Ipojuca é uma das
cidades mais antigas de Pernambuco. Diferente de muitas outras cidades, até a
presente data não foi descoberto nenhum documento anterior a 1584 que discuta a
sua criação sendo, portanto o documento: Primeira
Visitação do Santo Ofício às Partes do Brasil, Denunciações de Pernambuco
do Inquisidor português Heitor Furtado de Mendonça que cita as freguesias
existentes em Pernambuco onde é mencionada pela primeira vez em um documento
oficial, a existência de uma localidade por nome de Pojuca (Ipojuca). Neste
documento são citadas as freguesias de: Santo Cosme e Damião de Igarassu, de
São Lourenço, Cabo de Santo Agostinho, São Miguel da Pojuca com as capelas de
Santa Luzia no engenho Tabatinga e de São Miguel na freguesia de Pojuca, entre
outras freguesias existentes na época, para que seus habitantes fossem se
confessar em Olinda, pois assim receberiam “trinta dias de graças”.
Neste mesmo
documento diz que na freguesia de Pojuca (Ipojuca) já existia o engenho
Tabatinga inclusive indicando os seguintes senhores de engenho: Pero Dias da
Fonseca, Francisco Mendes e sua esposa Ana Tomé; Antônio Gonçalves Menaia, os
padres Gaspar Neto, Paulo Roiz de Távora e Cosme Neto. Sendo este o documento
mais antigo de que se tem notícia Ivo d’Almeida, que estuda a história antiga
de Ipojuca há mais de vinte anos fixa o ano de 1584 como sendo o marco inicial
indicado pelo documento acima citado que se encontra no Instituto Arqueológico
e Geográfico de Pernambuco e na Torre do Tombo em Portugal; não o registro do
surgimento da freguesia que daria origem a Ipojuca, mas como o registro de sua
existência desde 1584.
Os Engenhos de
Ipojuca são cheios de tradição e símbolos marcantes de nossa História. Durante
o Brasil colonial e imperial, eles produziam seu próprio açúcar, que era
exportado para as metrópoles do além-mar. Depois foram substituídos pelas
usinas de açúcar, passando apenas ao cultivo da cana-de-açúcar. Hoje, os
engenhos de Ipojuca, além do plantio da cana-de-açúcar, se dedicam a criação de
gado e ao cultivo de frutas e flores tropicais, que certamente substituirão a
lavoura da cana, dando vez a um grande mercado de exportação para outras
nações, num sistema de cooperativado e em razão do Porto de Suape.
O engenho São Paulo depois da
Guerra foi fundado por (?), antes
da invasão holandesa, a moenda de sua fábrica era movida a bois, com Igreja
dedicada a Nossa Senhora das Mercês localizado na
margem esquerda do Rio Ipojuca, suas terras estavam sob a jurisdição de Olinda
na freguesia de Ipojuca, Nomes
históricos: engenho da ou de Guerra, ou eng. São Paulo; atualmente
engenho Guerra.
Segundo o Relatório de Schott (1636, pág 61), o
engenho São Paulo, tinha sido abandonado pelos seus proprietários e estava
sendo administrado pelo seu Feitor-mor Pedro da Grand (nada foi encontrado)
que como seu maior lavrador ficou como feitor-mor. O engenho estava
situado a 1/4 de milha ao Noroeste do engenho Salgado, tinha 600 vadem (medida
de comprimento: um vadem de Amsterdam =: 1,698m; idem renano = 1,88m.) de terra
em quadra, parte da qual era plantada com cana, enquanto a outra parte consistia
de pastos, mas não tinha matas e por isto comprava toda a madeira, o que era
muito oneroso. Podia fornecer anualmente 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar, e
pagava 01 e 1/2 % de recognição.
O
engenho foi citado nos seguintes mapas holandeses: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640)
#40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: Da GuԐrra', na m.e.
do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca); PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco,
plotado, 'đ Guerra', na m.e. do 'Ipoiucá' (Rio Ipojuca).
![]() |
Capela de Nossa Senhora das Mercês - Antigo Engenho
Guerra, Ipojuca
http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/PNMA2/diagnostico-turismo/fotos-ipojuca.pdf |
Durante a ocupação holandesa o engenho foi confiscado pela Companhia das Índias Ocidentais e 7/9 partes das suas terras foram vendidas a Hendric Schilt. (Nassau-Siegen;
Dussen; Keullen – 1638).
Hendric Schilt – Conselheiro Político. (Nada mais foi encontrado).
Curiosidades: Homem muito violento que,
para conseguir "uma pulseira de patacas e a prata da igreja do eng. Umbu/Goiana,
"mandou o seu secretário matar o padre Álvaro Mendes de Elvas, Capelão daquele
engenho, que foi morto ao pé do altar". O fato apresenta-se com
riquezas de detalhes em processo que foi movido contra aquele conselheiro, com
sentença condenatória proferida em 30/10/1637, conservado no Arquivo Geral do
Estado (Haia), documentos da Companhia das Índias Ocidentais. No mesmo arquivo
se conservam os processos por corrupção contra vários outros membros do Supremo
Conselho, dentre os quais Hamel, Bas e Bulestraten, denunciados na publicação
Bree byl e o Brasilsche Gelt Sack, que traz a falsa declaração de haver sido
impresso no Recife
Fontes consultadas:
A prata de São Bento.
Diário de Pernambuco. Os holandeses em Pernambuco. Uma história de 23 anos. Publicado
em 11/08/2003.
Em
1640 o engenho Guerra, antes São Paulo, aparece como de propriedade de Jacobus Corderus (Nada mais foi encontrado) e
do Conselheiro Político Baltasar
Wijntgens (Nada mais foi encontrado) e seu lavrador era o Major
Hinderson. (Dussen, 1640, pg. 143)
Segundo Bullestrat, em seu
relatório de 1641, dizia que tinha falado com Baltasar Wijntgens sobre as prestações vencidas do seu
engenho, em 1640 e 1641, e que ele disse: quanto
ao pagamento do ano de 1640, teria entregue 21 caixas de açúcar, das quais tinha
recibo do comissário e ainda tinha dado um tanto em dinheiro, o que prometeu
verificar, pois o comissário nada tinha apresentado para ser lançado nos
livros; e prometeu cumprir o seu compromisso no que diz respeito às prestações
do ano de 1641.
Nas Revoluções de
1710 e de 1817, Ipojuca foi palco de algumas batalhas onde se destacaram os
engenhos Guerra, Pindoba e Gaipió.
Fontes
consultadas:
PEREIRA,
Levy. "Đ Guerra". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do
Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/%C4%90_Guerra.
Data de acesso: 10/12/2013.
BARRETO, Cristiane Gomes. Devastação e Proteção da
Mata Atlântica nordestina: formação da paisagem e políticas
ambientais. Tese de Doutorado. Universidade de
Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável. Brasília, 2013.
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