O
engenho São Salvador ou Velho de Beberibe*/Recife,um dos primeiros engenhos da Capitania de Pernambuco foi fundado pelo 1º Donatário Duarte
Coelho Pereira c.c. D. Beatriz (Brites) de Albuquerque, no ano de 1542 .
As
terras do engenho ficavam localizadas a uma légua de Olinda, na m.d. do Rio Beberibe, que nasce em Camaragibe. A casa de vivenda campeava junto ao
Rio, à direita da ponte do Varadouro/Olinda, e a pouca distância, para o Norte. O edifício da fábrica foi construído na entrada do engenho, ficando de permeio a
capela da fazenda, sob a invocação de N. Sra. da Conceição, porém mais
afastada, para Oeste; de forma que se traçando uma linha de união entre as
construções, teríamos um triângulo perfeito.
Localização do atual bairro Bebribe/Recife |
Atualmente
não resta mais nada do engenho e suas terras foram reocupadas pela zona urbana
do bairro do Cajueiro/Recife.
Nota1: O primeiro engenho pernambucano foi fundado em Igarassu e se chamava engenho do “Capitão”, construído pelo Capitão Afonso Gonçalves a mando de Duarte Coelho, mas teve uma existência curta devido aos ataques indígenas.
*Beberibe” é uma palavra de origem indígena que significa “voar em bandos” referindo-se aos voos dos pássaros que existiam nas margens desse rio. As águas do rio Beberibe representavam fonte de vida e ajudaram na sobrevivência da sociedade em tempos remotos.
NOTA: Pereira da Costa associa o engenho Eenkalchoven, ao engenho São Salvador, e (Gonsalves de Mello, 1976), pg. 32, o associa, acertadamente, ao Engenho Velho de Beberibe, sob invocação de Nossa Senhora da Ajuda, o 'N S ᵭ Aiuda' do BQPPB*.
Levantada
as edificações do engenho e plantado os canaviais, começaram logo a afluir
diversos moradores, que obtiveram a concessão de lotes de terras para o cultivo
de cana, dentre os quais temos notícias de um Francisco Barbosa c.c. Maria de Oliveira.
NOTA: Nélson Barbalho em sua “Cronologia Pernambucana V. 05 – parte 02”, diz que Francisco Barbosa e de Maria de Oliveira, foi um dos primeiros casais que chegaram com o 1º Donatário, e que levantado o engenho Beberibe s tornaram um dos primeiros lavradores, depois que obtiveram a concessão de um lote de terra para a cultura da cana de açúcar.
Curiosidades: Um neto do casal Francisco Barbosa e Maria de Oliveira, o Capitão João de Freitas da Cunha foi um militar distinto, nascido em terras do engenho Beberibe, exerceu o cargo de Capitão-mor do Ceará, entre 1696 e 1699, depois sucessivamente foi nomeado Sargento-mor de um Terço da Guarnição de Pernambuco e promovido a mestre-de-campo comandante de um terço, falecendo entre 1711 e 1712.
Em
meados do século XVI, Diogo Gonçalves ou Diogo Gomes Froes,
recebeu de D. Brites de Albuquerque o engenho São Salvador (Beberibe), a título
de dote nupcial pelo seu casamento com D. Izabel de Fróis, e uma sesmaria com
800 braças de terra, segundo registros do Livro Velho Mosteiro de São
Bento/Olinda, que abrangia onde hoje se situam os bairros de Casa Forte e da
Várzea e onde edificou os engenhos: Casa
Forte/Recife-Várzea do Capibaribe e por último o engenho Santo Antônio da
Várzea do Capibaribe /Recife, que junto com o São Salvador legou para cada um
de seus filhos.
O
próximo proprietário encontrado (1609) foi Leonardo de Fróis, homem
muito rico, que herdou o engenho de seus pais Diogo Gonçalves e D. Izabel de
Fróis.
Em 1630 as primeiras edificações já não mais existiam, pois em suas terras o General Matias de Albuquerque estabeleceu uma rede de linhas de defesa, para atacar o invasor holandês na Praça do Recife, e interceptar a sua comunicação com o interior do País. Mathias de Albuquerque fundou nas terras do São Salvador uma fortaleza que era guarnecida por soldados pernambucanos.
O engenho foi citado em vários mapas coloniais: Præfecturæ Paranambucæ pars borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) - plotado como engenho, 'Ԑ: ßißԐribÿ', na m.d. do 'Rº. ßißԐribÿ'; PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURITS-STADT ende t RECIFFO", plotado com a nota «Vervallen Ԑngenho van Leasnardo de Frois»; ASB (Golijath, 1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", plotado e assinalado com a letra W. Na 'Verklaringe deser Caerte.' explicita «O: Engenho Biberibe een vervalle Suyckermolen toekomende Leonardo de Frois»; PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURITS-STADT ende t RECIFFO",plotado, 'S Salvador', na m.d. do 'Iabebiri'.
O engenho foi citado em vários mapas coloniais: Præfecturæ Paranambucæ pars borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) - plotado como engenho, 'Ԑ: ßißԐribÿ', na m.d. do 'Rº. ßißԐribÿ'; PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURITS-STADT ende t RECIFFO", plotado com a nota «Vervallen Ԑngenho van Leasnardo de Frois»; ASB (Golijath, 1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", plotado e assinalado com a letra W. Na 'Verklaringe deser Caerte.' explicita «O: Engenho Biberibe een vervalle Suyckermolen toekomende Leonardo de Frois»; PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURITS-STADT ende t RECIFFO",plotado, 'S Salvador', na m.d. do 'Iabebiri'.
Em
1635 as terras do antigo engenho foram confiscadas de Antônio
de Sá Maia que tinha se retirado para a Bahia, pela Companhia das Índias
Ocidentais.
Em 1637 Antônio de Sá Maia vende as terras ao judeu Duarte Mendonça Saraiva (David Sênior Coronel), por 10.000 florins. Duarte Saraiva logo que tomou posse passou a chamar o engenho de Enkalchoven.
No Relatório holandês (1639) feito por Adriaen van der Dussen descreve o engenho como o “velho engenho de Beberibe” .
Em 1637 Antônio de Sá Maia vende as terras ao judeu Duarte Mendonça Saraiva (David Sênior Coronel), por 10.000 florins. Duarte Saraiva logo que tomou posse passou a chamar o engenho de Enkalchoven.
No Relatório holandês (1639) feito por Adriaen van der Dussen descreve o engenho como o “velho engenho de Beberibe” .
Logradouro - Olinda |
NOTA: A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais ou Companhia Neerlandesa das Índias (em neerlandês: West Indische Ocidentais Compagnie ou WIC), pertencia a mercadores neerlandeses e representava um exemplo de organização privada do comércio externo, de tendência capitalista, que contrastava com o modelo de comércio português, que permaneceu por muito tempo fortemente dependente do Estado. A WIC tornou-se instrumento da colonização neerlandesa nas Américas, sendo responsável pela ocupação de áreas no nordeste brasileiro no século XVII.
CURIOSIDADES: A capela do engenho Beberibe foi retratada por pintores flamengos, da comitiva do Conde Maurício de Nassau, que conseguiram registrar a beleza da localidade. Essas telas pertenciam a galeria de Nassau; e, a que retratava o engenho foi oferecida ao rei da França Luiz XIV, contendo uma inscrição onde o Rio Beberibe é citado como Bibaribe: “La riviére se nomme Bibaribe; de delá c’est un moulin à sucre avec la demeure du seigneur, et plus haut la chapelle”.
Duarte de Saraiva falece em 1650, e o engenho passa a pertencer ao seu herdeiro Ishac David. Mas com a expulsão dos batavos,
muito dos engenhos voltam para seus antigos proprietários e outros são vendidos
pela Coroa portuguesa a homens ricos da Capitania ou que tinham participado do
exército restaurador. Quanto ao engenho Beberibe sua posse foi passada para José de Sá e Albuquerque, que tinha
retornado do exílio e reivindicado perante as autoridades seu direito sobre os
bens que tinham pertencido ao seu pai Antônio de Sá.
José
de Sá e Albuquerque não se preocupou em recuperar o antigo engenho Beberibe e,
segundo consta em documentos antigos, continuou a exploração das jazidas de
pedras calcaria e madeira de suas extensas florestas para o fornecimento de
lenha necessária aos fornos de calcinação, e para a comercialização. Essa
madeira era transportada através de balsas, que desciam o Rio Beberibe, indo
até a cidade de Olinda onde, em suas vizinhanças, era produzido o carvão.
NOTA: Das terras do
antigo engenho Beberibe, subindo pelo rio Beberibe, do Varadouro de Olinda para
cima, se tirava água para o abastecimento da vila de Olinda e do Recife.
O antigo engenho Beberibe, de acordo com o testamento de José de Sá e
Albuquerque, foi arrendado de 1709 a 1813, a Domingos Bezerra Monteiro.
NOTA: O testamento de José de Sá e Albuquerque, que se encontra arquivado no
Cartório de Resíduos do Juízo Eclesiástico, feito em 22.01.1709/eng. Novo/Muribeca
(Jaboatão dos Guararapes-Muribeca), foi aberto em 03.07.1711, pelo tabelião
Gaspar da Terra de Inojosa, na presença do Dr. Luiz de Valansuela Ortis,
Ouvidor da Capitania de Pernambuco: “Declaro que a Fazenda, que possuo
partível entre os meus filhos é a seguinte: Item mais a fazenda de
Beberibe em uma légua de terras dos fornos de cal, arrendada ao
Capitão Domingos Bezerra Monteiro, e que daqui a 04 anos acaba o
arrendamento, porque estas são as bastam para servir de conhecimento para os
descendentes legítimos de Jerônimo de Albuquerque conservem ainda bens que
herdaram dele”.
Em
1714, uma parte da fazenda Beberibe foi doada à Igreja de Nossa Senhora
de Guadalupe/Olinda, uma das poucas Igrejas da América do Sul sob a
invocação da padroeira do México, construída pela devoção dos homens pardos
libertos ou escravos da Vila de Olinda entre os anos de 1626 e 1629. Na época
de sua construção, Portugal fazia parte do governo espanhol e talvez por isso a
predileção pela santa da devoção espanhola. A Igreja abriga até os dias de
hoje, a Irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe, tendo servido também de sede à
Irmandade de Nossa Senhora do Bom Parto até 1854, quando foi transferida para a
Igreja de São Sebastião. É a mais antiga Igreja dedicada a Nossa Senhora do Guadalupe
no Brasil. Sua fachada é simples, com uma única torre sineira, sendo composta
por três portas que dão acesso à nave principal e mais duas que dão acesso à
sacristia. Na parte superior, estão cinco janelas com varandas. Seu interior é
simples, tendo a sua nave seis varandas e um púlpito protegido por gradil de
ferro, sustentado por cachorros de pedra. O altar-mor é em madeira trabalhada,
tendo no centro do nicho um quadro vindo do México, com pintura de Nossa
Senhora de Guadalupe. Possui ainda duas tribunas protegidas por gradil de ferro
e o teto pintado com a imagem da Santa. No dia 03/09/1759, o Marquês de Pombal
expulsa a Companhia de Jesus de todo o Reino de Portugal, a propriedade foi
confiscada pela Fazenda Real em 1765, sendo depois vendida em hasta pública.
Sua
fachada é simples, com uma única torre sineira, sendo composta por três portas
que dão acesso à nave principal e mais duas que dão acesso à sacristia. Na
parte superior, estão cinco janelas com varandas. Seu interior é simples, tendo
a sua nave seis varandas e um púlpito protegido por gradil de ferro, sustentado
por cachorros de pedra. O altar-mor é em madeira trabalhada, tendo no centro do
nicho um quadro vindo do México, com pintura de Nossa Senhora de Guadalupe.
Possui ainda duas tribunas protegidas por gradil de ferro e o teto pintado com
a imagem da Santa. No dia 03/09/1759, o Marquês de Pombal expulsa a Companhia
de Jesus de todo o Reino de Portugal, a propriedade foi confiscada pela Fazenda
Real em 1765, sendo depois vendida em hasta pública.
O
próximo proprietário encontrado foi Jacinto
de Freitas da Silva casado com Antônia da Cunha. Em 1767, concluiu-se a
construção de um templo religioso, sob a invocação de Nossa Senhora da
Conceição do Beberibe, cuja capela-mor (ainda existente), foi entalhada pelo
mestre Simão dos Santos Pereira em 1780.
No
começo do século XIX os liberais pernambucanos levantaram suas armas contra o
capitão-general Luís do Rego Barreto, e instalaram o quartel-general do
Movimento em Beberibe. Em outubro de 1821, foi assinada a famosa
"Convenção do Beberibe", nas matas das redondezas, pondo um fim à
gestão do último governador português.
Nessa
época foi constituída uma irmandade, composta de pessoas da localidade, que se
incumbiram das obras de construção da capela Nossa Senhora da Conceição de
Beberibe, na qual descansam os restos mortais dos seus benfeitores. Tomando das
terras patrimoniais, em 29.09.1743, como se vê no termo lavrado em reunião da
corporação, deu logo começo à edificação do templo, mas somente em 1767 foi
instalado o culto público.
No
fim do século XVIII o proprietário do restante das terras do engenho era João
Nunes de Freitas casado com D. Maria Correia de Lyra.
Em 1829, a propriedade era conhecida como a Vivenda
de Sobrado, em função da sua casa, com senzala, casa de farinha, estribaria
e uma grande quantidade de matas e águas cristalinas que eram apanhadas junto
ao Rio Beberibe na altura da ponte do Varadouro/Olinda, e que serviram para o
abastecimento do Recife e de Olinda. No entanto a água foi se tornando impuras,
pois a população olindense usava em demasiado suas águas que eram trazidas
pelos escravos em canoas, em depósitos de
madeira. Fato este que ensejou insatisfações na população e forte desejo
da construção de um sistema de encanamento para levar a água do rio Beberibe
até a cidade do Recife.
Nas terras da antiga fazenda Beberibe, em novembro de 1848,
ocorreu um grande combate entre os integrantes da Revolução Praieira e as
forças de Tosta. Apesar de sua importância, só no dia 02.05.1879,
a localidade foi elevada à categoria de Freguesia e desmembrada da Sé de
Olinda. Com o tempo sendo repassadas de herdeiro para
herdeiro, encerrando a sua série com D. Josefina Francisca de
Freitas e Silva, falecida em 1856 (mais nada foi encontrado).
No
fim do século XIX foi desaparecendo os aspectos do antigo feudo açucareiro, e
suas terras passaram a ser negociadas através de lotes isolados de terras, desaparecendo
definitivamente a fazenda, surgindo um povoado que, basicamente, exploravam a
indústria de carvão vegetal, cultivavam lavouras de feijão, alguns tubérculos e
fabricavam farinha de mandioca.
Nota:
Os atuais bairros de Água Fria, Fundão e Cajueiro nasceram em terras do engenho
Beberibe e, no presente, este último tem uma divisão administrativa bipartida
entre os municípios de Olinda e Recife. No período de 1816 à 1817, sobre aquela
localidade, um cronista registrou: Deixando o Recife passa-se pelo
povoado de Beberibe, situado sobre o rio do mesmo nome, ornado de lindas casas
de campo; e que ali se lava quase a maior parte da roupa do Recife, onde há
falta de água doce.
Fontes consultadas:
A Constituição da
venerável Ordem Terceira da Penitência do Padre Seráfico de São Francisco do
Recife. Disponível em: www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/16755/16755_3.PDF
BENNETT, Ralph G. David
Sênior Coronel.
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victoriano. Nobiliarquia pernambucana. v. I. Rio de Janeiro:.
Anais 1925 Vol. 47 (pág. 57, 147, 210, 323, 357, 466, 467/466);1926 Vol. 48
(pág. 05, 22, 23, 34, 355)
Dicionário Cronológico,
Histórico e Estatístico de Pernambuco. Disponível em: http://www.archive.org
Fontes para História do
Brasil Holandês. A Economia Açucareira. Disponível em:
http://www.liber.ufpe.br/visao holandesa/Search.vh
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_Holandesa_das_%C3%8Dndias_Ocidentais
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
http://www.dei.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/dei/arquivos/nosdorn/nos1204.pdf
http://www.pe-az.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=655&Itemid=81
MELLO, José Antônio
Gonsalves de. O chamado Foral de Olinda de 1537, Revista do Arquivo Público, V
11/28, Recife, 1957 - pág., 44.
MELLO, José Antônio
Gonsalves. Diário de Pernambuco. Recife, 10 jul., 1949
MENEZES, Jose Luiz da Mota. O Papel de
Olinda na Formação do Brasil Colonial.
Disponível em: http://www.fundaj.gov.br. Acesso em: 30.08.2012.
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais Pernambucanos, Vol I, Recife,
Cia Editora de Pernambuco. 1981.
___________________________________
Origem Histórica da Indústria Açucareira em Pernambuco. Anais da Conferência
Açucareira, Recife - 1905.
SOUZA, Roberto Silva
de. Particularidades da Evolução do Espaço Urbano de Olinda (Pe) No Contexto Histórico
de Propriedades Fundiárias. Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
TAUNAY, Alfonso. Escorço
biográfico por Affonso de E. Taunay. Museu Paulista. Imprensa Oficial do
Estado, São Paulo – 1942.
PROPRIETÁRIOS:
1540 - Duarte Coelho Pereira – Nasceu em torno de 1485/Miragaia/Porto/PT, e
faleceu em 07.08.1554/Portugal. Filho de Gonçalo Coelho (membro de uma das
famílias da nobreza agrária do Entre Douro e Minho, Escrivão da Fazenda Real e
Comandante da expedição que veio para o Brasil em 1503) com a plebeia Catarina
Ana Duarte. Sem ter um lar organizado, teria sido criado por uma tia materna
que era a Prioresa do Mosteiro de Vila Nova de Gaia/PT.
Jovem, Duarte
Coelho alistou-se na Marinha Portuguesa e em 1506 partiu para a Índia na
armada de D. Fernando Coutinho. Em 1516/17 foi embaixador no Sião e visitou a
China. Construindo na época Igreja de Nossa Senhora do Outeiro, em
Malaca/Malásia (1521). Retornou a Portugal em 1527.
Em 1531, Duarte
Coelho parte novamente para as Índias e ao retornar recebe o comando da frota
portuguesa para combater os franceses na costa brasileira, em 1532. No ano de
1532, recebe o comando de uma frota para expulsar os franceses do litoral
brasileiro.
No dia
10.03.1534, através de uma carta de doação que foi subscrita em Évora/PT
no dia 25 do mesmo mês, recebe pelos serviços prestados ao Reino de Portugal a
primeira capitania brasileira, com 60 léguas de costa, que
abrangia Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e parte
da Bahia. O donatário, com 60 anos de idade, mesmo podendo administrar a
Capitania em Portugal, resolve partir para o Brasil e, para isso consegue ajuda
dos banqueiros: Fugger de Augsburg, através de seus prepostos, e de Sibald Linz
von Dordorf e Christoph Lins.
Duarte Coelho
desembarca na Ilha de Itamaracá em 09.03.1535. Em sua comitiva vieram: sua
mulher D. Beatriz (Brites) de Albuquerque e filhos, o seu cunhado Jerônimo de
Albuquerque, alguns parentes, várias famílias “nobres do Norte de Portugal”,
judeus especialistas na montagem de engenhos de açúcar, feitores com
experiência nas plantações da cana-de-açúcar na Ilha da Madeira e em São Tomé,
o Feitor e Almoxarife Real, Vasco Fernandes de Lucena, para organização
administrativa da colônia, recebendo como dividendos 02% das rendas
arrecadadas; o Padre Pedro Figueira para assistência espiritual, com um ordenado
anual de 15.000 réis, e mais 04 capelães que receberiam anualmente 8.000 réis
cada um.
Mas como a região
de Igarassu era muito baixa e sujeita a inundações, o que facilitava ataques
indígenas, aliados aos franceses, Duarte Coelho resolve seguir para o Sul à
procura de um local seguro para instalar a sede de seu governo (Olinda), antes
de 12.03.1537 – data de uma Carta de Doação de um local que refere como sendo o
Foral de Olinda. NOTA: Na época, a Capitania de Pernambuco, maior área
territorial da época, era denominada por Duarte Coelho de “Nova Lusitânia”.
Duarte Coelho era
um homem enérgico, mas pacífico com os índios, apesar de enfrentar conflitos
com algumas tribos, foi um administrador patriarcal, monocultor e escravista.
Incentivou o plantio da cana em troca de isenção de taxas de moagem, o comércio
e construiu estaleiros. A expansão dos canaviais e a produção de açúcar
atraíram judeus, italianos, alemães, holandeses, entre outros que pretendiam
enriquecer. Com a dificuldade de mão de obra local, solicitou à Coroa, uma
autorização para importar escravos africanos, uma vez que já era hábito o
tráfico de escravos na Península Ibérica, pois a mão de obra indígena era
insuficiente.
Para os trabalhos
no engenho, Duarte Coelho tentou usar índios, mas eles tiveram dificuldades em
se adaptar àquele duro ofício que não estavam acostumados. Os colonizadores
então começaram a trazer escravos africanos. Incentivados pela Igreja, que
queria converter suas “almas impuras”; e pela Coroa portuguesa, que precisava equilibrar
suas contas, cobrando por cada escravo altos impostos – 3.000 reis por cabeça,
equivalente a 5% do seu valor de mercado. O número das importações foi
crescendo rapidamente. No ano de 1559, chegaram 120 “peças”, em 1570 já
existiam 3.000 e no final do século XVII, 500 mil.
Duarte Coelho e D.
Brites viveram na vila de Olinda na torre de uma Fortaleza, localizada na Rua
Nova, do mesmo lado em que se situa a Sé e nas suas proximidades estava a
ferraria e o terreno que, em 1542, se reservava para a construção de uma
cadeia. Todos os edifícios construídos na vila ficavam localizados em uma
praça, e tinham base de pedras retiradas de um terreno localizado onde hoje se
encontra o colégio Jesuíta de Nossa Senhora da Graça, que teve um dormitório do
lado Leste, ameaçado de ruir por causa quantidade de pedra retirada do local.
Por conta de
intrigas de invejosos no reino, Duarte Coelho volta a Portugal acompanhado de
seus dois filhos, deixando D. Brites como Capitã, com plenos poderes (Livro de
Tombo da Sé de Olinda), assistida pelo seu irmão Jerônimo de Albuquerque. Em
Portugal pediu audiência para falar com o Rei mas não recebido, fica
amargurado, adoece e pouco tempo depois vem a falecer.
Com o seu
falecimento (1554) D. Brites ocupa interinamente o cargo, com todas as honras e
obrigações devidas, até a maioridade do filho.
Senhor do engenho:
Salvador (São Salvador; Beberibe),
fundado em 1542.
Casamento 01: D. Beatriz
(Brites) de Albuquerque, em 1530/Portugal. D. Brites nasceu por volta de
1517 e faleceu em 1584. Filha de Lopo de Albuquerque, membro da família dos
Albuquerque, arrolados entre os “barões assinalados” do poema ‘Os
Lusíadas’, e de Joanna de Bulhão. Dama do Paço da Corte. Nota: Em
vários documentos firmados, Livro Velho da Sé de Olinda, pela esposa do 1º
donatário de Pernambuco está assinado como Beatriz de Albuquerque e não como
Brites, como muitos historiadores afirmam ser seu nome.
03 filhos:
01- Duarte
Coelho de Albuquerque – nascido em 1537/Olinda e falecido em
1580/África. 2º Donatário da Capitania;
02- Jorge
de Albuquerque Coelho – nascido em 1539/Olinda e falecido em
1596/Portugal. 3º Donatários da Capitania;
03- Catarina
da Silva (nada foi encontrado).
Fontes:
http://www.alepe.pe.gov.br/sistemas/perfil/presencafeminina/BritesAlbuquerque.html
Biblioteca Virtual
José Antônio Gonsalves de Mello. Disponível em: http://www.fgf.org.br/bvjagm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_Coelho_Pereira
http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=301&textCode=4894&date=currentDate
http://www.e-biografias.net/duarte_coelho/
1545 (+
-) - Diogo
Gonçalves (Diogo Gomes Froes*) – Nasceu
na Vila do Conde/PT. Filho de Fernán Rodrigues de Campos (senhor da Vila de
Erra) e de Helena Froes. Chegou a Pernambuco no princípio da colonização como
trabalhador braçal, mas logo se tornou um dos homens mais importantes do seu
tempo, quando exerceu o cargo de Auditor da Gente de Guerra da Capitania. Ao se
casar com D. Izabel de Fróis recebeu como dote o engenho Beberibe/Recife, aonde
passou a residir e estabeleceu sua família.
No Livro de Tombo
do Mosteiro de São Bento de Olinda, encontramos vários registros de doações e
vendas de terrenos feitas ou autorizadas por D. Brites, e por ela assinados. Entre
as doações registradas podemos encontrar a de uma sesmaria com 800 braças de
terras que abrangia os atuais bairros de Casa Forte e da Várzea, doada a Diogo
Gonçalves, morador antigo em Beberibe, e pai de "muitas filhas"
e que era casado com D. Isabel Froes que viera para Pernambuco com o casal de
Donatário com recomendações de D. Catharina, esposa de D. João III, com
recomendações que a acomodassem e a protegessem. Nessa sesmaria Diogo Gonçalves
construiu os engenhos Casa Forte/Recife e Santo Antônio da Várzea/Recife, que
legou para suas filhas: D. Cosma e D. Isabel, deixando o engenho Beberibe para
seu filho Leonardo Froes.
1ª Sinagoga do Brasil e das Américas |
Senhor dos
engenhos: Beberibe ou São Salvador/Olinda; Casa Forte/Recife-Casa Forte e Santo
Antônio/Recife-Várzea
Casamento 01: D. Isabel Froes
(Ana), em 1560. – Filha de Álvaro do Campo (terceiro neto do General
Francisco de Brito Freire – Almirante da Armada) e de (NI). Irmã
de D. Leonarda Froes c.c. com o primo Martim Lopes de Brito. D. Isabel, antes de
chegar no Brasil, trabalhou como criada da Rainha D. Catarina, mulher do Rei D.
João III. NOTA: Alguns autores dão a paternidade de D. Isabel a Duarte
Coelho Pereira, pois acham muito estranho D. Isabel ter levado de dote de
casamento o eng. Beberibe que era o único construído pelo Donatário e depois
seu marido ter recebido uma sesmaria, quando D. Isabel era apenas uma protegida
da Rainha D. Catharina.
Quando Duarte
Coelho e D. Beatriz de Albuquerque vieram para a Capitania de Pernambuco
(1535), D. Catarina pediu que trouxessem D. Isabel com eles e lhe dessem
acomodação e amparo financeiro por ser filha de um grande cavaleiro que morrera
na Índia em seu serviço. O que foi executado com muito zelo casando-a com Diogo
Gonçalves, um dos homens mais importantes da Capitania e dando como dote
o engenho Beberibe que pertencia ao Donatário.
03 filhos:
01- Leonardo
Froes – Vereador de Olinda, em 1604, de acordo com uma carta de data e
sesmarias de umas casas no Recife, passada a Belchior Simões, e registrada no
verso da fl. 5 do Livro que serviu de registro da Câmara de Olinda, de 1660 a
1682. C.c. Maria Gonçalves Raposo, depois com Francisca Nova e depois com Francisca Nova. Herdeiro
do engenho Beberibe/Recife (parte em Olinda);
02- D. Isabel
Froes – C.c. Jerônimo Paes de Azevedo (senhor do eng. Casa Forte).
(c.g). Ficando viúva c.c. Belchior Simões. (c.g. desconhecida). Senhora do
engenho Casa Forte/Recife – Casa Forte.
03- D. Cosma
Froes – Segunda esposa de Pedro da Cunha de Andrada. Filho
de Ruy Gonçalves de Andrada (Fidalgo, natural da Ilha da
Madeira), e de D. Leonor da Cunha Pereira. Moço
Fidalgo da Casa Real. Coronel de um dos Terços das Ordenanças em Olinda,
durante a guerra holandesa. Pedro da Cunha foi casado em primeira núpcia com D
Anna de Vasconcellos, filha de João Gomes de Mello (senhor do eng.
Trapiche/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Anna de Hollanda. (c.g.). Senhora do
engenho Santo Antônio/Recife – Várzea.
Fontes:
* Revista do
Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27. Pág. 646-650
e http://geneall.net/pt/nome/232108/diogo-gomes-froes/
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (2) Pág.
125, 126, 147, 199, 210. Anais 1926 Vol 48 (1) pág. 255, 322.
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://doria.genealogias.org/Albuquerques.pdf
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª
edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69
______________________
O Nome e o Sangue. Uma parábola
genealógica no Pernambuco colonial. Edt. Companhia de Bolso. São Paulo, 2009.
Pág. 233
PEREIRA DA COSTA.
F. A. Origens Históricas da Indústria Açucareira em Pernambuco. Aranis da
Conferência Açucareira. Recife, 1905
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Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Na%CE%B2au_(engenho_de_bois). Data de acesso: 26 de outubro de 2014.
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Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>.
Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
1609 - Leonardo de Fróis –
Filho de Diogo Gonçalves e de Isabel Fróis. Um dos homens mais respeitados de
sua época. Vereador de Olinda, em 1604, de acordo com uma carta de data e
sesmarias de uns chãos no Recife, passada a Belchior Simões e requerida pelo
seu filho Felipe Cruz, registrada no verso da folha 05 do livro de registro da
Câmara (1660/82). Participou da guerra contra os holandeses, sendo preso no
Arraial do Bom Jesus, como refere Marquês de Basto em suas memórias.
Senhor do engenho
Beberibe, antes São Salvador/Recife,
herdado de seu pai, proprietário até 1636.
Casamento 01: Maria Gonçalves
Raposo – Falecida em 16/11/1612-Olinda, antes da invasão holandesa, sendo
sepultada na Igreja da Casa da Misericórdia, deixando como testamenteiros seus
cunhados: Francisco de Barros Rego e Francisco Monteiro Bezerra e o concunhado
Jerônimo Paes de Azevedo. Filha de Diogo Alves Pessoa e de Maria Gonçalves.
Segundo as memórias de Antônio de Sá de Albuquerque, D. Maria foi casada com
Leonardo Froes, e deste matrimônio nasceram duas filhas. Uma que c.c. seu primo
o Tenente General Antônio de Freitas da Silva. (Com geração desconhecida)
Casamento 02 (1630): Francisca Nova – Filha de Thomé
de Castro e de Maria Nova de Lyra. O casal aparece mencionados em documentos
como vivos em 1630. (s.g.).
Fontes:
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca
Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1925 Vol 47 (3) – pág. 147, 409, 466
________________________________________. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da
Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1926 Vol 48 (5). Pág. 27, 246, 255,
322
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª
edição. São Paulo, 2012. Pág. 65
1636 - Antônio de Sá Maia –
Nascido em Barcelos/PT e falecido em 1638/Recôncavo Baiano, durante um assédio
feito pelos holandeses a cidade de Salvador. Filho de Duarte de Sá Lima e de
Joana Tavares. Segundo Evaldo Cabral de Melo, Antônio de Sá Maia era
cristão-novo, uma vez que pagou uma finta ou imposto especial cobrado dos
cristãos-novos no tempo da união dinástica entre Portugal e Castela
(1580/1640). Fidalgo da Casa Real. Alcaide-mor de Olinda. Provedor da Santa
Casa da Misericórdia/Olinda. Comandante de Cavalaria Auxiliar, 1615/1635.
Coronel do Regimento de Cavalaria de Itamaracá. Capitão de Cavalos da Muribeca
e do Cabo de Santo Agostinho.
Antônio de Sá Maia
que antes da ocupação holandesa tinha ocupado todos os cargos honrosos do
Brasil e tinha se tornado um dos homens mais ricos de sua época, perdeu tudo o
que tinha no começo da invasão e para não arriscar a fidelidade dos empregados
e escravos retirou-se e os levou para a Bahia (1635), quando acompanhou o
General Mathias de Albuquerque e a maioria dos senhores de engenho
pernambucanos, cerca de 8.000 pessoas, entre família, escravos, feitores, etc.
Em 1637 todos os
engenhos de sua propriedade foram confiscados para não arriscar a fidelidade de
seus empregados e escravos, por se encontrarem abandonados. A fazenda Beberibe
(antigo engenho) foi vendida a Duarte de Saraiva, por 10.000 florins, e os
engenhos: Novo da Muribeca e Santo André, que se encontravam destruídos por um
incêndio causados por tropas holandesas (1633), foram vendidos a Gaspar Dias
Ferreira.
NOTA: De acordo
com seu testamento: seus despojos deveriam ser enterrados junto aos dos pais na
Igreja do Carmo/Olinda, cujos frades o acompanhariam, dizendo-lhe um ofício de
nove lições de corpo presente na semana seguinte a seu enterro, recebendo o
óbolo de 100 cruzados. Pela sua alma e das suas duas esposas, os frades
carmelitas deveriam, “enquanto o mundo durar” rezar seis missas semanais, com
exceção da sexta-feira, dia da missa de seu pai Duarte de Sá. Para essas missas
reservava 48.000 réis, do aluguel de casas a serem adquiridas em Olinda, e que a
Ordem Carmelitas não poderia alienar em tempo algum.
Senhor dos engenhos: Beberibe/Recife (faz.
Beberibe, proprietário em 1636) e os engenhos: Suassuna/Jaboatão dos
Guararapes (vendido a Gaspar Dias Ferreira pelos holandeses); Santo
André/Jaboatão dos Guararapes – Muribeca(vendido a Gaspar Dias Ferreira
pelos holandeses); Novo/Jaboatão dos Guararapes – Muribeca; Santa
Maria/Jaboatão dos Guararapes (vendido a Gaspar Dias Ferreira pelos
holandeses).
Casamento 01: Maria de Melo
de Albuquerque (tia de sua segunda esposa) filha D. Isabel de Mello de
Albuquerque e de Scipião... Pitta Porto Carrreiro (Gov. do Rio Grande do Norte,
em 1631)
Filhos encontrados (o
casal teve 11 filhos mais só uma sobreviveu):
01- D. Lourença
de Albuquerque, filha única – C.c. Gaspar de Barros, contra a vontade dos
pais.
Casamento 02: D. Catarina de Albuquerque, sobrinha
de sua primeira esposa – Filha de Cristóvão de Albuquerque (Fidalgo da Casa
Real e Alcaide-mor e Gov. da Paraíba) e de D. Ignez Falcão (falecida em 1621,
cujos testamenteiros foram: Christovão de Albuquerque, seu filho, e Antônio de
Sá Maia, seu genro). Neta paterna de Jerônimo de Albuquerque e de D. Felippa de
Mello. Durante a ocupação holandesa fugiu com seu marido e família para a
Bahia. Após o falecimento de seu marido e o roubo de todos os seus pertences
trazidos de Pernambuco, orçados em cerca de 10.000 cruzados, D. Catarina ficou
muito pobre, numa terra estranha, cuidando de 05 filhos que tinha ido com o
casal para a Bahia, quando resolveu entrar com uma petição solicitando uma
sentença de justificação, pelos serviços prestados por Antônio de Sá Maia,
enquanto isso “ficou a pedir esmolas” e sendo ajudada por D. Catarina
Barreto, que também imigrara para a Bahia. O casal teve 25 filhos, em 23
partos, mas só se conhece pelos genealogistas a existência de 15 deles. D.
Catharina casou em 2ª núpcias com Pedro Lopes de Vera.
Filhos reconhecidos pelos
genealogistas:
02- Duarte
de Sá Lima – Que ainda vivia em 1626. Faleceu solteiro;
03- João
de Albuquerque de Melo – Nada foi encontrado;
04- Jorge
de Albuquerque – Falecido
solteiro;
05- Duarte
de Albuquerque de Melo – Falecido criança;
06- André
de Albuquerque de Melo – Falecido criança;
07- José
de Sá Albuquerque, o Olho de Vidro – Nasceu em Olinda, sendo batizado pelo
Pe. Luiz Álvares Pinto, na Igreja do Recolhimento de Nossa Senhora da
Conceição, no dia 23.08.1620, e foram seus padrinhos seus tios: Mathias de
Albuquerque (Conde de Alegrete) e D. Isabel de Mello. Faleceu em 1711, com
quase 10 anos de idade. Homem muito honrado e estimado em sua época. Quando
seus pais imigraram para a Bahia, foi um dos 05 filhos que os acompanharam.
Lutou junto ao seu pai contra os holandeses na defesa de Taparica/BA. Capitão e
depois Coronel do Regimento das Ordenanças da Muribeca, Cabo de Santo Agostinho
e Ipojuca durante a Restauração pernambucana. Exerceu o ofício de Juiz
Ordinário da vila de Olinda por diversas veze. Em 1683 foi Provedor da Santa
Casa da Misericórdia de Olinda. Recebeu o hábito da Ordem de Cristo do Rei D.
Pedro, em remuneração de seus serviços e dos seu pai e avós, com 80.000 reis de
tença, em 20.06.1681. fidalgo Cavaleiro da Casa Real, em 16.03.1694, com
moradia de 1.600 reis por mês e uma alqueire de cevada por dia. . Padroeiro da
Capela-mor do Carmo/Olinda. Senhor das capelas vinculadas nos engenhos: Santa
Andrpe e Novo da Muribeca, ambos em Jaboatão dos Guararapes – Muribeca.
C.c. Catarina
de Melo de Albuquerque, sua prima. Filha de sua tia paterna D. Brites,
se tornou chefe da família depois do falecimento do seu pai;
08- Manoel
de Sá de Albuquerque – Nascido em 1616, batizado aos 08 anos de idade
na Igreja da Sé de Olinda no dia 03.07.1626. Foi com seus pais para a Bahia
(1635). Gêmeo de Antônio de Sá Maia Júnior. Faleceu solteiro com mais de 80
anos;
09- António
de Sá Maia Júnior – Gêmeo de Manuel de Sá Albuquerque. Faleceu antes
de 1635, ano que seus pais e 05 irmãos foram para a Bahia;
10- Joana
de Albuquerque – Falecida criança;
11- Maria
de Albuquerque – Falecida criança;
12- D. Brites
de Albuquerque – C.c. Filipe Pais Barreto (senhor
do eng. Garapu/Cabo de Santo Agostinho), filho de João Paes Barreto e de D.
Ingez Guardez.. (c.g.);
13- Ana de
Lima Mahia, falecida criança;
14- Joana de Sá e Melo – C.c. Fernão
Figueira de Moura;
15- Luísa de Melo Albuquerque –
C.c. Fernão Velho de Araújo;
16- D. Ignez
de Albuquerque de Mello – Batizada no dia 27.09.1622 na Igreja do
Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, segundo o Livro Velho da Sé de
Olinda. Desde pequena teve inclinação para entrar para um convento, mas foi
impossibilitada de aconseguir o que lhe apetecia por conta da destruição da
guerra holandesa. Quando seus pais foram para a Bahia foi um dos 05 filhos que
os acompanharam. Em casa de seus pais vestia o hábito da Ordem Terceira de
Nossa Senhora do Monte do Carmo, descoberto. D. Ignez faleceu idosa e cheia de
virtudes;
17- D. Branca
Mahia de Lima – Nada foi encontrado.
18- D. Maria
de Sá e Lima – Batizada
no dia 01.05.1624, na Igreja do Mosteiro de São Bento de Olinda, pelo Pe. D.
Abbade Fr. Angelo;
19- D. Clara
de Lima Maia – Falecida criança;
20- Ana de
Melo de Albuquerque – Falecida criança;
Fontes:
Anais da
Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Anais: 1920-1921 Vols 43 / 44. 1925
Vol 47 (Pág. 125, 126, 147, 199). Anais 1926 Vol 48 - Pag: 322
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca
Nacional. Rio de Janeiro Anais 1925 Vol 47 (3) Pág. 72
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca
Nacional. Rio de Janeiro Anais 1926 Vol 48 (5) Pág. 05, 22, 200, 201, 202, 215,
367-368
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://doria.genealogias.org/Albuquerques.pdf
http://www.alepe.pe.gov.br/sistemas/perfil/presencafeminina/BritesAlbuquerque.html
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.
php?id=6
http://www.dei.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/dei/arquivos/nosdorn/nos1204.pdf
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=291173
http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=content&task=view&id=44&Itemid=117
J. A. Gonsalves de
Mello e Cleonir Xavier de Albuquerque (eds.), Cartas de Duarte Coelho a El-Rei
(Recife, 1967), pp. 29 e 114.
MELLO, Evaldo
Cabral de. Olinda Restaurada, Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt. 34.
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Relatório de Van
der Dussen cit., pp.
47/48
Revista do
Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27.1347
1637 - Duarte Mendonça Saraiva (David Sênior Coronel) – Nasceu em 1572/Amarante-PT e
faleceu em 1650/Pernambuco, com 75 anos de idade; sendo sepultado no cemitério
judeu do Recife, onde estão também sua esposa e um neto*. Membro da família
Sênior Coronel, muito conhecida na Espanha e radicada em Hamburgo. Filho de
Heitor Coronel e de (?), casados em Monção/PT, na família Saraiva de origem
cristã-nova. Tio de Gaspar de Mendonça (senhor do engenho Apipucos) e de João
de Mendonça (senhor do engenho Madalena). Jovem, David imigrou para Amsterdã
(1598), como muitos jovens judeus, para poderem praticar abertamente a sua
religião, e também por ser considerada um dos maiores centros econômicos
europeus. Em 1601, era um homem rico e comercializava o sal e de outras commodities com Portugal. No ano de 1604
já tinha se tornado cidadão de Amsterdã. Nessa época David Sênior Coronel já
usava o nome cristão de Duarte Mendonça
Saraiva , e começara a negociar mercadorias para o Brasil.
Quando os holandeses
invadiram Pernambuco (1630) e começaram a prometer facilidades para a entrada
de colonos na terra conquistada; um grande número de judeus sefardim e alguns
poucos ashkenazim resolveram imigrar com sua família e trazendo novas técnicas
comerciais e industriais. Entre eles estava Duarte Saraiva, que residia em
Frandes e imigrou para Pernambuco com toda a sua família. CURIOSIDADES: Entre
os muitos judeus que solicitavam transferência para a "terra do
açúcar", feitas ao Conselho Político da Companhia das Índias Ocidentais em
Amsterdam, no período de 01.01.1635 a 31.12.1636, cujo único livro de atas se
conservou até os nossos dias, podemos citar Daniel Gabilho que viera para
Pernambuco a serviço de Duarte Saraiva.
Chegando ao Recife,
Duarte Mendonça Saraiva trabalhou
como Corretor de Açúcar no Recife (1635) e logo assumiu publicamente sua
condição de judeu, mudando seu nome ‘católico’ para o judeu David Sênior
Coronel.
Duarte de Saraiva
se torna um dos homens mais rico da Capitania e muito estimado pela comunidade
judaica, sendo homenageado pelo conhecido rabino de Amsterdã, Menasseh ben
Israel, quando da publicação do seu livro El Conciliador (Amsterdã, 1641). Seu
nome aparece vinculado, durante o domínio holandês, à compra de escravos
africanos, fretamento de navios, proprietário de imóveis, rendeiro e
proprietário de vários engenhos adquiridos em leilão feito pela Companhia das
Índias Ocidentais holandesa. Por duas vezes (1639 e 1644) ele arrematou a
cobrança dos impostos da Companhia sobre a produção do açúcar em Pernambuco,
gastando na primeira vez a quantia de 128.000 florins.
Com o crescimento
da população judaica em Pernambuco o Conselho Político da Companhia das Índias
decidiu, em 09/11/1635, vender alguns lotes de terrenos localizados junto à
"Porta de Terra", ao Norte do Recife, no istmo que ligava a povoação
do porto à vila de Olinda. Devido às construções ali realizadas, neste e em
outros lotes que foram comprados por muitos comerciantes e pelos mais ricos
mercadores judeus da comunidade, como Gaspar Francisco da Costa (José Atias),
Moisés Navarro, Abraão Azevedo, entre outros, em 1636, surge a Rua dos Judeus
(Jodenstraat), denominação que se manteve até 1654, quando da retirada dos
holandeses de Pernambuco, passando a ser chamada de Rua da Cruz, em alusão a
uma grande cruz erguida sobre o arco da "Porta de Terra", em cujo
pavimento superior veio a funcionar a capela do Senhor Bom Jesus das Portas. Em
1850, por necessidade do trânsito, foi demolido o chamado Arco do Bom Jesus,
com a sua capela, passando a rua, em 1870, a ser denominada Rua do Bom Jesus em
alusão à capela que nela existira. Em 05.11.1992, o autor destas linhas, com o
consentimento do então prefeito da Cidade do Recife, Gilberto Marques Paulo, e
o apoio do presidente do Centro Israelita de Pernambuco, sr. Germano Haiut, fez
afixar na antiga Rua dos Judeus as placas indicativas. Coube ao artista
Bernardo Dimenstein fazer o desenho e ao ceramista Ferreira confeccionar as
placas em cerâmica que foram afixadas no local: Rua do Bom Jesus antiga Rua dos
Judeus. 1636 - 1654
David Sênior
Coronel compra um dos lotes medindo 80 pés de comprimento e 60 de largura
(24,3440 m. x 18,2880) por de 450 reais, para construir uma casa que lhe serviria
de residência e que a rés-do-chão seria montado seu negócio, como era comum na
época. Mas, assim que a moradia ficou pronta, passou a funcionar nela a primeira
sinagoga das Américas, e depois, de forma definitiva, foi estabelecida no local
a Kahal kadosh Zur Israel (Santa Comunidade Rochedo de Israel), que congregava
os judeus imigrantes dos Países Baixos como os cristãos-novos que tinham
retornado ao judaísmo. NOTA: O nome de batismo da nova comunidade talvez viesse
em alusão ao próprio arrecife, localizado no porto do Recife. É desta época a
visão de outro contemporâneo, o reverendo calvinista Joannes Baers (1580-1653),
que assim sintetiza a descrição da cidade de então: "o Recife é um arrecife".
CURIOSIDADES: Destino da Sinagoga: Após a Insurreição
Pernambucana, o Governo português, entre as presas de guerra, fez doação do
prédio onde funcionara a sinagoga a João Fernandes Vieira. Após 20 anos o
prédio da Sinagoga foi transferido por escritura de doação, datada de 14.10.1679,
à Congregação do Oratório de São Felipe de Neri. Em 1821, com a extinção dessa
ordem, os dois prédios passaram a integrar o patrimônio do Colégio dos Órfãos
(1835) e posteriormente a Santa Casa de Misericórdia do Recife (1862), sua
atual proprietária. Os prédios, que tinham os números 12 e 14, no século
passado, receberam nova numeração no início deste século, passando a ostentar
os números 197 e 203. Sua identificação tornou-se possível graças à planta
existente no arquivo da Empresa de Urbanização do Recife - URB, encontrada pelo
professor José Luiz da Mota Menezes, e de sentença judicial em favor da Santa
Casa de Misericórdia do Recife publicada no Diário da Justiça, de março de
1962, que identifica expressamente os dois imóveis. Comunicado neste sentido
foi feito pelo professor José Antônio Gonsalves de Mello, em sessão do
Instituto Arqueológico Histórico
e
Geográfico Pernambucano e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, anteriormente citada.
CURIOSIDADES: Nas Denunciações
e Confissões de Pernambuco feitas na 1ª Visita do Santo Ofício, David Sênior
Coronel é citado como frequentador da
casa de Manuel Cardoso Milão. Existe também vários depoimentos de
luso-brasileiros a informar que, antes da instalação da sinagoga no Recife
(1636), a casa de Duarte Saraiva serviu de ponto de reunião e de culto dos
judeus chegados da Holanda e dos cristãos-novos de Pernambuco convertidos ao
judaísmo.
David Sênior
Coronel toma posse como escabino de Recife, junto a outros judeus como: Moisés
Navarro, Francisco da Costa, Joseph Francês, Salomão Dorminod e Moisés Zacuto. Em
06.08.1642, garante as dívidas, perante seus credores, do comerciante judeu
Moises Abendana. No dia 20.02.1654, o nome de David Saraiva é colocado na lista
de proprietários judeus, sendo possuidor de casas e lojas em Recife e em
Olinda, engenhos de açúcar e da firma Sênior-Coronel, que depois foi confiscada
pelos portugueses. Ao falecer tinha créditos a receber da coroa portuguesa, na
importância de 351.502 florins, e todos os seus bens tinham sido hipotecados
devidos aos empréstimos tirado na Companhia da Índia Ocidental holandesa.
CURIOSIDADES:
Perto da “a casa La Fontaine”, construída por Nassau para seu lazer,
existia uma mata, que os holandeses ávidos por dinheiro, venderam a Duarte de
Saraiva para que fornecesse lenha tirada das matas do engenho Madalena pertencente
a João de Mendonça, para as fornalhas da residência do Conde Maurício de Nassau.
Senhor dos engenhos:
Beberibe/Recife (comprado em 17.06.1637); Bom Jesus/Cabo de
Santo Agostinho (comprado em 17.06.1637); Camaçari/Jaboatão dos
Guararapes (comprado em 1638); Jurissaca/Cabo de Santo
Agostinho; Madalena/Recife (comprado em 1641); Novo/Cabo de
Santo Agostinho (comprado em 23.06.1637); São João do Salgado/Cabo
de Santo Agostinho (comprado em 1639); Torre ou Rosário da
Torre/Recife (comprou uma parte das terras em 1638).
Casamento 01: Maria Saraiva,
em1598 - Amsterdã
Filhos:
01- David Isaac (Duarte Sênior Júnior) – Herdeiro de seu
pai. Rabino e Mestre-escola entre os judeus portugueses de Amsterdam. C.c.
Ester Saraiva (Senior Coronel);
02- Antônio Saraiva (Sênior Coronel) - Nada
mais foi encontrado;
03- Isaac
Saraiva (Sênior Coronel) – C.c.
Sara Saraiva (Senior Coronel) (born Sarfati).
A família Sênior
Coronel voltou para Amsterdam em 1654, após os holandeses se rendera. Nos
tribunais, David
Ishac tentou recuperar da mudança da família para o Brasil. Ele
pode ter sido tesoureiro da comunidade judaica de Recife em 1652, mas voltou
com o resto de sua família para Amsterdã em 1654. Morreu lá em 1676 com a idade
de 51. Seus descendentes, eventualmente, emigraram para o Suriname (Guiana
Holandesa), na costa norte da América do Sul, onde também entraram no negócio
de açúcar.
Fontes:
**http://www.myheritage.com.br/person-1000775_26310451_26310451/duarte-david-saraiva-senior-coronelhttp://lhs.unb.br/
biblioatlas/S._Madanella_(engenho_de_bois)
*http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=566%3Acemiterio-judeu-nas-americas-recife-&catid=38%3Aletra-c&Itemid=1
http://brasilhis.usal.es/?q=pt-br/node/113
http://culthotel.com.br/wp-content/uploads/2012/08/judeus.pdf
http://fateadal.wordpress.com/2008/10/31/judeus-em-pernambuco-no-seculo-xvi/
http://valverdewebmaster.tripod.com/id16.html
http://www.ahjb.org.br/pdf/jornal_jun01.pdf
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/index33.html
http://www.jackwhite.net/iberia/coronel.html
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª
edição. São Paulo, 2012. Pág. 62-64, 99, 104, 121
______________________
O Nome e o Sangue. Uma Parábola Familiar
no Pernambuco Colonial. Edt. Topbooks. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Pag. 56 e 215
MELLO, José
Antônio Gonsalves de Mello. Tempo dos Flamengos. 2ª edição. BNB e
Governo de Pernambuco. Recife, 1979. pág. 55, 100, 119, 131, 253, 258, 263.
___________________________________ Gente da Nação: cristãos-novos e judeus em
Pernambuco. 1542-1654. Fundação Joaquim Nabuco, 1996. 546 páginas.
RIBEBBOIM, José
Alexandre. Senhores de engenho Juseus em Pernambuco Colonial. 1542-1654. 3ª
edição revisada e aumentada. 20-20 Comunicação e Editora. Recife, 1995. Pág. 91
a 95
1650 - David Ishac (Duarte Sênior
Júnior) – Nasceu em 1625/Amsterdã
e faleceu em 1676/Amsterdã, com 51 anos de idade e falecido em 1676, com 51 de
idade. Filho e herdeiro de Duarte Mendonça Saraiva (David Sênior Coronel).
Chegou a Pernambuco com a sua família com 11 anos de idade.
David Ishac herdou
todas as propriedades de seu pai, na época em que estava no auge a guerra
contra os holandeses. Tesoureiro da comunidade judaica de Recife, em 1652.
Herdou do avô a inscrição de número 133 da Santa Companhia de Dotar Órfãs e
Donzelas, de Amsterdã, e que poderia ser sido o Tesoureiro da Terra Santa,
entre os anos de 1650 e 1651.
Após o falecimento
de seu pai hipotecou as empresas de seu pai e ficou devendo muito dinheiro a
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Sem poder pagar as dívidas Ishac retornou
para Amsterdã (1654), após a rendição holandesa, onde exerceu as funções de
rabino e mestre-escola entre os judeus portugueses, e foi um dos principais
líderes daquela comunidade. Passado algum tempo Davi Ishac tentou recuperar nos
tribunais o controle das propriedades de seu pai e da firma Sênior-Coronel que
havia sido confiscada pelos portugueses, mas não teve sucesso. Rabino e Mestre-escola
entre os judeus portugueses de Amsterdam.
NOTA: Seus
descendentes emigraram para o Suriname (Guiana Holandesa), na costa norte da
América do Sul, onde entraram no negócio de açúcar.
Senhor dos engenhos: Fazenda
Beberibe/Recife; Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho; Bom Jesus/Cabo de Santo
Agostinho; Camaçari/Jaboatão dos Guararapes; Madalena/Recife; Novo/Cabo de
Santo Agostinho; São João do Salgado; Torre ou Rosário da Torre/Recife; Velho
ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho
Casamento 01: Ester Saraiva
(Senior Coronel)
Filhos: (?)
Fontes:
Arruda, Gustavo. História
do Recife XI. Disponível em: https://docs.com/JBK1
http://fateadal.wordpress.com/2008/10/31/judeus-em-pernambuco-no-seculo-xvi/
http://geneall.net/en/forum/150627/familia-saraiva/
http://valverdewebmaster.tripod.com/id16.html
http://www.arquivojudaicope.org.br/2012/pt/compilacoes/mello-4.html
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/index33.html
http://www.jackwhite.net/iberia/coronel.html
RIBEBBOIM, José
Alexandre. Senhores de engenho Juseus em Pernambuco Colonial. 1542-1654. 3ª
edição revisada e aumentada. 20-20 Comunicação e Editora. Recife, 1995. Pág. 92
José de Sá e
Albuquerque, “o Olho de Vidro” – Nasceu
em 1615/Olinda e foi batizado pelo Pe. Luiz Álvares Pinto, na Igreja do
Recolhimento da Conceição/Olinda, que ficava junto à casa de seus pais. Teve
como padrinho o General Mathias de Albuquerque, primo de sua mãe. Faleceu em
1711, com quase 100 anos de idade. Filho de Antônio de Sá Maia e de D.
Catharina de Albuquerque. Com apenas 15 anos de idade imigrou com seus pais e
mais 04 irmãos para a Bahia (1635). Jovem lutou junto ao seu pai contra os
holandeses na defesa de Itaparica/BA.
Curiosidades: Durante
a ocupação da Ilha de Itaparica/Bahia pelos holandeses e do bloqueio a cidade
de Salvador e do Recôncavo baiano, José de Sá e Albuquerque todo dia ia seguia
em barcos congos que saíam para incomodar as naus inimigas, aliviando a barra
de Salvador.
Com o falecimento
de seu pai Antônio de Sá Maia, a chefia da família passou para José de Sá e
Albuquerque que era o primogênito. Herdeiro do engenho Santo André, recebido de
seu avô e confirmado por seu pai ao encapelar a propriedade em seu favor. Mas
seus irmãos protestaram e todos os bens de seus pais foram divididos
igualmente. Depois foi feito um acordo: José de Sá e Albuquerque ficaria com a
fábrica do engenho Novo, um terreno na Rua Nova – aonde foi a casa de seu avô,
a fazenda Beberibe e a totalidade do eng. Santo André; suas irmãs e seu irmão
Manuel receberiam suas legítimas em partidos de cana no eng. Novo, pois não
tinham forças para lutar contra seu irmão José, que em contrapartida saldou
todas as dívidas de seus pais, cujo montante correspondia ao valor atribuído ao
eng. Santo André, e com a posse da totalidade do engenho, conseguiu encapela-lo
(1612), oficializando o morgadio criado pelo seu avô, Duarte de Sá.
Em 1653 ao
retornar do exílio na Bahia, participou do sítio e da rendição do Recife como
Capitão e depois Coronel do Regimento das Ordenanças da Muribeca, Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca.
Exerceu o ofício
de Juiz Ordinário de Olinda por diversas vezes. Recebeu o hábito da Ordem de
Cristo do Rei D. Pedro, com deliberação de exigências, em remuneração de seus
serviços e dos seu pai e avós, com 80.000 reis de tença, em 20.06.1681. Provedor
da Santa Casa da Misericórdia de Olinda (1683). Fidalgo da Casa Real, em
16.03.1694, com moradia de 1.600 reis por mês e um alqueire de cevada por dia.
Padroeiro da Capela-mor da igreja do Carmo/Olinda. Senhor do Morgado de Santo
André/Jaboatão dos Guararapes-Muribeca, instituído pelo seu avô Duarte de Sá.
Senhor da capela vinculada do engenho Novo da Muribeca/Jaboatão dos
Guararapes-Muribeca. Autor da primeira monografia sobre a família Albuquerque, escrita
em 1693, e “Povoações e cousas do Brasil” e “História genealógica dos
descendentes de Jerônimo de Albuquerque”.
Senhor dos engenhos: Santo
André/Jaboatão dos Guararapes (antes Muribeca); Novo da Muribeca/Jaboatão dos Guararapes - Muribeca (na partilha
entre os herdeiros lhe coube a fábrica, enquanto as terras ficaram para seus
irmãos); e da Fazenda Beberibe/Recife
Casamento 01: D. Catarina de
Melo de Albuquerque – Filha de sua tia materna D. Brites de Albuquerque e
de Filipe Pais Barreto.
Filhos:
01- José
Lins de Albuquerque – Faleceu solteiro;
02- Affonso
de Albuquerque de Mello – Fidalgo da Casa Real.
Casamento 01: D. Anna Maria Falcão – Filha do
Mestre de Campo Zeenóbio Accioli de Vasconcellos e de D. Maria Pereira de
Moura. (s.g.);
Casamento 02: D. Marianna da Câmara de Albuquerque –
Filha do Gov. Mathias de Albuquerque Maranhão e de D. Isabel Câmara. (s.g.);
Casamento 03: D. Ignez Barreto de Albuquerque – Filha
do Sargento-mor Antônio Paes Barreto e de D. Maria de Fonseca Barbosa, filha de
T. C. Affonso Broa. (s.g.);
03- Antônio
de Sá de Albuquerque. Fidalgo da Casa Real.
Casamento 01: D. Margarida
da Rosa de Vasconcellos, por vontade própria – Filha de Domingos Nobre
e de Margarida da Rosa. (c.g.).
04- Pedro
de Mello de Albuquerque – Cônego. Fidalgo da Casa Real. Teve um filho com
uma mulata, escrava de seu irmão Affonso de Albuquerque de Mello, a quem
chamaram de Francisco Xavier de Albuquerque;
05- D. Maria
Maior de Albuquerque – C.c. seu primo o Capitão-mor e
Morgado do Cabo João Paes Barreto (II). (c.g.)
Fontes:
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca
Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1926 Vol 48 (22) pág. 04-05, 22, 23
BORGES DA FONSECA,
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca
Nacional. Rio de Janeiro. Anais 1925 Vol 47 (6) Pág. 148, 323, 415
http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=content&task=view&id=44&Itemid=117
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010/12/genealogia-brasileira-joaquim-nabuco-e.html
PAES BARRETO,
Carlos Xavier. Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e seus Descendentes.
Edt. Melso Soc. Anônima. Rio de Janeiro
Domingos
Bezerra Monteiro – Filho de Domingos Bezerra e de D.
Brázia Monteiro. Capitão.
Rendeiro
da Fazenda Beberibe/Recife (1709 a 1713), de acordo
com o testamento de José de Sá Albuquerque, feito em 1709.
Casamento
01: Antónia Rodrigues Delgado
Filhos:
01-
Cosme Bezerra Monteiro – C.c.
Bernarda Cavalcanti (c.g.);
02-
Simoa Bezerra – C.c. Bento Rodrigues
da Costa (c.g.)
Fontes:
BORGES
DA FONSECA. Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1926 Vol.
48. Pág. 355
_____________________________________________________________
Anais 1925 Vol 47 (3). Pág. 472.
Jacinto de Freitas
da Silva – Filho de João de
Freitas da Silva e de D. Catarina de Albuquerque. Neto materno de João de
Freitas da Silva. Batizado em 16/03/1680 e faleceu em 24/12/1757. Fidalgo da
Casa Real. Tenente-Coronel de um dos Regimento de Auxiliares de Pernambuco, que
chamava de Volante e que foi extinto em 1739, quando foi criado terços com
Mestre de Campo. Capitão de Infantaria no Regimento da Praça do Recife.
Vereador de Olinda (1715, 1729 e 1744). Provedor da Santa Casa da Misericórdia
(1732).
Senhor do engenho
Casa Forte/Recife, sucessor de seu
irmão Antônio de Freitas da Silva; e da fazenda Beberibe/Recife
Casamento
01: Antônia da Cunha, irmã de sua cunhada Francisca Monteiro –
Filha de Manuel Carneiro e de Sebastiana de Carvalho.
Filhos:
01- João
de Freitas da Silva – Sargento-mor do Terço de Auxiliares do Cabo de Santo
Agostinho, faleceu solteiro;
02- Sebastiana
de Freitas – Faleceu solteira, em 15/09/1748;
03- Francisca
Maria de Feitas da Silva – C.c. Manoel Lopes de São Tiago.
(s.g.);
04- Isabel
Bernarda de Freitas da Silva – C.c. Antônio da Silva Santiago.
(s.g.);
05- Antônio
de Freitas da Silva – C.c. D. Francisca Monteiro.
Casamento 02, com
mais de 70 anos: D. Maria de Siqueira.
Filhos: 06- Isabel
da Silva – (nada foi encontrado)
Fontes :
BORGES DA FONSECA.
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925, 1626.
João Nunes de
Freitas – Filho de André Lopes de
Leam. Senhor de várias terras e da Capela de São Boa Ventura.
Proprietário da fazenda
Beberibe/Recife
Casamento 1:
D. Maria Correia de Lyra, natural do Cabo de Santo Agostinho. Filha
de Cristóvão Correia e de Catarina de Lira, naturais da Ilha da Madeira.
Filhos:
01- Jacinto
de Freitas de Lira – Sacerdote de São Pedro;
02- Cristóvão
Correia de Lira – Sacerdote de São Pedro;
03- Maria
Correia de Lira – C.c. Luiz Ribeiro, que viveram em Beberibe;
04- Antônio
de Freitas de Lira – C.c D. Faustina Fernandes de Sá;
05- Felipa
Nunes – C.c João Gomes de Melo e Albuquerque, que viveram em Beberibe.
Fontes :
BORGES DA FONSECA.
Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925
D. Josefina
Francisca de Freitas e Silva - Falecida em 1856.
Última
proprietária encontrada das terras que restaram do antigo engenho Beberibe.
4 comentários:
muito boa essa sua pesquisa. grata pela postagem. adoro história. ainda mais essa, da origem dos engenhos de pernambuco. pois também faz parte da minha própria biografia.
Olá Lou!
Parabéns pelo seu trabalho maravilhoso! Meu nome é Eliane e gostaria muito de entrar em contato com você, pois tenho ancestrais das famílias de Veras, de Azevedo, Rezende e Campos.
Preciso de dicas, inforamações e também contato de genealogistas.
Meu email é prates_eliane@yahoo.com.br
Grata
!
Olá Lou!
Parabéns pelo excelente trabalho! Seu conhecimento e pesquisa são impressionantes. Muito obrigada por publicar neste blog e enriquecer o conhecimento de todos.
Me chamo Valeriano de Melo e sou tataraneto do cel.Luciano Eugênio de Melo que foi o segundo prefeito de olinda e proprietário do engenho Beberibe,tendo como filho primogênito o cel.Valeriano Eugênio de Melo,esse meu bisavô,no qual tenho a honra de ter meu nome em sua homenagem.
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