Após
a construção do Engenho do Capitão, o primeiro da Capitania de Pernambuco, e
sua destruição, o engenho que se tem notícia como um dos mais antigos da região
é o Engenho Araripe de Cima, fundado por Felipe
Calvacanti. Em 1584, as tropas destinadas à conquista da capitania da
Paraíba acamparam em suas terras.
Felipe
Cavalcanti (Felipe de Giovanni Cavalcanti) – Nasceu
em 12/06/1525-Firenze/Itália, tendo sido batizado em Santa Croce. Faleceu antes
de 1614/Olinda, sendo sepultado na capela de São João, Matriz do
Salvador/Olinda, hoje Igreja da Sé, da qual era seu padroeiro. Nota: Hoje não mais existem notícias da
Capela de São João, pois com a invasão holandesa foram perdidos os cartórios
públicos e a Matriz, não conserva nenhum altar a São João, pelo que parece
depois da Restauração foram colocadas novas imagens no dito altar. Filho de
Giovanni de Cavalcanti e de Genebra de Manelli. Seu pai era cortesão e
comerciante de artes florentino que durante muitos anos tivera a proteção do
papa Medici, Leão X, por ser “cubiculari”, homem de toda confiança que lhe
prestava serviços na Inglaterra, junto à corte de Henrique VIII.
Gravura de um engenho - Brasil colonia |
Após
o falecimento de Rei Leão X, a família Cavalcanti começam a sofrer retaliações
políticas dos Médicis, que era a família dominante em Florença, que destruíram
o sistema representativo florentino e desde o início do século enfrentavam
contestações republicanas. Giovanni imigra definitivamente para a Inglaterra,
levando toda a família, aonde veio a falecer em 1542. Mas, com o agravamento da
situação política em Florença, Filippo volta à sua cidade natal e se envolve em
episódios políticos contestatórios contra o Duque Cosme de Médici, junto ao seu
parente Holdo Cavalcante Pandolfo Pueci e outros.
Quando
a conspiração é descoberta Felipe foge para Portugal, onde se encontra com o
seu primo Zenóbio de Francesco Acciaiuoli. Mas, por não se achar seguro em
terras portuguesas e incentivado pela política de imigração de famílias
qualificadas toma a decisão de imigrar para o Brasil junto com seu primo
Zenóbio e Nicolau Spinel. Em Pernambuco, Filipe é acolhido por Duarte Coelho
Pereira, o 1º Donatário, e se hospeda na casa de Jerônimo de Albuquerque, o
Torto, seu futuro sogro.
Em
junho de 1559 solicita a aconfirmação de sua nobreza, de acordo com a certidão de confirmação de nobreza assinada
em 23/08/1559 pelo Cosme I de Médici, o Grande, que so soube da participação de
Filipe na conspiração Pucci & Cavalcanti três meses depois.
Em
Pernambuco foi: Lugar-Tenente (1588 e 1590),
Capitão-mor de Goiana,
Coronel das Ordenanças, Sargento mor de Goiana, Fidalgo da Casa Real e
Cavaleiro da Ordem de Cristo. Participou de combates contra nativos e piratas.
Administrador da Capela de São João/Olinda. Padroeiro, junto com a sua esposa,
da Igreja de São Salvador/Olinda, Capela de São João.
Curiosidades: Numa carta de
10/10/1578, escrita pelo seu amigo Filipe Sassetti a Baccio Valori, o
florentino era descrito como um homem bem conceituado na Capitania, grande proprietário
de engenhos e de extensos territórios, tinha muitos pajens e muitos escravos,
montava muito bem seus cavalos de raça que eram ricamente ajaezados, organizava
e tomava parte em cavalhadas e torneios públicos, vestia–se com grande
distinção e elegância, orçando as suas despesas anuais em perto de 5.000
escudos.
Dele
conta Scipione Ammirato, na sua Istoria
della Famiglia de Cavalcanti: Filippo
di Giovanni Cavalcanti, irmão [de Guido e de Schiatta] foi grandíssimo homem...
Da qual recebeu alguns engenhos de refinar açúcar, e com seu engenho e modo
tornou– se riquíssimo, e naquele país, grandíssimo homem, que adquiriu [boas]
graças com aquele povo, e governou com seu engenho, porque tinha grande cabeça,
todo aquele estado com grandíssima satisfação geral daqueles povos, que o
estimavam grandissimamente, e tiveram muitos filhos, Jeronimo, João, Lourenço,
Filipe, que viveram naquele reino honradamente, e não tiveram sucessão todos
porque naquele reino se usa que o filho maior o verdadeiro herdeiro, e lhes toma
todos os bens do pai como morgado, e é obrigado a apoiar os outros irmãos. Este
foi Antônio, que nasce por volta do ano de 1560, e teve descendência...
Segundo
Pereira da Costa, Filipe Cavalcanti foi uma das primeiras pessoas a receber uma
data de terra de sesmaria, pois no começo as pessoas beneficiadas eram quase
todas ligadas à parentela do Donatário ou articuladas com capitais estrangeiros
que aplicavam na plantação da cana de açúcar e na construção de engenhos. A
dita sesmaria tinha uma légua de terra em quadro, ficava localizada na região
do Cabo de Santo Agostinho e eram continuas às terras de João Paes Barreto
(Instituidor do Morgado do Cabo), que alcançava as duas margens do Rio
Arassuagipe, atual Pirapama. Filipe construiu nessas terras 03 engenhos: o
Santa Rosa/Cabo de Santo Agostinho,
hoje Ipojuca, fundado em 1556; o Santana/Cabo
de Santo Agostinho; e o Utinga/Cabo
de Santo Agostinho. Nota:
As famílias beneficiadas eram quase todas ligadas à parentela do Donatário ou
articuladas com capitais estrangeiros que aplicaram na construção de engenhos.
Curiosidades: Em denúncia ao
visitador do Santo Ofício, datada de 16/11/1593, Felipe Cavalcanti afirmou
contra: “Anrique Mendes e sua mulher Violante Rodrigues, Antônio Dias e seu
cunhado por alcunha Alma de Burzeguins, Diogo Fernandes e sua mulher Branca
Dias, Diogo Lopes da Rosa, Francisco Vaz Soares, o vigário Corticado, Antônio
Leitão, o Velho, e Antônio Dias, o Felpudo", que: a "gente da
Nação" olindense se reunia na tal esnoga de Camaragibe, a 04 ou 05 léguas
de distância da vila, onde "faziam suas cerimônias e que nas ditas luas
novas de agosto iam", em seus carros enramados e com festas "ao dito
Camaragibi a celebrar a festa do jejum" do Iom Kipur, o dia mais sagrado
do calendário judaico.
Curiosidades: Em 29/10/1593, Amaro Gonçalves, casado com uma filha de Jerônimo de
Albuquerque, compareceu à mesa da Primeira
Visitação do Santo Ofício, acusando Filipe Cavalcanti de possuir em sua casa,
no eng. Araripe/Igarassu, uma “bíblia em linguagem”. Talvez em seu linguajar
pobre, o autor da acusação não soubesse especificar que
tipo de “bíblia” era aquela, que ele dizia que era para que “desse ao diabo
para ler”, talvez não fosse uma bíblia, fosse outro livro, ou mesmo uma espécie
de bíblia protestante, não se sabe. O certo é que o autor se mostrou tão
confuso em seu depoimento que chamou o réu de “Cavalgante”, isto é, que anda a
cavalo, e repete o nome errado várias vezes, embora Filipe Cavalcanti fosse
homem de destaque e muito conhecido.
Em
dois livros de Gilberto Freire (“O Velho Félix e suas ‘Memórias de um
Cavalcanti” (edt. Massangana, 1959, pág. 306) e em “Casa-Grande &
Senzala” (edt. Record, págs. 378 e 451), diz que Felipe Cavalcanti foi acusado também
pela prática de sodomia.
Senhor
dos engenhos (1556): Santa Rosa /Cabo de Santo Agostinho, hoje Ipojuca;
Santana/Cabo de Santo Agostinho; Utinga/Cabo de Santo Agostinho;
Araripe/Igarassu (antes de 1584).
Casamento
01: D. Catharina de Albuquerque, a
Velha, filha primogênita de Jerônimo de Albuquerque com a índia Maria do
Espírito Santo Arcoverde. Foi perfilhada por seu pai através de um requerimento
feito ao Rei D. Sebastião. D. Catharina faleceu com mais de 70 anos em
04/06/1614, sendo sepultada na Igreja de São Salvador/Olinda, Capela de São
João, de que ela e seu marido eram padroeiros.
Filhos
(que deram origem às famílias: Cavalcanti de Albuquerque e
Albuquerque Cavalcanti):
01
– Diogo Cavalcante, falecido
criança; 02 – Antônio Cavalcanti de
Albuquerque, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, solicitado por sua mãe, e que pertencera
ao seu pai. Sucessor de Filipe Cavalcanti na administração da Capela de São
João/Olinda. C.c. Isabel de Goes, filha de Arnau de Holanda e de D. Brites Mendes
de Albuquerque, irmã de suas duas cunhadas. (c.g.); 03 – Genebra Cavalcanti de Albuquerque c.c. Filipe de Moura Rolim, Governador
de Pernambuco. (c.g.); 04- Simoa de
Albuquerque – C.c. Damião Gonçalves Carvalhosa; (s.g.ident); 05 - Joana Cavalcanti de Albuquerque
– C.c. Álvaro Fragoso. (c.g.); 06- Catarina Cavalcanti
– C.c. Antonio Cavalcanti de Albuquerque. (c.g.); 07- Felipa Cavalcanti de Albuquerque – C.c. Antonio de
Holanda de Vasconcelos, filho de Arnau de Holanda e de D. Brites Mendes de
Vasconcelos. (c.g.)
Fontes:
BARRETO, Carlos Xavier Paes. Os Primitivos
Colonizadores Nordestinos e seus Descendentes. Edt. Melso Soc. Anônima. Rio de
Janeiro, 1960.
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais da
Biblioteca de 1902, 1903,
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino.
Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (57). Pag. 207. Anais 1926 Vol 48
(43). Pag. 42, 49, 50
Carta
ao duque de Florença, Cosimo de' Medici, solicitando-lhe que certificasse a
nobreza de Filippo Cavalcanti, para que este pudesse receber uma condecoração
do rei de Portugal, em 1558.
Cássia
Albuquerque, Francisco Doria e Marcelo Cavalcanti. Cavalcantis: na
Itália, no Brasil, p.16. Rio de
Janeiro, 2010.
http://164.41.2.93/biblioatlas/S._Miguel_(engenho)
http://batistacavalcante.blogspot.com.br/2008/09/filipe-cavalcante-foi-ru-do-santo-ofcio.html
http://lhs.unb.br/biblioatlas/Ambare%C3%A7omb%C3%BA
http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/viewFile/32/32
http://origem.biz/ver_cadastro1.asp?id=3689
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filippo_Cavalcanti
http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40730&dir=genxdir/
http://www.catedra-alberto-benveniste.org/dic-italianos.asp?id=302
http://www.myheritage.com.br/site-73756931/familia-cavalcanti-niteroi-rj-brasil
http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/viewFile/32/32
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882002000100004
https://docs.google.com/document/d/1cfOTkxMD5T8hBj2XvGYA1pFiFsrypaeIzzOAEZ0-WMY/edit?hl=en_US
Inquisição, religiosidade e transformações culturais:
a sinagoga das mulheres e a sobrevivência do judaísmo feminino no Brasil
colonial — Nordeste, séculos XVI-XVII. Revista Brasileira de História. Vol. 22.
Nº 43. São Paulo, 2002.
Primeira Visitação do Santo Ofício às Partes do
Brasil 3/4 Denunciações e Confissões de Pernambuco.
Recife: FUNDARPE, 1984, pp. 75-77.
Revista genealógica latina, Volumes 8-11https://pedrodealbuquerque.wordpress.com/2010/07/16/cristaos-novos-judeus-velhos/
Ao
falecer as terras do Araripe passaram a pertencer ao seu filho Antônio Cavalcanti de Albuquerque.
Antônio
Cavalcanti de Albuquerque
– Nasceu em 1560 e faleceu em 1640, ambos em Pernambuco. Filho de Felipe
Cavalcanti e de D. Catharina de Albuquerque. Neto materno de Jerônimo de
Albuquerque e de D. Maria do Espírito Santo Arcoverde.
CURIOSIDADES: Em 31.10.1613,
Antônio Cavalcanti de Albuquerque fez um Requerimento sobre a prisão e
sequestro dos bens de todos os mercadores estrangeiros moradores de Pernambuco,
ordenado pelo Provedor da Fazenda da Capitania, Miguel Gonçalves Vieira.
Casamento 01: D. Isabel de Gois – Filha de Arnau de
Holanda e de D. Brites Mendes de Vasconcelos.
Filhos: 01- Diogo Cavalcante – Falecido ainda criança;
02- Antonio Cavalcanti – Falecido
solteiro. (s.g.); Jeronimo Cavalcanti de Albuquerque – C.c. Isabel de Melo; 03- Manuel Cavalcante – Religioso; 04- Paulo Cavalcante – Religioso; 05- Jerônimo
Cavalcante de Albuquerque – Falecido solteiro (s.g.); 06- Filipe Cavalcante de Albuquerque – Nasceu em Olinda. C.c. D. Maria de Lacerda,
filha de Antonio Ribeiro de Lacerda e de Isabel de Moura. (c.g.); 07- Brites
de Góis Vasconcellos de Holanda Cavalcanti de Albuquerque – C.c. Francisco Coelho de Carvalho, filho
de Feliciano Coelho de Carvalho e Maria Monteiro. Governador e Capitão General
do Estado do Maranhão e Grão-Pará, de quem descendem os donatários da Capitania
de Camutá ou Cametá. (c.g.); 08- Isabel Cavalcante de Albuquerque – Nasceu
em 1583. C.c. Manoel Gonçalves
Cerqueira, em 1600. Filho de
Pedro Gonçalves Cerqueira e Catarina de Friellas. Cavaleiro da Ordem de Cristo,
Familiar do Santo Ofício, Herdeiro da Capela de Santa Catarina (c.g.). Após ficar viuva c.c. Francisco
Bezerra. filho de Francisco
Monteiro Bezerra e Maria Pessoa. (c.g.); 09- Maria Cavalcante de Albuquerque – Religiosa; 10- Ursula Cavalcante – Religiosa; 11- Paula Cavalcante – Religiosa; 12- Joana Cavalcante – Nada foi encontrado;
13.- Lourenço Cavalcante de Albuquerque –
C.c. (NI); 14- Jorge Cavalcante de
Albuquerque – Nada foi encontrado.
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro. Anais 1939 Vol 61 (1). Pag 61
http://geneall.net/pt/nome/281603/antonio-cavalcanti-de-albuquerque/
http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40733&dir=genxdir/
https://pedrodealbuquerque.wordpress.com/2010/07/16/cristaos-novos-judeus-velhos/
Nobiliário das Famílias de Portugal -
vol. III - pg. 1404 (Cavalcantis)
Antônio
Cavalcanti de Albuquerque, herdeiro de Felipe Cavalcanti e de D. Catarina d e
Albuquerque vende o engenho a Duarte
Ximenes de Aragão.
Duarte
Ximenes de Aragão
– Nascido em 1570. Cristão novo. Filho de Tomás Ximenes de Aragão e de Teresa
Vasques d' Elvas. Ligado por laços de parentesco aos Ximenes de Aragão,
que foram mercadores
riquíssimos de origem judia que, ao surgirem os conflitos com o Santo
Ofício, saíram de Portugal para fundar uma casa bancária em Antuérpia e
deram origem a importantes famílias da Nobreza Belga.
Um dos maiores
exportadores de açúcar de Pernambuco, século XVI. Cavaleiro Fidalgo da Casa
Real, com apenas 33 anos (Olinda, 1603). Residente em Olinda no ano de 1600. Maior
exportador de açúcar da região entre 1596 e 1605, tendo embarcado 5.375 arrobas
do produto, sendo a maior parte para Lisboa. Rendeiro do Contrato de Dízimos do
açúcar em Pernambuco, em 1617 e 1621. Detentor de um foro da Quinta da Horta na
freguesia de Olivais, Portugal.
Até 1623 Duarte
Ximenes de Aragão estava vivo e documentado em Relatório dos Holandeses -
morava em Pernambuco, junto com seu irmão Gaspar Ximenes e com seu primo Antônio
Nunes Ximenes.
Senhor dos engenhos:
Araripe de Baixo/Ilha de Itamaracá-Araripe
Casamento 01: Catarina da Veiga – Filha de Rui Lopes
da Veiga e de sua mulher e prima Leonor Rodrigues da Veiga, que eram
parentes de médicos judeus das casas reais de Castela e de Portugal.
Filhos: 01- Thomas Ximenes de Aragão – Falecido em 08.11.1612, na Freguesia de São Cristóvão-Lisboa; 02-
Leonor Ximenes de Aragão – Freira no
Convento de Santa Clara/Lisboa, conforme consta na Pedatura Lusitana.
Entretanto, aparece no testamento de Manoel de Sá Dória, como sua antepassada,
c.c. Mateus Lopes Franco. Ao que tudo indica, saiu do convento e casou em
seguida. (c.g.); 03- Rodrigo Ximenes de
Aragão – C.c. Mariana Moniz, depois c.c. Luisa de Mendonça, moradores no
Rego de S. Sebastião da Pedreira em Lisboa; 04- Maria Ximenes de Aragao – C.c Antônio Fernandes Caminha de Medina.
(c.g.) ; 05- Lourenca Dias Ximenes –
C.c. Domingos de Santiago Montenegro. (c.g.) ; 06- Teresa Ximenes de Aragão – C.c. D. João de Almada, em 1575, filho de
D. Antão Soares de Almada e
de D. Vicência de Castro. (c.g.); 07- (NI)
Fontes:
DANTAS SILVA,
Leonardo. Cristãos-Novos e Judeus em Pernambuco. Os Holandeses em Pernambuco –
Uma historia de 24 anos. Especial para o Diário de Pernambuco. Edição de Segunda-Feira, 28 de Julho de 2003.
http://arlindo-correia.com/020610.html
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010/05/genealogia-crista-nova-iv-maria-amelia.html
http://geneall.net/pt/forum/70859/re-ascendentes-da-familia-ximenes-de-aragao/
http://geneall.net/pt/nome/228969/duarte-ximenes-de-aragao/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Almada
http://www.geni.com/people/Duarte-Ximenes-de-Arag%C3%A3o/6000000024502233871
https://pedrodealbuquerque.wordpress.com/2010/07/16/cristaos-novos-judeus-velhos/
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim & Companhia
das Letras. São Paulo, 2012.
PEREIRA, Levy. "Velho (engenho de
bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da
América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Velho_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 24 de fevereiro de 2015.
RIBEMBOIM, Jose Alexandre. Senhores de
Engenho Judeus em Pernambuco Colonial. 1542-1654. 20-20 Comunicacao e
Edt.Recife, 1995.
VIEIRA, Edvânia Lopes. Presença
Marcante: Um Estudo em Inventários sobre os Perfis dos Escravos Negros em
Igarassu (1828 a 1877). Especialista em Ensino de História pela UFRPE.
Disponível em: http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1308363099_ARQUIVO_Salvador.pdf
Duarte Ximenes logo divide as terras
do engenho e constrói o Araripe de Cima e o de Baixo, ou Velho que era movido a
bois, com Igreja sob a invocação de Nossa Senhora do Ó. Suas terras ficavam
situadas na margem esquerda do Rio Araripe (Rio Catucá-Rio Botafogo), freguesia
de Araripe (Ilha de Itamaracá) jurisdição da Capitania de Itamaracá. Atualmente
em suas terras está localizado o povoado Botafogo, construído na área da também
Fazenda Botafogo (Vide imagem no Google Earth e o mapa IBGE Geocódigo
2606200 Goiana-PE). CURIOSIDADES: Nas matas do engenho Araripe nasce o Rio
Tabatinga.
Nas relações de engenho de 1609 e
1623, Duarte de Ximenes aparece como proprietário de engenho em Goiana,
Capitania de Itamaracá.
O Araripe de Baixo foi citado nos
seguintes mapas coloniais: Præfecturæ Paranambucæ Pars Borealis, una cum
Præfectura de Itâmaracâ; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 Capitania de
I. Tamarica, plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. vԐlho', na m.e. do 'R.
Araripĭ'; IT (Orazi, 1698) Provincia di Itamaracá, representado como
engenho, 'Velho', na m.e. do Rio 'R. Araripe'; (Orazi,
1698) Provincia di Pernambvco, plotado com o símbolo de engenho, 'Velho',
na m.e. do rio 'Arari'.
Na
cartografia de Johannes Vingboons (1665), este engenho aparece dividido em duas
propriedades distintas: Araripe de Cima e Araripe de Baixo (ou Cagafogo), que
deu origem ao distrito Botafogo pertencente a Itapissuma.
Em 1623 o engenho Araripe de Baixo
moeu 3.608 arrobas de açúcar e Duarte Ximenes já era então devedor à Coroa da
soma de 10.000 cruzados, de que fora contratador ao tempo do Governador-Geral D
Luís de Sousa (1617-1621).
Posteriormente, Duarte Ximenes
vendeu o engenho a Gaspar Caminha.
Gaspar
Caminha – Em
1635 fugiu para a Bahia, durante o grande êxodo dos senhores de engenho de
Pernambuco, levando consigo tudo que poderia ser transportado, deixando para
trás grandes cabedais expostos a cobiça e estrago dos holandeses.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana.
Anais 1903 Vol 25 (1). P[ag. 113
MELLO, Evaldo Cabral de Mello. O Bagaço
de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012.
Pág. 93
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim & Companhia
das Letras. São Paulo, 2012.
Gaspar Caminha ao se retirar para o
Reino, durante a invasão holandesa, vendeu o engenho a Francisco Lopes de
Orosco, que era proprietário do engenho Velho, localizado nas redondezas, por
30.000 cruzados, soma que o comprador não se satisfez.
Francisco
Lopes de Orosco
– Durante a ocupação holandesa ficou do lado dos invasores. Capitão.
Casamento 01: D. Antonia Cosma dos Santos, compôs muitas
poesias e era muita da a Filosofia Natural e a Lição de Historia.
Filhos: (NI)
Senhor dos engenhos:
Araripe de Baixo/Ilha de Itamaracá-Araripe; Araripe de Cima/Ilha de Itamaracá-Araripe
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro. Anais 1903 Vol 25 (1). Pag 171
VIEIRA, Edvânia Lopes. Presença
Marcante: Um Estudo em Inventários sobre os Perfis dos Escravos Negros em
Igarassu (1828 a 1877). Especialista em Ensino de História pela UFRPE.
Disponível em:
MELLO, Evaldo Cabral de Mello. O Bagaço
de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012.
Pág. 93
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A
Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. 2ª edição. Edt.
CEPE. Recife, 2004..
Em 1637 e 1639 o engenho Araripe moeu
com o partido da fazenda (10 tar3efas), totalizavam 64 tarefas. Lavradores:
Pascoal de Barros – 10 tarefas; Pedro de Freitas – 10 tarefas; Manuel
Mascarenhas – 08 tarefas; Manuel Soares – 08 tarefas; Isabel Velho – 10
tarefas; Braz Dias Mascarenhas – 08 tarefas.
Em 1643, Antônio Fernandes Caminha, filho de Gaspar Caminha, propôs um
acordo com o Governo do Recife, uma vez que, na ausência de Gaspar Caminha e de
seus herdeiros e face à inadimplência de Francisco Lopes de Orosco, a Companhia
das Índias Ocidentais - WIC tinha direito na posse do engenho Araripe. A WIC
fechou o acordo pelo total da dívida, que era de 105.000 florins, e que foi
reduzida para 46.000 florins, e paga em 08 prestações anuais a partir de
janeiro de 1645. Por sua vez, Antônio Caminha executaria Francisco Lopes, porém
se ignora o desfecho do litígio, pois não existe nenhum comprovante de
pagamento, mas em 1646, Francisco aparece como devedor de 3.493 florins à WIC e
Antônio Fernandes Caminha de 512.089 florins.
Antonio Fernandes
Caminha de Medina – Natural de Lisboa/PT
Casamento 01: Maria Ximenes de Aragão.
Filhos: 01- Maria de Barros – C.c. Jose Cavalcanti
de Albuquerque. (c.g.); 02- Joao
Baptista de Abreu Ximenes de Aragão – C.c. D. Anna Isabel Pessoa Bezerra,
filha de Jose de Mello Cesar e Andrade e de D. Marianna Bezerra de Azevedo
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana.
Anais 1925 Vol 47 (1). Anais 1926 Vol 48 (2)Pag. 220. Pag. 264
MELLO, Evaldo Cabral de Mello. O Bagaço
de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012.
Pág. 93
Durante
a Insurreição Pernambucana os senhores Dortmont e Willem Lambertsz comunicaram
ao Conselho holandês que haviam expedido um corpo de 60 soldados e
100 brasileiros até uma Aldeia, perto de Obú e daí para
o Engenho Araripe, sem que encontrasse inimigo algum na
região, apesar ter sido a força alvejada por disparos de dentro
do mato; por isso a tropa regressara a Itamaracá, via Itapissuma.
O próximo proprietário encontrado
foi Joao Dias Ximenes de Galego, descendente de Antonio Fernandes Caminha de Medina
João
Dias Ximenes de Galego
– Filho de Lourença de Aguiar Dias Ximenes e de Domingos de Santiago
Montenegro, membro da antiga família Montenegro, de origem espanhola,
estabelecida em Pernambuco.
Senhor do Engenho
Araripe.
Casamento 01: Sebastiana Tavares Cabral, em 1715,
Goiana, Pernambuco. Falecida em -
18.05.1791. Neta de Sebastião Leitão de Vasconcelos e de Inez de Souza.
Filhos: (NI)
Fontes:
http://geneall.net/pt/forum/70859/re-ascendentes-da-familia-ximenes-de-aragao/
Nos
livros de registro de batizados da Paróquia dos Santos Cosme e Damião, o engenho
aparece em 1770 com uma capela sob a invocação de Santa Luzia.
No
ano de 1833 o engenho foi arrendado pelo período três anos ao Tenente-Coronel José Carneiro de Carvalho Cunha, por
1:005$000 (um conto e cinco mil réis), moeda utilizada na época.
José
Carneiro de Carvalho Cunha
– Tenente-Coronel. Nada mais foi
encontrado.
Fontes:
VIEIRA, Edvânia Lopes. Presença
Marcante: Um Estudo em Inventários sobre os Perfis dos Escravos Negros em
Igarassu (1828 a 1877). Especialista em Ensino de História pela UFRPE.
Disponível em:
Em
maio de 1836 quando expirou o arrendamento o Engenho passou às mãos de João Vieira da Cunha, que iniciou as
obras de recuperação do mesmo. (NETO, s/d). No início de 1837, quando as obras
acabaram, o engenho estava completamente recuperado, tendo sido efetuado os
seguintes serviços: roda d’água nova, tapagem do balde e retificação do açude,
conserto do sobrado, obra de pedreiro feita no engenho e caixa d’água, compra e
assentamento da moenda nova, tudo orçado em 6:233$400 (Seis Contos, Duzentos e
Trinta e Três Mil e Quatrocentos Réis). ( NETO, s/d)
João
Vieira da Cunha –Tenente-Coronel.
Com inventário feito em
1856. (Museu de Igarassu. Seção Inventários Cx. 08 – 1856).
Casamento 01: D. Maria das Neves Carneiro da Cunha.
Filhos:
01- Antero Vieira da Cunha – Nascido em 1837 e falecido em 02.08.1905, ambos em
Pernambuco. Agraciado com o título de Barão de Araripe, em 20 de março de 1875,
"atendendo ao relevante serviço que prestou à Colônia Orfanológica Isabel,
em Pernambuco", como se lê no próprio texto do decreto da criação do
título. Senhor dos engenhos: Novo, Serra, Pitimbu, Setúbal e Rosário, no
município do Cabo; Jundiá-Mirim, em Escada; Conceição Velha, em Ipojuca.
Possuía um belíssimo sobrado no Recife, na Rua Imperial/Recife. C.c. Antônia de Morais Vieira da Cunha, sua prima
Baronesa de Araripe, falecida em 03.19.1890/Recife. Nos autos de inventário da
Baronesa, aparece a Condessa da Boa Vista como devedora da quantia de 5 contos
de réis;
02- Epaminondas Vieira da Cunha – 1º Barão
de Itapissuma. Coronel da Guarda Nacional. Senhor do engenho Araripe de
Baixo/Igarassu; Piedade/Cabo de Santo Agostinho
C.c. Teresa de Morais
Vieira da Cunha
Fontes:
http://geneall.net/pt/forum/85074/epaminondas-vieira-da-cunha-barao-de-itapicuma/
VIEIRA, Edvânia Lopes. Presença
Marcante: Um Estudo em Inventários sobre os Perfis dos Escravos Negros em
Igarassu (1828 a 1877). Especialista em Ensino de História pela UFRPE.
Disponível em:
Com
o falecimento de João Vieira da Cunha (1856), o engenho ficou sobre
responsabilidade dos seus herdeiros. Sua esposa, D. Maria das Neves Carneiro da Cunha (dados acima), dá início ao
inventário sobre responsabilidade do Dr. Adelino de Luna Freire e tendo como
avaliadores: o Major Manoel Julião da Fonseca Pinho e o Tenente Coronel
Francisco Pereira de Arruda Câmara que avaliaram o engenho na quantia de
60:000$000 (sessenta contos de Réis).
Em 1874, D. Maria das Neves Carneiro
da Cunha falece, e se faz um novo inventário contando a situação real do
engenho. O então engenho passou as mãos do Comendador Epaminondas Vieira da Cunha.
Epaminondas
Vieira da Cunha
– Nasceu em 1829 em Pernambuco, e faleceu em 1856, no seu Engenho Araripe de
Baixo a 29.96.1910. Filho de João Vieira da Cunha e de D. Maria da Neves
Carneiro da Cunha 1º Barão de Itapissuma, por decreto de 8 de março de 1880. Coronel
da Guarda Nacional.
Senhor do engenho
Araripe de Baixo/Igarassu; Piedade/Cabo de Santo Agostinho
Casamento 01: Teresa de Morais Vieira da Cunha, sua
prima. Nascida em 1826. A Baronesa de Itapissuma faleceu, no Recife, na
Rua Conde da Boa Vista nº 24-C, em 24 de julho de 1896, sendo sepultada no
Cemitério de Santo Amaro.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epaminondas_Vieira_da_Cunha
http://geneall.net/pt/forum/85074/epaminondas-vieira-da-cunha-barao-de-itapicuma/
Nobreza de Portugal e Brasil - 3 vols -
vol. 3 - pg. 626
VIEIRA, Edvânia Lopes. Presença
Marcante: Um Estudo em Inventários sobre os Perfis dos Escravos Negros em
Igarassu (1828 a 1877). Especialista em Ensino de História pela UFRPE.
O
Barão de Itapissuma foi o último dono do referido engenho. A sua morte ocorreu
no dia 29.06.1910 na casa de vivenda do engenho, logo após iniciou-se o
inventário dos bens deixados pelo Barão, que se encontra em poder do
Departamento de Pesquisa Histórica do Museu de Igarassu, nos revela que os avaliadores
da época avaliaram o engenho em quarenta contos de réis (40:000$000).
Dezessete
anos após a morte do Barão de Itapissuma o Engenho foi vendido a firma Bandeira e Irmão que ficou sobre suas
responsabilidade até a década de 1950. Quando
o engenho foi vendido ao Grupo
Votorantim e permanece até atualidade nas mãos desde grupo, que passa a
construção de uma empresa do grupo, a CAII, demoliram o sobrado, a capela sob a
invocação de Santa Luzia e outras instalações do engenho. Sufocando a história
do primeiro engenho igarassuense, mas presente na memória de muito que ali
passaram no período final do engenho.
NOTA: A respeito
da imagem de Santa Luzia da capena do engenho, encontramo-la, ainda
recentemente na nova capela construída pelo grupo Votorantin.
Fontes:
Documentos
manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas Edt.
Universitária - UFPE, 2006
http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=2963
http://www.igarassutem.com/ct/16/pontos-turisticos
Johannes
Nieuhof, José Honório
Rodrigues, Moacir Nascimento Vasconcelos. Memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil (Google e
Livro) Livraria Martins, 1682.
PEREIRA, Levy. "Velho (engenho
de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da
América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Velho_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 24 de fevereiro de 2015.
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana.
Anais 1918 Vol 40 (2). Pag. 38
2 comentários:
Eu gostaria de saber especificamente de Itapissuma, porque minha família é daí e que vejo é que misturam a história com de Igarassú
L.S. I am trying to find out if I am related to João Dias Ximenes de Galego – Casamento 01: Sebastiana Tavares Cabral, They had a son
Antônio Fernandes Caminha de Medina, 3o Morgado de Medina who married Clara da Silva Carneiro. They were the parents of Ana Antônia Pereira de Abreu Caminha who married Manoel Correia Cesar da Paz. They had a daughter Francisca Ignacia de Barros e Abreu who married Antonio Joaquim da Fonseca Neves.
I am trying to find out if they are the parents of Antonio Joaquim da Fonseca Neves who married Felsimina Maria da Penha in Bahia Salvador.
Any help is greatly appreciated as I live in The Netherlands: fofofo1966@gmail.com
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