Fontes

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21/06/2015

São João (Nossa Senhora do Rosário)/Várzea-Recife

          O engenho São João Baptista, fundado por Luís Ramires no fim do século XVI, pagava 03% de pensão ao Donatário depois do açúcar dizimado. Sua moenda era movida a bois e sua igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário. Suas terras ficavam localizadas na margem direita do Rio Capibaribe, freguesia da Várzea, jurisdição de Olinda, Capitania de Pernambuco.

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Canavial

            Por esse tempo, segundo Duarte de Albuquerque Coelho, em suas “Memórias diárias da Guerra do Brasil”, existiam “dezesseis moinhos ou engenhos de açúcar nas suas terras, a que se chamava Várzea do Capibaribe, extenso território que constituía a sua paróquia, por ser torneada pelo rio do mesmo nome”.

Luis Ramires – Em 1635, Luis Ramires abandonou seu engenho como vários senhores de engenho que acompanharam o General Mathias de Albuquerque e sua tropa para Alagoas e depois para a Bahia, após a rendição do Arraial do Bom Jesus e do Parnamirim, ficando assim o invasor holandês na posse da região conquistada e das propriedades abandonadas.  Durante a fuga foi necessário ajuntarem-se mais de 8.000 pessoas, para se livrarem dos assaltos e acometimentos dos holandeses, que os perseguiram até o Rio São Francisco.
Senhor do engenho São João, antes Nossa Senhora do Rosário/Várzea do Capibaribe-Recife (1)
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. 1919-20. Vol. XLI-II. Anais 1903. Vol. 25 (1) – Pág. 114. - Anais 1919-1920 Vols 41 / 42 (2), pág. 20, 212
freimilton-ofm.blogspot.com
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.  1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57, 58
MELLO, José Antôonio Gonslaves de. A Economia Açucareira. Fontes Para a História do Brasil Holandês.  Edt. CEPE. 2ª edição. Recife, 2004. Pág´.28
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol. 2:  535; vol. 3: 79; vol. 7: 325
PEREIRA, Levy. "S. Iuão (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Iu%C3%A3o_(engenho_de_bois). Data de acesso: 3 de junho de 2015

Em 1623 o engenho produziu 4.019 arrobas de açúcar e sua produção foi transportada por pequenas embarcações pelo rio Capibaribe até o porto do Recife.
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Embarcações - Pernambuco colonial
Durante a ocupação holandesa o engenho que tinha sido avaliado em 50.000 florins foi alvo de um incêndio (1634) por tropas luso-brasileiras. Em 1636 o engenho São João que ficava a 03 léguas do Arraial do Bom Jesus é novamente queimado por tropas holandesas.
O status de senhor de engenho veio a encantar até os holandeses recém-chegados, pois “o açúcar prometia fortunas”. Assim, logo após a rendição do Arraial do Bom Jesus (08.06.1635), o Fiscal do Conselho holandês Jaques Hack obteve a gestão provisória do eng. Nossa Senhora do Rosário que se encontrava destruído e abandonado, com a promessa da preferência da compra do dito engenho mais adiante.
Em 28.05.1637, o engenho que passou a ser chamado de Remeces, foi  finalmente confiscado e vendido pela Companhia das Índias Ocidentais holandesa-WIC, ao próprio Jaques Hack e ao seu sócio Matias Beck, pela quantia de 32.500 florins, em 06 prestações anuais. NOTA: Em 1645, Jacques Hack e Matias Beck aparecem como devedores da WIC no montante de 43.499 florins, além da parcela de 10.273 florins; em 1663 sua dívida foi calculada em 32.500 florins.
Em 1639 o engenho se encontrava de fogo vivo e moía com 04 partidos de lavradores: João Peres Correia (com 15 tarefas). Simão Martins (com 15 tarefas); Jacques Hack (5 tarefas) e Nicolaes Hack (35 tarefas), além de 01 ou 02 partidos livres.

Jacques Hack – Holandês. Fiscal do Conselho holandês, um dos primeiros escabinos de Olinda (1639) nomeado pelo Conde Maurício de Nassau. Após a rendição do Arraial do Bom Jesus, 08/06/1635, e da Fortaleza de Nazaré, obteve o Governo do Brasil holandês a gestão provisória do engenho e a preferência na sua aquisição.
Em 05/12/1637-Recife, a animosidade contra judeus levou os cristãos-velhos e protestantes holandeses se unirem e formularem a primeira representação oficial endereçada ao Conselho dos XIX pelos Escabinos da Vila de Olinda, assinado por dois holandeses, Jacques Hack e Willem Doncker, e três portugueses, Gaspar Dias Ferreira, (provável autor do texto), p Francisco de Brito Pereira e João Carneiro de Mariz. Esse documento afirmava: O Cristianismo desta conquista faz a VV.SS. uma queixa para que, com o tempo e madureza de conselho, a mandem remediar. Esta terra se vai enchendo de judeus; que em todas as naus passam as nações do mundo, e por serem inimigos de Cristo nosso Salvador, não merecem nenhuma amizade, pedimos a VV.SS. proíbam desta sua conquista tão ruins habitadores, porque nem os naturais recebem proveito de seus comércios, vendas e mercancias, por serem gente inclinada a enganos e falências, nem os flamengos ficam de melhor que o colhessem cristãos, que não judeus. E quando não pareça a VVSS. proibir-lhes a passagem a estas larguezas das que têm em Holanda, nem se lhes permitia terem vendas públicas, nem outros aproveitamentos que em Holanda lhes são permitidas. Assim o pedimos a VVSS. por reverência do nome de Cristo nosso Salvador. Como podemos perceber, o ódio teológico em relação aos judeus suplanta as diferenças teológicas existentes entre católicos e protestantes.
Rendeiro e depois coproprietário do engenho São João, antes Nossa Senhora do Rosário/Várzea do Capibaribe-Recife (2)
Vendeu o engenho a João Fernandes Vieira.
Fontes:
Chagas, Eber Cimas Ribeiro Bulle das, Raízes judaicas no Brasil. O clima de intolerância religiosa em Pernambuco. Judaísmo e modernidade: suas múltiplas inter-relações [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009. pp. 68-83. Capítulo I.
PEREIRA, Levy. "S. Iuão (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Iu%C3%A3o_(engenho_de_bois). Data de acesso: 3 de junho de 2015
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.  1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57, 58
MELLO, José Antôonio Gonslaves de. A Economia Açucareira. Fontes Para a História do Brasil Holandês.  Edt. CEPE. 2ª edição. Recife, 2004. Pág´.151
______________________________ Tempo dos Flamengos. 2ª edição. Gov. de Pernambuo e BNB. Recife, 1979. Pág. 64, 131 e 163.

Matias Beck – Em 03.04.1649 Matias Beck aportou na enseada do Mucuripe/Ceará, com 03 iates e 02 barcos, que transportavam 298 holandeses. Explorou a costa, para escolher um local para construir um forte que depois foi denominado de Schoonemborch (Fortaleza Nossa Senhora da Assunção), em homenagem ao Governador da Capitania de Pernambuco e Presidente do Alto Conselho Administrativo da Holanda no Brasil. Depois de pronto Matias ampliou e reforçou as obras de defesa (19.08.1649.), de acordo com a planta feita pelo engenheiro Ricardo Caar.
Senhor do engenho São João, antes Nossa Senhora do Rosário/Várzea do Capibaribe-Recife (3)
Fontes:
http://www.10rm.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=50&Itemid=102
PEREIRA, Levy. "S. Iuão (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Iu%C3%A3o_(engenho_de_bois). Data de acesso: 3 de junho de 2015
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.  1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 57, 58

Durante a ocupação holandesa João Fernandes Vieira c.c. D. Maria Cesar (s.g. no casamento), além de um grande militar era um senhor de muitos engenhos (Abiaí/Itamaracá; Guerra/Cabo de Santo Agostinho; Ilhetas/Cabo de Santo Agostinho; Jacaré/Goiana; Meio/Recife-Várzea; Molinote, ou Santa Luzia, depois Sacambu/Cabo de Santo Agostinho; Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém; Santana/Jaboatão dos Guararapes; Santo André/Jaboatão dos Guararapes - Muribeca; Santo Antônio/Goiana; São João/Recife-Várzea; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho. Na Paraíba: Inhaman, Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião, Gargaú e São Gabriel. Tibiri de Baixo e Tibiri de Cima). Em 1642, compra o engenho a Jacques Hack, com os partidos que foram de Filippe Moreira, e declara em seu testamento que mesmo já tendo pagado três prestações de 8.000 cruzados, Jacques Hack e seu filho surrupiaram do engenho: 80 escravos de serviço (cada um valendo 100.000 réis), 50 bois (20.000 réis cada) e mais de 100 caixas de açúcar que havia na casa de purgar, e muitas outras coisas de valor da casa de vivenda. Ao tomar posse do engenho transforma a moenda do engenho para ser movida à água e o passa a chamar de São João Baptista, que dotou a Capela. NOTA: Segundo João Fernandes Vieira o engenho São João era “um dos melhores engenhos de Pernambuco”.

João Fernandes Vieira – Nasceu em 29/06/1596-Funchal/Ilha da Madeira/PT e faleceu em 1679. Filho do fidalgo Francisco de Ornelas Muniz com Antônia Mendes. Seu pai era bisneto de Tristão Vaz, o primeiro donatário de Machico. Sua mãe era bisneta de Pedro Vieira, morgado da Ribeira de Machico; entre os seus bisavós se encontra António Fernandes, sesmeiro nas Covas do Faial, no norte da ilha da Madeira. Em 1606, com 10 anos de idade, Fernandes Vieira imigrou para a Capitania de Pernambuco, pois como não era o filho primogênito - herdeiro de todo o legado dos pais, se viu obrigado a emigrar para o “Além Mar”, para adquirir fortuna, como muitos jovens portugueses da época.
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João Fernandes Vieira
Assim que chegou a Pernambuco trocou o seu nome de Francisco de Ornelas Moniz Júnior, para João Fernandes Vieira, um disfarce muito usado pela corrente emigratória para o Brasil, que queriam esconder sua origem nobre, porque trabalhariam em serviços braçais, uma desonra para a época. Seu primeiro trabalho foi como ajudante de mascate, em troca de comida e morada; depois foi auxiliar do mercador do comerciante Afonso Rodrigues Serrão, que ao falecer o deixou como único herdeiro do seu negócio e de algumas casas na Vila de Olinda.
Em 1630, com a invasão holandesa João Fernandes Vieira se alistou como voluntário de guerra e em1634, participou da resistência luso-brasileira no Forte de São Jorge.
Após 1635, Fernando Vieira tornou-se muito amigo e depois sócio do Conselheiro Político da Companhia das Índias Ocidentais, Jacob Stachouwer, de quem depois foi feitor-mor de seus engenhos: Ilhetas (Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe)/Serinhaém, Meio/Recife, Santana/Jaboatão dos Guararapes. Nota: Em seu testamento Fernandes Vieira declarou sobre sua aproximação com Stachouwer: “Declaro que no tempo dos holandeses por remir minha vexação e viver mais seguro entre eles, tive apertada amizade com Jacob Estacour, homem principal da nação flamenga, com diferença nos costumes, e com ele fiz negócios de conformidade e por conta de ambos (...)”. Nessa época Fernandes Vieira era descrito como um homem de aspecto melancólico, testa batida, feições pontudas, olhos grandes, mas amortecidos, e de poucas falas, exceto quando se ocupava de si, pois desconhecia a virtude da modéstia. Ativo, ambicioso e inteligente, durante a trégua estabelecida entre Portugal e a Holanda, estabeleceu ligações estreitas com os holandeses, o que lhe proporcionou ascensão econômica e social.
Com a partida de Stachouwer e de seu sócio de Nicolaes de Rideer, Vieira passou a lucrar com a administração dos engenhos e dos fundos do seu amigo e benfeitor Stachouwer. Logo se apoderou das propriedades dos dois sócios: Guerra/Cabo de Santo Agostinho, Ilhetas, ou Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém, Meio/Recife, Santana/Jaboatão dos Guararapes e Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo, e assumiu  os débitos contraídos por Stachower e de Ridder na compra das propriedades à Companhia das Índias Ocidentais (débito que nunca foi pago). Logo Fernandes Vieira e torou um dos homens mais ricos da Capitania, proprietário de 16 engenhos e de mais de 1.000 escravos.
Cargos e funções: Participou da defesa do Arraial do Bom Jesus/Recife (1635), com apenas 22 anos Escabino de Olinda (1639); Escabino de Recife (07/1641 a 06/1642, sendo conduzido ao cargo de 1642/43). Escabino de Maurícia (Recife) de 07/1641 a 06/1642, sendo conduzido ao cargo de 1642/43. Contratador de dízimos de açúcar da Capitania de Pernambuco e de Itamaracá.  Representante dos luso-brasileiros da Várzea do Capibaribe na Assembleia convocada pelo Conde Maurício de Nassau para assuntos do governo (1640). Mestre de Campo do Terço de Infantaria de Pernambuco. Construiu em Olinda a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, hoje Igreja de Santa Thereza, onde antigamente funcionava o Colégio de Órfãos.
Embora fosse um dos mais importantes senhores de engenho da Capitania, para ser incorporado à nobreza rural de Pernambuco, em razão de sua suposta cor parda, de seu “defeito mecânico” (trabalhos manuais) e de sua “falta de qualidade de origem”, teve que contrair matrimônio com uma moça pertencente a uma das famílias mais importantes da Capitania. Com o casamento Fernandes Vieira que já era colaborador e conselheiro em assuntos brasileiros do governo holandês se tornaria, também um dos homens mais importantes da Capitania, com apoio da comunidade luso-brasileira através do seu prestígio econômico e social, e de doações para igrejas, confrarias e pessoas necessitadas.
Casamento 01: D. Maria César, em 1643 – Filha do madeirense e senhor de engenho Francisco Berenguer de Andrade (senhor do eng. Giquiá/Recife) e de Joana de Albuquerque. (s.g.)
Filhos fora do casamento: 01- Manuel Fernandes Vieira, sacerdote do hábito de São Pedro com ações de algumas Mercês de seu Pai. Vigário de Itamaracá e senhor do engenho Inhaman/Igarassu. Perfilhado nos livros de Sua Majestade. Comendador de Santa Eugenia Alla, que vagou por falecimento de seu Pai João Francisco; 02- D. María Joanna filha natural de João Fernandes Vieira e de D. Cosma Soares. C.c. Jerouymo Cesar de Mello - Fidalgo da Casa Real, Cavalheiro da Ordem de Cristo e Capitão-mor de Maranguape, filho de Agostinho Cesar de Andrada (Gov. do Rio Grande do Norte) e de D. Laura de Mello; 03- D. Joanna Fernandes Cesar. C.c. Gaspar Achioli de Vasconcellos, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, filho de João Baptista Achioli e de D. Maria de Mello. Alcaide-mor da cidade da Paraíba do Norte, e senhor do eng. Santo Andre; 04- Maria de Arruda, falecida ainda criança.
Fernandes Vieira era um dos maiores devedores da Companhia das Índias Ocidentais, com uma dívida estimada em 219.854 florins, que nunca foi paga, pois alegou no seu Testamento que os chefes holandeses "são devedores de mais de 100 mil cruzados (...) de peitas e dádivas a todos os governadores (...) grandiosos banquetes que ordinariamente lhes dava pelos trazer contentes".
Após a partida do Conde Maurício de Nassau (1644) Vieira viu a intensificação da insatisfação do povo pernambucano, influenciado pelo seu sogro e percebendo as vantagens econômica e social a serem alcançada com a expulsão dos holandeses e da Companhia das Índias Ocidentais passou para o lado dos Insurrectos pernambucanos.
Reúne-se com várias lideranças rurais nas matas do engenho Santana, onde traçam os planos para expulsar os holandeses do Brasil. Como contragolpe, lança a campanha de Restauração de Pernambuco, servindo-se da mesma táctica manhosa dos inimigos e passa a circular nos dois lados: holandeses e luso-brasileiros. Nessa mesma época os holandeses o chamam para ser Agente de Negócios da Companhia e membro do seu Conselho Supremo, ficando Vieira, conhecedor de todas as tramas e recursos.
João Fernandes Vieira escreve a D. João IV pedindo-lhe licença para resgatar as Capitanias invadidas da mão dos usurpadores, ao que o Monarca se opõe. Descobrindo os holandeses os seus intentos, atraíram-no ao Recife, mas Vieira iludiu-os e pôs-se em campo, levantando a bandeira da Insurreição Pernambucana – de fazenda em fazenda, de engenho em engenho incentivando a revolução e declarando traidores os que não seguissem a sua causa. O Conselho holandês põe a cabeça de Vieira em prêmio e em resposta Fernandes Vieira põe preço a cabeça dos membros do Conselho e se torna um dos líderes da chamada Insurreição Pernambucana e um dos heróis da Restauração de Pernambuco.
NOTA: Segundo José Antônio Gonçalves de Melo: A insurreição de 1645 foi preparada por senhores de engenho, na sua maior parte, devedores a flamengos ou judeus da cidade. Foi nitidamente um levante de elementos rurais, no qual tomaram parte, negros escravos, lavradores, pequenos proprietários de roças, contratadores de corte de pau-brasil, e outros.
Após a tomada do eng. Casa Forte, Vieira voltou com seus homens ao seu engenho São João/Recife-Várzea do Capibaribe, e de lá iniciou um sistema de estâncias militares, espécie de fortificações onde pudessem estar seguros e guardar pólvora e munições de guerra. Vieira participa da guerra contra os holandeses e, vence junto com sua tropa, a Batalha das Tabocas em Vitória de Santo Antão/PE, em 03/08/1645, e a Batalha de Casa Forte/Recife, junto aos heróis: André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, em 17/08/1645.
Com a Batalha dos Guararapes, sob o comando do General Barreto de Meneses, em 19/04/1648 e 19/02/1649, os holandeses são finalmente vencidos e expulsos de Pernambuco e, como recompensa pelos serviços prestados na guerra João Fernandes Vieira é recompensado pelo Rei D. João IV com os cargos: de Governador da Paraíba (1655/57), Capitão General do Reino de Angola (1658/61) e Superintendente das Fortificações de Pernambuco e das Capitanias vizinhas, até o Ceará, (1661/81).
Depois do tratado de paz entre Portugal e a Holanda (1661), Fernandes Vieira figurava em 2º lugar na lista de devedores dos brasileiros à Companhia das Índias Ocidentais, com o débito de 321.756 florins, cuja dívida nunca foi paga.
Já idoso Fernandes Vieira encomenda ao Frei Rafael de Jesus um livro sobre a sua vida, exaltando seus feitos, a exemplo do que Gaspar Barléu havia escrito sobre o conde Maurício de Nassau, surgindo assim o Castrioto lusitano, no qual o autor o compara ao príncipe guerreiro albanês Jorge Scanderberg Castrioto, que lutou intensamente contra os turcos e a Sérvia pela recuperação da Albânia, que havia sido anexada à Turquia. Vieira falece, com 85 anos de idade, em 10/01/1681-Olinda, mas só em 1886 seus restos mortais foram descobertos na capela-mor da igreja do Convento de Olinda. Em 1942, seus ossos foram trasladados para a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, sendo depositados na parede da capela-mor, com uma inscrição comemorativa.
Senhor dos engenhos: Abiaí/Itamaracá; Guerra/Cabo de Santo Agostinho; Ilhetas/Cabo de Santo Agostinho; Jacaré/Goiana; Meio/Recife-Várzea; Molinote, ou Santa Luzia, depois Sacambu/Cabo de Santo Agostinho; Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém; Santana/Jaboatão dos Guararapes; Santo André/Jaboatão dos Guararapes - MuribecaSanto Antônio/Goiana; São João (antes Nossa Senhora do Rosário)/Recife-Várzea; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho. Na Paraíba: Inhaman, Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião, Gargaú e São Gabriel. Tibiri de Baixo e Tibiri de Cima.
Em 1664 o valor das contribuições dos escravos alforriados (pelas suas várias modalidades) da finta paga pelos mestres, banqueiros e purgadores de açúcar, era muito alta, fazenda dessas profissões uma categoria economicamente importante, os quais às vezes se equiparavam, quando não sobrelevavam, em valor de contribuição a muitos lavradores de canaviais. Segundo documentação encontrada no Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa – Pernambuco, papéis avulsos. Cx 5 o Gov. Fernandes pagava anualmente nas suas fazendas: Jaguaribem, Maranguape, Salinas e Forno de Cal) o equivalente a 50$ (cinquenta mil réis).
Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Vol. LVI. Recife, 1981.
Em 1664 o valor das contribuições dos escravos alforriados (pelas suas várias modalidades) da finta paga pelos mestres, banqueiros e purgadores de açúcar, era muito alta, fazenda dessas profissões uma categoria economicamente importante, os quais às vezes se equiparavam, quando não sobrelevavam, em valor de contribuição a muitos lavradores de canaviais. Segundo documentação encontrada no Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa – Pernambuco, papéis avulsos. Cx 5 o Gov. Fernandes pagava anualmente nas suas fazendas: Jaguaribem, Maranguape, Salinas e Forno de Cal) o equivalente a 50$ (cinquenta mil réis).
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1925 Vol. 47. Anais de 1926 Vol. 48
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Anais 1885-1886 Vol. 13; 1902 Vol. 24; 
CALADO, Frei Manoel. O Valeroso Lucideno e triunpho da liberdade, Edições Cultura, São Paulo, 1943, tomo I, p. 318 e tomo II, p. 12, 14
Diário de Pernambuco. Os Holandeses em Pernambuco – Uma História de 24 anos. João Fernandes Vieira. Publicado em 22.09.2003.
Fontes para História do Brasil Holandês – 1636, Willem Schott. A Economia Açucareira. Inventário feito pelo Conselheiro Schott Cia. CEPE, MEC/SPHAN/Fundação Pró-Memória Local: Recife, 1981
Francisco Adolpho de Varnhagen, E. e H. Laemmert, 1857. Historia geral do Brazil, Volume 2.
GASPAR, Lúcia. João Fernandes Vieira. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras.  1ª edição. São Paulo, 2012.Pág. 57, 58, 74
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Restauradores de Pernambuco: biografias de figuras do século XVII que defenderam e consolidaram a unidade brasileira: João Fernandes Vieira. Recife: Imprensa Universitária, 1967. 2
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol. 2 - Pág. 111; Vol. 3 - Pág. 157, 232. Vol. 4 – Pág. 71
PEREIRA, Levy. "S. Iuão (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Iu%C3%A3o_(engenho_de_bois). Data de acesso: 3 de junho de 2015
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico de Pernambco. Vol. 1, Edições 1-12. Vol. LVI. Recife, 1981.
Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27
SANTIAGO, Diogo Lopes, História da Guerra de Pernambuco, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Recife, 1984, p. 258

Em seu engenho São João, Fernandes Vieira tinha para o serviço religioso da igreja, os melhores músicos que havia, formando uma capela composta de vários instrumentos e diversos ternos de charamelas.
João Fernandes Vieira ao tentar um novo plano para pagamento das obrigações assumidas com a Companhia das Índias Ocidentais, alegou que entre seus débitos, o de valor de 45.000 florins, era “por conta de Jacques Hack e restante de seu débito pela compra de engenho de que o mesmo Hack é devedor, em prestações a vencer nos 03 próximos anos”
O engenho São João, antes Nossa Senhora do Rosário, foi citado nos seguintes mapas coloniais: Præfecturæ Paranambucæ Pars Borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado com o símbolo de engenho, sem nome, na m.d. do 'Capĩibarĩ' (Rio Cabibaribe), próximo ao engenho 'Ԑ: St. Jeron'; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. Hacq', na m.d. do 'Capĩibarĩ' (Rio Cabibaribe), próximo ao engenho 'Ԑ: St. Jeroñ.'; PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI ITAMARACÁ, plotado como engenho, 'S. Iuaõ', na m.d. do 'Capiibari' (Rio Capibaribe).
Em 08.09.1645, os principais chefes da Insurreição Pernambucana se reuniram no engenho São João, onde ficou resolvido, depois de longa discussão, o cerco ao Recife que estava ocupado pelos holandeses. Por conta de João Fernandes Vieira, estabeleceu-se nas terras do engenho, a partir do dito ano, o novo Governo dos Insurretos de Pernambuco, tendo ali funcionado a Santa Casa de Misericórdia de Olinda, o Hospital Militar e o Senado da Câmara de Olinda. Segundo F. A. Pereira da Costa, na Várzea “funcionou, enfim, toda a governança e o mecanismo oficial da Capitania de Pernambuco; a povoação da Várzea foi, por assim dizer, a sua capital durante o período da Guerra Holandesa, que se estendeu de 1645 a 1654”.
Após a batalha do engenho Casa Forte os feridos foram levados para o eng. Apipucos e para o São João da Várzea onde receberam todo o tratamento médico possível. (Broeck, 1651), relatando eventos ocorridos em 17.08.1645, relacionados a mesma batalha de Casa Forte, pg. 27-28: "Duzentas e quatro pessoas foram conduzidas presas ao engenho Remeces (22) de João Fernandes Vieira, entre as quais o tenente-coronel Hous, o comandante Listry, os capitães Wilt Scheut e Blaer, três tenentes, dois alferes, três paisanos: os Srs. Jacob Dasine, Jacob Vermeulen e eu. Todos nós, menos o Sr. tenente-coronel e seus oficiais mais graduados, fomos encerrados e guardados na casa de purgar."
Após o falecimento de João Fernandes Vieira o engenho passou a ser de propriedade de sua viúva D. Maria Cesar.

Maria César – Filha do madeirense e senhor de engenho Francisco Berenguer de Andrade (senhor do eng. Giquiá/Recife) e de Joana de Albuquerque. (s.g.)
Casamento 01: João Fernandes Vieira em 1643. – Nascido em 29/06/1596-Funchal/Ilha da Madeira/PT e faleceu em 1679. Filho do fidalgo Francisco de Ornelas Muniz com Antônia Mendes. Embora fosse um dos mais importantes senhores de engenho da Capitania, para ser incorporado à nobreza rural de Pernambuco, em razão de sua suposta cor parda, de seu “defeito mecânico” (trabalhos manuais) e de sua “falta de qualidade de origem”, teve que contrair matrimônio com uma moça pertencente a uma das famílias mais importantes da Capitania.
Com o casamento Fernandes Vieira que já era colaborador e conselheiro em assuntos brasileiros do governo holandês se tornaria, também um dos homens mais importantes da Capitania, com apoio da comunidade luso-brasileira através do seu prestígio econômico e social, e de doações para igrejas, confrarias e pessoas necessitadas.
Ao fim das guerras flamengas, devido aos cabedais acumulados, , Vieira já figurava entre os “principais” de Pernambuco, a despeito de sua suposta cor parda, seu “defeito mecânico” e de sua “falta de qualidade de origem”.
Senhora dos engenhos: Abiaí/Itamaracá; Guerra/Cabo de Santo Agostinho; Ilhetas/Cabo de Santo Agostinho; Jacaré/Goiana; Meio/Recife-Várzea; Molinote, ou Santa Luzia, depois Sacambu/Cabo de Santo Agostinho; Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém; Santana/Jaboatão dos Guararapes; Santo André/Jaboatão dos Guararapes - MuribecaSanto Antônio/Goiana; São João (antes Nossa Senhora do Rosário)/Recife-Várzea; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho. Na Paraíba: Inhaman, Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião, Gargaú e São Gabriel. Tibiri de Baixo e Tibiri de Cima.
Fontes:
 (em Fernandes Vieira)
http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/16755/16755_3.PDF
http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Carlis_(engenho_de_bois)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Fernandes_Vieira

            No ano de 1746, segundo Pereira da Costa, a Várzea do Capibaribe contava com 11 engenho moenes, 04 de fogo morto, uma Companhia de Cavalaria com 72 praças e duas ordenanças com 151 praças, 2.998 habitantes, 482 fogos (casas ou famílias) e 18 capelas.
Bairro da Várzea - Recife
            Nessa época o engenho São João pertencia ao português Manoel Clemente, século XVIII.

Manoel Clemente – Natural de Lisboa. Capitão-mor pago da Capitania de Itamaracá.
Casamento 01: D. Isabel de Almeida Catanho – Filha de Joaquim de Almeida e de D. Luisa Catanho.
Filhos: 01- José Paulino Clemente – Cavaleiro da Ordem de Cristo. Faleceu solteiro. (s.g.); 02- Manoel Clemente – Clérigo Presbítero; 03- Antônio Clemente de Larraz – Tenente General da Ordenança. C.c. D. Clara Antônia Maria Correia, em 1760. Filha de Roque Antunes Correia (senhor do eng. Jiquiá/Jiquia-Recife e o Bertioga/Ipojuca) e de D. Ignácia Rosa Thenório; 04- D. Lusia – Faleceu solteira, porque não quis casar após o falecimento do seu noivo. (s.g.)
Senhor do engenho São João da Várzea/Várzea-Recife
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1925. Pág. 396, 398. Anais 1926 Vol 48 (1). Pág. 449

Em 1882, existia na Várzea do Capibaribe uma povoação sempre ligada à agroindústria açucareira, em funcionamento os engenhos: Borralho, Brum, Cova de Onça, Cumbe, Curado, do Meio, Poeta, Santo Cosme, São Francisco, Santo Inácio, Santo Amarinho e São João que pertencia a Manuel Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, senhor do engenho São Cosme localizado também na Várzea.

Manuel Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque – Nasceu em 1804 e faleceu em 1894, ambos em Pernambuco. Filho do Capitão-mor Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque e de Maria Rita de Albuquerque Melo. Irmão de Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, visconde de Suassuna, de Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti de Albuquerque, visconde de Albuquerque, e de Pedro Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, visconde de Camaragibe.
Formado em Matemática em Coimbra, em 1821. Político brasileiro. Senhor de diversos engenhos em Pernambuco. Exerceu várias vezes o cargo de Deputado Provincial por Pernambuco. Comendador da Ordem Militar de Cristo. Primeiro e único Barão da Muribeca, Decreto de 14.07.1860.
Senhor dos engenhos São Cosme e São João, ambos na Várzea-Recife
Fontes:
https://pt.wikisource.org/wiki/Archivo_nobiliarchico_brasileiro/Muribeca_(Bar%C3%A3o_de)
http://www.luizberto.com/esquina-leonardo-dantas-silva/atraves-de-sao-joao-da-Várzea
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Francisco_de_Paula_Cavalcanti

Na última década do século XIX, durante os governos do Barão de Lucena e de seus sucessores, Correia da Silva e Barbosa Lima, desenvolveu-se uma política de incentivo à agroindústria açucareira oferecendo o Governo pernambucano empréstimo, que variava entre “100 e 900 contos de réis”, para a implantação de usinas de açúcar; programa este que veio beneficiar de início 26 empresários.

Postal do Bairro da Várzea - Recife, 1908
Segundo Manuel Correa de Andrade, “esses empréstimos financiavam não só a implantação da fábrica como a aquisição de terras, a formação de plantios, a construção de estradas de ferro ligando a usina às ferrovias do estado ou aos portos de embarques do açúcar, ou mesmo às suas áreas de plantação”. 
Em torno de 1890, Francisco do Rego Barros de Lacerda, senhor do engenho São Francisco da Várzea, comprou o engenho São João e o Santo Cosme e Damião ao Dr. Manuel Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, pois pretendia reunir as terras dos três engenhos para fundar um engenho central (usina de pequeno porte).

Francisco do Rego Barros de Lacerda – Nasceu em 02.08.1831/eng. Trapiche-Cabo de Santo Agostinho. Sobrinho do Conde da Boa Vista, Francisco do Rego. Filho do Barão e da Baronesa de Ipojuca João do Rego Barros e de D. Inácia Militana Cavalcanti Rego de Lacerda.
Presidente da Intendência Municipal. 10° Presidente da Província nomeado por carta Imperial de 16.10.1837. Governador de Pernambuco, 02.12.1837 a 12.05.1838, 30/10/18378 a 12.051838 (reassumiu o governo) e 03.11.1838  a 03.04.1841 (reassumiu o governo). Prefeito do Recife (189). Formou-se na Faculdade de Direito em (1852), dedicando-se logo depois à agricultura. Em 1859, com outros agricultores fundou o Imperial Instituto de Agricultura, que não teve vida longa. Em 1874, melhorou a técnica de fabricação de açucare modificou seu sistema industrial, tanto no engenho de propriedade do Barão de Muribeca, como no engenho Mameluco, pertencente ao seu primo Antônio Marques de Holanda Cavalcanti. Deputado Geral do Império. Senador Estadual.
Francisco do Rego Barros de Lacerda
1878- Em 1878, implantou o sistema viário “Decauville” para fazer a condução de canas em carros de tração animal. Deputado Geral do Império na legislatura de 1882 a 1885. Vereador da Câmara Municipal do Recife, em 1886/1891, até o advento do regime republicano.Em 1892 foi eleito Senador Estadual e com esse cargo terminou sua carreira política.
Casamento 01: D. Mariana do Rego Barros – Com fotografia na Col. Francisco Rodrigues – FR 998
Senhor dos engenhos: Guararapes/Muribeca-Jaboatão dos Guararapes; São João da Várzea (Estabelecida uma Usina); São Cosme/Várzea-Recife; São Francisco/Várzea-Recife.
Proprietário da Usina São João/Várzea-Recife
Fontes:
CARLI, Gileno Dé. Açúcar no Brasil - Personalidades VIII – Francisco Rego Barros de Lacerda Autoria – in História de uma Fotografia, Recife, 1985. Pág. 378 396 397
http://profbiuvicente.blogspot.com.br/2009/06/bairro-da-varzea.html
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=64351
http://www.luizberto.com/esquina-leonardo-dantas-silva/atraves-de-sao-joao-da-varzea
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_do_Rego_Barros_de_Lacerda

Foz do Rio Capibaribe - Recife
Em 1893, Francisco do Rego Barros de Lacerda viaja aos Estados Unidos, para adquirir maquinário para instalação de seu engenho central, tendo como objetivo a fabricação de um excelente açúcar, mas com uma mão de obra economicamente viável. Apesar de alguns contratempos sofridos, em 1895 a fábrica de açúcar é finalmente inaugurada, com a denominação de São João, por ser situada nas terras desse engenho, com uma despesa diária de 50$ para fabricação de 4 200 sacos de açúcar.
Antiga ponte de ferro que liga os engenhos -
nos dois pedestais podemos ver duas esculturas de FB
Para facilitar a comunicação dos engenhos São João e do São Francisco com os engenhos São Cosme e São João, que ficavam localizados na margem esquerda e direita do rio Capibaribe, Francisco do Rego Barros de Lacerda importa em 1897, uma ponte de ferro, com 160 m. de extensão, dividida em quatro vãos, e a instala sobre o Rio
Depois da instalação e inauguração da Usina, começou a construir a casa-grande, ainda hoje existente, toda de ferro e pedra, no alto de uma colina, com bela vista. “e construiu efetivamente a obra gigantesca e mais confortável habitação do município do Recife”, diz Zeferino Galvão. A casa tem uma área medindo 902,88 m2, com 34,2m de comprimento por 26.4 m de largura. Existindo uma área interna, no fundo, entre duas alas com quartos, com 101,24m2, a área real construída em cada andar é de 801,63 m2. No andar térreo há uma área adicional, construída, de 224.10 m2, constituída de cozinhas, copas, lavanderia, sanitários e outras acomodações. Considerando toda área construída, incluindo os terraços cobertos, a área total da casa é de 1.420,20 m2, com 47 colunas de ferro, e na parte interna 22 colunas do mesmo material. A casa é circundada  de uma parque-jardim, projetado pelo paisagista Burle-Marx, que em 1937 criou, com o seu gênio, o meio natural de amenizar o contraste daquela enorme e estranha casa, como que transportada da Luiziana para as margens do velho Rio Capibaribe.
Em 1914 a Usina dispunha de 11 km de estrada de ferro, sete tanques para álcool e uma produção de 70.000 toneladas de açúcar. Em matéria de capacidade industrial, em 1921 a Usina São João esteve classificada em faixa de 9º lugar, com capacidade de 200 toneladas de cana de esmagamento diário.
Em 1917 foi inaugurada em suas terras uma olaria São João onde hoje se encontra a Cerâmica Francisco Brennand, um dos artistas plásticos mais conceituados do Brasil.
Em 1929, com a morte do seu fundador, Francisco do Rego Barros de Lacerda, a usina passa a ser dirigida por sua única irmã e herdeira, D. Maria da Conceição do Rego Barros Lacerda, uma figura humana, bondosa, carinhosa, solteira e muito apegada ao seu sobrinho e afilhado Ricardo Lacerda de Almeida Brennand.

Usina São João da Várzea
Em 1933, a Usina apresenta uma produção de 37.853 sacas (60kg.) de açúcar. Em 1934, foi a propriedade transferida para o seu administrador, Ricardo Lacerda de Almeida Brennand, a quem D. Maria da Conceição do Rego Barros Lacerda transforma, por perfilhamento, em seu herdeiro universal. A fim de dar continuidade aos trabalhos, Ricardo Lacerda de Almeida Brennand traz para administração, anos mais tarde, o seu irmão e sócio na Usina Santo Inácio, Antônio Luís de Almeida Brennand, criando assim o Grupo Brennand.

Ricardo Lacerda de Almeida Brennand – Nascido em 04.09.1897-Recife e falecido em 09.03.1982-Recife. Filho de Ricardo Monteiro Brennand e de Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda de Almeida 
Casamento 01: Olympia Padilha Nunes Coimbra – Nascida em 11.08.1903.
Filhos: 01- Antônio Luiz Coimbra Almeida Brennand – Nascido em 11.06.1926. C.c.  Maria Pompéia Rodrigues Machado. (c.g.); 02- Francisco de Paula de Almeida Brennand – Nascido em 11.06.1927. C.c. Débora de Moura Vasconcelos. (c.g.); 03- Cornélio Coimbra de Almeida Brennand – Nascido em 09.06.1928. C.c. Helena Carneiro da Cunha; 04- Jorge Eugênio Coimbra de Almeida Brennad – Nascido em 01.08.1929. C.c. Maria Cristina Berardo Loyo; 05- Tereza Maria de Jesus Coimbra de Almeida Brennand – Nascida em 05.12.1931. C.c. Henri Jean Mieville; 06- Maria da Conceição Coimbra de Almeida Brennand – Nascida em 14.04.1933. C.c. Murilo Barros Costa Rêgo.
Fontes:
http://geneall.net/pt/nome/2156722/ricardo-lacerda-de-almeida-brennand/

Antonio Luís Lacerda de Almeida Brennand – Nascido em 13.01.1901-Recife. Filho de Ricardo Monteiro Brennand e de Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda de Almeida 
Casamento 01: Dulce Padilha Coimbra – Nascida em 06.05.1907.
Filhos: 01- Ricardo Coimbra de Almeida Brennand – Nascido em 27.05.1927. C.c. Graça Maria Dourado Monteiro. (c.g.); 02- Maria Dulce Coimbra de Almeida Brennand  - Nascida em 20.02.1930. (c.g.). C.c. Luiz Carvalho Tavares da Silva; 03- Maria Tereza Coimbra de Almeida Brennand – Nascida em 09.08.1931. C.c. Nilo de Souza Coelho. (c.g.); 04- Maria Evangelina Coimbra de Almeida Brennand – Nascida em 27.02.1934. C.c. José Antônio de Souza Leão. (c.g.).
Fontes:
http://geneall.net/pt/nome/2156727/antonio-luis-lacerda-de-almeida-brennand/

          Em terras do engenho São João, em 1917, foi fundada a Cerâmica São João, por Ricardo Brennand. Desativada em 1945, foi reconstruída em 1971, pelo seu filho, o artista plástico Francisco Brennand, que transformou o local em Oficina Cerâmica.
A Usina São João da Várzea continuou em atividade até o ano de 1943, quando veio encerrar sua produção de açúcar e álcool, passando as suas terras destinadas a outras atividades industriais. Naquela extensa área, antes ocupada secularmente pelos canaviais dos primitivos engenhos e mais recentemente da primitiva usina, foram construídas: cerâmicas, fábricas de azulejos, de porcelana, de vidros, siderúrgica e outras unidades do Grupo Brennand, casas dos proprietários, vila de operários, construída no final do século XIX.
Em 1990, o grupo Brennand vendeu as fábricas de cimento Atol, Paraíba Portland, Cimepar e Goiás e com o consentimento dos seus familiares, Ricardo Brennand, sobrinho anônimo, utilizou parte dos recursos para fundar o Instituto Ricardo Brennand (IRB), uma sociedade sem fins lucrativos, presidida pelo próprio empresário, situado na Alameda Antônio Brennand, s/n, Várzea-Recife, um complexo todo edificado em estilo medieval gótico, formado por três construções distintas – o castelo, a pinacoteca, capela e a biblioteca. Contém, também, um auditório para 100 pessoas, com uma área de 1.200 m2. O IRB, um empreendimento que representava o seu grande sonho com a criação de um pólo turístico cultural local, nacional e global de valor inestimável, foi inaugurado em 2002, em terras que no passado pertenceram a João Fernandes Vieira. (VAINSENCHER, Semira Adler. Instituto Ricardo Brennand. Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/. Acessado em: 01.07.2015).

Um comentário:

Unknown disse...

Muito orgulho de morar em uma região tão ica em história, e que possuem uma ligação tão direta com os invasores holandeses,portugal. É um verdadeiro mergulho em 4 séculos ricos de acontecimento. Obrigado aí site.