Engenho fundado antes de 1580 por Francisco Tavares. Sua fábrica era
movida bois, possuía uma igreja sob a invocação de São Brás, pagava 04% de
pensão sob todo o açúcar dizimado; ficava localizado na margem esquerda do Rio
Capibaribe, freguesia da Varzea, cidade de Olinda e Capitania de Pernambuco.
Francisco Tavares,
o Velho (I) – Falecido em 1630 durante o desembarque dos holandeses em
Pernambuco, valorosamente, deixando do seu valor e bizarria honradíssimo
epitáfio nos seguintes versos “Tavares el
Anciano. Palearon bien par dez.”. Capitão de Infantaria da guarnição de
Pernambuco em 1629. Francisco Tavares renunciou a Companhia do presídio do
Arraial do neto Manoel Tavares, filho de D. Maria Tavares.
Filhos:
01- D. Maria Tavares c.c. Balthasar
Affonso de Castro, que era aleijado. (c.g.); Catharina Tavares da Costa c.c.
Braz de Araujo Pessoa. (c.g.)
Senhor do engenho São
Bras/Várzea do Capibaribe-Recife (1)
Fundou
o engenho São Brás antes de 1580. Suas terras ficavam localizadas na margem
esquerda do Rio Camaragibe, sob a jurisdição de Olinda, freguesia da Várzea do
Capibaribe. Sua moenda era movida a bois e possuía uma igreja.
Pagava
4% de pensão.
Vendeu
o engenho em 1593 a Nuno Álvares
Hoje
o engenho não mais existe e suas terras foram reocupadas pelo Sítio São Brás,
bairro da cidade do Recife.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio Victorino.
Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925
Vol 47 (5). Pág. 154 - Anais 1926 Vol 48 (7). Pág. 232, 252, 268
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.
1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais
Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife,
1983. Vol 07. Pág. 326
PEREIRA, Levy. "S. Bras (engenho de
bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da
América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Bras_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 2 de junho de 2015
Em 1593 Francisco Tavares vendeu
o engenho ao judeu português Nuno
Álvares.
Nuno Álvares
– Judeu. Natural de Estremoz (Alentejo)/PT. Filho de um alfaiate. Viveu em São
Tomé e depois se fixou em Pernambuco (1583). Foi um dos administradores do
engenho Camaragibe/Camaragibe; na época residia no local de trabalho e
frequentava a sinagoga do engenho e do eng. São Martinho.
Comprou
o engenho a Francisco Tavares, em 1593.
Senhor do engenho São
Bras/Várzea do Capibaribe-Recife (2)
Fontes:
http://visaogeralgenea.blogspot.com.br/2010/02/senhores-de-engenho-e-suas-propriedades.html
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.
1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57
RIBEMBOIM, José Alexandre. Senhores de Engenho, Judeus em Pernambuco
Colonial - 1542-1654,
5ª edição, Recife, 2000.
No ano de 1609
o engenho aparece como pertencendo a Pero da Costa Favela.
Pero da Costa Favela
ou Favilla (I) – Cristão velho.
Casamento
01: Felippa da Paz, em 1580 –
Natural de Portugal Judia. Falecida antes de 1599. Filha de Diogo Fernandes
(senhor do eng. Camaragibe/Camaragibe) e de Branca Dias, ambos judeus. Neta
materna de Antônio Affonso e de Violante Dias. Imigrou para Pernambuco, em
companhia da mãe (1551), residindo inicialmente no engenho de seu pai em
Camaragibe e, em seguida, na Rua Palhais, em Olinda (PE).
Filhos:
01- Ana da Costa Arruda – Nascida em
1576/Pernambuco; 02- Bartholomeu Favella de Arruda – Nascido
em 1580/Pernambuco; 03- Catarina Favela
– Nascida em 1583/Pernambuco, batizada na ermida do engenho Camaragibe/Camara
gibe(acusada ao Santo Ofício por prática de judaísmo, foi presa em 16.01.1599 e
depois remetida para os cárceres de Lisboa); 04- Maria
de Arruda; 05- Isabel; 06- Filipe; 07- Diogo Martins da Costa; 08- Pero da Costa Favela ou Favilla
Senhor do engenho São
Bras/Várzea do Capibaribe-Recife
CURIOSIDADES:
Na história do Amapá aparece o pernambucano Pedro da Costa Favela que foi para
o Amapá para lutar contra os ingleses e neerlandeses que haviam tomado o Forte
do Rio Tauregue, localizado na confluência do rio Tauregue (hoje Rio
Maracapuru) com a margem esquerda da foz do Rio Amazonas, no atual estado
do Amapá. Ao chegar à Fortaleza surpreendeu este estabelecimento fortificado,
que resistiu ao cerco que lhe foi imposto por suas forças, em 26.09.1629
Senhor do engenho São
Bras/Várzea do Capibaribe-Recife. (3)
Fontes:
http://institutodonome.blogspot.com.br/2011/04/os-cristaos-novos-e-mudanca-do-nome.html
http://geneall.net/fr/forum/86421/familia-arruda-ilha-de-sao-miguel/
Forte do Rio
Tauregue. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_do_Rio_Tauregue
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.
1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57
Em 1623 o
engenho moeu 5.876 arrobas de açúcar e pertencia a Antônio da Silva Barbosa,
não possuía partido da fazenda, mas tinha dois partidos de lavadores: Antônio Cavalcanti (20 tarefas) e Pedro da Costa Favilla (20 tarefas),
totalizando 2.000 arrobas. Em suas terras Manuel de Figueiredo também plantava cana em um partido do
senhor do engenho.
Antônio
da Silva Barbosa – Durante a
ocupação holandesa permaneceu sob o domínio dos invasores. Em 1645, Antônio da
Silva achava-se endividado junto a Companhia das Índias Ocidentais holandesa –
WIC, no montante de 571 florins, e também a comerciantes do Recife alguns
outros milhares de florins.
Senhor
do engenho São Bras/Várzea do Capibaribe-Recife (4)
Fontes:
PEREIRA, Levy.
"S. Bras (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de
Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Bras_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 2 de junho de 2015
MELLO, José
Antôonio Gonslaves de. A Economia Açucareira. Fontes Para a História do Brasil
Holandês. Edt. CEPE. 2ª edição. Recife,
2004. Pág´. 28, 86, 150
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57
Durante a
ocupação holandesa Antônio da Silva Barbosa permaneceu na frente da
administração do engenho São Brás que aparece de fogo vivo em 1637 e 1639.
O engenho foi
citado nos seguintes mapas: Præfecturæ Paranambucæ pars Borealis, una cum
Præfectura de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado com
o símbolo de engenho, 'Ԑ: St. Bras.', na m.e, do rio sem nome (Rio
Camaragibe), tributário m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'; IT (IAHGP-Vingboons,
1640) #43 Capitania de I. Tamarica,
plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. St. Bras.', na m.e. do rio sem nome
(Rio Camaragibe), tributário m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'; PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado como
engenho, 'S. Bras', na m.e. do 'Camiúii' (Rio Camaragibe).
Em 1655 o
engenho ainda estava de fogo vivo e foi listado como pertencente a Pero da
Costa Favela (II) que em 1639 aparece como lavrador do engenho com 20
tarefas. Pero provavelmente era filho de Pero da Costa Favela que foi senhorio
do engenho nos primeiros anos do século XVII.
Pero da Costa Favela
ou Favilla (II) – Filho de Pero da Costa Favela ou Favilla (3º Proprietário do
Engenho). Pero da Costa Favela (II) aparece na lista dos devedores da Companhia das Índias Ocidentais holandesa no
montante de 3.150 florins no ano de 1645, e de 4.900 florins, no ano de 1663.
Lavrador (20 tarefas) e
depois senhor do engenho São Bras/Várzea do Capibaribe-Recife (5)
Fontes:
PEREIRA, Levy. "S. Bras (engenho de
bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da
América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Bras_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 2 de junho de 2015
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.
1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57
Atualmente não existe mais vestígio do engenho e sua área foi urbanizada com o nome de Sítio São Brás, bairro da
cidade do Recife.
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