Nome histórico
Ibipupurá (Ĩbipúpura; Ibipupura); Apipucos (Apipupos; Abbacuquí; Abacoúqús); de
Gaspar de Mendonça.
Engenho Apipucos - Recife-Apipucos |
Hoje o engenho está destruído e sua área
reocupada pelo bairro de Apipucos/Recife, mas sua igreja sobrevive ao tempo,
embora com algumas modificações.
Em sua origem, as terras de Apipucos
faziam parte do engenho São Pantaleão do Monteiro/Recife-Monteiro, como consta
em uma escritura de venda do mesmo engenho, lavrada na vila
de Olinda em 05/12/1577, em que se declara que as “ditas terras
eram situadas na Várzea do Capibaribe, e que foram dadas de partido a André Gonçalves,
com os seus canaviais e matas, e que ele moeria as canas de sua cultura no eng.
Monteiro, ficando assim o comprador com a obrigação de fazer a safra, daquele
ano em diante, e as que se seguissem, mediante particular contrato a respeito
com o novo senhorio”.
André
Gonçalves – (nada foi
encontrado)
Proprietário de um partido de cana no
engenho São Pantaleão, em 1577, e que depois foi vendido a Leonardo Pereira e
sua esposa D. Brásia Pinta.
Senhor de um
partido de cana no engenho São Pantaleão
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana. Edt. Penquin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
66
André Gonçalves depois vendeu seu
partido de cana a Leonardo Pereira,
cuja escritura foi lavrada na vila de Olinda em 05/12/1577. Essas
terras ficavam localizadas na margem esquerda do Rio 'Capĩibarĩ' (Rio
Capibaribe), freguesia da Várzea, cidade de Olinda e Capitania de Pernambuco.
Leonardo
Pereira – Nada foi encontrado.
Senhor do engenho Apipucos/Recife-Apipucos
Casamento
01: Brásia Pinta, processada pela Inquisição por práticas
judaizantes.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulo, 2012. pág 66.
Em 1593, Leonardo Pereira constrói a fábrica, cuja moenda era
movida a água, de acordo com os autos de uma questão que houve entre este e o
proprietário do vizinho eng. Monteiro, sobre os limites extremos das duas
propriedades.
Seus edifícios ficavam situados à margem
esquerda do Rio Capibaribe, na larga faixa de terra que corre ao longo da
quebrada da colina. A capela sob a invocação de Nossa Senhora da Madre de Deus
e depois de Nossa Senhora das Dores olhava para o poente. A moenda da fábrica
era movida a bois e o açúcar fabricado era transportado em batéis pelo Rio
Capibaribe com destino a Praça do Recife.
A casa grande ficava localizada à
esquerda, ao subir da ladeira, na planície da colina, à direita e próxima à
quebrada que dá para o Rio, na rua principal da atual povoação, e a certa
distância da frente da capela, tendo a sua face lateral para o Oriente no
começo da rua levava ao engenho Dois Irmãos/Recife-Dois Irmãos, e assim
ocupando uma bela situação. NOTA: Da antiga casa grande do engenho hoje resta
somente a metade, que convertida em garagem da casa nº 1031. No jardim, existe
uma fonte ferruginosa. Desde 1916, por longos anos, foi residência do Sr. Max
A. Dietiker.
Em 1618 o engenho estava com todas as
suas edificações concluídas, pagava 4% de pensão ao Donatário, e passa a ser
chamado de “engenho Apipucos”, como era conhecida a povoação indígena existente
na localidade, desde antes a chegada dos portugueses a Pernambuco.
O engenho Apipucos foi citado nos
seguintes mapas coloniais: Præfecturæ Paranambucæ pars borealis, una cum Præfectura
de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve,
plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ Abbacuquí', na m.e. do 'Capauiriuÿ' (Rio
Capibaribe); IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 Capitania de I. Tamarica, plotado
como engenho, 'Ԑ Abbacuqui', na m.e. do 'Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe); Y-41
(4.VEL Y, 1642) De Cust van Brazil tusschen Cabo St. Augustijn ende hoeck van
Pommarel, plotada com símbolo de povoação, 'Abacoúqús', na m.e. do 'Rº: ∂e
Avoga∂os:'; PE (Orazi, 1698) Provincia
di Pernambvco, plotado como engenho, 'Ibipupura.', na m.e. do
'Capiibari'.
Em torno de 1594 seu proprietário
era D. Jerônimo de
Almeida.
D. Jerônimo
de Almeida – Nascido em torno de 1540. Filho de D. João de Almeida e de
Luisa de Ornelas. Neto paterno de D. Bernardim de Almeida e de Guiomar Freire.
Neto materno de Francisco Dias, Escrivão da Casa da Índia. Governador de Angola
(1593/1594).
Capitão-General e Governador do Reino de
Angola (1593-4). Residente em Olinda. Comandante de uma esquadra portuguesa, em
1622.
Senhor do engenho Apipucos/Recife-Apipucos
Senhor do engenho Apipucos/Recife-Apipucos
Casamento 01: D. Paula Paes, no Brasil 1545, filha de Cristóvão Paes de Pernambuco e
de (?).
Filhos: 01- D. Cristóvão de Almeida terceiro marido de Luisa de Távora, filha de
Luiz Pires de Azambuja. (s.g.); 02- D. Luisa;
03- D. Maria de Noronha casada em
Madri com Diogo Ximendes.
Casamento 02: Maria Manoel (1550), filha de Diogo Roiz, o Mulato, mercador muito
rico. (s.g.)
Casamento 03: Branca da Gama, filha de Vasco da Gama. (s.g.)
Filhos com (NI):
04: D. João, que foi para a Índia e faleceu em Barcelos/PT.
Fontes:
African States and Rulers, John Stewart, McFarland
http://geneall.net/pt/nome/111497/d-jeronimo-de-almeida/
http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/pessoal/alfandega_salvador/funcionarios.asp
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço
da Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulo, 2012. pág 66.
Nobiliário das Famílias de
Portugal - vol. I - pg. 281 (Almeidas)
Rulers.org – Angola
worldstatesmen.org
– Angola
No ano de 1608 aparece como
proprietário Antônio de Mendonça, de acordo com o registro
de casamento de seu filho Gaspar de Mendonça, na Igreja de Nossa Senhora da
Conceição no dia 31/05/1608-Olinda.
Antônio de Mendonça Saraiva (Antônio Coronel) – Judeu. Filho de Heitor
Coronel, nascido em Salvaterra/Reino da Galiza-Espanha, casado em Monção/PT, na
família Saraiva de origem cristã-nova. Em 1612, Antônio Coronel imigrou para
Amsterdã, deixando em Pernambuco os seus filhos.
Em princípios do século
XVII a família Mendonça Saraiva, já se encontrava bem estabelecida na Capitania
de Pernambuco. Irmão de Duarte Mendonça Saraiva que assumiria livremente
sua condição de judeu, sendo conhecido por David Sênior Coronel, e que foi
senhor dos engenhos: Velho do Beberibe, Bom Jesus do Cabo, São João
do Salgado, Novo do Cabo, Camaçari, Rosário da Torre e o Madalena, este último,
vendido ao seu sobrinho João de Mendonça, antes em 1650. Neto paterno de D.
Antônio Coronel, que serviu em Salvaterra na Galiza,
passando em 1588 à Portugal onde viveu em Monção, casado com a espanhola D.
Isabel Diaz.
Relacionamento 01:
Maria da Silva, uma mulher
solteira, de acordo com o assento do segundo casamento de seu neto Cristóvão de
Paes Mendonça, Livro Velho da Sé de Olinda em 03/01/1612.
Filhos encontrados: 01- João de Mendonça –
Crípto-judeu. Senhor do engenho da Madalena/Recife-Madalena (1630); 02- Gaspar de Mendonça – Crípto-judeu.
Senhor do engenho Apipucos/Recife-Apipucos.
Fontes:
http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/index33.html
Em 1618, a engenho Apipucos é
reconstruído ou modernizado, tendo uma moenda movida à água, de acordo com os
autos de uma questão que houve entre este e o proprietário do vizinho
eng. Monteiro, sobre os limites extremos das duas propriedades.
Os canaviais ficavam em terrenos baixos
e planos, que se estendia ao longo da colina, em frente à capela, e desciam às
suas quebradas, limitadas pelo Rio Capibaribe, ao poente, e pelo grande açude
Apipucos, ao nascente; e assim chegando ao começo da hoje Avenida Dois
Irmãos/Recife-Dois Irmãos. Ao se chegar aos extremos da povoação existente no
local, estendiam-se ali uma ilha limitada, por um lado, pelo Riacho Camaragibe
e pelo outro lado, pelas terras do lavrador Lourenço Cavalcante Bezerra, conhecido como “o da Ilha”, por
morar neste partido do engenho.
Lourenço Cavalcante
Bezerra – (nada mais foi encontrado)
Casamento
01: D. Branca (de Castro Rocha ou Pereira)., filha de
Marcos de Castro Rocha e de D. Isabel Pereira.
Filhos: 01- José Ignácio Cavalcanti; 02- Ignácio José Cavalcanti; 03- D. Francisca Cavalcante Bezerra; 04- D. Joanna Francisca Teresa do Espírito
Santo c.c. Luiz de Albuquerque Maranhão.
Lavrador do
engenho Apipucos/Recife-Apipucos
Fontes:
BORGES DA
FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925, Vol 47
O açúcar fabricado no engenho descia
pelo rio em batéis para o mercado da Praça do Recife. Seus edifícios estavam
situados à margem esquerda do rio Capibaribe, na larga faixa de terra que corre
ao longo da quebrada da colina, e fronteiras à fachada lateral da capela que
olha para o poente. A casa de vivenda dos seus proprietários era bem construída
e ficava localizada na planície da colina, à direita e próximo à quebrada que
dá para o rio, na rua principal da povoação, e a certa distancia em frente à
capela, tendo a sua face lateral que olha para o oriente ao correr do começo do
caminho que vai para Dois Irmãos, e assim ocupando uma aprazível e bela
situação.
Entre os moradores do engenho de 1617
podemos citar Pedro Cardigo, o Velho.
Pedro
Cardigo, o Velho – Tesoureiro das Fazendas dos Defuntos,
Alvará de 11/05/1568, chancelaria de D. Sebastião e D. Henrique, l. 23, fl. 75
v.*, que segundo documentos antigos morava no engenho Apipucos, em torno de
1617.
Casamento
01: (NI)
Filhos:
01- D. Anna Cardigo c.c. Simão Barbosa Cordeiro, que assistia
em Pernambuco (1617), e depois foi para a Bahia onde nasceu seu filho Frutuoso
Barbosa Cordeiro.
Morador
do engenho Apipucos/Recife
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (8). Pág 187
*Inventário dos Documentos Relativos ao
Brasil, existentes na Biblioteca Nacional de Lisboa. Vol. 75
Durante a invasão holandesa seu
proprietário era Gaspar de
Mendonça herdeiro de seu pai Antônio de Mendonça. Em 1623 o
engenho produziu 2.380 arrobas de açúcar no seu engenho Apipucos.
Gaspar
de Mendonça – Cristão-novo. Filho de Antônio
de Mendonça Saraiva e de Maria da Silva, uma mulher solteira, de acordo com o
assento do segundo casamento de seu neto Cristóvão de Paes Mendonça, Livro
Velho da Sé de Olinda em 03/01/1612. Irmão de João de Mendonça do eng.
Madalena. Capitão de Infantaria do 3º do Mestre de Campo Francisco
de Figueiroa, em 14/11/1664, no qual foi reformado. Vereador de Olinda, em
1669 e 1674.
No
princípio da invasão holandesa ficou do lado dos
invasores. Em 1634, Gaspar de Mendonça e alguns de seus familiares foram
feitos prisioneiros pelos holandeses, após o ataque ao seu engenho Apipucos.
Serviu na guerra contra os holandeses, onde foi ferido em Itamaracá.
De acordo com a lista de devedores da Companhia das Índias Ocidentais,
Gaspar de Mendonça em 1645 e 1663, devia 865 florins.
CURIOSIDADES:
Gaspar de Mendonça vendo-se quase desesperado de uma injustiça notável que lhe
fizeram, se pôs no meio da Rua Nova/Olinda, e as altas vozes exclamou: Aonde
estão os irmãos da Santa Casa da Misericórdia, tão zelosos das obras de
caridade, e do serviços de Deus? Venham aqui para darem sepultura à
Justiça, que morreu nesta terra, e não há quem a enterre
honradamente. Nessa altura o Ouvidor da Capitania estimulado desta queixa
mandou chamar o tabelião Luiz Marreiros, e com ele fez um auto de afronta, e
quis prender Gaspar de Mendonça, e castigá-lo, mas não conseguiu pois Gaspar se
escondeu.
CURIOSIDADES:
Durante a batalha do eng. Casa Forte o Governador Fernandes Vieira encomendou a
Gaspar de Mendonça, que com seus escravos e redes mandasse levar alguns feridos
para a Várzea para serem curados, e outros mandasse levar para sua casa, e
cuidasse deles.
Senhor do engenho Apipucos/Recife em 1630, de acordo com anotações do General Francisco de Brito Freire, no Livro 4º, nº 336.
Senhor do engenho Apipucos/Recife em 1630, de acordo com anotações do General Francisco de Brito Freire, no Livro 4º, nº 336.
Casamento
01: D. Catharina Cabral, realizado na Igreja de Nossa Senhora da
Conceição no dia 31/05/1608, de acordo com o Livro da Sé de Olinda, no qual o
referido matrimônio está repetido no dia 03/01/1612. Cristã-nova. Filha de
Cristovam Paes D’Altro (eng. Santo Antônio/Recife) e de D. Ama de Paiva Cabral.
Filho:
01- Cristóvão de Paes Mendonça (Irmão da Santa Casa da
Misericórdia de Olinda, em 1667) c.c. D. Isabel de Mello Bandeira, em 1608, (c.g.);
depois com Joanna Cavalcante (c.g.).
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais
1919-1920 Vols 41 / 42 (1). pág. 64. Anais
1925 Vol 47 (8). pág 187
CALADO, Manoel (Frei). O Valoroso
Lucideno. Vol. I e II. 5ª edição. Edt. CEPE. Recife, 2004
http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/index33.html
http://www.intg.org.br/teste/afortunado/olivro/pdf_dividido/quinta-parte/XIV.ALOGiSTICAEALOCALIZAcaOESTRATeGICA126.pdf
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulo, 2012.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo
dos Flamentos. 2ª edição (segunda tiragem) BNB. Governo de Pernambuco. Recife,
1979
Revista do Arquivo Público. Secretaria
do Interior e Justiça. Ano VII a X – Nº IX a XII – 1952-1956. Recife – PE.
Compilação: Joana Maciel, pesquisadora AHJPE/2005.
Nas terras do engenho Apipucos foram
travadas várias batalhas entre os luso-brasileiros e holandeses, sua Capela
Nossa Senhora das Dores foi totalmente saqueada, teve imagens quebradas, paramentos,
alfaias e móveis destruídos. A povoação da época também sofreu uma pilhagem
completa, tendo os holandeses levado para todo o gado, escravos e mercadorias
que encontraram. Em 1634 a tropa holandesa atacou e depois saqueou o engenho,
obtendo grandes despojos, e aprisionou Gaspar de Mendonça e alguns dos seus
familiares.
Em 1637 o engenho estava arruinado e de
fogo morto, mas em 1639 já se encontrava de fogo vivo.
Em 15/08/1645 dia de Nossa Senhora da
Assunção, no princípio da Insurreição Pernambucana, a tropa holandesa foi
mandada saquear os moradores do eng. Apipucos e roubar o que não puderam
carregar da primeira vez que estiveram no dito engenho. Desta vez tomaram de
Gaspar de Mendonça todo o gado de cabras, carneiros e porcos e alguns bois e cavalos
dos moradores e escravas, as levando para a casa de D. Ana Paes (eng. Casa
Forte/Recife), aonde os invasores tinham alojamento.
Segundo Lúcia Gaspar, bibliotecária da
Fundação Joaquim Nabuco, com a guerra da Restauração, o eng. de Apipucos ficou muito
tempo abandonado e de fogo morto. No ano de 1655 o engenho estava novamente de
fogo vivo, mas só em 1666, sob o comando do primogênito de Gaspar Mendonça, Cristóvão Paes Mendonça, o engenho
Apipucos voltou a se reerguer, porém sem o mesmo vigor de outrora, uma vez que
o preço do açúcar estava em declínio no mercado internacional.
Cristóvão
de Paes Mendonça – Filho de Gaspar de Mendonça e de
D. Catharina Cabral. Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Olinda, em 1667. Capitão
de Infantaria do 3º do Mestre de Campo Francisco de Figueiroa, por patente de
14/11/1664, no qual foi reformado. Serviu com valor na guerra contra os
holandeses, sendo ferido em Itamaracá. Vereador da Câmara de Olinda (1669 e
1674). Irmão da Santa Casa da Misericórdia (06.04.1667). Com inventário aberto
em 01.10.1687-Olinda, sendo Juiz de Órfãos João Carneiro da Cunha e o escrivão
Fernando Velho de Araujo.
NOTA:
De acordo com o inventário que fez o Juiz de Órfãos João Carneiro da Cunha, com
o Escrivão Fernando Velho de Araújo, por morte do Cristovão Paes de Mendonça,
no dia 01/10/1687, do seu segundo matrimônio só estava vivos dois filhos:
Cristóvão e Catharina. NOTA: O dito inventário se encontra no Cartório de
Órfãos de Olinda.
Senhor do engenho Apipucos/Recife
Senhor do engenho Apipucos/Recife
Casamento
01: Isabel de Mello Bandeira, em 1608. Filha de D. Brites Bandeira
de Mello e de Antônio Tavares Valcasar. Com assento de casamento no Livro Velho
da Sé de Olinda, no dia 31.05.1608 e de outro assento fieto no dia 03.01.1612.
Filhos:
01- Gaspar Paes de Mendonça (de Mendonça Bandeira de Mello) –
Capitão das freguesias de Nossa Senhora da Luz e de Santo Antão, por patente do
Gov. D. Pedro de Almeida, em 15.10.1677. capitão na guerra contra os
holandeses. C.c. D. Clara de Azevedo, filha de João Dourado de Azevedo (Capitão
e Cabo da Fortaleza de São João Baptista do Brum). Neta paterna do Dr. Gaspar
Fernando Dourado e de D. Clara Azevedo. (c.g.).
Casamento
02: Joanna Cavalcante,
em torno de 1647, filha de Cristóvão de Holanda de Albuquerque e D. Catarina da
Costa.
Filhos:
02- Cristóvão Paes de Mendonça, nascido em torno de 1667; 03- José,
batizado na Capela do eng. Apipucos, em 06/07/1666, pelo seu tio materno
Fr. João Cavalcante, Religioso da Ordem de Nossa Senhora do Monte
do Carmo da Observância, falecido antes de seu pai; 04- Catharina Cabral,
nascida em 1670, c.c. Luiz de Mendonça Cabral, seu primo, (sucessor do eng.
Apipucos); 05- José que foi batizado
no dia 06.07.1666, mas faleceu jovem.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (8). Pág. 187, 309
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulo, 2012.
Em meados do século XVII já existia uma
povoação homônima ao lado do engenho, contando com mais de trinta casas.
A partir do século XIX, começaram a
surgir sítios e chácaras, onde os moradores do centro da cidade passavam os
meses de verão, pois as águas do rio Capibaribe naquela região eram
recomendadas para banhos medicinais, e segundo Gilberto Freyre a vida de
Apipucos resumia em: “banhos de rio pela manhã à tarde, jogo de cartas, a
noite pastoris e danças para a gente sinhá, nos grandes dias dos
"passatempos de festas" de recifenses e de famílias vindas de
casas-grandes do interior, em Apipucos: no seu hotel e nas suas casas de
veraneio”. A procura pelo povoado por causa do clima ameno e dos
banhos no Capibaribe levou construção do Hotel de Apipucos em um casarão
- a Vila Anunciada, que tinha pertencido a Delmiro
Gouveia (responsável pela implantação da primeira hidrelétrica da América),
onde hoje funciona a Unidade Central da Diretoria de Documentação da Fundação
Joaquim Nabuco.
Em 1680 seu proprietário era o Capitão
de Infantaria Luiz de Mendonça Cabral, sucessor de seu sogro
Cristóvão de Mendonça. Em 13/02/1687, Luiz Cabral vinculou 200$000 da renda da
fábrica do engenho, aplicando os seus respectivos juros em benefício da capela
de Santana do Colégio dos Jesuítas de Olinda.
Luiz
de Mendonça Cabral – Capitão de Infantaria de
Pernambuco. Provedor da Santa Casa da Misericórdia. Em 13.02.1687,
vinculou 200$000 da renda da fábrica do engenho, aplicando os seus respectivos
juros em benefício da capela de Santana do Colégio dos Jesuítas de Olinda.
Durante a Guerra dos Mascates fugiu para a Paraíba, abandonando sua família,
pois era partidário dos Mascates e por ordem do Bispo D. Manoel Álvares da
Costa teve seu lugar de honra retirado, sendo considerado esse ato como uma das
maiores afronta já praticada pelo Bispo em sua administração da Diocese da
Capitania.
Senhor do engenho Apipucos/Recife que recebeu do seu sogro Cristóvão de Paes Mendonça
Senhor do engenho Apipucos/Recife que recebeu do seu sogro Cristóvão de Paes Mendonça
Casamento
01: Catharina Cabral, sua prima, nascida em 1670. Filha de
Cristóvão Paes de Mendonça e de sua segunda esposa D. Joanna Cavalcante. Neta
paterna de Gaspar de Mendonça (senhor do eng. Apipucos) e de D. Clara Cabral.
Filhos:
(NI)
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (1). Pág. 310
O próximo proprietário encontrado foi o
Capitão-mor João do Rego Barros.
João do Rego Barros – Natural de Olinda. Filho
do Capitão-mor Francisco do Rego Barros (Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da
Ordem de Santiago) e de D. Arcângela Josefa da Silveira. Neto materno de
Domingos da Silveira. Homem de prestigio e de grande influencia na Capitania.
Juiz Ordinário (1691).
Fidalgo da Casa Real. Comendador da Ordem de Cristo. Serviu por 30 anos em
guerras em Pernambuco, com Alferes e Capitão-mor. Capitão-mor e Governador a
Paraíba de 1663 a 1670. No Reino foi proprietário do ofício de Provedor da
Fazenda Real (20.12.1675). Durante da Guerra dos Mascates acabou preso em
05/1712. Morreu na prisão em 28/12/1712/Fortaleza do Brum/Recife.
Senhor do engenho Apipucos/Recife
Senhor do engenho Apipucos/Recife
Casamento 01: D. Catharina
Theodora Valcacer, filha do Capitão Francisco Camello Valcacer
Filhos encontrados: 01- Francisco
do Rego Barros (II), nascido no Recife. Fidalgo da Casa Real. Comendador da
Ordem de Cristo. Sucessor de seu pai no ofício de Provedor da Fazenda Real.
Casamento 02: D. Mônica
Josefa de Barros, filha de Arnau de Holanda Barreto (Fidalgo da Casa Real)
e de D. Luzia Pessoa.
Filhos encontrados: 01- João
do Rego Barros – Nascido em Recife e falecido em 1738. Fidalgo da Casa
Real. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Terceiro Provedor da Fazenda Real, de
03.1704 a 11.1738.
Casamento 03: D. Luzia
Pessoa de Mello, sua prima, filha do Capitão-mor André de Barros Rego
(Professo na Ordem de Cristo) e de D. Adriana de Almeida Wanderley.
Filhos encontrados: 01- Francisco
do Rego Barros (III) – Nascido na Paraíba. Fidalgo da Casa Real. Quarto Provedor
da Fazenda Real da família (11.1738 a 07.1750); 02- Pedro Velho Barreto
– Nasceu em 29.06.1708-Recife. Depois de ter ocupado vários postos foi nomeado Capitão-mor de Olinda. C.c. D. Lusia
Margarida de Mello, sua prima.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (1). Pág. 481. Anais 1926 Vol 48 (10). Pág. 08. Anais 1903 Vol
25 (2) 57, 58.
Em 1783 João do Rego Barros vende algumas terras do engenho Apipucos
aos irmãos Antônio e Tomás Lins Caldas, apelidados, respectivamente de Capitão
Coló e Seu Toné, que fundam o engenho Dois Irmãos. O restante das terras foi
herdado pelo seu filho Pedro Velho Barreto.
Pedro Velho Barreto – Nasceu em
29.06.1708-Recife. Filho de João do Rego Barros (Fidalgo da Casa Real,
Cavaleiro da Ordem de Cristo, Provedor da Fazenda Real, Juiz da Alfândega,
senhor do eng. Apipucos) e de D. Luzia Pessoa de Mello. Neto materno de André
de Barros Rego (Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo). Bisneto
materno de Arnau de Holanda Barreto e de D. Adriana de Almeida Wanderley.
Coronel. Depois de ter
ocupado vários postos foi nomeado
Capitão-mor de Olinda.
Casamento 01: D. Lusia
Margarida de Mello, sua prima.
Filhos encontrados: (NI)
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana.
Anais de 1903 – pág. 97. Anais 1925 Vol 47 (5) – pág 225.
Nessa época o engenho já estava decaindo
da sua atividade industrial, ao passo que a povoação ia consideravelmente
tomando grande incremento, e avultando em população e novas construções de
prédios, foi abandonada a cultura da cana, e assim desaparecendo a fabricação
do açúcar, deu-se a extinção do engenho.
No século XIX o transporte do Recife
para Apipucos era feito por diligências puxadas por 05 cavalos, com capacidade
para 20 passageiros na parte interna e outros na parte de cima. Depois as
estradas foram melhoradas e foi instalada a primeira companhia de transportes
públicos, explorada pelo inglês Thomas Sayle (1841), e depois por Cláudio
Dubeux, morador do já então bairro de Apipucos.
A região de Apipucos foi palco, durante
a Insurreição Praieira, de um dos maiores combates entre as forças legalistas e
revolucionárias (1849), sendo marcada por um movimento de
caráter liberal e separatista que eclodiu, durante
o 2º Reinado, na província de Pernambuco,
entre 1848 e 1850.
Segundo o escritor Gilberto Freyre a
vida naquela região se resumia a banhos de rio pela manhã, jogo de cartas à
tarde e, à noite, pastoris e danças. Essa era a rotina do povoado que, por
causa do clima ameno e dos banhos de rio, ajudou a alavancar a região.
No século XX, o bairro é escolhido como
local de residência pelos ingleses, que introduziram o hábito de construir
casarões com jardins e utilizar a água como recurso paisagístico; foi instalada
a Fábrica de Tecidos Othon Bezerra de Mello, conhecida como a Fábrica
da Macaxeira; houve a ocupação dos morros e do loteamento Othon
Bezerra de Melo nas margens do açude.
Além de Delmiro Gouveia, Apipucos teve
outros moradores ilustres como o pintor Murillo La Greca, o
jornalista Assis Chateaubriand, o historiador Alfredo de Carvalho, a
família de Burle Marx, parentes de Demócrito de Souza Filho e o
sociólogo Gilberto Freyre, cuja residência conhecida como o Solar de
Santo Antônio, hoje abriga a Fundação Gilberto Freyre.
NOTA: O bairro de Apipucos,
situado no norte do Recife e distante cerca de nove quilômetros do centro da
cidade, possui 1,2 quilômetros quadrados de área, uma população de
mais de 3.000 habitantes e é protegido pela lei municipal 13.975/1979.
No bairro de Apipucos, instalou-se, no
dia 16/01/1911, a comunidade dos Irmãos Maristas do Norte do Brasil. Os irmãos
compram uma casa, com 08 hectares de terras, e começam a reformá-la, mas com a
primeira grande Guerra Mundial, interrompem a reforma (1914/1918). Em 1920,
retomaram a construção do lado sul e depois constroem a capela (1926). Em 2006,
as edificações do terreno passam a ser o novo campus da Faculdade Marista. Com
isso, da época primitiva, restou apenas o térreo, que se encontra à esquerda de
quem sobe a atual escadaria central e algumas paredes do 1º andar, do mesmo
lado. O local abriga também a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, inaugurada no dia
11/02/1947, que é uma reprodução da Gruta de Lourdes, na França.
Capela do engenho –
A capela do engenho, existente desde 1645, sob a invocação de Nossa Senhora da
Madre de Deus e depois de Nossa Senhora das Dores.
Apipucos foi uma das primeiras povoações
a ter uma capela com um sacerdote de residência. Até o século XX, havia atrás
da capela a antiga casa onde morava o seu capelão. Durante a invasão holandesa
foi completamente saqueada, tendo as suas imagens, paramentos, alfaias e móveis
destruídos pelos holandeses. Da primitiva construção da capela resta pouca
coisa. Algumas paredes antigas foram conservadas, mas quase tudo foi
substituído ou modernizado. Devido aos cupins foi preciso retirar o altar-mor
que possuía um nicho de talha dourada com a imagem da padroeira, em seu lugar
foi construído um de alvenaria. Ao longo dos anos a capela foi várias vezes
reformada e ampliada, sendo muitas vezes custeada pelos moradores da
localidade, como foi o caso da reforma de 1887.
Em 1889 foram feitos novos reparos e
conservação e, em 1906, houve uma grande obra conduzida pelo Dr. Alfredo
Lisboa. Entre 1870 e 1908 a capela não possuía um capelão próprio, mas havia
missa aos domingos. Em 1917, com a chegada dos padres Jesuítas, a capela
floresceu sob a direção do padre Thomas Digman, que foi seu capelão durante 29
anos. Com a sua morte, em 1946, a capela ficou sob os cuidados dos padres
Jesuítas do bairro da Várzea. Com a chegada dos padres Lazaristas holandeses,
em 1950, a capela passou a ser uma das mais ativas no cumprimento da sua missão
religiosa. Hoje a capela está sob os cuidados dos padres Salesianos.
Casa grande
– Da casa do eng. Apipucos resta somente metade hoje convertida em garagem da
casa nº 1031, que fica localizada onde era o Engenho. No jardim, existe uma
fonte ferruginosa. Desde 1916, por longos anos, foi residência do Sr. Max A.
Dietiker (nada foi encontrado).
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2 comentários:
Olá! Achei muito interessante o seu blog. Você que gosta da história dos engenhos, sabe me dizer se já ouviu falar de algum senhor de engenho que cuja a esposa grávida teria se apaixonado e fugido com um de seus empregados (possível mordomo)? Recentemente estou descobrindo um pouco mais da história da minha família. Essa história que mencionei, a esposa fugida, seria minha tataravó. Eles eram originalmente de Recife, quando fugiram foram para o Sergipe, onde se firmaram e criaram sua família. Os nomes não sei ao certo, do empregado eu não sei, já a esposa é possível que fosse Maria Francisca, o do marido abandonado não tenho ideia. Eles tiveram dois filhos, o mais velho (filho do senhor de engenho, assumido pelo empregado) José Andrade (mas conhecido como Zé Menino) e o mais novo Manuel Alves Torres (esse meu bisavô). Quando soube de toda essa história decidi buscar mais sobre, mas não encontro nada mais. Será que você tem alguma informação, alguma base que possa me ajudar a desvendar mais da história da minha família?
Thaís, até o momento não soube de nenhuma história como a desse casal. Fica difícil achar alguma coisa sobre o engenho e/ou família, pois vc não remeteu maiores informações: localização do engenho, nome do marido abandonado, nome completo da sua tataravó, etc.
Quanto ao fato do senhor que menciona ter sido um "mordomo", acho difícil, pois raras eram as famílias que tinha esse tipo de serviçal em sua casa. Mais fácil seria ser um feitor-mor, que era um dos únicos serviçais que tinham algum tipo de relacionamento próximo a "sinhazinha"
Atenciosamente,
Lou Rodrigues
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