Fontes

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23/10/2013

Beberibe/Recife

O engenho São Salvador ou Velho de Beberibe*/Recife,um dos primeiros engenhos da Capitania de Pernambuco foi fundado pelo 1º Donatário Duarte Coelho Pereira c.c. D. Beatriz (Brites) de Albuquerque, no ano de 1542 .
As terras do engenho ficavam localizadas a uma légua de Olinda, na m.d. do Rio Beberibe, que nasce em Camaragibe. A casa de vivenda campeava junto ao Rio, à direita da ponte do Varadouro/Olinda, e a pouca distância, para o Norte. O edifício da fábrica foi construído na entrada do engenho, ficando de permeio a capela da fazenda, sob a invocação de N. Sra. da Conceição, porém mais afastada, para Oeste; de forma que se traçando uma linha de união entre as construções, teríamos um triângulo perfeito.
Localização do atual bairro
Bebribe/Recife
Atualmente não resta mais nada do engenho e suas terras foram reocupadas pela zona urbana do bairro do Cajueiro/Recife.  


Nota1: O primeiro engenho pernambucano foi fundado em Igarassu e se chamava engenho do “Capitão”, construído pelo Capitão Afonso Gonçalves a mando de Duarte Coelho, mas teve uma existência curta devido aos ataques indígenas.
*Beberibe” é uma palavra de origem indígena que significa “voar em bandos” referindo-se aos voos dos pássaros que existiam nas margens desse rio. As águas do rio Beberibe representavam fonte de vida e ajudaram na sobrevivência da sociedade em tempos remotos.
Capitania de Pernambuco

NOTA: Pereira da Costa associa o engenho Eenkalchoven, ao engenho São Salvador, e (Gonsalves de Mello, 1976), pg. 32, o associa, acertadamente, ao Engenho Velho de Beberibe, sob invocação de Nossa Senhora da Ajuda, o 'N S ᵭ Aiuda' do BQPPB*.
Levantada as edificações do engenho e plantado os canaviais, começaram logo a afluir diversos moradores, que obtiveram a concessão de lotes de terras para o cultivo de cana, dentre os quais temos notícias de um Francisco Barbosa c.c. Maria de Oliveira
NOTA: Nélson Barbalho em sua “Cronologia Pernambucana V. 05 – parte 02”, diz que Francisco Barbosa e de Maria de Oliveira, foi um dos primeiros casais que chegaram com o 1º Donatário, e que levantado o engenho Beberibe s tornaram um dos primeiros lavradores, depois que obtiveram a concessão de um lote de terra para a cultura da cana de açúcar.
 Curiosidades: Um neto do casal Francisco Barbosa e Maria de Oliveira, o Capitão João de Freitas da Cunha foi um militar distinto, nascido em terras do engenho Beberibe, exerceu o cargo de Capitão-mor do Ceará, entre 1696 e 1699, depois sucessivamente foi nomeado Sargento-mor de um Terço da Guarnição de Pernambuco e promovido a mestre-de-campo comandante de um terço, falecendo entre 1711 e 1712.
Em meados do século XVI, Diogo Gonçalves ou Diogo Gomes Froes, recebeu de D. Brites de Albuquerque o engenho São Salvador (Beberibe), a título de dote nupcial pelo seu casamento com D. Izabel de Fróis, e uma sesmaria com 800 braças de terra, segundo registros do Livro Velho Mosteiro de São Bento/Olinda, que abrangia onde hoje se situam os bairros de Casa Forte e da Várzea e onde edificou os engenhos: Casa Forte/Recife-Várzea do Capibaribe e por último o engenho Santo Antônio da Várzea do Capibaribe /Recife, que junto com o São Salvador legou para cada um de seus filhos.
O próximo proprietário encontrado (1609) foi Leonardo de Fróis, homem muito rico, que herdou o engenho de seus pais Diogo Gonçalves e D. Izabel de Fróis.

Frans Post - Sé de Olinda
Em 1630 as primeiras edificações já não mais existiam, pois em suas terras o General Matias de Albuquerque estabeleceu uma rede de linhas de defesa, para atacar o invasor holandês na Praça do Recife, e interceptar a sua comunicação com o interior do País. Mathias de Albuquerque fundou nas terras do São Salvador uma fortaleza que era guarnecida por soldados pernambucanos. 
O engenho foi citado em vários mapas coloniais: Præfecturæ Paranambucæ pars borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) - plotado como engenho, 'Ԑ: ßißԐribÿ', na m.d. do 'Rº. ßißԐribÿ'; PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURITS-STADT ende t RECIFFO", plotado com a nota «Vervallen Ԑngenho van Leasnardo de Frois»; ASB (Golijath, 1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", plotado e assinalado com a letra W. Na 'Verklaringe deser Caerte.' explicita «O: Engenho Biberibe een vervalle Suyckermolen toekomende Leonardo de Frois»; PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURITS-STADT ende t RECIFFO",plotado, 'S Salvador', na m.d. do 'Iabebiri'.
Em 1635 as terras do antigo engenho foram confiscadas de Antônio de Sá Maia que tinha se retirado para a Bahia, pela Companhia das Índias Ocidentais.
Em 1637 Antônio de Sá Maia vende as terras ao judeu Duarte Mendonça Saraiva (David Sênior Coronel), por 10.000 florins. Duarte Saraiva logo que tomou posse passou a chamar o engenho de Enkalchoven.
No Relatório holandês (1639) feito por Adriaen van der Dussen  descreve o engenho como o “velho engenho de Beberibe” .
Logradouro - Olinda
NOTA: A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais ou Companhia Neerlandesa das Índias (em neerlandês: West Indische Ocidentais Compagnie ou WIC), pertencia a mercadores neerlandeses e representava um exemplo de organização privada do comércio externo, de tendência capitalista, que contrastava com o modelo de comércio português, que permaneceu por muito tempo fortemente dependente do Estado. A WIC tornou-se instrumento da colonização neerlandesa nas Américas, sendo responsável pela ocupação de áreas no nordeste brasileiro no século XVII.
CURIOSIDADES: A capela do engenho Beberibe foi retratada por pintores flamengos, da comitiva do Conde Maurício de Nassau, que conseguiram registrar a beleza da localidade. Essas telas pertenciam a galeria de Nassau; e, a que retratava o engenho foi oferecida ao rei da França Luiz XIV, contendo uma inscrição onde o Rio Beberibe é citado como Bibaribe: “La riviére se nomme Bibaribe; de delá c’est un moulin à sucre avec la demeure du seigneur, et plus haut la chapelle”.
 Duarte de Saraiva falece em 1650, e o engenho passa a pertencer ao seu herdeiro Ishac David. Mas com a expulsão dos batavos, muito dos engenhos voltam para seus antigos proprietários e outros são vendidos pela Coroa portuguesa a homens ricos da Capitania ou que tinham participado do exército restaurador. Quanto ao engenho Beberibe sua posse foi passada para José de Sá e Albuquerque, que tinha retornado do exílio e reivindicado perante as autoridades seu direito sobre os bens que tinham pertencido ao seu pai Antônio de Sá.
José de Sá e Albuquerque não se preocupou em recuperar o antigo engenho Beberibe e, segundo consta em documentos antigos, continuou a exploração das jazidas de pedras calcaria e madeira de suas extensas florestas para o fornecimento de lenha necessária aos fornos de calcinação, e para a comercialização. Essa madeira era transportada através de balsas, que desciam o Rio Beberibe, indo até a cidade de Olinda onde, em suas vizinhanças, era produzido o carvão.
NOTA: Das terras do antigo engenho Beberibe, subindo pelo rio Beberibe, do Varadouro de Olinda para cima, se tirava água para o abastecimento da vila de Olinda e do Recife. 
        O antigo engenho Beberibe, de acordo com o testamento de José de Sá e Albuquerque, foi arrendado de 1709 a 1813, a Domingos Bezerra Monteiro. NOTA: O testamento de José de Sá e Albuquerque, que se encontra arquivado no Cartório de Resíduos do Juízo Eclesiástico, feito em 22.01.1709/eng. Novo/Muribeca (Jaboatão dos Guararapes-Muribeca), foi aberto em 03.07.1711, pelo tabelião Gaspar da Terra de Inojosa, na presença do Dr. Luiz de Valansuela Ortis, Ouvidor da Capitania de Pernambuco: “Declaro que a Fazenda, que possuo partível entre os meus filhos é a seguinte: Item mais a fazenda de Beberibe em uma légua de terras dos fornos de cal, arrendada ao Capitão Domingos Bezerra Monteiro, e que daqui a 04 anos acaba o arrendamento, porque estas são as bastam para servir de conhecimento para os descendentes legítimos de Jerônimo de Albuquerque conservem ainda bens que herdaram dele”.
Em 1714, uma parte da fazenda Beberibe foi doada à Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe/Olinda, uma das poucas Igrejas da América do Sul sob a invocação da padroeira do México, construída pela devoção dos homens pardos libertos ou escravos da Vila de Olinda entre os anos de 1626 e 1629. Na época de sua construção, Portugal fazia parte do governo espanhol e talvez por isso a predileção pela santa da devoção espanhola. A Igreja abriga até os dias de hoje, a Irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe, tendo servido também de sede à Irmandade de Nossa Senhora do Bom Parto até 1854, quando foi transferida para a Igreja de São Sebastião. É a mais antiga Igreja dedicada a Nossa Senhora do Guadalupe no Brasil. Sua fachada é simples, com uma única torre sineira, sendo composta por três portas que dão acesso à nave principal e mais duas que dão acesso à sacristia. Na parte superior, estão cinco janelas com varandas. Seu interior é simples, tendo a sua nave seis varandas e um púlpito protegido por gradil de ferro, sustentado por cachorros de pedra. O altar-mor é em madeira trabalhada, tendo no centro do nicho um quadro vindo do México, com pintura de Nossa Senhora de Guadalupe. Possui ainda duas tribunas protegidas por gradil de ferro e o teto pintado com a imagem da Santa. No dia 03/09/1759, o Marquês de Pombal expulsa a Companhia de Jesus de todo o Reino de Portugal, a propriedade foi confiscada pela Fazenda Real em 1765, sendo depois vendida em hasta pública.
Sua fachada é simples, com uma única torre sineira, sendo composta por três portas que dão acesso à nave principal e mais duas que dão acesso à sacristia. Na parte superior, estão cinco janelas com varandas. Seu interior é simples, tendo a sua nave seis varandas e um púlpito protegido por gradil de ferro, sustentado por cachorros de pedra. O altar-mor é em madeira trabalhada, tendo no centro do nicho um quadro vindo do México, com pintura de Nossa Senhora de Guadalupe. Possui ainda duas tribunas protegidas por gradil de ferro e o teto pintado com a imagem da Santa. No dia 03/09/1759, o Marquês de Pombal expulsa a Companhia de Jesus de todo o Reino de Portugal, a propriedade foi confiscada pela Fazenda Real em 1765, sendo depois vendida em hasta pública.
O próximo proprietário encontrado foi Jacinto de Freitas da Silva casado com Antônia da Cunha. Em 1767, concluiu-se a construção de um templo religioso, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição do Beberibe, cuja capela-mor (ainda existente), foi entalhada pelo mestre Simão dos Santos Pereira em 1780.
No começo do século XIX os liberais pernambucanos levantaram suas armas contra o capitão-general Luís do Rego Barreto, e instalaram o quartel-general do Movimento em Beberibe. Em outubro de 1821, foi assinada a famosa "Convenção do Beberibe", nas matas das redondezas, pondo um fim à gestão do último governador português.
Nessa época foi constituída uma irmandade, composta de pessoas da localidade, que se incumbiram das obras de construção da capela Nossa Senhora da Conceição de Beberibe, na qual descansam os restos mortais dos seus benfeitores. Tomando das terras patrimoniais, em 29.09.1743, como se vê no termo lavrado em reunião da corporação, deu logo começo à edificação do templo, mas somente em 1767 foi instalado o culto público.
No fim do século XVIII o proprietário do restante das terras do engenho era João Nunes de Freitas casado com D. Maria Correia de Lyra.
             Em 1829, a propriedade era conhecida como a Vivenda de Sobrado, em função da sua casa, com senzala, casa de farinha, estribaria e uma grande quantidade de matas e águas cristalinas que eram apanhadas junto ao Rio Beberibe na altura da ponte do Varadouro/Olinda, e que serviram para o abastecimento do Recife e de Olinda. No entanto a água foi se tornando impuras, pois a população olindense usava em demasiado suas águas que eram trazidas pelos escravos em canoas, em depósitos de madeira. Fato este que ensejou insatisfações na população e forte desejo da construção de um sistema de encanamento para levar a água do rio Beberibe até a cidade do Recife.
           Nas terras da antiga fazenda Beberibe, em novembro de 1848, ocorreu um grande combate entre os integrantes da Revolução Praieira e as forças de Tosta. Apesar de sua importância, só no dia 02.05.1879, a localidade foi elevada à categoria de Freguesia e desmembrada da Sé de Olinda. Com o tempo sendo repassadas de herdeiro para herdeiro, encerrando a sua série com D. Josefina Francisca de Freitas e Silva, falecida em 1856 (mais nada foi encontrado).
No fim do século XIX foi desaparecendo os aspectos do antigo feudo açucareiro, e suas terras passaram a ser negociadas através de lotes isolados de terras, desaparecendo definitivamente a fazenda, surgindo um povoado que, basicamente, exploravam a indústria de carvão vegetal, cultivavam lavouras de feijão, alguns tubérculos e fabricavam farinha de mandioca.
Nota: Os atuais bairros de Água Fria, Fundão e Cajueiro nasceram em terras do engenho Beberibe e, no presente, este último tem uma divisão administrativa bipartida entre os municípios de Olinda e Recife. No período de 1816 à 1817, sobre aquela localidade, um cronista registrou: Deixando o Recife passa-se pelo povoado de Beberibe, situado sobre o rio do mesmo nome, ornado de lindas casas de campo; e que ali se lava quase a maior parte da roupa do Recife, onde há falta de água doce.


Fontes consultadas:
A Constituição da venerável Ordem Terceira da Penitência do Padre Seráfico de São Francisco do Recife. Disponível em: www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/16755/16755_3.PDF
BENNETT, Ralph G. David Sênior Coronel.
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia pernambucana. v. I. Rio de Janeiro:. Anais 1925 Vol. 47 (pág. 57, 147, 210, 323, 357, 466, 467/466);1926 Vol. 48 (pág. 05, 22, 23, 34, 355)
Dicionário Cronológico, Histórico e Estatístico de Pernambuco. Disponível em: http://www.archive.org
Fontes para História do Brasil Holandês. A Economia Açucareira. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br/visao holandesa/Search.vh
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_Holandesa_das_%C3%8Dndias_Ocidentais
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
http://www.dei.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/dei/arquivos/nosdorn/nos1204.pdf
http://www.pe-az.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=655&Itemid=81
MELLO, José Antônio Gonsalves de. O chamado Foral de Olinda de 1537, Revista do Arquivo Público, V 11/28, Recife, 1957 - pág., 44.
MELLO, José Antônio Gonsalves. Diário de Pernambuco. Recife, 10 jul., 1949
MENEZES, Jose Luiz da Mota. O Papel de Olinda na Formação do Brasil Colonial. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br. Acesso em: 30.08.2012.
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais Pernambucanos, Vol I, Recife, Cia Editora de Pernambuco. 1981.
___________________________________ Origem Histórica da Indústria Açucareira em Pernambuco. Anais da Conferência Açucareira, Recife - 1905.
SOUZA, Roberto Silva de. Particularidades da Evolução do Espaço Urbano de Olinda (Pe) No Contexto Histórico de Propriedades Fundiárias. Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
TAUNAY, Alfonso. Escorço biográfico por Affonso de E. Taunay. Museu Paulista. Imprensa Oficial do Estado, São Paulo – 1942.



PROPRIETÁRIOS:

1540 - Duarte Coelho Pereira – Nasceu em torno de 1485/Miragaia/Porto/PT, e faleceu em 07.08.1554/Portugal. Filho de Gonçalo Coelho (membro de uma das famílias da nobreza agrária do Entre Douro e Minho, Escrivão da Fazenda Real e Comandante da expedição que veio para o Brasil em 1503) com a plebeia Catarina Ana Duarte. Sem ter um lar organizado, teria sido criado por uma tia materna que era a Prioresa do Mosteiro de Vila Nova de Gaia/PT.
Jovem, Duarte Coelho alistou-se na Marinha Portuguesa e em 1506 partiu para a Índia na armada de D. Fernando Coutinho. Em 1516/17 foi embaixador no Sião e visitou a China. Construindo na época Igreja de Nossa Senhora do Outeiro, em Malaca/Malásia (1521). Retornou a Portugal em 1527.
Em 1531, Duarte Coelho parte novamente para as Índias e ao retornar recebe o comando da frota portuguesa para combater os franceses na costa brasileira, em 1532. No ano de 1532, recebe o comando de uma frota para expulsar os franceses do litoral brasileiro.
No dia 10.03.1534, através de uma carta de doação que foi subscrita em Évora/PT no dia 25 do mesmo mês, recebe pelos serviços prestados ao Reino de Portugal a primeira capitania brasileira, com 60 léguas de costa, que abrangia Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e parte da Bahia.  O donatário, com 60 anos de idade, mesmo podendo administrar a Capitania em Portugal, resolve partir para o Brasil e, para isso consegue ajuda dos banqueiros: Fugger de Augsburg, através de seus prepostos, e de Sibald Linz von Dordorf e Christoph Lins.
Duarte Coelho desembarca na Ilha de Itamaracá em 09.03.1535. Em sua comitiva vieram: sua mulher D. Beatriz (Brites) de Albuquerque e filhos, o seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, alguns parentes, várias famílias “nobres do Norte de Portugal”, judeus especialistas na montagem de engenhos de açúcar, feitores com experiência nas plantações da cana-de-açúcar na Ilha da Madeira e em São Tomé, o Feitor e Almoxarife Real, Vasco Fernandes de Lucena, para organização administrativa da colônia, recebendo como dividendos 02% das rendas arrecadadas; o Padre Pedro Figueira para assistência espiritual, com um ordenado anual de 15.000 réis, e mais 04 capelães que receberiam anualmente 8.000 réis cada um.
Mas como a região de Igarassu era muito baixa e sujeita a inundações, o que facilitava ataques indígenas, aliados aos franceses, Duarte Coelho resolve seguir para o Sul à procura de um local seguro para instalar a sede de seu governo (Olinda), antes de 12.03.1537 – data de uma Carta de Doação de um local que refere como sendo o Foral de Olinda. NOTA: Na época, a Capitania de Pernambuco, maior área territorial da época, era denominada por Duarte Coelho de “Nova Lusitânia”.
Duarte Coelho era um homem enérgico, mas pacífico com os índios, apesar de enfrentar conflitos com algumas tribos, foi um administrador patriarcal, monocultor e escravista. Incentivou o plantio da cana em troca de isenção de taxas de moagem, o comércio e construiu estaleiros. A expansão dos canaviais e a produção de açúcar atraíram judeus, italianos, alemães, holandeses, entre outros que pretendiam enriquecer. Com a dificuldade de mão de obra local, solicitou à Coroa, uma autorização para importar escravos africanos, uma vez que já era hábito o tráfico de escravos na Península Ibérica, pois a mão de obra indígena era insuficiente.
Para os trabalhos no engenho, Duarte Coelho tentou usar índios, mas eles tiveram dificuldades em se adaptar àquele duro ofício que não estavam acostumados. Os colonizadores então começaram a trazer escravos africanos. Incentivados pela Igreja, que queria converter suas “almas impuras”; e pela Coroa portuguesa, que precisava equilibrar suas contas, cobrando por cada escravo altos impostos – 3.000 reis por cabeça, equivalente a 5% do seu valor de mercado. O número das importações foi crescendo rapidamente. No ano de 1559, chegaram 120 “peças”, em 1570 já existiam 3.000 e no final do século XVII, 500 mil.
Duarte Coelho e D. Brites viveram na vila de Olinda na torre de uma Fortaleza, localizada na Rua Nova, do mesmo lado em que se situa a Sé e nas suas proximidades estava a ferraria e o terreno que, em 1542, se reservava para a construção de uma cadeia. Todos os  edifícios construídos na vila ficavam localizados em uma praça, e tinham base de pedras retiradas de um terreno localizado onde hoje se encontra o colégio Jesuíta de Nossa Senhora da Graça, que teve um dormitório do lado Leste, ameaçado de ruir por causa quantidade de pedra retirada do local.
Por conta de intrigas de invejosos no reino, Duarte Coelho volta a Portugal acompanhado de seus dois filhos, deixando D. Brites como Capitã, com plenos poderes (Livro de Tombo da Sé de Olinda), assistida pelo seu irmão Jerônimo de Albuquerque. Em Portugal pediu audiência para falar com o Rei mas não recebido, fica amargurado, adoece e pouco tempo depois vem a falecer.
Com o seu falecimento (1554) D. Brites ocupa interinamente o cargo, com todas as honras e obrigações devidas, até a maioridade do filho.
Senhor do engenho: Salvador (São Salvador; Beberibe), fundado em 1542.
Casamento 01: D. Beatriz (Brites) de Albuquerque, em 1530/Portugal. D. Brites nasceu por volta de 1517 e faleceu em 1584. Filha de Lopo de Albuquerque, membro da família dos Albuquerque, arrolados entre os “barões assinalados” do poema ‘Os Lusíadas’, e de Joanna de Bulhão. Dama do Paço da Corte. Nota: Em vários documentos firmados, Livro Velho da Sé de Olinda, pela esposa do 1º donatário de Pernambuco está assinado como Beatriz de Albuquerque e não como Brites, como muitos historiadores afirmam ser seu nome.
03 filhos:
01- Duarte Coelho de Albuquerque – nascido em 1537/Olinda e falecido em 1580/África. 2º Donatário da Capitania;
02- Jorge de Albuquerque Coelho – nascido em 1539/Olinda e falecido em 1596/Portugal. 3º Donatários da Capitania;
03- Catarina da Silva (nada foi encontrado).
Fontes:
http://www.alepe.pe.gov.br/sistemas/perfil/presencafeminina/BritesAlbuquerque.html
Biblioteca Virtual José Antônio Gonsalves de Mello. Disponível em: http://www.fgf.org.br/bvjagm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_Coelho_Pereira
http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=301&textCode=4894&date=currentDate
http://www.e-biografias.net/duarte_coelho/



1545 (+ -) - Diogo Gonçalves (Diogo Gomes Froes*) – Nasceu na Vila do Conde/PT. Filho de Fernán Rodrigues de Campos (senhor da Vila de Erra) e de Helena Froes. Chegou a Pernambuco no princípio da colonização como trabalhador braçal, mas logo se tornou um dos homens mais importantes do seu tempo, quando exerceu o cargo de Auditor da Gente de Guerra da Capitania. Ao se casar com D. Izabel de Fróis recebeu como dote o engenho Beberibe/Recife, aonde passou a residir e estabeleceu sua família. 
No Livro de Tombo do Mosteiro de São Bento de Olinda, encontramos vários registros de doações e vendas de terrenos feitas ou autorizadas por D. Brites, e por ela assinados. Entre as doações registradas podemos encontrar a de uma sesmaria com 800 braças de terras que abrangia os atuais bairros de Casa Forte e da Várzea, doada a Diogo Gonçalves, morador antigo em Beberibe, e pai de "muitas filhas" e que era casado com D. Isabel Froes que viera para Pernambuco com o casal de Donatário com recomendações de D. Catharina, esposa de D. João III, com recomendações que a acomodassem e a protegessem. Nessa sesmaria Diogo Gonçalves construiu os engenhos Casa Forte/Recife e Santo Antônio da Várzea/Recife, que legou para suas filhas: D. Cosma e D. Isabel, deixando o engenho Beberibe para seu filho Leonardo Froes.
1ª Sinagoga do Brasil e das Américas
Senhor dos engenhos: Beberibe ou São Salvador/Olinda; Casa Forte/Recife-Casa Forte e Santo Antônio/Recife-Várzea
Casamento 01: D. Isabel Froes (Ana), em 1560.  – Filha de Álvaro do Campo (terceiro neto do General Francisco de Brito Freire – Almirante da Armada) e de (NI). Irmã de D. Leonarda Froes c.c. com o primo Martim Lopes de Brito. D. Isabel, antes de chegar no Brasil, trabalhou como criada da Rainha D. Catarina, mulher do Rei D. João III. NOTA: Alguns autores dão a paternidade de D. Isabel a Duarte Coelho Pereira, pois acham muito estranho D. Isabel ter levado de dote de casamento o eng. Beberibe que era o único construído pelo Donatário e depois seu marido ter recebido uma sesmaria, quando D. Isabel era apenas uma protegida da Rainha D. Catharina.
Quando Duarte Coelho e D. Beatriz de Albuquerque vieram para a Capitania de Pernambuco (1535), D. Catarina pediu que trouxessem D. Isabel com eles e lhe dessem acomodação e amparo financeiro por ser filha de um grande cavaleiro que morrera na Índia em seu serviço. O que foi executado com muito zelo casando-a com Diogo Gonçalves, um dos homens mais importantes da Capitania e dando como dote  o engenho Beberibe que pertencia ao Donatário.
03 filhos
01- Leonardo Froes – Vereador de Olinda, em 1604, de acordo com uma carta de data e sesmarias de umas casas no Recife, passada a Belchior Simões, e registrada no verso da fl. 5 do Livro que serviu de registro da Câmara de Olinda, de 1660 a 1682. C.c. Maria Gonçalves Raposo, depois com Francisca Nova  e depois com Francisca Nova. Herdeiro do engenho Beberibe/Recife (parte em Olinda); 
02- D. Isabel Froes – C.c. Jerônimo Paes de Azevedo (senhor do eng. Casa Forte). (c.g). Ficando viúva c.c. Belchior Simões. (c.g. desconhecida). Senhora do engenho Casa Forte/Recife – Casa Forte.
03- D. Cosma Froes – Segunda esposa de Pedro da Cunha de Andrada. Filho de Ruy Gonçalves de Andrada (Fidalgo, natural da Ilha da Madeira), e de D. Leonor da Cunha Pereira. Moço Fidalgo da Casa Real. Coronel de um dos Terços das Ordenanças em Olinda, durante a guerra holandesa. Pedro da Cunha foi casado em primeira núpcia com D Anna de Vasconcellos, filha de João Gomes de Mello (senhor do eng. Trapiche/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Anna de Hollanda. (c.g.). Senhora do engenho Santo Antônio/Recife – Várzea.
Fontes:
* Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27. Pág. 646-650 e http://geneall.net/pt/nome/232108/diogo-gomes-froes/
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (2) Pág. 125, 126, 147, 199, 210. Anais 1926 Vol 48 (1) pág. 255, 322.
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://doria.genealogias.org/Albuquerques.pdf
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69
______________________  O Nome e o Sangue. Uma parábola genealógica no Pernambuco colonial. Edt. Companhia de Bolso. São Paulo, 2009. Pág. 233
PEREIRA DA COSTA. F. A. Origens Históricas da Indústria Açucareira em Pernambuco. Aranis da Conferência Açucareira. Recife, 1905
PEREIRA, Levy. "Naβau (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Na%CE%B2au_(engenho_de_bois). Data de acesso: 26 de outubro de 2014.
VAINSENCHER, Semira Adler. Beberibe (rio e bairro, Recife). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>. Acesso em: dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.


1609 - Leonardo de Fróis – Filho de Diogo Gonçalves e de Isabel Fróis. Um dos homens mais respeitados de sua época. Vereador de Olinda, em 1604, de acordo com uma carta de data e sesmarias de uns chãos no Recife, passada a Belchior Simões e requerida pelo seu filho Felipe Cruz, registrada no verso da folha 05 do livro de registro da Câmara (1660/82). Participou da guerra contra os holandeses, sendo preso no Arraial do Bom Jesus, como refere Marquês de Basto em suas memórias.
Senhor do engenho Beberibe, antes São Salvador/Recife, herdado de seu pai, proprietário até 1636.
Casamento 01Maria Gonçalves Raposo – Falecida em 16/11/1612-Olinda, antes da invasão holandesa, sendo sepultada na Igreja da Casa da Misericórdia, deixando como testamenteiros seus cunhados: Francisco de Barros Rego e Francisco Monteiro Bezerra e o concunhado Jerônimo Paes de Azevedo. Filha de Diogo Alves Pessoa e de Maria Gonçalves. Segundo as memórias de Antônio de Sá de Albuquerque, D. Maria foi casada com Leonardo Froes, e deste matrimônio nasceram duas filhas. Uma que c.c. seu primo o Tenente General Antônio de Freitas da Silva. (Com geração desconhecida)
Casamento 02 (1630): Francisca Nova – Filha de Thomé de Castro e de Maria Nova de Lyra. O casal aparece mencionados em documentos como vivos em 1630.  (s.g.).
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1925 Vol 47 (3) – pág. 147, 409, 466
________________________________________.  Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1926 Vol 48 (5). Pág. 27, 246, 255, 322
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 65



1636 - Antônio de Sá Maia – Nascido em Barcelos/PT e falecido em 1638/Recôncavo Baiano, durante um assédio feito pelos holandeses a cidade de Salvador. Filho de Duarte de Sá Lima e de Joana Tavares. Segundo Evaldo Cabral de Melo, Antônio de Sá Maia era cristão-novo, uma vez que pagou uma finta ou imposto especial cobrado dos cristãos-novos no tempo da união dinástica entre Portugal e Castela (1580/1640). Fidalgo da Casa Real. Alcaide-mor de Olinda. Provedor da Santa Casa da Misericórdia/Olinda. Comandante de Cavalaria Auxiliar, 1615/1635. Coronel do Regimento de Cavalaria de Itamaracá. Capitão de Cavalos da Muribeca e do Cabo de Santo Agostinho.
Antônio de Sá Maia que antes da ocupação holandesa tinha ocupado todos os cargos honrosos do Brasil e tinha se tornado um dos homens mais ricos de sua época, perdeu tudo o que tinha no começo da invasão e para não arriscar a fidelidade dos empregados e escravos retirou-se e os levou para a Bahia (1635), quando acompanhou o General Mathias de Albuquerque e a maioria dos senhores de engenho pernambucanos, cerca de 8.000 pessoas, entre família, escravos, feitores, etc.
Em 1637 todos os engenhos de sua propriedade foram confiscados para não arriscar a fidelidade de seus empregados e escravos, por se encontrarem abandonados. A fazenda Beberibe (antigo engenho) foi vendida a Duarte de Saraiva, por 10.000 florins, e os engenhos: Novo da Muribeca e Santo André, que se encontravam destruídos por um incêndio causados por tropas holandesas (1633), foram vendidos a Gaspar Dias Ferreira.
NOTA: De acordo com seu testamento: seus despojos deveriam ser enterrados junto aos dos pais na Igreja do Carmo/Olinda, cujos frades o acompanhariam, dizendo-lhe um ofício de nove lições de corpo presente na semana seguinte a seu enterro, recebendo o óbolo de 100 cruzados. Pela sua alma e das suas duas esposas, os frades carmelitas deveriam, “enquanto o mundo durar” rezar seis missas semanais, com exceção da sexta-feira, dia da missa de seu pai Duarte de Sá. Para essas missas reservava 48.000 réis, do aluguel de casas a serem adquiridas em Olinda, e que a Ordem Carmelitas não poderia alienar em tempo algum.
Senhor dos engenhos:  Beberibe/Recife (faz. Beberibe, proprietário em 1636) e os engenhos: Suassuna/Jaboatão dos Guararapes (vendido a Gaspar Dias Ferreira pelos holandeses); Santo André/Jaboatão dos Guararapes – Muribeca(vendido a Gaspar Dias Ferreira pelos holandeses); Novo/Jaboatão dos Guararapes – Muribeca; Santa Maria/Jaboatão dos Guararapes (vendido a Gaspar Dias Ferreira pelos holandeses).
Casamento 01Maria de Melo de Albuquerque (tia de sua segunda esposa) filha D. Isabel de Mello de Albuquerque e de Scipião... Pitta Porto Carrreiro (Gov. do Rio Grande do Norte, em 1631)
Filhos encontrados (o casal teve 11 filhos mais só uma sobreviveu):
01- D. Lourença de Albuquerque, filha única – C.c. Gaspar de Barros, contra a vontade dos pais.
Casamento 02: D. Catarina de Albuquerque, sobrinha de sua primeira esposa – Filha de Cristóvão de Albuquerque (Fidalgo da Casa Real e Alcaide-mor e Gov. da Paraíba) e de D. Ignez Falcão (falecida em 1621, cujos testamenteiros foram: Christovão de Albuquerque, seu filho, e Antônio de Sá Maia, seu genro). Neta paterna de Jerônimo de Albuquerque e de D. Felippa de Mello. Durante a ocupação holandesa fugiu com seu marido e família para a Bahia. Após o falecimento de seu marido e o roubo de todos os seus pertences trazidos de Pernambuco, orçados em cerca de 10.000 cruzados, D. Catarina ficou muito pobre, numa terra estranha, cuidando de 05 filhos que tinha ido com o casal para a Bahia, quando resolveu entrar com uma petição solicitando uma sentença de justificação, pelos serviços prestados por Antônio de Sá Maia, enquanto isso “ficou a pedir esmolas” e sendo ajudada por D. Catarina Barreto, que também imigrara para a Bahia. O casal teve 25 filhos, em 23 partos, mas só se conhece pelos genealogistas a existência de 15 deles. D. Catharina casou em 2ª núpcias com Pedro Lopes de Vera.
Filhos reconhecidos pelos genealogistas:
02- Duarte de Sá Lima – Que ainda vivia em 1626. Faleceu solteiro;
03- João de Albuquerque de Melo – Nada foi encontrado;
04- Jorge de Albuquerque –  Falecido solteiro;
05- Duarte de Albuquerque de Melo – Falecido criança;
06- André de Albuquerque de Melo – Falecido criança;
07- José de Sá Albuquerque, o Olho de Vidro – Nasceu em Olinda, sendo batizado pelo Pe. Luiz Álvares Pinto, na Igreja do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, no dia 23.08.1620, e foram seus padrinhos seus tios: Mathias de Albuquerque (Conde de Alegrete) e D. Isabel de Mello. Faleceu em 1711, com quase 10 anos de idade. Homem muito honrado e estimado em sua época. Quando seus pais imigraram para a Bahia, foi um dos 05 filhos que os acompanharam. Lutou junto ao seu pai contra os holandeses na defesa de Taparica/BA. Capitão e depois Coronel do Regimento das Ordenanças da Muribeca, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca durante a Restauração pernambucana. Exerceu o ofício de Juiz Ordinário da vila de Olinda por diversas veze. Em 1683 foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Olinda. Recebeu o hábito da Ordem de Cristo do Rei D. Pedro, em remuneração de seus serviços e dos seu pai e avós, com 80.000 reis de tença, em 20.06.1681. fidalgo Cavaleiro da Casa Real, em 16.03.1694, com moradia de 1.600 reis por mês e uma alqueire de cevada por dia. . Padroeiro da Capela-mor do Carmo/Olinda. Senhor das capelas vinculadas nos engenhos: Santa Andrpe e Novo da Muribeca, ambos em Jaboatão dos Guararapes – Muribeca. C.c. Catarina de Melo de Albuquerque, sua prima. Filha de sua tia paterna D. Brites, se tornou chefe da família depois do falecimento do seu pai;
08- Manoel de Sá de Albuquerque – Nascido em 1616, batizado aos 08 anos de idade na Igreja da Sé de Olinda no dia 03.07.1626. Foi com seus pais para a Bahia (1635). Gêmeo de Antônio de Sá Maia Júnior. Faleceu solteiro com mais de 80 anos; 
09- António de Sá Maia Júnior – Gêmeo de Manuel de Sá Albuquerque. Faleceu antes de 1635, ano que seus pais e 05 irmãos foram para a Bahia;
10- Joana de Albuquerque – Falecida criança;
11- Maria de Albuquerque – Falecida criança;
12- D. Brites de Albuquerque – C.c. Filipe Pais Barreto (senhor do eng. Garapu/Cabo de Santo Agostinho), filho de João Paes Barreto e de D. Ingez Guardez.. (c.g.);
13- Ana de Lima Mahia, falecida criança;
14- Joana de Sá e Melo – C.c. Fernão Figueira de Moura;
15- Luísa de Melo Albuquerque  – C.c. Fernão Velho de Araújo;
16- D. Ignez de Albuquerque de Mello – Batizada no dia 27.09.1622 na Igreja do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, segundo o Livro Velho da Sé de Olinda. Desde pequena teve inclinação para entrar para um convento, mas foi impossibilitada de aconseguir o que lhe apetecia por conta da destruição da guerra holandesa. Quando seus pais foram para a Bahia foi um dos 05 filhos que os acompanharam. Em casa de seus pais vestia o hábito da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, descoberto. D. Ignez faleceu idosa e cheia de virtudes; 
17- D. Branca Mahia de Lima – Nada foi encontrado.
18- D. Maria de Sá e Lima – Batizada no dia 01.05.1624, na Igreja do Mosteiro de São Bento de Olinda, pelo Pe. D. Abbade Fr. Angelo;
19- D. Clara de Lima Maia – Falecida criança;
20- Ana de Melo de Albuquerque – Falecida criança;
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro.  Anais: 1920-1921 Vols 43 / 44. 1925 Vol 47 (Pág. 125, 126, 147, 199). Anais 1926 Vol 48 - Pag: 322
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro Anais 1925 Vol 47 (3) Pág. 72
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro Anais 1926 Vol 48 (5) Pág. 05, 22, 200, 201, 202, 215, 367-368
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://doria.genealogias.org/Albuquerques.pdf
http://www.alepe.pe.gov.br/sistemas/perfil/presencafeminina/BritesAlbuquerque.html
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe. php?id=6
http://www.dei.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/dei/arquivos/nosdorn/nos1204.pdf
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=291173
http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=content&task=view&id=44&Itemid=117
J. A. Gonsalves de Mello e Cleonir Xavier de Albuquerque (eds.), Cartas de Duarte Coelho a El-Rei (Recife, 1967), pp. 29 e 114.
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada, Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt. 34. 3ª edição. Rio de Janeiro, 2007. Pág.  355, 366-367
Pereira da Costa, 1951, Volume 4, Ano 1678. Pg. 157-158, pg. 159
Relatório de Van der Dussen cit., pp. 47/48                                 
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27.1347



1637 - Duarte Mendonça Saraiva (David Sênior Coronel) – Nasceu em 1572/Amarante-PT e faleceu em 1650/Pernambuco, com 75 anos de idade; sendo sepultado no cemitério judeu do Recife, onde estão também sua esposa e um neto*. Membro da família Sênior Coronel, muito conhecida na Espanha e radicada em Hamburgo. Filho de Heitor Coronel e de (?), casados em Monção/PT, na família Saraiva de origem cristã-nova. Tio de Gaspar de Mendonça (senhor do engenho Apipucos) e de João de Mendonça (senhor do engenho Madalena). Jovem, David imigrou para Amsterdã (1598), como muitos jovens judeus, para poderem praticar abertamente a sua religião, e também por ser considerada um dos maiores centros econômicos europeus. Em 1601, era um homem rico e comercializava o sal e de outras commodities com Portugal. No ano de 1604 já tinha se tornado cidadão de Amsterdã. Nessa época David Sênior Coronel já usava o nome cristão de Duarte Mendonça Saraiva , e começara a negociar mercadorias para o Brasil.
Quando os holandeses invadiram Pernambuco (1630) e começaram a prometer facilidades para a entrada de colonos na terra conquistada; um grande número de judeus sefardim e alguns poucos ashkenazim resolveram imigrar com sua família e trazendo novas técnicas comerciais e industriais. Entre eles estava Duarte Saraiva, que residia em Frandes e imigrou para Pernambuco com toda a sua família. CURIOSIDADES: Entre os muitos judeus que solicitavam transferência para a "terra do açúcar", feitas ao Conselho Político da Companhia das Índias Ocidentais em Amsterdam, no período de 01.01.1635 a 31.12.1636, cujo único livro de atas se conservou até os nossos dias, podemos citar Daniel Gabilho que viera para Pernambuco a serviço de Duarte Saraiva.
Chegando ao Recife, Duarte Mendonça Saraiva trabalhou como Corretor de Açúcar no Recife (1635) e logo assumiu publicamente sua condição de judeu, mudando seu nome ‘católico’ para o judeu David Sênior Coronel.
Duarte de Saraiva se torna um dos homens mais rico da Capitania e muito estimado pela comunidade judaica, sendo homenageado pelo conhecido rabino de Amsterdã, Menasseh ben Israel, quando da publicação do seu livro El Conciliador (Amsterdã, 1641). Seu nome aparece vinculado, durante o domínio holandês, à compra de escravos africanos, fretamento de navios, proprietário de imóveis, rendeiro e proprietário de vários engenhos adquiridos em leilão feito pela Companhia das Índias Ocidentais holandesa. Por duas vezes (1639 e 1644) ele arrematou a cobrança dos impostos da Companhia sobre a produção do açúcar em Pernambuco, gastando na primeira vez a quantia de 128.000 florins.
Com o crescimento da população judaica em Pernambuco o Conselho Político da Companhia das Índias decidiu, em 09/11/1635, vender alguns lotes de terrenos localizados junto à "Porta de Terra", ao Norte do Recife, no istmo que ligava a povoação do porto à vila de Olinda. Devido às construções ali realizadas, neste e em outros lotes que foram comprados por muitos comerciantes e pelos mais ricos mercadores judeus da comunidade, como Gaspar Francisco da Costa (José Atias), Moisés Navarro, Abraão Azevedo, entre outros, em 1636, surge a Rua dos Judeus (Jodenstraat), denominação que se manteve até 1654, quando da retirada dos holandeses de Pernambuco, passando a ser chamada de Rua da Cruz, em alusão a uma grande cruz erguida sobre o arco da "Porta de Terra", em cujo pavimento superior veio a funcionar a capela do Senhor Bom Jesus das Portas. Em 1850, por necessidade do trânsito, foi demolido o chamado Arco do Bom Jesus, com a sua capela, passando a rua, em 1870, a ser denominada Rua do Bom Jesus em alusão à capela que nela existira. Em 05.11.1992, o autor destas linhas, com o consentimento do então prefeito da Cidade do Recife, Gilberto Marques Paulo, e o apoio do presidente do Centro Israelita de Pernambuco, sr. Germano Haiut, fez afixar na antiga Rua dos Judeus as placas indicativas. Coube ao artista Bernardo Dimenstein fazer o desenho e ao ceramista Ferreira confeccionar as placas em cerâmica que foram afixadas no local: Rua do Bom Jesus antiga Rua dos Judeus. 1636 - 1654
David Sênior Coronel compra um dos lotes medindo 80 pés de comprimento e 60 de largura (24,3440 m. x 18,2880) por de 450 reais, para construir uma casa que lhe serviria de residência e que a rés-do-chão seria montado seu negócio, como era comum na época. Mas, assim que a moradia ficou pronta, passou a funcionar nela a primeira sinagoga das Américas, e depois, de forma definitiva, foi estabelecida no local a Kahal kadosh Zur Israel (Santa Comunidade Rochedo de Israel), que congregava os judeus imigrantes dos Países Baixos como os cristãos-novos que tinham retornado ao judaísmo. NOTA: O nome de batismo da nova comunidade talvez viesse em alusão ao próprio arrecife, localizado no porto do Recife. É desta época a visão de outro contemporâneo, o reverendo calvinista Joannes Baers (1580-1653), que assim sintetiza a descrição da cidade de então: "o Recife é um arrecife".
CURIOSIDADES: Destino da Sinagoga: Após a Insurreição Pernambucana, o Governo português, entre as presas de guerra, fez doação do prédio onde funcionara a sinagoga a João Fernandes Vieira. Após 20 anos o prédio da Sinagoga foi transferido por escritura de doação, datada de 14.10.1679, à Congregação do Oratório de São Felipe de Neri. Em 1821, com a extinção dessa ordem, os dois prédios passaram a integrar o patrimônio do Colégio dos Órfãos (1835) e posteriormente a Santa Casa de Misericórdia do Recife (1862), sua atual proprietária. Os prédios, que tinham os números 12 e 14, no século passado, receberam nova numeração no início deste século, passando a ostentar os números 197 e 203. Sua identificação tornou-se possível graças à planta existente no arquivo da Empresa de Urbanização do Recife - URB, encontrada pelo professor José Luiz da Mota Menezes, e de sentença judicial em favor da Santa Casa de Misericórdia do Recife publicada no Diário da Justiça, de março de 1962, que identifica expressamente os dois imóveis. Comunicado neste sentido foi feito pelo professor José Antônio Gonsalves de Mello, em sessão do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, anteriormente citada.
CURIOSIDADES: Nas Denunciações e Confissões de Pernambuco feitas na 1ª Visita do Santo Ofício, David Sênior Coronel  é citado como frequentador da casa de Manuel Cardoso Milão. Existe também vários depoimentos de luso-brasileiros a informar que, antes da instalação da sinagoga no Recife (1636), a casa de Duarte Saraiva serviu de ponto de reunião e de culto dos judeus chegados da Holanda e dos cristãos-novos de Pernambuco convertidos ao judaísmo.
David Sênior Coronel toma posse como escabino de Recife, junto a outros judeus como: Moisés Navarro, Francisco da Costa, Joseph Francês, Salomão Dorminod e Moisés Zacuto. Em 06.08.1642, garante as dívidas, perante seus credores, do comerciante judeu Moises Abendana. No dia 20.02.1654, o nome de David Saraiva é colocado na lista de proprietários judeus, sendo possuidor de casas e lojas em Recife e em Olinda, engenhos de açúcar e da firma Sênior-Coronel, que depois foi confiscada pelos portugueses. Ao falecer tinha créditos a receber da coroa portuguesa, na importância de 351.502 florins, e todos os seus bens tinham sido hipotecados devidos aos empréstimos tirado na Companhia da Índia Ocidental holandesa.
CURIOSIDADES: Perto da “a casa La Fontaine”, construída por Nassau para seu lazer, existia uma mata, que os holandeses ávidos por dinheiro, venderam a Duarte de Saraiva para que fornecesse lenha tirada das matas do engenho Madalena pertencente a João de Mendonça, para as fornalhas da residência do Conde Maurício de Nassau.
Senhor dos engenhos: Beberibe/Recife (comprado em 17.06.1637); Bom Jesus/Cabo de Santo Agostinho (comprado em 17.06.1637); Camaçari/Jaboatão dos Guararapes (comprado em 1638); Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho; Madalena/Recife (comprado em 1641); Novo/Cabo de Santo Agostinho (comprado em 23.06.1637); São João do Salgado/Cabo de Santo Agostinho (comprado em 1639); Torre ou Rosário da Torre/Recife (comprou uma parte das terras em 1638).
Casamento 01Maria Saraiva, em1598 - Amsterdã
Filhos:
01- David Isaac (Duarte Sênior Júnior) – Herdeiro de seu pai. Rabino e Mestre-escola entre os judeus portugueses de Amsterdam. C.c. Ester Saraiva (Senior Coronel);
02- Antônio Saraiva (Sênior Coronel) - Nada mais foi encontrado;
03- Isaac Saraiva (Sênior Coronel) – C.c. Sara Saraiva (Senior Coronel) (born Sarfati).
A família Sênior Coronel voltou para Amsterdam em 1654, após os holandeses se rendera. Nos tribunais, David Ishac tentou recuperar da mudança da família para o Brasil. Ele pode ter sido tesoureiro da comunidade judaica de Recife em 1652, mas voltou com o resto de sua família para Amsterdã em 1654. Morreu lá em 1676 com a idade de 51. Seus descendentes, eventualmente, emigraram para o Suriname (Guiana Holandesa), na costa norte da América do Sul, onde também entraram no negócio de açúcar.
Fontes:
**http://www.myheritage.com.br/person-1000775_26310451_26310451/duarte-david-saraiva-senior-coronelhttp://lhs.unb.br/ biblioatlas/S._Madanella_(engenho_de_bois)
*http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=566%3Acemiterio-judeu-nas-americas-recife-&catid=38%3Aletra-c&Itemid=1
http://brasilhis.usal.es/?q=pt-br/node/113
http://culthotel.com.br/wp-content/uploads/2012/08/judeus.pdf
http://fateadal.wordpress.com/2008/10/31/judeus-em-pernambuco-no-seculo-xvi/
http://valverdewebmaster.tripod.com/id16.html
http://www.ahjb.org.br/pdf/jornal_jun01.pdf
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/index33.html
http://www.jackwhite.net/iberia/coronel.html
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 62-64, 99, 104, 121
______________________  O Nome e o Sangue. Uma Parábola Familiar no Pernambuco Colonial. Edt. Topbooks. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Pag. 56 e 215
MELLO, José Antônio Gonsalves de Mello. Tempo dos Flamengos.  2ª edição.  BNB e Governo de Pernambuco. Recife, 1979. pág. 55, 100, 119, 131, 253, 258, 263.
___________________________________  Gente da Nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco. 1542-1654. Fundação Joaquim Nabuco, 1996. 546 páginas.
RIBEBBOIM, José Alexandre. Senhores de engenho Juseus em Pernambuco Colonial. 1542-1654. 3ª edição revisada e aumentada. 20-20 Comunicação e Editora. Recife, 1995. Pág. 91 a 95



1650 - David Ishac (Duarte Sênior Júnior) – Nasceu em 1625/Amsterdã e faleceu em 1676/Amsterdã, com 51 anos de idade e falecido em 1676, com 51 de idade. Filho e herdeiro de Duarte Mendonça Saraiva (David Sênior Coronel). Chegou a Pernambuco com a sua família com 11 anos de idade.
David Ishac herdou todas as propriedades de seu pai, na época em que estava no auge a guerra contra os holandeses. Tesoureiro da comunidade judaica de Recife, em 1652. Herdou do avô a inscrição de número 133 da Santa Companhia de Dotar Órfãs e Donzelas, de Amsterdã, e que poderia ser sido o Tesoureiro da Terra Santa, entre os anos de 1650 e 1651.
Após o falecimento de seu pai hipotecou as empresas de seu pai e ficou devendo muito dinheiro a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Sem poder pagar as dívidas Ishac retornou para Amsterdã (1654), após a rendição holandesa, onde exerceu as funções de rabino e mestre-escola entre os judeus portugueses, e foi um dos principais líderes daquela comunidade. Passado algum tempo Davi Ishac tentou recuperar nos tribunais o controle das propriedades de seu pai e da firma Sênior-Coronel que havia sido confiscada pelos portugueses, mas não teve sucesso. Rabino e Mestre-escola entre os judeus portugueses de Amsterdam.
NOTA: Seus descendentes emigraram para o Suriname (Guiana Holandesa), na costa norte da América do Sul, onde entraram no negócio de açúcar.
Senhor dos engenhos: Fazenda Beberibe/Recife; Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho; Bom Jesus/Cabo de Santo Agostinho; Camaçari/Jaboatão dos Guararapes; Madalena/Recife; Novo/Cabo de Santo Agostinho; São João do Salgado; Torre ou Rosário da Torre/Recife; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho
Casamento 01: Ester Saraiva (Senior Coronel)
Filhos: (?)
Fontes:
Arruda, Gustavo. História do Recife XI. Disponível em: https://docs.com/JBK1
http://fateadal.wordpress.com/2008/10/31/judeus-em-pernambuco-no-seculo-xvi/
http://geneall.net/en/forum/150627/familia-saraiva/
http://valverdewebmaster.tripod.com/id16.html
http://www.arquivojudaicope.org.br/2012/pt/compilacoes/mello-4.html
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/index33.html
http://www.jackwhite.net/iberia/coronel.html                                                                 
RIBEBBOIM, José Alexandre. Senhores de engenho Juseus em Pernambuco Colonial. 1542-1654. 3ª edição revisada e aumentada. 20-20 Comunicação e Editora. Recife, 1995. Pág. 92



José de Sá e Albuquerque, “o Olho de Vidro” – Nasceu em 1615/Olinda e foi batizado pelo Pe. Luiz Álvares Pinto, na Igreja do Recolhimento da Conceição/Olinda, que ficava junto à casa de seus pais. Teve como padrinho o General Mathias de Albuquerque, primo de sua mãe. Faleceu em 1711, com quase 100 anos de idade. Filho de Antônio de Sá Maia e de D. Catharina de Albuquerque. Com apenas 15 anos de idade imigrou com seus pais e mais 04 irmãos para a Bahia (1635). Jovem lutou junto ao seu pai contra os holandeses na defesa de Itaparica/BA.
Curiosidades: Durante a ocupação da Ilha de Itaparica/Bahia pelos holandeses e do bloqueio a cidade de Salvador e do Recôncavo baiano, José de Sá e Albuquerque todo dia ia seguia em barcos congos que saíam para incomodar as naus inimigas, aliviando a barra de Salvador.
Com o falecimento de seu pai Antônio de Sá Maia, a chefia da família passou para José de Sá e Albuquerque que era o primogênito. Herdeiro do engenho Santo André, recebido de seu avô e confirmado por seu pai ao encapelar a propriedade em seu favor. Mas seus irmãos protestaram e todos os bens de seus pais foram divididos igualmente. Depois foi feito um acordo: José de Sá e Albuquerque ficaria com a fábrica do engenho Novo, um terreno na Rua Nova – aonde foi a casa de seu avô, a fazenda Beberibe e a totalidade do eng. Santo André; suas irmãs e seu irmão Manuel receberiam suas legítimas em partidos de cana no eng. Novo, pois não tinham forças para lutar contra seu irmão José, que em contrapartida saldou todas as dívidas de seus pais, cujo montante correspondia ao valor atribuído ao eng. Santo André, e com a posse da totalidade do engenho, conseguiu encapela-lo (1612), oficializando o morgadio criado pelo seu avô, Duarte de Sá.
Em 1653 ao retornar do exílio na Bahia, participou do sítio e da rendição do Recife como Capitão e depois Coronel do Regimento das Ordenanças da Muribeca, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
Exerceu o ofício de Juiz Ordinário de Olinda por diversas vezes. Recebeu o hábito da Ordem de Cristo do Rei D. Pedro, com deliberação de exigências, em remuneração de seus serviços e dos seu pai e avós, com 80.000 reis de tença, em 20.06.1681. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Olinda (1683). Fidalgo da Casa Real, em 16.03.1694, com moradia de 1.600 reis por mês e um alqueire de cevada por dia. Padroeiro da Capela-mor da igreja do Carmo/Olinda. Senhor do Morgado de Santo André/Jaboatão dos Guararapes-Muribeca, instituído pelo seu avô Duarte de Sá. Senhor da capela vinculada do engenho Novo da Muribeca/Jaboatão dos Guararapes-Muribeca. Autor da primeira monografia sobre a família Albuquerque, escrita em 1693, e “Povoações e cousas do Brasil” e “História genealógica dos descendentes de Jerônimo de Albuquerque”.
Senhor dos engenhos: Santo André/Jaboatão dos Guararapes (antes Muribeca); Novo da Muribeca/Jaboatão dos Guararapes - Muribeca (na partilha entre os herdeiros lhe coube a fábrica, enquanto as terras ficaram para seus irmãos); e da Fazenda Beberibe/Recife
Casamento 01: D. Catarina de Melo de Albuquerque – Filha de sua tia materna D. Brites de Albuquerque e de Filipe Pais Barreto.
Filhos:
01- José Lins de Albuquerque – Faleceu solteiro;
02- Affonso de Albuquerque de Mello – Fidalgo da Casa Real.
Casamento 01: D. Anna Maria Falcão – Filha do Mestre de Campo Zeenóbio Accioli de Vasconcellos e de D. Maria Pereira de Moura. (s.g.);
Casamento 02: D. Marianna da Câmara de Albuquerque – Filha do Gov. Mathias de Albuquerque Maranhão e de D. Isabel Câmara. (s.g.);
Casamento 03: D. Ignez Barreto de Albuquerque – Filha do Sargento-mor Antônio Paes Barreto e de D. Maria de Fonseca Barbosa, filha de T. C. Affonso Broa. (s.g.);
03- Antônio de Sá de Albuquerque. Fidalgo da Casa Real.
Casamento 01: D. Margarida da Rosa de Vasconcellos, por vontade própria – Filha de Domingos Nobre e de Margarida da Rosa. (c.g.).
04- Pedro de Mello de Albuquerque – Cônego. Fidalgo da Casa Real. Teve um filho com uma mulata, escrava de seu irmão Affonso de Albuquerque de Mello, a quem chamaram de Francisco Xavier de Albuquerque;
05- D. Maria Maior de Albuquerque – C.c. seu primo o Capitão-mor e Morgado do Cabo João Paes Barreto (II). (c.g.)
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1926 Vol 48 (22) pág. 04-05, 22, 23
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1925 Vol 47 (6) Pág. 148, 323, 415
http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=content&task=view&id=44&Itemid=117
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010/12/genealogia-brasileira-joaquim-nabuco-e.html
PAES BARRETO, Carlos Xavier. Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e seus Descendentes. Edt. Melso Soc. Anônima. Rio de Janeiro



Domingos Bezerra Monteiro – Filho de Domingos Bezerra e de D. Brázia Monteiro. Capitão.
Rendeiro da Fazenda Beberibe/Recife (1709 a 1713), de acordo com o testamento de José de Sá Albuquerque, feito em 1709.
Casamento 01: Antónia Rodrigues Delgado
Filhos:
01- Cosme Bezerra Monteiro – C.c. Bernarda Cavalcanti (c.g.);
02- Simoa Bezerra – C.c. Bento Rodrigues da Costa (c.g.)
Fontes:
BORGES DA FONSECA. Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1926 Vol. 48. Pág. 355
_____________________________________________________________ Anais 1925 Vol 47 (3). Pág. 472.




Jacinto de Freitas da Silva – Filho de João de Freitas da Silva e de D. Catarina de Albuquerque. Neto materno de João de Freitas da Silva. Batizado em 16/03/1680 e faleceu em 24/12/1757. Fidalgo da Casa Real. Tenente-Coronel de um dos Regimento de Auxiliares de Pernambuco, que chamava de Volante e que foi extinto em 1739, quando foi criado terços com Mestre de Campo. Capitão de Infantaria no Regimento da Praça do Recife. Vereador de Olinda (1715, 1729 e 1744). Provedor da Santa Casa da Misericórdia (1732).
Senhor do engenho Casa Forte/Recife, sucessor de seu irmão Antônio de Freitas da Silva; e da fazenda Beberibe/Recife
Casamento 01: Antônia da Cunha, irmã de sua cunhada Francisca Monteiro – Filha de Manuel Carneiro e de Sebastiana de Carvalho.
Filhos:
01- João de Freitas da Silva – Sargento-mor do Terço de Auxiliares do Cabo de Santo Agostinho, faleceu solteiro;
02- Sebastiana de Freitas – Faleceu solteira, em 15/09/1748;
03- Francisca Maria de Feitas da Silva – C.c. Manoel Lopes de São Tiago. (s.g.); 
04- Isabel Bernarda de Freitas da Silva – C.c. Antônio da Silva Santiago. (s.g.);
05- Antônio de Freitas da Silva – C.c. D. Francisca Monteiro.
Casamento 02, com mais de 70 anos: D. Maria de Siqueira.
Filhos: 06- Isabel da Silva – (nada foi encontrado)
Fontes :
BORGES DA FONSECA. Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925, 1626.



João Nunes de Freitas – Filho de André Lopes de Leam. Senhor de várias terras e da Capela de São Boa Ventura.
Proprietário da fazenda Beberibe/Recife
Casamento 1: D. Maria Correia de Lyra, natural do Cabo de Santo Agostinho. Filha de Cristóvão Correia e de Catarina de Lira, naturais da Ilha da Madeira.
Filhos:
01- Jacinto de Freitas de Lira – Sacerdote de São Pedro;
02- Cristóvão Correia de Lira – Sacerdote de São Pedro;
03- Maria Correia de Lira – C.c. Luiz Ribeiro, que viveram em Beberibe;
04- Antônio de Freitas de Lira – C.c D. Faustina Fernandes de Sá; 
05- Felipa Nunes – C.c João Gomes de Melo e Albuquerque, que viveram em Beberibe.
Fontes :
BORGES DA FONSECA. Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925



D. Josefina Francisca de Freitas e Silva - Falecida em 1856.
Última proprietária encontrada das terras que restaram do antigo engenho Beberibe.

4 comentários:

Anônimo disse...

muito boa essa sua pesquisa. grata pela postagem. adoro história. ainda mais essa, da origem dos engenhos de pernambuco. pois também faz parte da minha própria biografia.

Anônimo disse...

Olá Lou!

Parabéns pelo seu trabalho maravilhoso! Meu nome é Eliane e gostaria muito de entrar em contato com você, pois tenho ancestrais das famílias de Veras, de Azevedo, Rezende e Campos.

Preciso de dicas, inforamações e também contato de genealogistas.

Meu email é prates_eliane@yahoo.com.br

Grata
!

Anônimo disse...

Olá Lou!

Parabéns pelo excelente trabalho! Seu conhecimento e pesquisa são impressionantes. Muito obrigada por publicar neste blog e enriquecer o conhecimento de todos.

Unknown disse...

Me chamo Valeriano de Melo e sou tataraneto do cel.Luciano Eugênio de Melo que foi o segundo prefeito de olinda e proprietário do engenho Beberibe,tendo como filho primogênito o cel.Valeriano Eugênio de Melo,esse meu bisavô,no qual tenho a honra de ter meu nome em sua homenagem.