No princípio do século XVI o
Donatário Duarte Coelho doou uma sesmaria localizada na margem direita do Rio
Capibaribe ao seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, que ao falecer deixou em
legitima para seus filhos tidos fora do casamento, que depois venderam cada um
a sua parte. Entre os que compraram parte da dita sesmaria se encontra Pedro Afonso Duro.
Pedro Afonso Duro
– Nasceu de Évora-Alentejo/Portugal e faleceu em torno de 1593. Imigrou para
Pernambuco onde se tornou um homem muito rico. Ainda vivia em Olinda no ano de
1610.
CURIOSIDADES:
Pedro Afonso Duro e sua filha Ignez Barrosa foram padrinhos de batismo de
Domingos Calabar em 15/03/1610-Ermida do eng. Velho que pertencia a Jerônimo de
Albuquerque, conhecida como Fornos de Cal.
Senhor
do engenho Madalena/Recife e das terras de Beberibe.
Casamento
01: Magdalena Pessoa Gonçalves (Madalena
Fernandes Pessoa). Nasceu em 1563/Olinda e faleceu antes de 19/04/1649. Filha de Diogo Martins
Pessoa e de Mônica Gonçalves Raposo. Depois de viúva viveu em Olinda em casa
própria junto a Igreja paroquial de São Pedro Martir, de acordo com uma
escritura de compra de umas terras da Várzea que fez seu filho Antônio Fernandes
Pessoa a João Gonçalves Carpinteiro no dia de 13.04.1649-Livro da Sé de Olinda,
assinada no eng. Garapu de João Mendonça Furtado, nota do Tabelião Balthazar de
Mattos.
Filhos:
01- Antônio Fernandes Pessoa “o
Mingau” – Adquiriu o eng Giquiá/Recife-Várzea do Capibaribe, em 1630, ano da
invasão holandesa, a Francisco Berenguer de Andrada, anexando-lhe os partidos
que herdou de seu pai e outras terras que comprou a Jerônimo Paes (eng. Casa
Forte); e, as João Gonçalves Carpinteiro, com o título de São Timóteo, em 13.04.1649-Eng.
Garapu, de acordo com o Livro da Sé de Olinda), como consta nos títulos que
conservou os filhos do Capitão-mor Roque Antunes Correia (senhor do eng.
Giquia) e como mostra o testamento de Jerônimo Paes (arquivado no Cartório de
Órfãos de Olinda). Durante a ocupação holandesa Fernandes Pessoa abandonou seu
engenho e foi morar com sua família no eng. Sibiro/Serinhaem, que tinha
arrendado, onde faleceu pelos anos de 1652, como se vê no formal de partilhas
de seu filho Pedro de Lyra Pessoa, passado no dia 15.09.1698, pelo Juiz de
Órfãos de Serinhaém, Diogo de Guimarães de Asevedo, Escrivão Antônio Fernandes
Bittencourt de Melo. C.c. Maria de
Aguiar, falecida em 1647-eng. Giquiá, de acordo com o inventário feito pelo
Juiz de Órfãos Francisco Berenguer de Andrada, e escrivão Manoel de Pinho
Soares. Filha de Gaspar de Aguiar e de Maria de Lima. Neta paterna de Thomé de
Castro (Irmão de Margarida Fernandes de Castro) e de Maria Nova de Lyra, que
por sua vez era filha de Gonçalo Novo de Lyra (Procurador Fiscal do Santo
Ofício, em 1600, natural da Ilha da Madeira e filho de Gonçalo Novo e de Isabel
de Lyra). (c.g.);
02-
Manoel Fernandes Pessoa – Imigrou
para Portugal, onde se casou e teve uma filha que foi esposa de Pedro de
Asurara, o Velho, a quem coube de legítima uma sorte de terras em Beberibe que
tinha pertencido a Pedro Afonso Duro, de acordo com o testamento de João de
Aguiar. (s.g.); 03- Diogo Fernandes
Pessoa – “o Mingau”. Viveu em 1633 em Afogados/Recife; 04- Ignez Barrosa c.c. Gaspar Vicente, em
23/04/1606- Ermida do eng. Velho que pertencia a Jerônimo de Albuquerque,
conhecida como Fornos de Cal. (c.g. desconhecida); 05- Maria
Barrosa c.c. João Marques Anjo, no mesmo dia e local de sua irmã Ignez. (c.g.
desconhecida); 06- Luiza Pessoa – Nasceu
em Olinda e faleceu em 15/09/1655-eng. São João/São Lourenço de Muribara (da
Mata), de acordo com seu inventário. C.c. Arnau de Hollanda Barreto (senhor do
eng. São João de Muribara (da Mata)), falecido após 1645, filho de Luiz do Rego
Barros e Ignês de Góis. (c.g.); 07- Mônica
Pessoa c.c. João de Aguiar, em 08/02/1612, senhor de uma instância na
Várzea. Irmão de sua cunha Maria de Aguiar c.c. Antônio Fernandes Pessoa. João
de Aguiar era filho de Gaspar de Aguiar e de Maria de Lima; faleceu na Várzea
em 19.08.1672, de acordo com o termo de abertura do seu testamento, feito em
11.06 do mesmo ano e aprovado pelo Tabelião Diogo Dias da Costa. (c.g.).
Fontes:
http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40399&dir=genxdir/
Bartolomeu Buarque de Holanda,Sônia Peçanha. Ensaio histórico-genealógico. Casa da
Palavra, 01/01/2007 – Pág. 39.
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Biblioteca Nacional: Anais de 1925, pág. 150-152, 409 e Anais de 1926,
pág. 196, 256.
Cavalcanti; Cunha, 2008, pág. 27
http://www.amorese.com.br/GENEALOGIA/ps24_226.html
http://www.araujo.eti.br/familia.asp?numPessoa=40484&dir=genxdir/
http://www.intg.org.br/teste/afortunado/olivro/pdf_dividido/quinta-parte/XIV.ALOGiSTICAEALOCALIZAcaOESTRATeGICA126.pdf
PEREIRA, Levy. "S. Madanella
(engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Madanella_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 28 de junho de 2014.
Pedro Afonso Duro assim que
tomou posse das terras adquiridas e tratou logo de plantar os canaviais, construir
a casa-grande, uma igreja, a fábrica movida a bois e demais edificações necessárias.
O engenho passou a ser chamado de “Santa Madalena”, em homenagem a sua mulher
Madalena Gonçalves; ficava localizado na margem direita do Rio de Cedros,
sob a jurisdição da cidade de Olinda, freguesia da Várzea, Capitania de
Pernambuco.
Após o falecimento de Pedro Afonso Duro,
sua viúva D. Madalena Gonçalves e
herdeiros venderam o engenho da Madalena/Madalena-Recife a Cristovão
Pais Daltro.
Cristovão Pais Daltro
(d’Altro) – Natural de Viana/PT. Filho do licenciado Gomes
Pais d’Altro. arrematador do Contrato dos Dízimos da Capitania de Pernambuco.
Durante
a Primeira Visitação do Santo Ofício, Cristóvão Pais denunciou, ainda na Bahia,
o comerciante João Nunes Corrêa, homem letrado, mercador e senhor de dois
engenhos na Paraíba, em novembro de 1591 declarando tê-lo avistado em trajes de
cetim no casamento da filha de Duarte de Sá em torno de 1589.
Senhor
do engenho São Jerônimo; Santo Antônio/Recife
Casamento
01: D. Ana de Paiva Cabral.
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O nome e o sangue. Edt. Companhia
das Letras, 2012. Pág. 166
MELLO, Evaldo Cabral de. O bagaço da cana. Edt. Companhia das
Letras 2012. Pág. 63 e 64
Em 24.04.1593, por escritura
pública lavrada em Olinda, Cristóvão Pais Daltro compra a D. Antônia de
Albuquerque, viúva de Gonçalo Mendes Leitão, herdeira e tutora de seus filhos,
filha do Capitão-mor Jerônimo de Albuquerque, uma sorte de terras, vizinha ao
engenho da Madalena, situadas do Rio dos Cedros para o mar, com as suas ilhas e
mangues.
No ano de 1623, o engenho Madalena foi adquirido por Manuel Saraiva de Mendonça, moendo 11.620 arrobas de açúcar branco e 2.700 de açúcar mascavo.
Manuel Saraiva de
Mendonça (Manuel Saraiva Coronel) –– Documento de 1623
confirma que Manuel Saraiva de Mendonça era proprietário de um engenho na
Várzea do Capibaribe, certamente o Madalena. Manuel Saraiva retorna para
Portugal, durante a ocupação holandesa (1635), e arrenda seu engenho a Duarte
de Saraiva, seu parente.
Casamento
01: (NI)
Filhos:
João de Mendonça Furtado (senhor do
engenho Madalena, em 1641)
Fontes:
http://www.arquivojudaicope.org.br/2012/pt/compilacoes/mello-4.html
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A
Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. 2ª edição.
CEPE. Recife, 2004. Pág. 28
PEREIRA, Levy. "S. Madanella
(engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Madanella_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 16 de abril de 2015
J. A. Gonsalves de Mello, «Uma relação
dos engenhos de Pernambuco em 1623», Revista do Museu do Açúcar nº 1 (Recife,
1968. Pág. 32).
O engenho foi citado nos
seguintes mapas coloniais: "Mavritiopolis Reciffa et Circum Iacentia
Castra", como "Mola Mendoncæ, fig. 40 (Barléu, 1647); ASB (Golijath,
1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", plotado e assinalado
com a letra Y. Na 'Verklaringe deser Caerte.' explicita «Y: Ԑngenho
Van jan ∂e Mendonca»; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 Capitania de I. Tamarica-
plotada com o símbolo de casa, 'Ma∂anԐlla'; IT
(IAHGP-Vingboons, 1640) #43 Capitania de I. Tamarica, plotado como engenho, 'Ԑ
man∂Ԑl',
na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'; IT (Orazi, 1698) Provincia di Itamaracá, plotada,
sem símbolo, 'Madanella', ao sul do 'R. Paratibi ('R. doce' e 'Paratiij' na
barra); PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt
van Olinda de Pharnambuco MAURIRTS-STADT ende t RECIFFO",
plotado com a nota «Ԑngenho van Ian de
Mendonca»; PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotada como engenho,
'Madanella', ao sul do rio 'Paratiji' (Paratiji ou R. doce' na barra; PE
(Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado, 'S. Madunella',na m.d. do
'Capiibari'; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve,
plotado como engenho, 'man∂el Ԑ', na m.d. do 'Rº.
Capauiriuÿ'; Præfecturæ Paranambucæ pars borealis, una cum Præfectura
de Itâmaracâ.
Manuel de Saraiva volta para
Portugal e arrenda o engenho Madalena (1635) ao seu primo e credor Duarte Saraiva.
Duarte de Saraiva
Coronel (David Sênior Coronel) – Criptojudeu.
Nasceu em 1575/Espanha e faleceu em 1650/Recife, onde foi sepultado. Filho de
Abraham Sênior. Descendente de uma família de marranos bem conhecidos da
Espanha, cujo membro mais famoso, Abraham Senior, que foi conselheiro da
realeza. Neto paterno de Heitor Coronel (nascido
em Salvaterra/Galiza, Espanha, e que se casou em Monção/Portugal, na
família Saraiva de origem cristão-nova). Duarte Saraiva imigrou para
Amsterdã, aos 23 anos, como muitos jovens judeus atraídos pela tolerância
religiosa do governo, onde podiam praticar sua religião abertamente, e por ser
o centro financeiro da Europa.
Em
1601, enriqueceu trabalhando com transportes marítimos, usando o nome católico
de Duarte de Saraiva Coronel, conforme registros documentais de ações movidas
contra os britânicos para o reembolso de sua apreensão de um navio carregado
com açúcar vindo do Brasil e registros dos detalhes do comércio de sal e outros
produtos com Portugal.
Após
a invasão holandesa (1630) o Conselho Político da Companhia das Índias
Ocidentais (gestora dos negócios e operações militares além-mar) começou a
receber vários requerimentos da comunidade judaica de Amsterdã solicitando a
transferência de algumas pessoas para Pernambuco. Num deles, os comerciantes
David Atias, Jacob e Moysés Nunes, Manoel Mendes Castro (Manuel Nehemias)
solicitavam autorização para estabelecer na colônia com 200 judeus “ricos e pobres”.
Duarte de Saraiva e sua família se mudam para Recife, entre 1630 e 1635,
onde reencontram com seus parentes; se tornando um dos membros mais
estimados da Comunidade judaica hispano-portuguesa no Recife e um dos homens
mais ricos da época. Adotou o nome judeu de David Sênior Coronel.
Em
1635 após a rendição do Arraial do Bom Jesus/Recife e da fortaleza de
Nazaré/Cabo de Santo Agostinho, os holandeses e seus aliados fizeram uma verdadeira corrida
para a obtenção de engenhos de açúcar. Entre eles estavam: Jacob Stachhouwer,
Balthasar Wijntges e Duarte de Saraiva, tio de Gaspar de Mendonça (eng.
Apipucos/Recife) e de João de Mendonça (eng. Madalena/Recife).
Duarte
de Saraiva compra um terreno (1636) de 80 pés de comprimento e 60 pés de
largura, situado além da porta onde era feita a guarda do Recife, por 450
reais. Os holandeses havidos por dinheiro lhe venderam um grande sítio, localizado
depois da casa de La Fontaine (onde
residia Nassau), onde passou a explorar a madeira retirada de uma mata existente
no dito terreno, que vendia para o eng. da Madalena, de João de Mendonça
Furtado.
Na
casa de Duarte de Saraiva, no Recife, funcionava a sinagoga Kahal Kadosh Zur
Israel (Comunidade Santa do Rochedo de Israel), cujo nome era uma menção à
topografia do litoral. A sinagoga é finalmente formalizada, por conta do
crescimento da comunidade judaica, no primeiro semestre de 1636, e instala-se
numa casa alugada, em seguida, em prédio próprio, ainda hoje existente,
possivelmente entre 1640 e 1641, na Rua da Cruz (Rua dos Judeus e hoje do Bom
Jesus) no bairro do Recife antigo, onde moravam as figuras mais abastadas da
sociedade pernambucana.
CURIOSIDADES:
Duarte de Saraiva estava entre os judeus que se responsabilizaram e pagaram o
débito de Mardochai Abendana perante a WIC-West India Company (Companhia das
Índias Ocidentais), que era de 12.000 florins.
Em
torno de 1650, Duarte de Saraiva, um dos maiores devedores da firma holandesa
West India Company (Companhia das Índias Ocidentais), hipotecou todos os seus
bens. Quando faleceu, todos os imóveis que possuía foram confiscado pelo reino
de Portugal. Seu filho Ishac ainda tentou recuperar o controle da empresa
Sênior-Coronel, através de ações jurídicas, mas não teve sucesso, e a família
resolveu retornar para Amsterdam (1654).
Senhor
dos engenhos: Velho do Beberibe, Bom Jesus/Cabo de Santo Agostinho; São João do
Salgado/Cabo de Santo Agostinho; Novo/Cabo de Santo Agostinho;
Camaçari/Jaboatão dos Guararapes; Rosário da Torre/Recife; Madalena/Recife.
Casamento
01: Maria Saraiva, em Amsterdã,
filha de Pedro Homem e Branca Homem.
Filhos:
01- David (Duarte) Ishac (Sênior Júnior),
como primogênito herdou todos os bens de seus pais. Chegou a Pernambuco com 11
anos de idade. Tesoureiro da comunidade judaica do Recife, em 1652. C.c. Ester
Saraiva (born Rodriguez Portolegre). (c.g.) Retornou para Amsterdã (1654) aonde
faleceu em 1676, com 51 anos de idade. Seus descendentes eventualmente
emigraram para o Suriname (Guiana Holandesa), e para a costa norte da América
do Sul, onde novamente entraram no negócio de açúcar; Antônio Saraiva (Sênior Coronel), nada foi encontrado; Ishac
Saraiva (Sênior Coronel) c.c. Sara Saraiva (born Sarfati).
Fontes:
BAUCH, Emil. Litografia (sec. XIX).
Disponível em: http://sitededicas.ne10.uol.com.br/clip_pe1.htm
BENNETT, Ralph G. David Senior Coronel
(ou Duarte Saraiva Coronel). 1575-1676. Disponível em: http://www.jackwhite.net/iberia/coronel.html
GONÇALVES DE MELLO, José Antônio. Tempo
dos Flamengos. Banco do Nordeste do Brasil e Sec. D Educação do Gov. de
Pernambuco. Vol. XV. 2ª edição. Recife
1979.
PEREIRA, Levy. "S. Madanella
(engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Madanella_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 16 de abril de 2015
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
http://www.morasha.com.br/conteudo/ed32/presenca2.htm
http://www.morasha.com.br/conteudo/ed32/presenca2.htm
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada.
MELLO, Evaldo Cabral de.. Guerra e
açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt. 34. 3ª Edição, definitiva.
Duarte de Saraiva Coronel que
era membro da Comunidade sefardita de Amsterdã domiciliada na Capitania, e
pessoa de alta confiança do governo batavo, jurou perante o Alto Conselho
holandês, que Manuel Saraiva de Mendonça era seu devedor, entrando na posse
definitiva do engenho Madalena, a qual reivindicava desde a sua chegada a
Pernambuco. No Recife a sociedade desconfiou da tramoia, mas nada se pode fazer.
Segundo Relatório dos engenhos da Capitania de Pernambuco (1638 e de 1640), o engenho Madalena era movido a bois e de fogo vivo, e ainda pertencia a João de Mendonça, que tinha permanecido em Pernambuco durante a ocupação holandesa. O partido da fazenda tinha 45 tarefas e seus lavradores eram: Gaspar Vaz Pinto com 18 tarefas; Pero Dias Farado com 05 tarefas; Pero Luís Álvares com 04 tarefas. O engenho moía ainda com dois partidos livres que pertenciam a Antônio da Fonseca, partido livre com 12 tarefas, e a João Daymar, partido livre com 20 tarefas.
Segundo Relatório dos engenhos da Capitania de Pernambuco (1638 e de 1640), o engenho Madalena era movido a bois e de fogo vivo, e ainda pertencia a João de Mendonça, que tinha permanecido em Pernambuco durante a ocupação holandesa. O partido da fazenda tinha 45 tarefas e seus lavradores eram: Gaspar Vaz Pinto com 18 tarefas; Pero Dias Farado com 05 tarefas; Pero Luís Álvares com 04 tarefas. O engenho moía ainda com dois partidos livres que pertenciam a Antônio da Fonseca, partido livre com 12 tarefas, e a João Daymar, partido livre com 20 tarefas.
Em 1641, João de Mendonça Furtado consegue readquirir o engenho que fora de
seu pai Manuel Saraiva de Mendonça.
João de Mendonça
Furtado – Filho de Manuel Saraiva de Mendonça. Administrador
da Fazenda Real. Durante a ocupação
holandesa ficou do lado dos invasores. Participou da Restauração. Capitão
de Infantaria. Sargento-mor das Ordenanças de Pernambuco, em 1678. Coronel. Procurador
de João Fernandes Vieira, quando foi Governador de Angola.
Senhor do engenho Madalena/Recife.
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 2ª edição. Gov. de Pernambuco. FUNDARPE. Recife, 983. Vol. 2:600
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 2ª edição. Gov. de Pernambuco. FUNDARPE. Recife, 983. Vol. 2:600
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Biblioteca Nacional: Anais 1881-1882 Vol 09 T. II (2)
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A
Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. 2ª edição.
CEPE. Recife, 2004. Pág. 152
PEREIRA, Levy. "S. Madanella
(engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Madanella_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 28 de junho de 2014.
Em 1649 o engenho ainda pertencia a João de Mendonça Furtado, de acordo com a escritura de feita por Antonio Ferraz Pessoa a João Gomes, carpinteiro (1649) de uns terrenos na Várzea/Recife, anexadas ao eng. Giquia, com o titulo de São Timóteo, e que pertenceram a Antonio Fernandes Pessoa e que em 1748 pertenciam aos herdeiros do Capitão-mor Roque Antunes Correia, que conservam em seu poder o titulo da terra. A escritura desse terreno foi passada no eng. Garapu, segundo nota do Tabelião Balthasar de Mattos no dia 12/04 do dito ano.
Nos primeiros momentos da invasão holandesa foram construídas várias estâncias para impedir que os holandeses conquistassem o interior da Capitania. Entre essas estâncias estava a da Madalena construída nas terras do engenho de João Mendonsa Furtado e que foi atacada duas vezes. A primeira em 25.08.1649 por uma coluna inimiga, que teve de retroceder, depois de meia hora de renhido combate, em face da atitude do seu valente comandante o Capitão Antônio Borges Uchoa (senhor do Eng. Jiquia e da Torre); e a segunda, em 17.04.1651, igualmente por uma coluna de tropas batavas, que de novos foram repelidas, bateram em retirada, deixando 15 mortos no campo.
O casarão do engenho da Madalena já era no séc. XVII considerado um dos mais importantes da região, e era conhecido como Sobrado Grande da Madalena. Durante as invasões holandesas foi, inclusive, transformado em estância fortificada para resistência aos invasores, sendo palco de lutas pela restauração pernambucana.
O próximo proprietário encontrado foi João Fernandes Vieira que comprou o engenho a João Mendonça Furtado.
João
Fernandes Vieira – Nasceu em
29/06/1596-Funchal/Ilha da Madeira/PT, filho do fidalgo Francisco de Ornelas
Muniz e da mulata Antônia Mendes. Em 1606, com 10 anos de idade,
imigrou para a Capitania de Pernambuco, pois não era o filho primogênito -
herdeiro de todo o legado dos pais, enquanto que os demais irmãos não
tinham como se sustentar. Fernandes Vieira se viu obrigado a emigrar para o
“Além Mar”, para adquirir fortuna, como muitos jovens portugueses.
Assim
que chegou em Pernambuco trocou o seu nome de Francisco de Ornelas Moniz
Júnior, para João Fernandes Vieira, um disfarce muito usado pela corrente
emigratória para o Brasil, que queriam esconder sua origem nobre, pois
trabalhariam em serviços braçais. Trabalhou como ajudante de mascate, em troca
de comida e morada. Foi Auxiliar do Mercador Afonso Rodrigues Serrão,
que ao falecer o deixou como único herdeiro do seu negócio e de casas em
Olinda. Durante a ocupação holandesa (1630), se alistou como voluntário de guerra.
Em 1634, participou da resistência luso-brasileira no Forte de São Jorge.
Era
Fernandes Vieira um homem de aspecto melancólico, testa batida, feições
pontudas, olhos grandes, mas amortecidos, e de poucas falas, exceto quando se
ocupava de si, pois desconhecia a virtude da modéstia. Ativo, ambicioso e
inteligente, durante a trégua estabelecida entre Portugal e a Holanda,
estabeleceu ligações estreitas com os holandeses, o que lhe proporcionou
ascensão econômica e social. Associou-se ao judeu e Conselheiro Político da
Companhia das Índias Ocidentais, Jacob Stachouwer, de quem fora feitor-mor,
proprietário dos engenhos: Ilhetas (Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora
de Guadalupe)/Serinhaém, Meio/Recife, Santana/Jaboatão dos Guararapes
Nota: Em
seu testamento Fernandes Vieira declarou sobre sua aproximação com Stachouwer:
“Declaro que no tempo dos holandeses por remir minha vexação e viver mais
seguro entre eles, tive apertada amizade com Jacob Estacour, homem principal da
nação flamenga, com diferença nos costumes, e com ele fiz negócios de
conformidade e por conta de ambos (...)
Com
a partida de Stachouwer e de seu sócio de Nicolaes de Rideer, Vieira, que
era procurador bastante dos dois sócios, passou a lucrar com a administração
dos engenhos e dos fundos do seu amigo e benfeitor Stachouwer. Logo se apoderou
dos engenhos: Guerra/Cabo de Santo Agostinho, Ilhetas, ou Nossa Senhora de
França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém, Meio/Recife, Santana/Jaboatão
dos Guararapes e Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho, assumindo
os débitos contraídos pelos dois sócios na compra das propriedades à Companhia
das Índias Ocidentais (débito que nunca foi pago). Se tornando depois um dos
homens mais ricos da Capitania, proprietário de 16 engenhos e de mais de 1.000
escravos.
Em
1639, Fernandes Vieira é indicado como Escabino (membro da Câmara
Municipal) de Olinda. Escabino de Maurícia (Recife) de 07/1641 a 06/1642,
sendo conduzido ao cargo de 1642/43. Vieira também foi Contratador de dízimos
de açúcar da Capitania de Pernambuco e de Itamaracá, e representantes dos
senhores portugueses da Várzea do Capibaribe na Assembleia convocada pelo Conde
Maurício de Nassau para assuntos do governo (1640).
João Fernandes Vieira |
Embora
fosse um dos mais importantes senhores de engenho da Capitania, para ser
incorporado à nobreza rural de Pernambuco, em razão de sua suposta cor parda,
de seu “defeito mecânico” (trabalhos manuais) e de sua “falta de qualidade de
origem”, teve que contrair matrimônio para poder ascender na sociedade
luso-brasileira.
Casamento
01(1643): D. Maria César,
filha do madeirense e senhor de engenho Francisco Berenguer de Andrade (eng. Giquiá/Recife),
pessoa de boa estirpe perante o clã dos Albuquerque, e de sua primeira esposa
Joana de Albuquerque. S.g.
Com
o casamento Fernandes Vieira que já era colaborador e conselheiro em assuntos
brasileiros do governo holandês se torna um dos homens mais importantes da
Capitania, com apoio da comunidade luso-brasileira através do seu
prestígio econômico e social, das suas doações para igrejas, confrarias e
pessoas necessitadas.
Fernandes
Vieira era um dos maiores devedores da Companhia das Índias Ocidentais, com uma
dívida estimada em 219.854 florins, que nunca foi paga, pois alegou no seu
Testamento que os chefes holandeses "são devedores de mais de 100 mil
cruzados [...] de peitas e dádivas a todos os governadores [...] grandiosos
banquetes que ordinariamente lhes dava pelos trazer contentes". Após a
partida do Conde Maurício de Nassau (1644) Vieira viu a intensificação da
insatisfação do povo pernambucano, e percebendo as vantagens econômica e
social, a serem alcançada com a expulsão dos holandeses e da Companhia das
Índias Ocidentais passou para o lado dos Insurrectos pernambucanos.
Reúne-se
com várias lideranças rurais nas matas do engenho Santana, onde
traçam os planos para expulsar os holandeses do Brasil. Como contragolpe, lança
a campanha de Restauração de Pernambuco, servindo-se da mesma táctica manhosa
dos inimigos e passa a circular nos dois lados: holandeses e luso-brasileiros.
Logo
os holandeses o chamam para ser agente de negócios da Companhia e membro do seu
Conselho Supremo, ficando Vieira, conhecedor de todas as tramas e recursos.
Escreve
a D. João IV pedindo-lhe licença para resgatar as Capitanias invadidas da mão
dos usurpadores, ao que o Monarca se opõe. Descobrindo os holandeses os seus
intentos, atraíram-no ao Recife, mas Vieira iludiu-os e pôs-se em campo,
levantando o pendão da Liberdade em Pernambuco – de fazenda em fazenda, de
engenho em engenho incentivando a Revolução e declarando traidores os que não
seguissem a sua causa. O Conselho holandês põe a cabeça de Vieira em prêmio e
em resposta Fernandes Vieira põe preço a cabeça dos membros do Conselho e se
torna um dos líderes da chamada Insurreição Pernambucana e um dos heróis da
Restauração de Pernambuco.
Segundo José
Antônio Gonçalves de Melo: A insurreição de 1645 foi
preparada por senhores-de-engenho, na sua maior parte, devedores a flamengos ou
judeus da cidade. Foi nitidamente um levante de elementos rurais, no qual
tomaram parte, negros escravos, lavradores, pequenos proprietários de roças,
contratadores de corte de pau-brasil, e outros.
Fernandes
Vieira participa da guerra contra os holandeses e, vence junto com sua tropa, a
Batalha das Tabocas em Vitória de Santo Antão/PE, em 03/08/1645, e a Batalha de
Casa Forte/Recife, junto aos heróis: André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e
Felipe Camarão, em 17/08/1645. Após a tomada do engenho Casa Forte, Vieira
voltou com seus homens ao seu engenho São João/Recife-Várzea do Capibaribe, e
de lá iniciou um sistema de estâncias militares, espécie de fortificações
onde pudessem estar seguros e guardar pólvora e munições de guerra.
Com
a Batalha dos Guararapes, sob o comando do General Barreto de Meneses, em
19/04/1648 e 19/02/1649, os holandeses são finalmente vencidos e expulsos de
Pernambuco e, como recompensa pelos serviços prestados na guerra João Fernandes
Vieira é recompensado pelo Rei D. João IV com os cargos: de Governador da
Paraíba (1655/57), Capitão General do Reino de Angola (1658/61) e
Superintendente das Fortificações de Pernambuco e das Capitanias vizinhas, até
o Ceará, (1661/81).
Depois
do tratado de paz entre Portugal e a Holanda (1661), Fernandes Vieira figurava
em 2º lugar na lista de devedores dos brasileiros à Companhia das Índias
Ocidentais, com o débito de 321.756 florins, cuja dívida nunca foi paga.
Já
idoso Fernandes Vieira encomenda ao Frei Rafael de Jesus um livro sobre a sua
vida, exaltando seus feitos, a exemplo do que Gaspar Barléu havia escrito sobre
o conde Maurício de Nassau, surgindo assim o Castrioto lusitano, no
qual o autor o compara ao príncipe guerreiro albanês Jorge Scanderberg
Castrioto, que lutou intensamente contra os turcos e a Sérvia pela recuperação
da Albânia, que havia sido anexada à Turquia. Vieira falece, com 85 anos de
idade, em 10.01.1681/Olinda, mas só em 1886 seus restos mortais foram
descobertos na capela-mor da igreja do Convento de Olinda. Em 1942, seus ossos
foram trasladados para a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes
Guararapes, sendo depositados na parede da capela-mor, com uma inscrição
comemorativa.
Senhor
dos engenhos: em Pernambuco: Abiaí, do Meio, Cumaúpa, Ilhetas, Jacaré,
Molinote, Santana, Santo André; Santo Antônio; São João (antes Nossa
Senhora do Rosário), Tibiri de Baixo, Tibiri de Cima; na Paraíba:
Inhaman, Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião, Gargaú e São
Gabriel.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro Anais 1885-1886 Vol. 13; 1902 Vol. 24; 1925 Vol. 47; 1926
Vol. 48
CALADO, Frei Manoel. O Valeroso
Lucideno e triunpho da liberdade, Edições Cultura, São Paulo, 1943, tomo I, p.
318 e tomo II, p. 12, 14
Diário de Pernambuco. Os Holandeses em
Pernambuco – Uma História de 24 anos. João Fernandes Vieira. Publicado em
22.09.2003.
Fontes para História do Brasil Holandês
– 1636, Willem Schott. A Economia Açucareira. Inventário feito pelo Conselheiro
Schott Cia. CEPE, MEC/SPHAN/Fundação Pró-Memória Local: Recife, 1981
Francisco Adolpho de Varnhagen, E. e H.
Laemmert, 1857. Historia geral do Brazil, Volume 2.
GASPAR, Lúcia. João Fernandes
Vieira. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco,
Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Restauradores
de Pernambuco: biografias de figuras do século XVII que defenderam e
consolidaram a unidade brasileira: João Fernandes Vieira. Recife: Imprensa
Universitária, 1967. 2
SANTIAGO, Diogo Lopes, História da
Guerra de Pernambuco, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco, Recife, 1984, p. 258.
Em fins do século XVIII o antigo engenho
da Madalena pertencia a Dr. João
Rodrigues Colaço, neste período o engenho se encontrava de fogo morto.
João Rodrigues Colaço
– Filho de João Rodrigues Colaço e de Isabel Antunes, naturais de Figueiroz/Vila
de Cadaval-PT
Capitão.
Familiar do Santo Ofício. Juiz de Capelas. Juiz de Fora de Olinda e Recife, de
acordo com um ofício, de 12.05.1757, sobre os motivos da construção de novas
máquinas para aumentar a produtividade e diminuir os custos nos engenhos de açúcar
da Capitania de Pernambuco. Outro documento muito importante assinado, em
03.12.1759 por João Rodrigues Colaços, foi o direito na sucessão dos bens de D.
João de Sousa e de sua esposa D. Inês Barreto, proprietários do Hospital Paraíso/Recife
e de muitos outros bens em Pernambuco, ao ser provado o direito de sucessão sobre
os outros contendores para o Capitão-mor João Pais Barreto e dos seus legítimos
sucessores, até o Capitão-mor do Cabo Francisco Pais Barreto, depois Marquês do
Recife, que foi o último administrador, a qual foi confirmada pela Relação da
Bahia e depois pelo Tribunal Superior da Corte de Lisboa.
Casamento
01: D. Florencia Rodrigues Campello.
Filhos:
01- D. Anna Thereza Maurícia de Brito
Campelo c.c. Francisco Xavier da Maya, Cavaleiro Fidalgo e Professo da
Ordem de Cristo. filho de Antônio da Maya (Oficial Maior da Sec. do Conselho da
Fazenda) e de D. Paschoa Maira da Conceição. (c.g.)
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1925 Vol 47 (11), pág. 54
Documentos
manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco, Edição 1. Editora
Universitária UFPE, 2006
http://www.intg.org.br/teste/afortunado/olivro/pdf_dividido/quinta-parte/XIV.ALOGiSTICAEALOCALIZAcaOESTRATeGICA126.pdf
http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/aduana/publicacoes/alfandega_PE.pdf
PEREIRA DA COSTA. Projeto Pergunte a
Pereira da Costa. Vol: 1. Ano: 1493. Pág.: 242
Após o falecimento de João Rodrigues
Colaço a propriedade da Madalena foi comprada por seu afilhado e sobrinho, José Marcelino Rodrigues Colaço, com o dinheiro que recebeu de
dote matrimonial.
José Marcelino
Rodrigues Colaço –
Ouvidor do Rio de Janeiro. Um dos homens mais ricos de Pernambuco no século
XVIII.
Casamento
01: (NI), filha de José Vaz Salgado
uma das maiores fortunas de Pernambuco (senhor dos engenhos: Pará/Ipojuca e do
Meio/Várzea do Recife;, 5 navios negreiros; fazendas de gado na Paraíba, RN e
Ceará) e de Teresa Correia de Araújo. Neta materna do Capitão-Mor Manoel
Correia de Araújo e de Tereza de Jesus.
Filhos:
01- Ana Joaquina Salgado, moradora
em Lisboa.
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro. Anais 1951 Vol 71 (1), pág. 343.
http://ferreirasdeviseu.blogspot.com.br/2010/08/freire-de-mendonca-pernambuco.html
O engenho da Madalena foi objeto
de um sequestro dos bens de José Marcelino Rodrigues Colaço, em virtude do seu
irmão João Rodrigues Colaço (Ouvidor/Paraíba), ter sido condenado em
"Crime de Inconfidência", no ano de 1764, tendo como testemunha o Capitão
Luis Freire de Mendonça e um tal de Francisco de Sousa Teixeira (ou Mendonça).
Sobrado da Madalena |
Com o falecimento de José Marcelino
Rodrigues Colaço, seus herdeiros, entre os quais Dr. Filipe Nery Colaço
(falecido em 1894), dividiram a propriedade em frações menores, que por sua vez
era vendidas e revendidas. Nasciam assim, no entorno do Sobrado Grande, novos
sítios, que gradualmente foram sendo substituídos por residências, cada vez
mais próximas uma das outras, constituindo definitivamente o Bairro da
Madalena.
No século XIX, o Sobrado Grande
pertenceu a João Joaquim da Cunha Rego
Barros, sofrendo uma grande
restauração, adaptando-se ao estilo neoclássico, vigente na época: revestimento
de azulejos, esquadrias com bandeiras, sacadas de ferro forjado e modificações
arquitetônicas lhe deram a configuração atual, voltando a ser conhecido como
Sobrado Grande da Madalena.
Azulejo português do Sobrado |
João Joaquim da Cunha
Rego Barros – Nasceu em 1796 e faleceu em
28.11.1874, em Pernambuco. Filho de Joaquim José da Cunha do Rego Barros
(nascido em 13.10.1771-Caminha) e Rita Maria de Jesus Coutinho. Neto paterno de
Antônio José Gomes de Azevedo da Cunha Rego e de Benta Josefa de Barros Maciel.
João Joaquim da Cunha Rego BarrosBarão de Goiana |
Foi
um proprietário rural e político brasileiro. Coronel da Guarda Nacional em
Pernambuco, Vereador da Câmara Municipal, Oficial de Milícias e Comandante Superior
da Guarda Nacional. Dignitário da Imperial Ordem da Rosa (1859). Comendador da
Imperial Ordem de Cristo. Em 06.07.1870, por Decreto Imperial, foi agraciado
com o título de barão de Goiana.
Casamento
01: Manuela de
Castro Caldas (1766 - 1826),
Baronesa de Goiana.
Filhos: (NI)
Fontes:
http://geneall.net/pt/nome/1176456/jose-joaquim-da-cunha-rego-barros/
http://www.geni.com/people/Manuela-de-Castro-Caldas/6000000017818951045?through=6000000017818458791
Após o falecimento de João Joaquim da
Cunha Rego Barros o sobrado da Madalena passou a pertencer ao seu sobrinho e
genro João Alfredo Corrêa de Oliveira. Nessa época, o sobrado passou a ser
conhecido como o “Casarão de João Alfredo”.
Conselheiro João Alfredo |
João Alfredo de
Oliveira – (João Alfredo) – Nasceu em 12.12.1835-Eng. São
João/Itamaracá, que pertencia ao seu avô materno, e morreu no Rio de Janeiro em
1915, com 80 anos incompletos. Segundo filho de 14, de Manoel Corrêa d’Oliveira
Andrade (Tenente-Coronel da Guarda Nacional, senhor do engenho Uruaé) e de Joana
Bezerra de Andrade, nascida no engenho São João. Morreu no dia 606.03.1919-Rio
de Janeiro, sendo enterrado no cemitério São João Batista, na presença de altas
autoridades, inclusive ministros de Estado. O caixão foi conduzido em certo
trecho por membros da Irmandade do Rosário, a qual pertencia, e depois por
escravos libertos.
Deputado
com apenas 20 anos de idade, mas não tomou posse no cargo por não possuir idade
legal. Formou-se em Direito, em 1858, pela Faculdade de Direito do Recife. Deputado
pela Assembleia Provincial (1858). Presidente da Assembleia Provincial, em 1876.
Deputado pela Assembleia Geral do Império (1860, 1868, 1876). Conselheiro de
Estado (1887). Senador do Império (1877 a 1889). Administrador Presidente da
Província do Pará (de Dezembro de 1869 a Abril de 1870). Ministro do Império
(1870 a 1875). Presidente da Província de São Paulo (de Agosto de 1885 a Abril
de1886). Diretor da Faculdade de Direito do Recife (1876 a 1887). Ministro
da Fazenda. Presidente do Conselho do Banco do Brasil e depois seu Presidente
(de Abril de 1912 a Novembro de 1914).
Grande
estadista brasileiro do Segundo Reinado, o seu nome está ligado ao processo de
abolição da escravatura: como ministro do Império do Gabinete Rio Branco, que
promulgou a Lei do Ventre Livre (28.09.1871) e como Presidente do Gabinete de
10 de Março, que promulgou, ao lado da Princesa Isabel, a Lei Áurea (13 de maio
de 1888), extinguindo a escravidão no Brasil.
Monarquista
convicto, com a proclamação da República retirou-se da vida pública.
No
Rio de Janeiro, fundou uma escola de Aprendizes Marinheiros, criou a Faculdade
de Medicina, a de Direito e a Escola Central, chamada de Escola Politécnica. Grande
protetor de artistas, como os pintores Pedro Américo e Vitor Meirelles, aos
quais encomendou os quadros Avaí e Guararapes, respectivamente. Foi autor de
várias outras iniciativas importantes para o País, como a criação do ensino
popular noturno, do ensino profissionalizante e da obrigação do registro de
casamento e óbito.
Escreveu
os seguintes trabalhos, reunidos no livro Minha meninice & outros
ensaios, publicado pela edt. Massangana, da Fundação Joaquim Nabuco, em
1988, na série Abolição: Minha meninice; Memórias políticas; O
Barão de Goiana e sua época genealógica; Depoimento para a história
da abolição e O Imperador: poder pessoal. Com testamento
feito em 1824, arquivado no IAHGP.
NOTA:
No início dos anos setenta do século XX, por iniciativa do historiador Flávio
Guerra e do Reitor Joaquim Amazonas, a Biblioteca Central da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) recebeu por doação o acervo privado
do Conselheiro João Alfredo de Oliveira, que por muitos anos estivera sob a
guarda do seu neto Pedro Muniz de Aragão. Cumprindo uma solicitação do próprio Conselheiro,
sua família fez chegar a Pernambuco a coleção de manuscritos privados.
Casamento
01: (NI), sua prima. Filha do 2º Barão
de Goiana, João Joaquim da Cunha Rego Barros e de Manuela da Castro Caldas. Neta
paterna de Joaquim José da Cunha do Rego Barros e de Rita Maria de Jesus
Coutinho.
Filhos:
01- Alfredo Correa de Oliveira – Com fotografia no Engenho Conceição/Escada - Col. Francisco
Rodrigues; FR-4038.
Fontes:
ANDRADE, Manoel Correia de. João
Alfredo: o estadista da abolição. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1988.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Joaquim_da_Cunha_Rego_Barros
http://www.liber.ufpe.br/ctcm/anais/anais_ctcm/28_Cons.J.Alfredo.pdf
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/80anos/80a_30.htm
OLIVEIRA, João Alfredo Corrêa de. Minha
meninice & outros ensaios. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1988.
SILVA, Jorge Fernandes da. Vidas
que não morrem. Recife: Departamento de Cultura, 1982. p. 235-236.
GASPAR, Lúcia. João Alfredo. Pesquisa Escolar Online, Fundação
Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso
em: 22.04.2015
www.dominiopublico.gov.br
www.iahgp.com.br/FACEPE/SECXIX20.php
Hoje em suas terras está
localizado o tradicional bairro da Madalena/Recife onde sempre residiu pessoas
ilustres como o Barão e depois Conde da Boa Vista, que morou no
bairro até 1841, antes de ocupar o palacete da Rua da Aurora. O bairro tem
uma área de 171,2 hectares, e em 2010 sua população era de 23.082 mil
habitantes assim como uma densidade 126.48 habitantes/hectare.
Qualtel do Derby, ao fundo bairro da Madalena |
Na antiga casa-grande do engenho funciona hoje a 5ª Coordenação
Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN -
Rua Benfica, nº 1150 – Madalena/Recife.
Mercado da Madalena |
Durante o período da II Guerra Mundial o
Sobrado Grande da Madalena foi ocupado por uma unidade do Exército Brasileiro,
depois pela Cooperativa de Transportes João Alfredo e pela Companhia
Pernambucana Autoviária Ltda, como garagem e oficina para conserto de ônibus.
Por fim, abandonado e em péssimo estado de conservação, muitas famílias
desabrigadas passaram a utilizar o imóvel como moradia.
Na década de 50 surge a proposta de
criação do Museu da Abolição e o local escolhido para sua sede foi o Casarão da
Madalena. Atendendo a esta demanda, em 22.12.1957, o Presid. Juscelino
Kubitscheck criou o Museu da Abolição do Recife, por meio da Lei
Federal nº 3357, em homenagem aos abolicionistas pernambucanos João Alfredo,
que tinha residido no Casarão, e Joaquim Nabuco.
Museu da Abolição |
Em 1960 a Câmara Municipal do Recife
aprovou Projeto de Lei nº 103, que estabeleceu como de utilidade pública a
desapropriação do Sobrado Grande da Madalena, com a finalidade de ser ali
instalado o MAB; efetivada através do Decreto Municipal nº 4514 de 30/12/1961,
o qual passou a ser mantido pelo 1º Distrito da DPHAN – Diretoria do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional.
Em 28.11.1966 o valor cultural do
Sobrado Grande da Madalena foi reconhecido e o edifício tombado pela DPHAN como
Patrimônio Nacional, e inscrito no Livro Histórico de Tombo.
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio
de Janeiro – 1876-1997. Anais 1926 Vol 48 (1), pág. 353
BRAGA, João. Trilhas do
Recife: guia turístico, histórico e cultural. [S.l. : s. n., 2000]. p.148.
GASPAR, Lúcia. Madalena
(bairro, Recife). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim
Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>.
Acesso em: 23.04.2015
GUERRA, Flávio. Velhas
igrejas e subúrbios históricos. Recife: Prefeitura Municipal, [s.d.] p.
191-195.
http://ferreirasdeviseu.blogspot.com.br/2010/08/freire-de-mendonca-pernambuco.html
http://www.arquivojudaicope.org.br/2012/pt/compilacoes/mello-4.html
http://www.intg.org.br/teste/afortunado/olivro/pdf_dividido/quinta-parte/XIV.ALOGiSTICAEALOCALIZAcaOESTRATeGICA126.pdf
MELLO, José Antônio Gonsalves de
Mello. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Edt.
CEPE. Recife, 2004.
PEREIRA DA COSTA, Francisco
Augusto. Arredores do Recife. 2.ed. autônoma. Apresentação e
organização de Leonardo Dantas Silva. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 2001. p.
114-119.
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais Pernambucanos. 2ª edição Gov. de Pernambuco. FUNDARPE. Recife, 1983. Vol: 2 - pág. 130, 535, 600.
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais Pernambucanos. 2ª edição Gov. de Pernambuco. FUNDARPE. Recife, 1983. Vol: 2 - pág. 130, 535, 600.
PEREIRA, Levy. "S. Madanella
(engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Madanella_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 28 de junho de 2014.
Pergunte
a Pereira da Costa. Vol. 1. Ano de 1593. Nº 38. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=943&year=1493&page=37&query=1493&action=next
Um comentário:
Adorei este texto, me ajudou a compreender a história local.
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