O engenho São João Salgado foi fundado por Cosme Dias da Fonseca em 1615. Com capela sob a invocação a N. S. das Mercês, tinha duas moendas: uma de água e outra movida a bois, e pela comodidade do Rio Ipojuca podia moer o ano inteiro, podia anualmente fornecer 5.000 arrobas de açúcar e pagava de recognição 30 arrobas de açúcar branco encaixado. Localizado na margem direita do Rio Ipojuca, antes engenho do Salgado, reminiscência da antiga denominação do rio Ipojuca. O engenho, sob a jurisdição de Olinda, ficava localizado na freguesia de Ipojuca, a uma milha e meia do eng. Tabatinga de Santa Luzia/Ipojuca. tinha cerca de uma milha de terra, em sua maioria várzeas. Sua casa de purgar e das moendas eram feitas de taipa.
Nomes históricos: São João; São João Salgado;
dos Salgados; do Salgado; O Salgado; o Salgad; Salga∂os. Nome atual: Usina
Salgado.
O engenho foi citado nos seguintes mapas: IBGE Geocódigo
2607208 Ipojuca – PE; Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve,
plotado como engenho, 'Salga∂os', na m.d. do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca); e o Mapa
PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'o Salgad', na m.e. do
'Mere' (Rio Merepe) - mais uma variação para pior das fontes originais desse
mapa.
Segundo Schott (Relatório
Holandês de 1635, pág. 61) o engenho dos Salgados, pertencia a Cosmo Dias da
Fonseca proprietário também do eng. Tabatinga de Santa Luzia/Ipojuca.
Quando os holandeses chegaram as suas terras do engenho Cosmo Dias tinha fugido
e suas edificações e as moendas tinham sido destruídas, já as caldeiras tinham
sido retiradas e escondidas.
Cosme Dias da Fonseca – Natural de Pernambuco. Filho de Pedro Dias
da Fonseca, nascido na família Carneiro Gasto, uma das mais nobres da Vila do
Conde/PT, e de D. Maria Pereira Coutinho (viúva de Manoel Ribeiro de Lacerda
que era irmão de Antônio Ribeiro de Lacerda c.c. Joanna de Góes). Neto paterno
de Antônio Dias da Fonseca e de Joanna de Góes, filha de Pedro de Góes. Recebedor do Consulado do Passo da Madeira.
Participou na luta contra os holandeses. Após o seu falecimento recebeu o foro
de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Fidalgo da Casa Real, alvará de 27/03/1638,
que foi guardado pelo seu descendente o Cap. João Baptista Accioly de Moura, futuro proprietário do engenho
Tabatinga (séc. XVII).
Casamento 01: D. Mécia
de Moura. Durante a ocupação holandesa, já viúva, fugiu com sua irmã D.
Isabel da Fonseca, viúva de Antônio Ribeiro de Lacerda, para a Bahia com o
General Mathias de Albuquerque e cerca de 8.000 pessoas que em sua maioria eram
senhores e lavradores de engenhos, com suas famílias, feitores e escravos. D.
Mécia era a terceira e última filha de D. Felipe de Moura e de D. Genebra de
Albuquerque.
Filhos encontrados: 01- Pedro
de Moura Pereira, filho primogênito, nasceu
em 1608 e faleceu em 1677. Fidalgo Cavaleiro. C.c. sua prima D. Francisca
Cavalcante, filha do primo de seu pai Cosme da Silveira e de D.
Margarida de Albuquerque Cavalcante, irmã de D. Genebra de Albuquerque, que
depois de viúva casou com João Gomes de Mello. Com sucessão; 02- Felipe
de Moura e Albuquerque,
Fidalgo da Casa Real. Embarcou no ano de 1624, como Capitão de Infantaria, em
companhia de seu tio D. Francisco de Moura em socorro da Bahia, onde permaneceu.
Casou na Bahia com D. Felipa Pissarra, filha do nobre Diogo
Pisara de Vasconcelos, e depois com D. Maria Pimentel, filha de
Antônio da Silva Pimentel, cunhado de sua mãe no 1º casamento, e de D. Joanna
de Araújo, pessoas nobres e conhecidas na Bahia. Sem sucessão nos dois
casamentos; 03- Antônio
de Moura, batizado em 12/06/1611,
faleceu religioso da Ordem de São Francisco no Brasil; 04- Manoel
de Moura Rolim, nascido em 1616. Fidalgo
Cavaleiro da Casa Real. Como Capitão de Infantaria participou do socorro feito
a Bahia em companhia de seu tio D. Francisco de Moura. Durante a ocupação
holandesa foi com sua mãe para a Bahia e lá casou com D. Anna Maria da Silva,
irmã de sua cunhada D. Maria Pimentel, filha de Antônio da Silva Pimentel e de D.
Joanna de Araújo, pessoas nobres e conhecidas na Bahia. Com sucessão; 05- Cosme
Rolim de Moura que foi servir na Índia,
onde faleceu sem sucessão; 06- Francisco
de Moura Rolim, que foi servir na
Índia, onde faleceu sem sucessão; 07- Paulo
de Moura faleceu religioso da
Ordem de São Francisco na província de Santo Antônio do Brasil; 08- D. Maria Pereira de Moura c.c. Zenóbio Accioly de Vasconcellos, natural
da Ilha da Madeira, filho de Gaspar Accioly de Vasconcelos e de D. Anna
Cavalcante, Fidalgo da Casa Real, Alcaide-mor de Olinda, Mestre de Campo de
Infantaria do 3º pago do Recife. Com sucessão.
Senhor dos engenhos: Salgado/Ipojuca
e Tabatinga de Santa Luzia/Ipojuca.
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais
de 1936 Vol 58; 1925, 1926.
MELLO, José Antônio
Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês.
2ª edição. Gov. de Pernambuco. CEPE. Recife, 2004
Alexandre José Mello
Moraes, Basto (marquez de.), Ignacio Accioli de Serqueira e Silva Memorias
diárias da guerra do Brasil por espaço de nove annos: começando em 1630 deduzidas das que escreveu o
marquez de Basto, conde e senhor de Pernambuco. Typ. de M. Barreto, 1855 - 164 pág.
Em terras de Ipojuca, o primeiro golpe dos
holandeses foi a 12/03/1634 quando após tomarem o Forte Nazaré em Cabo de Santo
Agostinho se dirigiram mais ao sul desembarcando em terras de Ipojuca no
engenho Salgado, saqueando-o e incendiando-o. Em 10/07/1635, os holandeses
mandaram, à noite, uma tropa com 200 homens ao engenho de Cosmo Dias, que vendo
que não podia defender a casa onde estava armazenado o açúcar colocou fogo
nela.
Segundo Borges da Fonseca (Nobiliarquia Pernambucana, Anais de 1925, vol. 47) durante a guerra holandesa
o Mestre de Campo Luís Barbalho, desembarcou por terra a 25 léguas ao Norte do
Rio Grande do Norte, com 1.400 homens para socorrer a Bahia, foi o suplicante
em sua Companhia e sua jornada durou 04 meses. Andou com 400 homens a pé, com
fome e sede, comendo ervas e carne de cavalo, tendo 05 encontros com o inimigo.
Na peleja que teve no eng. Goiana, sua companhia tinha 800 homens e 400 índios,
morreram muitos inimigos; na da Mata de Santo Antão, obrigaram o inimigo a se
retirar depois de muita batalha e com bastante perdas; na do eng. Salgado lutaram contra 1.400
holandeses, que tinham vindo para impedir-lhe o passo, mas conseguiram que eles
se retirassem com mortos e feridos; no encontro que teve com 1.800 holandeses
nos Campos de Unhahu, fizeram que os inimigos se retirassem por duas vezes,
lutando das 8hs às 16 hs e em outros horários que se fizeram necessários.
Por se encontrar abandonado e arruinado o engenho foi confiscado pela
Companhia das Índias Ocidentais holandesa e vendido a Mateus da Costa
para que pudesse recuperá-lo.
Mateus da Costa – Judeu. Comprou o
engenho aos holandeses depois de confiscado de Cosme Dias da Fonseca que tinha
ficado do lado dos brasileiros.
Senhor dos engenhos: São
João Salgado e Maranhão/ Ipojuca
Fontes consultadas:
MELLO, José Antônio
Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês.
2ª edição. Gov. de Pernambuco. CEPE. Recife, 2004
Em 1640, o eng. S. João do Salgado
aparece como sendo de propriedade de Duarte Saraiva.
David Sênior Coronel (Duarte de Saraiva Coronel)
– Cripto-Judeu*. Nasceu em 1575/Amarante-PT. e faleceu em 1650, com 75
anos de idade. Filho do marrano Abraham Sênior, Conselheiro da realeza. Atraído
pelo governo tolerante com os judeus e por ser o centro financeiro europeu,
imigrou para Amsterdam (1598), aos 23 anos de idade, onde se casou. Em 1601,
enriqueceu trabalhando com transportes marítimos usando o nome católico de
Duarte de Saraiva Coronel, conforme registros documentais de ações movidas
contra os britânicos para o reembolso de sua apreensão de um navio carregado
com açúcar vindo do Brasil e registros dos detalhes do comércio de sal e outros
produtos com Portugal. Após a consolidação da ocupação holandesa em
Pernambuco (1635) aumentou o fluxo imigratório de Amsterdam. No Conselho
Político da Companhia das Índias Ocidentais (gestora dos negócios e operações
militares além-mar) começou a receber vários requerimentos da comunidade
judaica de Amsterdam solicitando a transferência para Pernambuco. Num deles, os
comerciantes David Atias, Jacob e Moysés Nunes, Manoel Mendes Castro (Manuel
Nehemias) solicitavam autorização para estabelecer uma colônia com 200 judeus
“ricos e pobres” que em sua maioria chegou no dia 05/02/1638 (há 375 anos). Duarte
de Saraiva era tio de Gaspar de Mendonça (eng. Apipucos/Recife) c.c. D. Catharina de Cabral (filha de
Cristovam Paes D'Altero, senhor do eng. Santo Antônio/Recife-Várzea), e de João
de Mendonça (eng. Madalena/Recife). David Sênior imigra com a sua família e se
estabelece no Recife. Logo se torna um homem muito rico e influente na
Capitania, proprietário de muitos imóveis e engenhos.
Em
um terreno comprado aos holandeses foi aberta uma rua para os judeus, chamados
de gente da nação. Essa rua passou a ser conhecida com a “Rua dos Judeus” (Rua
da Cruz e hoje do Bom Jesus, preservada no centro do agora restaurado Recife
antigo). Em 1636, nessa rua, na casa de David Sênior funcionava a sinagoga
Kahal Kadosh Zur Israel, Comunidade Santa do Rochedo de Israel, a primeira de
toda a América. Formalizada no primeiro semestre de 1636, a sinagoga
instalou-se, em seguida, em um prédio próprio comprado pelo próprio David, de
pedra e cal (possivelmente entre 1640 e 1641), cujo Rabino e Aboab da Fonseca, foi trazido da
Holanda para ser o primeiro rabino do continente. Nota: Quando os portugueses,
em 1645, cercaram o Recife e espalharam a fome entre os imigrantes, Aboab
escreveu: ‘Os que estavam habituados a
comer à mesa de ouro se davam por felizes com um pedaço de pão seco’
Seu
nome aparece: na compra de escravos; fretamento de navios; corte de madeira;
rendeiro; cobrador de dízimos; proprietário de imóveis. Por duas vezes (1639 e
1644) ele arrematou a cobrança dos impostos da Companhia sobre a produção do
açúcar em Pernambuco, despendendo na primeira vez 128.000 florins. Faleceu em
1650/Recife e deixou de créditos a receber da coroa portuguesa, a importância
de 351.502 florins.
CURIOSIDADES: Quando
a Holanda invadiu o Nordeste no século XVII, estava desejosa de dominar
exatamente as áreas produtoras de cana de açúcar. Nesse período, dos 120
engenhos que estavam em funcionamento em Pernambuco, cerca de 6% era de
propriedade de judeus portugueses que moravam na Holanda - além, evidentemente,
daqueles engenhos de cristãos-novos. Moisés Navarro, por exemplo, foi dono de
um engenho chamado Jurissaca, enquanto Duarte Saraiva, tinha três engenhos,
todos adquiridos em leilão realizado após a invasão.
NOTA:
A denominação Comunidade Santa do Rochedo de Israel talvez tenha sido por causa
dos arrecifes que protegem Recife. O reverendo calvinista Joannes Baers,
contemporâneo de David Sênior, assim descreve a cidade: “o Recife é um
arrecife”.
Com
a Restauração Pernambucana David Sênior tinha hipotecado todos os seus bens a
firma holandesa West Índia Company (Companhia das Índias Ocidentais), se
tornando um dos maiores devedores. Quando faleceu, todos os seus bens foram
confiscado pelo reino de Portugal. Seu filho Ishac ainda tentou recuperar o
controle da empresa Sênior-Coronel, através de ações jurídicas, mas não teve
sucesso, e retornam para Amsterdam (1654).
CURIOSIDADES:
Inquisição de Lisboa, CP 26 fls. 376/378 - António Munis da Fonseca, nat. de
Évora 53 anos de idade, antigo morador de Pernambuco, em depoimento em Jan de
1650, disse que António de Mendonça Saraiva, senhor de Engenho na Várzea, tinha
um Irmão chamado Duarte Saraiva praticante público da lei de Moisés (...).
Casamento
01: Maria
(Pedro Nunes) Saraiva, nascida em 1579, filha de Francisco Pedro (Lopes) Homem e
Branca Maria Nunes. Casados em 05/08/1598-Amsterdam.
Filhos encontrados: 01-
David (Duarte) Ishac (Sênior Júnior), herdeiro de seu pai, c.c. Ester Saraiva (Sênior Coronel) (born
Rodriguez Portolegre); 02- Antônio Saraiva (Sênior Coronel), nascido
em 1612 e falecido em 1694/Barbados; 03-
Ishac Saraiva (Sênior Coronel) c.c. Sara Saraiva (Sênior Coronel) (born Sarfati); 04-
Salomão Duarte nascido em 1599 e falecido em 1619.
A
família Sênior Coronel voltou para Amsterdam em 1654, após os holandeses se
rendera. Nos tribunais, Ishac tentou recuperar da mudança da família para
o Brasil. Ele pode ter sido tesoureiro da comunidade judaica de Recife em
1652, mas voltou com o resto de sua família para Amsterdam em 1654. Morreu
lá em 1676 com a idade de 51. Seus descendentes, eventualmente, emigraram
para o Suriname (Guiana Holandesa), na costa norte da América do Sul, onde
também entraram no negócio de açúcar.
Senhor
dos engenhos: Camaçari, Madalena/Recife (tomado do Sargento-mor João Mendonça
alegando ser seu devedor); Novo/Cabo de Santo Agostinho, Velho antes chamado
Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho; Rosário da Torre/Recife; Santo Antônio
da Várzea, depois Eenkalchoven /Recife; São João do Salgado/Cabo de Santo
Agostinho; Trapiche ou Bom Jesus/Ipojuca.
* Criptojudaísmo – Conjunto de práticas que um
grupo de pessoas, com origem judaica (ou no caso hebraica),
realizavam nos períodos da história nos quais ocorreram perseguição a pratica e
a fé judaica.
Fontes
consultadas:
Bauch, Emil. Litografia (sec. XIX). Disponível
em: http://sitededicas.ne10.uol.com.br/clip_pe1.htm
Bennett, Ralph G. David Senior Coronel (ou Duarte
Saraiva Coronel). 1575-1676. Disponível em: http://www.jackwhite.net/iberia/coronel.html
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana.
MELLO,
Evaldo Cabral de. Gente da nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco,
1542-1654
MELLO,
Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654.
Edt. 34. 3ª Edição, definitiva.
MELLO,
Evaldo Cabral de. Rubro veio: o imaginário da restauração pernambucana.
Moradores encontrados:
Salvador Correia de Lacerda
– Capitão da Ordenança em Ipojuca.
Casamento
01: D. Maria dos Prazeres, filha do Cap. Domingos Gomes de Brito e de
sua mulher D. Lourença Correia, de quem Domingos foi o terceiro marido.
Filhos encontrados: 01- Domingos Gomes de Brito c.c. D. Clara Fagundes.
Morador
do engenho Salgado/Ipojuca.
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais
de 1925.
Domingos Gomes de Brito
– Filho de Salvador Correia de Lacerda e de D. Lourença Correia (terceiro
marido).
Casamento
01: D. Clara Fagundes, filha de Estêvão Ribeiro e de Maria Cavaco,
irmã do Padre Domingos Cavaco, Coadjutor da freguesia de Ipojuca.
Filhos: 01- Miguel Carneiro que imigrou para Minas Gerais; Domingos Inofre (morou no eng.
da Ubaca) c.c. (?), filha de Diogo de Athayde de Serinhaém;02- Salvador Correia
c.c. sua cunhada (?), filha de Diogo de Athayde de Serinhaém; 03- D. Catharina c.c.
Manoel Ferreira de Mello; 04- D. Lourença c.c. seu primo Manoel da Silva Cavaco; 05- D.
Clara, solteira; 06- D. Isabel Carneiro c.c. Manoel Velho
Freire.
Morador
do engenho Salgado/Ipojuca
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais
de 1925.
No século XVIII o engenho
pertencia a Manoel Garcia de Moura Rolim.
Manoel Garcia de Moura
Rolim – Filho de Antônio de Moura Rolim (nascido em 1658 e falecido em 1708/Bahia)
e de D. Maria de Moura, primos e coirmãos. Fidalgo da Casa Real, em 1677. Nascido de uma família que representava uma
das maiores concentrações de poder econômico no período pós-guerra, já que seus
parentes haviam possuído muitos engenhos, sendo o exemplo conspícuo dos
familiares dos senhores de engenho confiscado que, havendo seguido a carreira
militar, regressaram a Pernambuco como oficiais do exército restaurador.
Casamento 01:
D. Úrsula Carneiro da Cunha, em 1701/Várzea-Recife. Filha de João Carneiro da Cunha
(senhor do eng. do Meio/Recife) e de sua mulher D. Anna Carneiro de Mesquita,
primos. S
Filhos encotrados: (s.g.)
Senhor do engenho
Salgado/Ipojuca e de muitas fazendas na Bahia.
Fontes consultadas:
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional. Anais
de 1925, 1926.
MELLO, Evaldo Cabral de.
Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Pág. 340.
GASPAR, Lúcia. Usina
Salgado. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco,
Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>.
Acesso em: 10/12/2013.
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Plantação de cana de açúcar |
Em suas terras, 1817, foi um dos pontos de
concentração das tropas do Governo Pernambucano, contra os revoltosos, durante
a Revolução Pernambucana, por ocasião da visita de Dom Pedro II à Província de
Pernambuco, 1859.
Existe no engenho uma chaminé de vulcão extinto com
o nome de “Neck Vulcânico”, que fica no percurso das terras da Usina Ipojuca. O
“Neck” tem cerca de 20 m de altura.
No século XIX o engenho Salgado
pertencia a Usina Salgado.
Usina Salgado – Fundada em 1892 em
terras do engenho Salgado/Ipojuca que foi fundado por Cosme Dias da Fonseca, em
1625. Seus proprietários foram: Costa & Barros (concessão); Bento &
Brito; Xavier & Bandeira (1929). Depois passou a pertencer a Joaquim
Bandeira de Melo (1930); Aníbal Cardoso dos Santos, Miguel Santos e José Borba;
Rui Cardoso Gonçalves dos Santos; Fernando Peres (1971-1972) e Joel de Albuquerque
Queiroz (1975).

No período de moagem
trabalhavam na fábrica cerca de 90 operários, incluindo quatro menores. Não
eram aceitos estrangeiros ou mulheres. Possuía também uma vila operária com 80
casas, mantinha uma escola com freqüência média anual de 50 alunos e uma
assistência hospitalar para seus empregados.
Na década de 1960, no
auge das ligas camponesas comandadas por Francisco Julião, a Usina Salgado
enfrentou uma grande crise. Foi administrada pelo Padre Antônio Melo, que não
resolveu os problemas administrativos nem os sociais da empresa, voltando então
a usina para as mãos de usineiros.
e adquirida pela família
Queiroz no ano de 1975, o parque industrial Salgado tem um grande diferencial
que é situar-se próximo ao Porto de Suape e Porto de Recife, além de ter
tecnologia agrícola, dentre elas estão: os plantios de várzea com drenagem
forçada através de bombeamento e projeto de fertirrigação com sistema de
hidroroll nas encostas.
CURIOSIDADES: No ano
de 2007 alguns engenhos que pertenciam a Usina Salgado/Ipojuca, foram leiloados,
foram eles: Santa Rosa com área de 1.386 ha., avaliado em R$ 4.200.000,00; São
Paulo, com área de 814 ha., avaliado em R$ 2.500.000,00; Caetès com área de 864
ha., avaliado em R$ 2.900.000,00; Genipapo, com 989 ha., avaliado em R$
3.000.000,00; São Carlos com 606 ha., avaliado em R$ 1.900.000,00; Cachoeira
com área total de 943,1 ha., avaliado em R$ 6.130.150,00.
Atualmente, a Usina
Salgado possui uma área de 15.500 hectares, com 19 engenhos e cerca de 4.000
hectares de terra mecanizável. Sua produção na safra de 1994-1995 atingiu
1.120.000 de sacos de açúcar.
Proprietária dos engenhos: Água Fria, Boacica,
Cachoeira, Caetés, Califórnia, Camela, Canto, Currais, Dourado, Garagem,
Guerra, Jenipapo, Mercês, Monte de Ouro, Penderama, Piabas, Pindoba,
Saco, Salgado, Santa Rosa, São Paulo e Todos os Santos.
Fontes consultadas:
ANDRADE, Manuel Correia de História
das usinas de açúcar de Pernambuco. Recife: FJN. Ed. Massangana, 1989. 114
p. (República, v.1)
GONÇALVES &
SILVA. O assucar e o algodão em Pernambuco. Recife:
[s.n.], 1929. 90 p.
MOURA, Severino. Senhores
de engenho e usineiros, a nobreza de Pernambuco. Recife: Fiam, CEHM,
Sindaçúcar, 1998. 320 p. (Tempo municipal, 17).
Fontes
consultadas:
Alexandre
José Mello Moraes, Basto (marquez de.), Ignacio Accioli de Serqueira e Silva Memorias
diárias da guerra do Brasil por espaço de nove annos: começando em 1630 deduzidas das que escreveu o
marquez de Basto, conde e senhor de Pernambuco. Typ. de M. Barreto, 1855 - 164 pág.
ANDRADE,
Manuel Correia de. História das usinas de açúcar de Pernambuco.
Recife: FJN. Ed. Massangana, 1989. 114 p. (República, v.1)
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca
Nacional. Anais de 1917, 1935.
GASPAR,
Lúcia. Usina Salgado. Pesquisa Escolar Online, Fundação
Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>.
Acesso em: 10/12/2013
GONÇALVES
& SILVA. O assucar e o algodão em Pernambuco. Recife:
[s.n.], 1929. 90 p.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História
do Brasil Holandês. 2ª edição. Gov. de Pernambuco. CEPE. Recife, 2004
MELLO,
Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt.
34. 3ª edição. São Paulo, 2007. Pág. 340.
MOURA,
Severino. Senhores de engenho e usineiros, a nobreza de Pernambuco.
Recife: Fiam, CEHM, Sindaçúcar, 1998. 320 p. (Tempo municipal, 17).
PEREIRA, Levy. "O Salgado (Engenho de
roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/O_Salgado_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua).
Data de acesso: 11/12/2013.
Um comentário:
O viajante francês Tollenare visitou o Engenho Salgado, 08 de dezembro de 1816, que tinha 130 a 140 escravos. Como ressalta o francês, a safra durava de quatro a cinco meses e “o trabalho dos negros no engenho é mais violento”, um trabalho incessante, 18 horas em pé.
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