Fontes

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25/10/2016

Engenho Biapecu/Itamaracá-Araripe

               O engenho Biapecu, sob a invocação Santo Amaro, foi fundado pelo judeu Baltazar Rodrigues Mendes na várzea os riachos Biapecu e Tejucupapo, Capitania de Itamaracá, não possuía igreja. Sua fábrica tinha uma moenda movida a bois e, no ano de 1623 moeu 1.660 arrobas de açúcar. O engenho foi citado no mapa PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.
                  Vários engenhos açucareiros pertenciam a judeus, onde instalavam suas sinagogas, como foi destacado no livro “Senhores de Engenho – Judeus em Pernambuco Colonial 1542-1654” – de José Alexandre Ribemboim, entre os engenhos citados se encontra o Biapecu, pertencente a Baltazar Rodrigues Mendes.
               Durante a guerra da Restauração pernambucana (1630-1654) o engenho foi incendiado pelas tropas holandesa e ficou completamente destruído. Nessa época alguns senhores de engenho passaram de imediato para o serviço dos invasores, como foi o caso do cristão-novo Baltazar Rodrigues Mendes. Calado em seu livro Valeroso Lusitano se refere várias vezes, quase com nojo; alguns do que tratavam com o inimigo “não eram dos mais abatidos do povo” acrescenta ele.
               Em 1637 o engenho pertencia aos herdeiros de Baltazar, sua esposa D. Isabel Cabral e filho, os quais haviam permanecido sob o domínio holandês. O engenho, porém, não devia "moer jamais porque não tem terras próprias". NOTA: O relatório de Van der Dussen registra outro engenho nas cercanias com o mesmo nome, pertencente a Martim Lopes, como estando "todo arruinado". Trata-se possivelmente de dupla contagem.
          Em 1639, o engenho pertencia a Maria de Oliveira, que em 1663 era devedora de 36653 florins à WIC. A fábrica do engenho moía com três partidos de lavradores, no total de 51 tarefas (1785 arrobas), sem partido da fazenda. Lavradores: Jeronimo Fernandes do Vale com 30 tarefas; Gonçalo Barbosa Pereira com 06 tarefas; e Antônio de Figueiredo com 15 tarefas.
·                Após a evacuação dos engenhos de Igarassu/PE, da Paraíba e da Capitania de Itamaracá, em meados de 1646, muitos dos engenhos foram desativados até o final da guerra, no total de 55 fábricas das 149 existentes no Brasil, ou 1/3 da capacidade produtiva da região. Segundo um depoimento do luso-brasileiro João Figueira, que transitou na região, é enfático: puseram fogo aos engenhos, canaviais e povoações [...] de modo que tudo ardeu sem ficar coisa alguma. Entre esses engenhos estava o Biapecu.

Fontes:
GUIMARÃES, Marcelo M. O Movimento judaico-português durante o domínio holandês no nordeste. Associação Brasileira dos descentes de judeus da Inquisição. 25/07/2012
http://www.liber.ufpe.br/visaoholandesa/Next.vh?query=diversidade&page.id=2018
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt. 34 Ltda. 3ª edição. São Paulo 2007.
NASSAU-SIEGEN, J. Maurice; DUSSEN, Adriaen Van der; KEULLEN, Mathijs Van: Breve discurso sobre o estado das quatro capitanias conquistadas no Brazil, pelos holandeses, 14 de janeiro de 1638.
PEREIRA, Levy. "Beapecu". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Beapecu. Data de acesso: 25 de outubro de 2016.
PEREIRA, Levy. "Itacoara (engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/atlas/Itacoara_(engenho). Data de acesso: 25 de outubro de 2016. 



PROPRIETÁRIOS ENCONTRADOS:



1623- Domingos de Oliveira – (s.m.n.). Senhor dos engenhos:  Taquara (Nossa Senhora da Penha de França)/Itamaracá. Coproprietário do engenho Biapecu/Itamaracá;
Fontes:
PEREIRA, Levy. "Beapecu". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Beapecu. Data de acesso: 25 de outubro de 2016



1623- Baltazar Rodrigues Mendes – Cristão novo. Natural de Santa Maria de Belém-Lisboa/PT e residente no Recife. Morreu do lado dos holandeses. Devia a WIC.  Senhor dos engenhos:  Taquara (Nossa Senhora da Penha de França)/Itamaracá. Coproprietário do engenho Biapecu/Itamaracá
Casamento 01: Isabel Cabral (Luzia Cabral). Filhos: 01- Cipriano Tavares – C.c. Anna de Siqueira e Mendonça
Fontes:                       
Genealogia Paulistana-vol. II-pg. 552
GUIMARÃES, Marcelo M. O Movimento judaico-português durante o domínio holandês no nordeste. Associação Brasileira dos descentes de judeus da Inquisição. 25/07/2012
http://geneall.net/pt/nome/1213065/baltazar-rodrigues-mendes/
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
MELLO, Evaldo Cabral de, O bagaço da cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês
MELLO, José Antônio Gonçalves de, Gente da Nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco, 1542-1654
PEREIRA, Levy. "Beapecu". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Beapecu. Data de acesso: 25 de outubro de 2016
PEREIRA, Levy. "Itacoara (engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/atlas/Itacoara_(engenho). Data de acesso: 25 de outubro de 2016.



1637-  Isabel Cabral – Após o falecimento de seu marido assumiu a administração de seus engenhos. Senhora dos engenhos: Biapecu/Itamaracá; Taquara (Itacoara, Nossa Senhora da Penha de França)/Itamaracá.
Casamento 01: Baltazar Rodrigues Mendes – Cristão novo. Natural de Santa Maria de Belém-Lisboa/PT e residente no Recife. Morreu do lado dos holandeses. Devia a WIC. Filhos: 01- Cipriano Tavares – C.c. Anna de Siqueira e Mendonça
Fontes:
Genealogia Paulistana-vol. II-pg. 552



1663- Maria de Oliveira – (s.m.n.)
Fontes:
PEREIRA, Levy. "Nhayapopuçû (engenho de bois com igreja)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/atlas/Nhayapopu%C3%A7%C3%BB_(engenho_de_bois_com_igreja). Data de acesso: 25 de outubro de 2016


3 comentários:

Antonio maximino disse...

tem algunha postagem sobre o engenho vermelho

LouRodrigues disse...

Prezado Antônio

Em resposta a solicitação acima, informo que não tenho nenhuma informação sobre o engenho Vermelho (Tamandaré?), as vezes não publico a história de algum engenho, por falta de publicações sobre o mesmo. Mas, se vc tiver algo que possa me mandar agradeceria antecipadamente.
Atenciosamente,
LouRodrigues

familia duarte@ disse...

Parabéns pelo blog, excelente!
Meu trisavô se chamava Antônio Duarte da Costa e era prioritário do engenho Diamante em São Lourenço da Mata e o irmão dele Nicolao Antônio Duarte era dono do engenho Bom-Fim em Bom Jardim. você tem alguma informação sobre estes engenhos?

E-mail. lenineduarte@gmail.com