 1622, sendo sepultado na Igreja de N. Sra. das Neves do Convento de São Francisco/Olinda. Capitão de Ordenança da Terra. Escabino de Olinda. Senhor dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes

Nota 1: Segundo Pereira da Costa: "Do antigo convento  N. Sra. da Conceição resta apenas a pequena e bonita capela do capítulo na quadra do claustro, ... e da qual foram seus primeiros padroeiros Lopo Soares e sua mulher D. Adriana Pessoa, e de 1656 por diante o Cap. Francisco do Rego Barros e sua mulher D. Arcângela da Silveira, que ali jazem em sepultura rasa junto ao altar, ...". (Pereira da Costa, 1951), Volume 1, Ano 1585, pg. 547.

Nota 2: Lopo Soares foi um dos que denunciaram João Nunes (senhor de engenho na Paraíba e rico comerciante), durante a Visitação do Santo Ofício (1591), pelo Ouvidor do Eclesiástico Lic. Diogo do Couto dizendo que, ele portava-se mal na Igreja, conversando como se estivesse em uma praça e que seu absenteísmo às obrigações da missa e pregações era flagrante. Cumpria mal as obrigações de confessar e comungar.

C01: Adriana Pessoa, primeira esposa. Filha de Simão Falcão de Sousa (fundador do eng. Santana/Jaboatão dos Guararapes) e de D. Catarina Paes. (s.g.)

Nota: A segunda esposa de Lopo Soares também se chamava Adriana Pessoa, filha de Diogo Martins Pessoa e de Mônica Gonçalves Raposo.

Fontes:A segunda esposa 
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais de 1885-1886 Vol. 13
SIGUEIRA, Sonia Aparecida.  Comerciante João Nunes. Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.


1623 - Nicolau Coelho dos Reis – Natural de Monte-mor, o Novo/Alentejo-PT. Filho de Antônio Simões Colaço e de Anna Coelho. Neto paterno do Dr. Bartolomeu Colaço e de Catharina Simões e por via materna de Antônio Lourenço e de Maria Alves. Imigrou para Pernambuco, século XVI, onde adquiriu muitos bens. Sargento-mor da Comarca por patente Régia. Senhor do engenho: Santana/Jaboatão dos Guararapes; Anjo; Pantorra/Cabo de Santo Agostinho. 

C01: D. Maria de Farias – Filha de Matias Ferreira de Sousa (Segundo o termo de Irmão da Misericórdia de Olinda, assinado em 02.12.1676, era natural de Palma/Canarias) e de Maria Soares. Neta paterna de Antônio Ferreira de Sousa e de Beatriz Lins Fresco) e de Maria Soares de Faria. Neta materna de Domingos de Faria e de Maria Gomes, moradores da freguesia do Cabo de Santo Agostinho. Irmã do Pe. José de Santo Antônio (Religioso de São Francisco, Definidor de Pernambuco, que faleceu velho no Convento do Recife) e do Pe. João de Faria (Jesuíta. Presidente do Curso do Colégio da Bahia. Clérigo, já idoso em 1738, onde Borges da Fonseca o conheceu e o viu pregar na Misericórdia, nas exéquias que se fizeram pelo Conde de Galveas, Pedro de Melo Castro, irmão do Vice-Rei, que então era o Conde André de Mello Castro.. Filhos: 

  1. Mathias Ferreira de Sousa – Faleceu assassina no seu engenho Anjo. Herdeiro dos engenhos: Pantorra e o Anjo. C01- D. Lusia Margarida Cavalcante, filha do Sargento-mor João Cavalcante de Albuquerque (Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Professo na Ordem de Cristo. Senhor do engenho Santana) e de D. Maria Pessoa. (c.g.); 
  2. José Coelho dos Reis – Nada consta. C01- D. Barbara de Farias, sua prima. Filha de Luiz Pereira e de Luisa Gomes do Cabo. Irmã do Sargento-mor de Auxiliares João de Faria. (c.g); 
  3. Antônio Coelho dos Reis – Nada consta. C01- D. Joana, filha de Raphael Ferreira de Melo e de Ursula Feijó do Amaral. Irmão do Sargento-mor Geral Ferreira de Mell; 
  4. Leonor dos Reis – Recebeu de seu pai, como dote de casamento, o eng. Santana/Jaboatão dos Guararapes. C01- Antônio Ribeiro de Lacerda, filho de Francisco de Barros Falcão e de D. Maria de Lacerda. (c.g.); 
  5. Anna Theresa dos Reis – C01- André Vieira de Mello. Fidalgo Cavaleiro. Alferes do Me. no Terço de Infantaria da Praça do Recife. filho de Bernardo Vieira de Mello (Capitão-mor Governador do Rio Grande do Norte) e de D. Catarina Leitão. (c.g.). NOTA: Anna Theresa dos Reis (Anna Faria) foi assassinada pela sua sogra Catarina Leitão, c.c. Bernardo Vieira de Mello. (Revista genealógica latina, Volumes 8-11).
Fontes:
https://www.geni.com/people/Nicolau-Coelho-dos-Reis/6000000056886204308
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Anais de 1926.. Pág 476-479


(?) - Antônio Ribeiro de Lacerda - Falecido antes de 1635. Filho de Francisco de Barros Falcão (eng. Mussumbu/Goiana e do Pedreiras/Goiana) e de D. Mariana de Lacerda. Neto materno de Felipe Cavalcante de Albuquerque (Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo) e de D. Maria de Lacerda. Almoxarife de Fazenda Real em Pernambuco (1575). Provedor da Fazenda Real de Pernambuco (1620).
CURIOSIDADES: Segundo Borges da Fonseca (Nobiliarquia Pernambucana - Anais 1925, Vol. 47), certo Antônio Ribeiro de Lacerda queimou um livro  de genealogia escrito por Francisco Berenguer de Andrade (Evaldo Cabral de Mello (2000, pág. 66), pois continha algumas notícias infamatórias sobre a sua pessoa. Por conta de alguns pormenores como esse é que Borges da Fonseca resolveu começar a escrever a Nobiliarquia Pernambucana, que continha 144 meias folhas de papel, numeradas e rubricadas, para que não houvesse quem quisesse escrever mentiras e atribuir a ele, sinal que muitas delas eram autênticas.
NOTA: Não confundir esse Antônio Ribeiro de Lacerda com o outro que foi herói da guerra contra os holandeses, e que era casado com D. Isabel de Moura (sepultada no Convento de São Francisco Ipojuca.
Senhor do engenho: Santana/Jaboatão dos Guararapes

C01: Leonor dos Reis, filha do português Nicolau Coelho dos Reis (natural de Monte-mor, Arcebispado de Évora/PT) e de D. Maria de Faria. Sobrinha materna do Padre Fr. José de Santo Antônio, que foi Definidor da Ordem de São Francisco no Brasil, e do Padre José de Faria Religioso da Companhia de Jesus. Neta materna de Matias Ferreira. Durante a ocupação holandesa fugiu com Mathias de Albuquerque para a Bahia (1635) com toda a sua família. Com sucessão em títulos de Marinhos. Filhos: 
  1. Francisco de Barros Falcão – Sargento-mor das Ordenanças de Jaboatão dos Guararapes. Faleceu solteiro; 
  2. Nicolau Coelho de Lacerda – Capitão do Terço de Auxiliares de Igarassu. Vereador da Câmara de Olinda (1748 e 1753) Juiz de Fora de Olinda (1753). Sucessor de seu pai no eng. Santana. C01- D. Maria da Conceição Vieira Cavalcanti de Lacerda, sua prima, depois da Páscoa do ano de 1761, filha de Bento Gonçalves Camelo (senhor do engenho Gurjau/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Francisca Mariana Cavalcante de Lacerda. (c.g.); 
  3. Felipe Cavalcante Florentino – C01- D. Mariana de Lacerda Cavalcanti, sua prima, filha de Jorge Cavalcanti de Albuquerque e de D. Adriana de Barros Pimentel. (c.g.); 
  4. Maria de Lacerda – Batizada em 1608/Olinda. C01- Jerônimo Veloso Machado, filho de Francisco Dias Ferreira e de D. Maria Veloso. (c.g.); 
  5. Josefa de Lacerda – C01- Francisco do Rego Barros, seu primo. Filho de Matias Ferreira de Sousa (senhor dos engenhos Anjo e Pantorra) e de D. Lusia Margarida Cavalcante. Senhor do engenho Arariba/Cabo de Santo Agostinho. Assassinado com um tiro em 1752. (c.g.). 

Fontes:
https://www.geni.com/people/Antonio-Ribeiro-de-Lacerda/6000000081537739886
https://geneall.net/pt/nome/112242/antonio-ribeiro-de-lacerda/
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais de 1925 Pág. 69, 131-134, 213-217
MELLO, Evaldo Cabral de. O Nome e o Sangue. Uma parábola familiar no Pernambuco colonial. Edt. Topbookks. 2ª edição revisada. Rio de Janeiro, 2000
CALMOM, Pedro. Introdução e Notas ao Catálogo de Frei Jaboatão..
Melo Morais, Chonica Geral.
http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/aduana/publicacoes/alfandega_PE.pdf


1630 - Manuel de Sousa de Abreu –  Como Capitão e Sargento-mor participou na luta contra a invasão holandesa (1630). Em 1635, fugiu com seu exército, durante o grande êxito dos senhores de engenho de Pernambuco, abandonando tudo o que não podia ser levado.  (nada mais foi encontrado). Senhor do engenho: Santana/Jaboatão dos Guararapes.

CURIOSIDADES: Em 13/01/1627 Miguel de Sousa de Abreu pediu reforma de consulta sobre o cargo de Sargento-mor de Pernambuco, que servia há 10 anos. Em 25/05/1639, pediu o pagamento dos soldos atrasados.

Fontes:
http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=reviphan&pagfis=3715
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Anais de 1885-1886 Vol. 13. Anais 1939 Vol 61 (1)
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª Edição. São Paulo, 2012.
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PEREIRA, Levy. "S. Anna (engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Anna_ (engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua).


1637 - Jacob Stachouwer (Estacour ) – Judeu. Nasceu em 1596. Capitão da Cavalaria holandesa. Segundo José Antônio Gonsalves de Mello, Jacob Stachhouwer chegou ao Recife em 08/05/1634, como Conselheiro Político acompanhou as operações militares de conquistas das Capitanias brasileiras. 
Jacob era um homem de baixa moral, mas foi um dos principais homens do governo holandês. Membro da governança da Capitania de Pernambuco, juntamente com: Servaes Carpentier, Willen Schott, Bartazar Wyntgens e Ippo Eysens (1634). Participou da tomada do Arraial do Bom Jesus/Recife. Através da amizade feita com João Fernandes Vieira, conseguiu a relação das pessoas ricas que estavam presas no Arraial e a soma que cada uma poderia pagar pela sua liberdade, para isso, extorquiu altos valores em moeda ou joias.
Stachouwer vendo que o status de senhor-de-engenho lhe traria mais prestígio e dinheiro, pois "o açúcar prometia fortunas”, começou a se apossar ou comprar (1635) alguns engenhos que haviam sido abandonados e/ou confiscados pela Companhia das Índias Ocidentais holandesa, para isso fez empréstimos com comerciantes judeus ou luso-brasileiros e até com a própria Companhia. Mas, como não tinha experiência contratou seu amigo João Fernandes Vieira como feitor-mor de seus três primeiros engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes, Meio/Recife (adquirido em 27.05.1637) e do Ilhetas/Sirinhaém (adquirido em 06.05.1638, por 27.000 florins).
NotaJacob Stachower morava no Recife em duas casas por ele edificadas, localizadas na Rua do Bom Jesus, nº 62-64, antes Rua da Cruz. Essas casas passaram a pertencer a João Fernandes Vieira durante a Insurreição Pernambucana, assim como quase todos os seus bens porque dizia que Jacob e seu sócio Nicolaes de muito lhe era credor”. Ainda hoje existem esses dois sobrados, que constituíam um só prédio,. Nele existe uma laje de pedra mulatinha (grés parto de Pernambuco), com 01m de altura sobre ½m de largura, onde se vê insculpida em alto relevo uma figura vestida de túnica, empunhando um bastão na mão direita, que dizem os historiadores que era do próprio Jacob, abaixo dela uma inscrição em holandês, já bastante apagada pelo tempo: ‘Jacob bem id genaemt’.
Senhor dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes; Ilhetas, ou Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém.

Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
cvc.instituto-camoes.pt/.../2422-joao-fernandes-vieira-mestre-de-campo
OLIVEIRA, Márcio Amêndola de. O trato dos escravos na América Colonial: da ‘mercadoria’ à condição ‘humana’ Universidade de São Paulo – FFLCH – Curso De História. Disciplina: Brasil Colonial I – 1º Semestre Noturno (2007)
Os Holandeses em Pernambuco - Uma história de 24 anos. O Senhor de Engenho. Publicado no Diário de Pernambuco. Edição de Segunda-Feira, 22 de Setembro de 2003.
PEREIRA, Levy. "N S. de Guadalupe (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/N_S._ de_Guadalupe_(engenho_de_bois). Data de acesso: 11/11/2013
PEREIRA, Levy. "S. Anna (engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Anna _(engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 11/11/2013
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1637 - Nicolaes de Ridder Promotor Público "Advocaat-Fiskaal", junto ao Conselho de Justiça Holandês, nomeado após a chegada do Conde Maurício de Nassau. Segundo consta, Nicolaes de Ridder aceitou o cargo muito a contragosto, pois lhe faltava conhecimento prático, tanto é que Gijsselingh escreveu: "Em vez de cumprir como Advogado-Fiscal o seu dever para com o Governo e a Companhia, de Ridder prefere dedicar-se à fabricação do açúcar, conquanto a promotoria lhe pudesse proporcionar belos lucros".
Segundo Evaldo Cabral de Mello (2007, pág. 324), Nicolaes de Ridder era encarregado do confisco de bens, que conhecia de visu, de Ridder preteriu concorrente particular, que não tinha apoio governamental. 
Pouco tempo depois Ridder pediu demissão, seguindo os trâmites legais ficou a espera de seu substituto holandês, que fosse competente em matéria de jurisprudência. Junto a Schkoppe se apropriou dos dois melhores engenhos da Capitania: o Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho e Guerra/Cabo de Santo Agostinho (1635), que tinham pertencido a João Paes Barreto, e outros foram arrendados e depois comprados: Santana/Jaboatão dos Guararapes (1635), Ilhetas/Sirinhaém (06.05.1638, por 27.000 florins), e do Meio/Recife (comprado a crédito em 27.05.1637) a Companhia das Índias Ocidental Holandesa.
Senhor dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes; Ilhetas, ou Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém; Guerra/Cabo de Santo Agostinho; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho.

Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt. 34. 3ª edição revisada. São Paulo, 2007
PEREIRA, Levy. "N S. de Guadalupe (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/N_S._ de_Guadalupe_(engenho_de_bois). Data de acesso: 11/11/2013
PEREIRA, Levy. "S. Anna (engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Anna _(engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 11/11/2013
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1642 - João Fernandes Vieira – Nasceu em 29/06/1596-Funchal/Ilha da Madeira/PT, filho de Francisco de Ornelas Muniz e de Antônia Mendes. Seu pai era bisneto de Tristão Vaz, o primeiro donatário de Machico, e neto de Lançarote Teixeira, o grande ginetário. Sua mãe era bisneta de Pedro Vieira, morgado da Ribeira de Machico; entre os seus bisavós se conta António Fernandes, sesmeiro nas Covas do Faial, no norte da ilha da Madeira.
Em 1606, imigrou para a Capitania de Pernambuco, pois como não era o filho primogênito, herdeiro de todo o legado dos pais, não tinha como se sustentar. Fernandes Vieira se viu obrigado a viajar para o “Além Mar”, para adquirir fortuna, como muitos jovens portugueses. 
Assim que chegou a Pernambuco trocou o seu nome de Francisco de Ornelas Moniz Júnior, para João Fernandes Vieira, um disfarce muito usado pela corrente emigratória para o Brasil, que queriam esconder sua origem nobre, porque trabalhariam em serviços braçais, uma desonra para a época.
Em Pernambuco trabalhou primeiramente como ajudante de mascate, em troca de comida e morada. Auxiliar do Mercador Afonso Rodrigues Serrão, que ao falecer o deixou como único herdeiro do seu negócio e de algumas casas em Olinda. Durante a ocupação holandesa (1630), se alistou como voluntário de guerra. Em 1634, participou da resistência luso-brasileira no Forte de São Jorge.
Era Fernandes Vieira um homem de aspecto melancólico, testa batida, feições pontudas, olhos grandes, mas amortecidos, e de poucas falas, exceto quando se ocupava de si, pois desconhecia a virtude da modéstia. 
Ativo, ambicioso e inteligente, durante o cerco ao Arraial do Bom Jesus/Recife estabeleceu ligações estreitas com os holandeses, o que lhe proporcionou ascensão econômica e social. Trabalhou como Feitor-mor do judeu e Conselheiro Político da Companhia das Índias Ocidentais, Jacob Satchhouwer, nos engenhos: Ilhetas ou Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém, Meio/Recife, Santana/Jaboatão dos Guararapes. Nota: Em seu testamento Fernandes Vieira fala sobre sua aproximação com Satchhouwer: “Declaro que no tempo dos holandeses por remir minha vexação e viver mais seguro entre eles, tive apertada amizade com Jacob Estacour (Satchhouwer), homem principal da nação flamenga, com diferença nos costumes, e com ele fiz negócios de conformidade e por conta de ambos (...)
Com a partida de Satchhouwer e de seu sócio de Nicolaes de Rideer, Vieira, que era procurador bastante dos dois, passou a lucrar com a administração de todos os bens deixados e dos fundos do seu amigo e benfeitor Stachouwer. Logo se apoderou dos engenhos: Guerra/Cabo de Santo Agostinho, Ilhetas, ou Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém, Meio/Recife, Santana/Jaboatão dos Guararapes e Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho, assumindo os débitos contraídos pelos dois sócios na compra das propriedades à Companhia das Índias Ocidentais (débito que nunca foi pago). Se tornando depois um dos homens mais ricos da Capitania, proprietário de 16 engenhos e de mais de 1.000 escravos. Nota:Embora fosse um dos homens mais importantes da Capitania, para ser incorporado à nobreza rural de Pernambuco, em razão de sua suposta cor parda, de seu “defeito mecânico” (trabalhos manuais) e de sua “falta de qualidade de origem”, teve que contrair matrimônio para poder ascender na sociedade luso-brasileira. 
Cargos e funções: 
Participou da defesa do Arraial do Bom Jesus/Recife (1635), com apenas 22 anos. Escabino de Olinda (1639); Representante dos luso-brasileiros da Várzea do Capibaribe na Assembleia convocada pelo Conde Maurício de Nassau para assuntos do governo (1640). Escabino de Recife (07/1641 a 06/1642), sendo conduzido ao cargo de 1642/43). Contratador de dízimos de açúcar da Capitania de Pernambuco e de Itamaracá.  Mestre de Campo do Terço de Infantaria de Pernambuco.
NOTA: João Fernandes Vieira levantou em Olinda a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, hoje conhecida por Santa Thereza, onde antigamente funcionava o Colégio das Órfãs, antes dos Órfãos.
CURIOSIDADES: Em 17.01.1646/Lisboa – Chegou uma Consulta do Conselho Ultramarino para o Rei D. João IV, sobre as Cartas do Mestre-de-Campo João Fernandes Vieira, pedindo socorro para restaurar a Capitania de Pernambuco.

C01(1643): D. Maria César, filha do madeirense Francisco Berenguer de Andrade (um dos principais líderes da Insurreição pernambucana e senhor do eng. Giquiá/Recife. Pessoa de boa estirpe perante o clã dos Albuquerque), e de Joana de Albuquerque. (s.g.)

Filhos fora do casamento:

  1. Manuel Fernandes Vieira - Perfilhado nos livros de Sua Majestade. Sacerdote do hábito de São Pedro com ações de algumas Mercês de seu Pai. Vigário de Itamaracá. Comendador de Santa Eugénia Alla, pelo falecimento de seu pai. Senhor do engenho Inhaman.
  2. D. María Joanna - Filha com D. Cosma Soares. C01- Jerônimo Cesar de Mello (Fidalgo da Casa Real, Cavalheiro da Ordem de Cristo e Capitão-mor de Maranguape). Neta paterna de Agostinho Cesar de Andrada (Gov. do Rio Grande do Norte) e de D. Laura de Mello.
  3. Maria de Arrudav – Filha com (?). Falecida ainda criança.
  4. Joanna Fernandes Cesar – Filha com (?). Senhor do engenho Santo André/Paraíba, pelo seu casamento. C01- Gaspar Accioli de Vasconcelos, filho de João Baptista Accioli. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Alcaide-mor da Paraíba. (c.g.) NOTA:  O casamento só foi realizado depois do dote.

Fernandes Vieira era um dos maiores devedores da Companhia das Índias Ocidentais, com uma dívida estimada em 219.854 florins, que nunca foi paga, pois alegou no seu Testamento que os chefes holandeses "são devedores de mais de 100 mil cruzados (...) de peitas e dádivas a todos os governadores (...) grandiosos banquetes que ordinariamente lhes dava pelos trazer contentes".

Após a partida do Conde Maurício de Nassau (1644) Vieira viu a intensificação da insatisfação do povo pernambucano, influenciado pelo seu sogro e percebendo as vantagens econômica e social a serem alcançada com a expulsão dos holandeses e da Companhia das Índias Ocidentais passou para o lado dos Insurrectos pernambucanos.
Reúne-se com várias lideranças rurais nas matas do engenho Santana, onde traçam os planos para expulsar os holandeses do Brasil. Como contragolpe, lança a campanha de Restauração de Pernambuco, servindo-se da mesma táctica manhosa dos inimigos e passa a circular nos dois lados: holandeses e luso-brasileiros. Nessa mesma época os holandeses o chamam para ser Agente de Negócios da Companhia e membro do seu Conselho Supremo, ficando Vieira, conhecedor de todas as tramas e recursos.
João Fernandes Vieira escreve a D. João IV pedindo-lhe licença para resgatar as Capitanias invadidas da mão dos usurpadores, ao que o Monarca se opõe. Descobrindo os holandeses os seus intentos, atraíram-no ao Recife, mas Vieira iludiu-os e pôs-se em campo, levantando a bandeira da Insurreição Pernambucana – de fazenda em fazenda, de engenho em engenho incentivando a revolução e declarando traidores os que não seguissem a sua causa. O Conselho holandês põe a cabeça de Vieira em prêmio e em resposta Fernandes Vieira põe preço a cabeça dos membros do Conselho e se torna um dos líderes da chamada Insurreição Pernambucana e um dos heróis da Restauração de Pernambuco.
NOTA: Segundo José Antônio Gonçalves de Melo: A insurreição de 1645 foi preparada por senhores de engenho, na sua maior parte, devedores a flamengos ou judeus da cidade. Foi nitidamente um levante de elementos rurais, no qual tomaram parte, negros escravos, lavradores, pequenos proprietários de roças, contratadores de corte de pau-brasil, e outros.
Após a tomada do eng. Casa Forte, Vieira voltou com seus homens ao seu engenho São João/Recife-Várzea do Capibaribe, e de lá iniciou um sistema de estâncias militares, espécie de fortificações onde pudessem estar seguros e guardar pólvora e munições de guerra. Vieira participa da guerra contra os holandeses e, vence junto com sua tropa, a Batalha das Tabocas em Vitória de Santo Antão/PE, em 03/08/1645, e a Batalha de Casa Forte/Recife, junto aos heróis: André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, em 17/08/1645.
Com a Batalha dos Guararapes, sob o comando do General Barreto de Meneses, em 19/04/1648 e 19/02/1649, os holandeses são finalmente vencidos e expulsos de Pernambuco e, como recompensa pelos serviços prestados na guerra João Fernandes Vieira é recompensado pelo Rei D. João IV com os cargos: de Governador da Paraíba (1655/57), Capitão General do Reino de Angola (1658/61) e Superintendente das Fortificações de Pernambuco e das Capitanias vizinhas, até o Ceará, (1661/81).
Depois do tratado de paz entre Portugal e a Holanda (1661), Fernandes Vieira figurava em 2º lugar na lista de devedores dos brasileiros à Companhia das Índias Ocidentais, com o débito de 321.756 florins, cuja dívida nunca foi paga.
Já idoso Fernandes Vieira encomenda ao Frei Rafael de Jesus um livro sobre a sua vida, exaltando seus feitos, a exemplo do que Gaspar Barléu havia escrito sobre o conde Maurício de Nassau, surgindo assim o Castrioto lusitano, no qual o autor o compara ao príncipe guerreiro albanês Jorge Scanderberg Castrioto, que lutou intensamente contra os turcos e a Sérvia pela recuperação da Albânia, que havia sido anexada à Turquia. Vieira falece, com 85 anos de idade, em 10/01/1681-Olinda, mas só em 1886 seus restos mortais foram descobertos na capela-mor da igreja do Convento de Olinda. Em 1942, seus ossos foram trasladados para a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, sendo depositados na parede da capela-mor, com uma inscrição comemorativa.
Senhor dos engenhos: Abiaí/Itamaracá; do Meio/Recife-Várzea; Guerra/Cabo de Santo Agostinho; Ilhetas, Paratibe de Baixo; Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém; Jacaré/Goiana; Molinote, ou Santa Luzia, depois Sacambu/Cabo de Santo Agostinho; Santana/Jaboatão dos Guararapes; Santo André/Jaboatão dos Guararapes - Muribeca; Santo Antônio/Goiana; São João (antes Nossa Senhora do Rosário)/Recife-Várzea; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho. Na Paraíba: Inhaman, Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião, Gargaú e São Gabriel. Tibiri de Baixo e Tibiri de Cima.

Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Anais 1885-1886 Vol. 13; 1902 Vol. 24; 1925 Vol. 47; 1926 Vol. 48
CALADO, Frei Manoel. O Valeroso Lucideno e triunpho da liberdade, Edições Cultura, São Paulo, 1943, tomo I, p. 318 e tomo II, p. 12, 14
Diário de Pernambuco. Os Holandeses em Pernambuco – Uma História de 24 anos. João Fernandes Vieira. Publicado em 22.09.2003.
Fontes para História do Brasil Holandês – 1636, Willem Schott. A Economia Açucareira. Inventário feito pelo Conselheiro Schott Cia. CEPE, MEC/SPHAN/Fundação Pró-Memória Local: Recife, 1981
Francisco Adolpho de Varnhagen, E. e H. Laemmert, 1857. Historia geral do Brazil, Volume 2.
GASPAR, Lúcia. João Fernandes Vieira. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Restauradores de Pernambuco: biografias de figuras do século XVII que defenderam e consolidaram a unidade brasileira: João Fernandes Vieira. Recife: Imprensa Universitária, 1967. 2
Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Vol. LVI. Recife, 1981.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico de Pernambco. Volume 1, Edições 1-12
SANTIAGO, Diogo Lopes, História da Guerra de Pernambuco, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Recife, 1984, p. 258
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Anais 1885-1886 Vol. 13; 1902 Vol. 24; 1925 Vol. 47; 1926 Vol. 48 (pág 11)
CALADO, Frei Manoel. O Valeroso Lucideno e triunpho da liberdade, Edições Cultura, São Paulo, 1943, tomo I, p. 318 e tomo II, p. 12, 14
Diário de Pernambuco. Os Holandeses em Pernambuco – Uma História de 24 anos. João Fernandes Vieira. Publicado em 22.09.2003.
Fontes para História do Brasil Holandês – 1636, Willem Schott. A Economia Açucareira. Inventário feito pelo Conselheiro Schott Cia. CEPE, MEC/SPHAN/Fundação Pró-Memória Local: Recife, 1981
Francisco Adolpho de Varnhagen, E. e H. Laemmert, 1857. Historia geral do Brazil, Volume 2.
GASPAR, Lúcia. João Fernandes Vieira. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Restauradores de Pernambuco: biografias de figuras do século XVII que defenderam e consolidaram a unidade brasileira: João Fernandes Vieira. Recife: Imprensa Universitária, 1967. 2
Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Vol. LVI. Recife, 1981.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico de Pernambco. Volume 1, Edições 1-12
SANTIAGO, Diogo Lopes. História da Guerra de Pernambuco. Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de PE. Recife, 1984. Pa´g. 258


1652 - João Cavalcante de Albuquerque (João Cavalcante de Santana) – Filho de Lourenço Cavalcante de Vasconcelos e de D. Mariana Evangelho. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Fidalgo da Casa Real, foro que lhe foi conferido pelos serviços de seu pai Lourenço Cavalcante de Vasconcelos, que será passado para seus descendentes. Irmão da Misericórdia em 02/07/1665. 

C01: D. Maria Pessoa, filha de Arnáu de Hollanda Barreto e de D. Luzia Pessoa. Filhos: 

  1. Antônio Cavalcante (solteiro); 
  2. Cosme do Rego Cavalcante c.c. D. Dionísia Freire;  
  3. Pedro Cavalcante de Albuquerque c.c.  D. Teresa de Melo; 
  4. André Cavalcante de Barro (clérigo de  São Pedro);  
  5. Francisco (solteiro);  
  6. Francisco Xavier Cavalcante c.c.  D. Luísa Josefa Tavares Pessoa; 
  7. Lourenço Cavalcante de Albuquerque (clérigo presbítero); 
  8. João Cavalcante de Albuquerque primeiro marido de D. Cosma Pessoa; 
  9. (N) c.c. Fernão Carvalho de Sá e Albuquerque (eng. Massaranduba); 
  10.  Bertolesa Cavalcante;
  11.  Luzia Margarida Cavalcante c.c. Mathias Ferreira de Sousa (eng. Anjo e Pantorra).
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.


1655 - Nicolau Coelho de Lacerda – Filho de Antônio Ribeiro de Lacerda e de Leonor dos Reis. Capitão do Terço de Auxiliares de Igarassu. Vereador da Câmara de Olinda (1748 e 1753). Juiz de Fora de Olinda (1753). Sucessor de seu pai no eng. Santana.  Sucessor de seu pai no engenho Santana.

C01: D. Maria da Conceição Vieira de Lacerda, sua prima, em 1761. Filha de Bento Gonçalves Vieira Camelo (senhor do engenho Gurjau/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Francisca Mariana Cavalcante de Lacerda. Filhos: 
  1. Felipe Cavalcante Florentino c.c. D. Marianna de Lacerda Cavalcante.
Fontes 
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.


Séc. XVII - Manoel Xavier Carneiro da Cunha – Filho de Francisco Xavier Carneiro da Cunha (eng. Santo Antônio de Bertioga/Ipojuca e Santo Antônio do Giquiá/Recife) e de Maria Margarida do Sacramento.   Juiz dos Casamentos e Resíduos*. Em 1802 substituiu José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho na Junta Governativa de Pernambuco. Governador de Pernambuco (1802). Tenente Coronel   da Guarda Nacional. Herdeiro dos engenhos Espírito Santo, Santa Lusia, que pertenceram ao seu avô paterno.
Curiosidades: Em 1888, apesar da baixa produtividade dos engenhos, as concessões lucrativas, pela especulação financeira que propiciavam continuaram a ser distribuídas às pessoas ligadas à fabricação do açúcar ou ao comércio. Manoel Xavier Carneiro da Cunha foi um dos beneficiados, de acordo com o Relatório referente ao 1º Distrito de Engenhos Centrais. (Relatório do 1º Distrito de Engenhos Centrais, p. 208,261,272,282-4)
Senhor dos engenhos: Espírito Santo, Santa Lusia (que pertenceram ao seu avô paterno), Santo Antônio da Bertioga/Ipojuca.
Rendeiro dos engenhos: Cajabussu/Cabo de Santo Agostinho, Santana/Jaboatão dos Guararapes e Muribequinha/Jaboatão dos Guararapes.

C01: Ignácia Rosa Thenório, para quem foi vinculado o engenho Santo Antônio da Bertioga/Ipojuca, pelo seu irmão Pe. José Xavier, jesuíta e Reitor do Colégio da Paraíba, quando, na ocasião de professar o 4º voto. Filho: 

  1. Manoel Xavier Carneiro da Cunha  (Col. Francisco Rodrigues; FR-4715).

Fontes: 
*Almeida, Suely Creusa Cordeiro de, A clausura feminina no mundo ibero atlântico: Pernambuco e Portugal nos séculos XVI ao XVIII. Professora da Graduação e da Pós-graduação em História da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
CAMPOS, Zóia Vilar. Doce amargo: produtores de açúcar no processo de mudança, Pernambuco (1874-1941) – São Paulo: Annablume, 2001.


(?) - Francisco Casado da Fonseca – Nasceu em 08/06/1803/Freguesia de São José dos Bezerros e faleceu em 22/07/1887-eng. Cavalheiro/Jaboatão dos Guararapes, aos 84 anos de idade. Filho do português Damião Casado de Lima (eng. Boa Vista e Cucau/Serinhaém) e de  Ana Maria do Nascimento. Batizado como Francisco Casado de Lima tomando mais tarde o sobrenome Fonseca do seu avô, para diferenciar-se do tio e sogro, também Francisco Casado de Lima (Jr.).
Quando Francisco Casado da Fonseca faleceu já não possuía os engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes, Jangadinha/Jaboatão dos Guararapes, Guarani/Jaboatão dos Guararapes. Em seu inventário, iniciado em 26/03/1888 e encerrado a 16/09/1896, declarou que possuía os seguintes bens: dinheiro - nada; ouro - nada; prata - nada; móveis – nada; um boi "Canivete", avaliado por quarenta mil réis; um boi "Lavarinto", avaliado por quarenta mil réis; um boi "Bonito", avaliado por quarenta mil réis. O engenho Cavalheiro/Jaboatão dos Guararapes, moente a vapor, com todas as suas obras e benfeitorias, terras e matas, pelos limites estabelecidos em escritura pública, nas notas do Tabelião Manoel Vicente, avaliado pela quantia de dezesseis contos de réis; o Sítio Coqueiral - 2 contos de réis; uma faixa de terras entre o Sítio acima descrito e o Sítio Cavalheiro Novo, avaliado em duzentos mil réis; pouco mais da metade do Sítio Cavalheiro Novo, avaliado por um conto e quinhentos mil réis; um terreno - cem mil réis; uma faixa de terras - cem mil réis; uma faixa de terras - dois contos de réis; um Sítio de terras denominado "Gruji" - duzentos e cinquenta mil réis; uma propriedade de terras, com três mil braças em cada área, denominadas "Brejinho" ou "União" com casas, maquinismo de uma engenhoca, na comarca de Bonito - dez contos de réis. No total os bens somaram 32:270$000 (trinta e dois contos, duzentos e setenta mil réis). 
Senhor dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes, Guarani/Jaboatão dos Guararapes, Jangadinha/Afogados-Recife (conforme escritura de arrendamento de 23/03/1881) e Cavalheiro Novo/Afogados-Recife (segundo antigas escrituras, este engenho ou sítio, como às vezes também é referido, ficava ao sul do Engenho Jangadinha, separado deste pelo "Riacho Cavalheiro").

C01- Martinha Margarida Lima, sua prima, em 07.03.1832 – Nascida em 12/11/1815 e falecida em 08.03/.190/eng. Cachoeira D’Antas/Água Preta, que pertencia ao seu filho Francisco Cornélio da Fonseca Lima. Filha de Tereza de Jesus Grata com o Cel. de Milícias Francisco Casado de Lima Júnior, c.c. Maria da Conceição Cavalcanti. Irmã, por parte de pai, de Clara Isabel, a qual foi mãe do Barão de Santa Cândida. D. Martinha foi legitimada, em 1820, por D. João VI e perfilhada por D. João VI: Carta de Legitimação: "A Martinha se há de passar Carta de Legitimação. Rio, 24.03.1820. Bernardo de Souza Lobato". O casal deu origem a família Fonseca de Lima.
Segundo Zilda Fonseca em seu livro: Nossa tia, Antônia Rosalina da Fonseca Lima Borba que conheceu D. Martinha Margarida Lima, e com ela conviveu até a idade de 19 anos, que era a filha predileta de seu pai, homem de grande fortuna. Frequentara o melhor colégio da época, andava ricamente vestida e adornada com joias caras. Em sua juventude saia às ruas do Recife em "cadeirinha" ou "palanquim", carregada por dois robustos escravos. Era mulher de muita piedade, católica fervorosa e dedicava grande amor ao próximo. Era proprietária do engenho Jangadinha. Estudou nos melhores colégios do Recife, andava ricamente ornamentada, transportada em “cadeirinha de arruar”, carregado por escravos robustos, pelas ruas da cidade. Filhos:  

  1. Francisca Maurícia da Fonseca Lima c.c Dr. Malaquias de Lagos Ferreira Costa
  2. Francisco Cornélio da Fonseca Lima (1841-1908), senhor do eng. Cachoeira D’Antas/Água Preta, c.c Elvira Accioli Lins
  3. Ana Climéria da Fonseca Lima (falecida em 1892) c.c Dr Marcolino Ferreira Lima
  4. Cap. Liberato Benício da Fonseca Lima c.c Cândida Maria da Conceição
  5. Dr. Caetano Alberto da Fonseca Lima c.c Maria da Glória Loureiro Gomes;
  6. Cap. Nacional Latino Ramos da Fonseca Lima (1851-1914); 
  7. Rosendo Adrião da Fonseca Lima (falecido em 1882); 
  8. Firmino Cândido da Fonseca Lima.

Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
FONSECA, Zilda: Os desbravadores da Capitania de Pernambuco, Seus Descendentes, Suas Sesmarias, 2003, Editora Universitária, UFPE. Texto escrito e postado por José Aluísio Botelho, em agosto de 2011.


1920-  Manoel Carneiro Leão – Filho de Manoel (III)  Carneiro Leão Campello (1876-1897) e de D. Maria  Archanja Carneiro Lins e Mello (1801).  NP de Virgínio (II) Rodrigues Campello (nascido em 1746. Senhor do Engenho Canha/Vitória de Santo Antão) e de Rita Josefa Carneiro Campello (nascida em 1756/Igarassu e falecida em 1830. Bisneto materno de José Pedro de Mello dos Reis (Nascido em 1714/São Paulo de Salvaterra de Magos/Santarém/PT. Familiar do Santo Ofício) e de Maria de Jesus Carneiro da Cunha). 
Coronel da Guarda Nacional. Sócio fundador da Sociedade Auxiliadora da Agricultura de Pernambuco, Decreto Imperial em 1872, cujo Presidente atual, Ricardo Ferreira Rodrigues, é casado com sua bisneta. Membro do Conselho Municipal de Jaboatão dos Guararapes. Prefeito de Muribeca - quando município, por 18 meses, e que por motivo de saúde renunciou, enviando ao Governador o seguinte ofício: “Comunico-vos que nesta data passei o exercício da Prefeitura ao meu substituto legal Tte. Cel. Manoel Celestino Mendes da Silva, o que faço para os devidos fins. Saúde e Fraternidade, a) Manoel Carneiro Leão – Prefeito”. 
CURIOSIDADES: Em 1888, apesar da baixa produtividade dos engenhos, as concessões lucrativas, pela especulação financeira que propiciavam continuaram a ser distribuídas às pessoas ligadas à fabricação do açúcar ou ao comércio. Manoel Carneiro Leão  foi um dos beneficiados, juntamente com Bel. Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, que receberam a quantia de 200.000$000, de acordo com o Relatório referente ao 1º Distrito de Engenhos Centrais. (Relatório do 1º Distrito de Engenhos Centrais, p. 208,261,272,282-4)
NOTA: Em 1889, quando foram distribuídas concessões para a construção de engenhos centrais no 1º Distrito de Pernambuco recebeu, juntamente com o Bel. Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, a quantia de 200.000$000 réis. (Relatório referente ao 1º Distrito de Engenhos Centrais, p 208, 261, 272, 282/4). NOTA: Na parte de cima da fachada da casa-grande do engenho Santana existe as iniciais "Cel. MCL". Nota: Em Jaboatão dos Guararapes existe uma rua e escola com o nome Manuel Carneiro Leão.
Senhor dos engenhos: Contestado/Maraial; Guarani/Jaboatão dos Guararapes; Monteiro//Jaboatão dos Guararapes;  Santana/Jaboatão dos Guararapes (pertenceu a Francisco Casado de Lima); Solidão/Água Preta (recebido por ocasião de seu casamento); Recreio/Jaboatão dos Guararapes (comprado ao dicionarista Morais Silva), Suassuna Mirim/Jaboatão dos Guararapes e Secupema/Cabo de Santo Agostinho (que pertenceu a sua família). 

C01: D. Joanna Idelvita Mendes de Hollanda, em 19/04/1899, sua parenta. Nascida em 1880. Filha de Sebastião José Mendes de Hollanda e de sua 2ª esposa D. Maria Anna Cavalcanti de Albuquerque. D. Joanna ao se casar levou como dote o engenho Solidão/Água Preta. Filhos: O casal teve vários filhos mais só uma sobreviveu:
  1. Maria Anna Carneiro Leão - C.c. seu parente Antônio de Novaes Mello Avelins Filho
Fontes :
CAMPELLO, João Nazareno Carneiro. “Notas Genealógicas" – 1899/1900.
Colaboração de Reinaldo Carneiro Leão, em 06/02/2012.
Colaboração da família Carneiro de Novaes, em 2012.


Maria Anna Carneiro Leão – Nasceu em 1903/engenho Secupema/Cabo de Santo Agostinho e faleceu em 1997/em sua casa na Rua Benfica/Madalena-Recife, filha única e herdeira de Manoel Carneiro Leão  e Joanna Idelvita Mendes de Hollanda.

C01:  Antônio de Novaes Mello Avelins Filho (Novais Filho), seu parente, em 1926. Novaes Filho nasceu em 1898/engenho Pimentel/Cabo de Santo Agostinho e faleceu em 1978/Recife. Filho do Juiz de Direito Antônio de Novaes Mello Avelins e de Rita de Cássia Carneiro da Cunha. Bacharel em Direito. Senhor de engenho. Sócio e depois Presidente da Sociedade Auxiliadora da Agricultura de Pernambuco, fundada através de Decreto Imperial de1872. Secretário de Agricultura do Estado de Pernambuco. Prefeito da cidade do Recife, Deputado Federal, Senador, Ministro da Agricultura e Interino da Educação.
Senhor dos engenhos: Arimunã/Escada; Giqui/Escada; Guarani/Jaboatão dos Guararapes; Recreio/Jaboatão dos Guararapes; Santana/Jaboatão dos Guararapes; Suassuna Mirim/Jaboatão dos Guararapes  NOTA: Todos os engenhos que pertenceram ao casal estão, hoje desapropriados para fins da reforma agrária. Rendeiro do engenho Pimentel/Cabo de Santo Agostinho
Filhos (alguns dados foram omitidos por questão familiar): 

01- Maria do Carmo (Nitinha) Carneiro de Novaes (1926-1998) - c.c. Edvaldo Barreto Neves Baptista (c.g.); 

02- Joana Idelvita (Ninita) Carneiro de Novaes c.c. Guilherme Martins (c.g.); 

03- Afrânio Carneiro de Novaes – Falecido em Brasília (c.g.); 

04- Regina Carneiro de Novaes – Nascida em 1932 e falecida em 2007/Recife.(c.g.); 

05- Antônio Telmo Carneiro de Novaes c.c. Teresa Moura (c.g.); 

06- Paulo Gileno Carneiro de Novaes – Falecido em Minas Gerais (c.g.); 

07- Maria de Lourdes Carneiro de Novaes – C.c. Eitel Nogueira de Sá. Mora no Rio de Janeiro (c.g.); 

08- José Bueno Carneiro de Novaes - Nasceu em 1941.    Solteiro. Falecido (c.g.). 


Fontes: 
https://ancestors.familysearch.org/en/LR6R-YJ4/maria-anna-carneiro-de-novaes-1903-1997
(Testemunho dos familiares)
www.delanocarvalho.com

12 comentários:

Anônimo disse...

Prezada Lou Rodrigues,
achei o seu blog muito bom. Você faz um belo trabalho. Fiquei espantado com o número de engenhos incluídos e, sobretudo, com o grande número de fotografias. Gostaria de saber se todas as fotos são de sua autoria. Você esteve em cada um dos engenhos?
Cordialmente,
Gustavo Acioli.
aciolilopes@yahoo.com.br

Ana Carolina disse...

Ola, existe um projeto de restauro, a ser realizado na capela do engenho de Santana, no engenho Santana, estou elaborando um relatório onde terei que postar o máximo de informações q puder referente a este engenho que puder me ajudar desde já agradeço.

Unknown disse...

U belo trabalho de genealogia mas gostaria se postasse informações ou me enviasse informações sobre Engenho Niteroi,Dr.Laurindo Feijó de Mello,casado com D.Emília de Abranches Feijó.Preciso dos ascendentes desse casal.Você poderia me ajudar?Não a encontrei no Face nem tenho seu mail para lhe enviar mensagem.Estou fazendo parte do seu blog.

Maria Alves disse...

Olá,

Parabéns pela iniciativa, sempre que posso leio um pouco sobre os engenhos de Pernambuco. Me interesso muito pela história da Capitania de Pernambuco. O que me chamou a atenção desta vez tem a ver com a genealogia da minha família. Como posso saber as fontes das informações sobre o Engenho Gurjaú de Cima?
Desde já agradeço!
maria das Graças Alves

E-mail: origemdafamilia@gmail.com

LouRodrigues disse...

Prezada Maria

Na página do blog sobre o engenho Gurjaú, que foi divididos em dois, você encontrará as fontes consultadas.
Gostaria de saber qual a família que você gostaria de pesquisar, para que eu lhe remeta alguns dados, caso eu o tenha.
Adianto que no site Geneall.PT e https://familysearch.org você encontrará bastante dados sobre algumas famílias, como também nos Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (Nobiliarquia Pernambucana de Borges da Fonseca).
Atenciosamente,
LouNevesBaptistaRodrigues

monalisa disse...

Anônimo disse...

A Historia é linda e o modo de como foi narrada também. Maria Luiza - Porto Alegre - RS

Erivanio disse...

Linda história prezado Sr Lourival Neves moro perto do engenho santana gostaria que se possível o governo não deixasse essa linda história morre gostaria de saber como posso contribuir para divulgar essa história

Erivanio disse...

Prezado Sr Lou Neves fiquei encantadado com a história do engenho santSan moro perto do casarão que foi do seu pai, seria bom se o governo de Jaboatão ele desse uma importância para a história desse patrimônio, como posso ajudar para isso acontecer? Deveria ter passeios turísticos na localidade parabéns pelo seu Relatório acima

Sérgio Rodrigues disse...

Excelente trabalho acompanho seu trabalho a um tempo
Não consegui localizar no maps o engenho santana.
Está aberto a visitas?
Se puder fornecer um ponto de referência gostaria de fazer uma visita
Desde já lhe agradeço

LouRodrigues disse...

Esse engenho pertence a minha família e para conserva-lo demos em comodato a uma ONG com a condição de conservar suas edificações restantes

LouRodrigues disse...

Obrigada pelo elogio. Hoje quem toma conta da casa, em comodato, é a ONG Coracao de Maria. Quanto a sua localização, fica no bairro de Socorro em Jaboatao velho. Indo de Recife para Jaboatão passou a Policia Rodoviaria é logo a esquerda, no sentido de 2 Carneiros