O engenho Pintos
foi fundado na segunda metade do século XVII, por Gonçalo Carneiro da Costa,
em terras vizinhas ao engenho Moreno/Moreno, às margens do Rio Jaboatão,
distante 16 km do Centro.
Gonçalo Carneiro da Costa – Filho de
Francisco Carneiro da Costa (Morgado de São Roque/Portugal) e de D. Anna da
Costa. Sucessor de seu irmão no Morgado de São Roque/Portugal, do qual tomou
posse por procuração e o logrou por muitos anos. Vereador de Olinda (1680). Capitão
de Infantaria de Ordenança de Pernambuco (1684). Juiz Ordinário, 23/11/1697.
Casamento 01: D.
Brites de Sá, viúva de Domingos de
Oliveira Monteiro. Filha de Simão Rodrigues (natural de Viseu/PT) e de Maria de
Sá (natural de Pernambuco). Irmã do Cônego Simão Rodrigues de Sá. Neta materna
de Francisco Velho Romeiro e de Beatriz de Sá, segundo o inventário do dito
Simão, cujo testamento que foi feito no dia 01/11/1680, aprovado pelo Tabelião
Diogo Cardoso. S.g.
Fontes
consultadas:
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol
47 (17).
Em 1693, o
engenho Pintos foi vendido a João de
Barros Rego, dono de vasta extensão territorial.
João de Barros Rego – Nasceu em1653/Olinda.
Filho de com André de Barros Rego e de Adriana Wanderley, filha de Gaspar
Wanderley (Van der Ley) e D. Maria de Mello. Neto materno de João Gomes de
Mello (eng. Trapiche/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Anna de Hollanda.
Capitão-mor de
Olinda. Capitão de Cavalos de São Lourenço da Mata, por patente do Gov. João da
Cunha Souto Maior, em 05/03/1688 e confirmada em 13/12 do mesmo ano. Vereador em
Olinda (1685). Provedor da Fazenda Real (07/10/1690). Juiz Ordinário (1691). Provedor
da Fazenda Real, pelo falecimento de seu primo João do Rego Barros, durante a
menoridade de seu cunhado e sobrinho João do Rego Barros (2º Provedor
proprietário). Cavaleiro da Ordem de Cristo, professo em 22/03/1633, nas mãos
do Bispo D. Mathias de Figueiredo e Mello, que lhe lançou o hábito na Igreja
Catedral de Olinda.
Instituidor da
Colegiada da Santa Casa da Misericórdia de Olinda, dotando-a a capelães para rezarem em coro (17/06/1702), depois eleito Provedor (1701
a 1702), fazendo, por sua conta, festas de ação de graças como o Santíssimo
Sacramento exposto, cheio de jubilo por ver completos os seus desejos, que
sempre tivera desta colegiada, e nesta ocasião orou o Padre João Máximo de
Oliveira, (Arcebispo e depois Mestre Escola da Catedral de Olinda, aonde se
conservam suas memórias de sua vida exemplar); assentando, no mesmo dia, renda
para serem rezadas 1.025 missas anuais, por sua tensão e pela de sua 2ª esposa
e tia D. Margarida Arcângela Barreto.
Um dos chefes do
partido da nobreza (1710-1711). Durante a Guerra dos Mascates participou das
batalhas e acabou preso em maio de 1712, vindo a falecer no mesmo ano na prisão
(Fortaleza do Brum, Recife).
Casamento 01: Maria Vidal, filha de Lopo Curado e de
Isabel Ferreira. Meia irmã do Gov. André Vidal de Negreiros. S.g;
Casamento
02: D. Margarida Arcângela Barreto,
sua tia, filha de Francisco do Rego Barros (Fidalgo da Casa Real) e de D.
Arcângela da Silveira. s.g;
Casamento
03: Margarida Cavalcante d’Albuquerque,
filha de João Cavalcante de Albuquerque, o Bom, e de D. Simoa Fragoso. D.
Margarida depois de viúva c.c. Pedro Cavalcante Bezerra (s.g.).
Filhos:
01- D. Maria, falecida criança.
Senhor dos engenhos: Bulhões/Moreno, Buscau, Camarão,
Capim-assu, Catende/Catende, Estiva, Jaboatão/Jaboatão dos Guararapes, Moreno/Moreno,
Pereiras/Moreno, Pintos/Moreno, Quilombo, Sapucaia, Viagens e Xixaim
Fontes
consultadas:
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais: 1925 Vol.
47 e 1955 Vol. 75
O morgadio de
Pintos foi instituído por sua esposa, D.
Margarida Cavalcante d’Albuquerque.
Margarida Barreto de Albuquerque – Filha do
sargento-mor Antônio Pais Barreto. Instituidora do Morgado dos Pintos, em 1794,
que durou até 1843, mas o vínculo não abrangia Moreno.
Casamento 01: João de Barros Rego – Nasceu em1653/Olinda
e faleceu antes de 1748-eng. Curado ou São Sebastião/Recife-Curado. Filho de
com André de Barros Rego e de Adriana Wandereley, filha de Gaspar Wanderley
(Van der Ley) e D. Maria de Mello. S.g. (dados
acima);
Casamento 02: Pedro Cavalcante Bezerra – Filho de
Cosme Bezerra Monteiro e de sua terceira esposa D. Leonarda Cavalcante de
Albuquerque. Capitão. Cavaleiro da Ordem de Cristo. S.g.
Senhora dos engenhos: Pintos/Moreno
Fontes
consultadas:
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol
47 (17).
NOTA: Um
dos lavradores do engenho Pintos casou com Joanna Carneiro, c.g. D. Joanna era
filha de D. Maria Carneiro e de José da Silva, morador do engenho Emboassica/Ipojuca.
O próximo proprietário encontrado foi Francisco de Barros Rego.
Francisco do Rego Barros – Filho
primogênito de João do Rego Barros (Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem
de Cristo) e de D. Luzia Pessoa de Mello.
Provedor proprietário
da Fazenda Real. Fidalgo da Casa Real. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Juiz da
Alfândega de Pernambuco. Padroeiro da Igreja de Nossa Senhora do Pilar/Recife e
do Capitulo do Convento de Nossa Senhora das Neves da Ordem de São
Francisco/Olinda. Senhor das capelas vinculadas nos engenhos: Água Fria e
Pintos.
Francisco do Rego
Barros era um genealogista escreveu, sem muito método, porém verdadeiras, umas
memórias sucintas, porém verdadeiras s, à maneira de árvore de costado de
várias famílias nobre e especialmente dos descentes de Arnau de Hollanda c.c. D.
Brites Mendes de Vasconcellos, de quem era descendente.
Casamento 01- D.
Maria Manoela de Mello, sua prima. Filha
de Manoel Gomes de Mello (Fidalgo da Casa Real, Sargento-mor da Ordenança,
Senhor do eng. São João/Cabo de Santo Agostinho, encapelado por seu pai) e de D.
Ignes de Goes de Mello - primos. Neta paterna de João Gomes de Mello e de Ignez
de Almeida Pimentel. Neta materna de André de Barros Rego (Cavaleiro da Ordem
de Cristo e senhor do eng. São João/São Lourenço da Mata) e de D. Adrianna de
Almeida Wanderley.
Filhos: 01- João do Rego Barros – Nasceu em Olinda.
Fidalgo da Casa Real. Cavaleiro da Ordem de Cristo; 02- Sebastião Antônio de Barros Rego – nasceu em Recife. Fidalgo da
Casal Real; 03- D. Luzia Anna de Mello
c.c. Antônio Luiz de Siqueira Varejão Castello Branco, Fidalgo Cavaleiro da Casa
Real. S.g. até 1748; 04- D. Adrianna
Thereza de Mello – c.c. Felippe de Moura Accioli, falecido antes de 1748,
filho de João Baptista Accioly de Moura (eng. Itabatinga/Ipojuca, Fidalgo da
Casa Real, Alcaide-mor de Olinda, em 1711), S.g.
Senhor dos engenhos Pintos/Moreno; Água Fria/São
Lourenço da Mata.
Fontes
consultadas:
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol
47 (17) e de 1926 Vol 48 (16). Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Casa grande Eng. Pintos Foto: James Davidson |
A capela que
existia na sala desmoronou. Sobrou apenas o altar vazio, com os anjos
da decoração destruídos e um buraco na parede que indica o lugar onde antes
repousava a santa. Segundo Geraldo Gomes (Engenho e Arquitetura, Fundação
Gilberto Freyre, 1997), apesar de curioso, montar um oratório dentro
de casa era comum, pois “grande
parte dos ofícios religiosos era acompanhada apenas pelo senhor de
engenho e seus familiares. Ter a capela privativa seria mais cômodo, no
período da escravidão, os escravos assistiam à missa do lado de fora,
pela janela, e quando o número de escravos aumenta, eram construídas
capelas fora da casa-grande”.
Capela do Eng. PintosHélia Scheppa/JC Imagem |
Em 2012, a
Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), Governo de Pernambuco, fez
um projeto para construção da Barragem Engenho Pereira, para controle de
enchentes do Rio Jaboatão que costumam afetar o município e parte de
cidades vizinhas (Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, e Vitória de Santo
Antão, Zona da Mata) e reforçar do abastecimento de água de Moreno e Jaboatão
dos Guararapes. Igual ao Engenho Verde, em Palmares, o casarão do
Engenho Pintos e seu entorno ficarão submersos numa represa.
Eng. Pintos. Capela - Vista interna Fot: JC Online |
Caberá à COMPESA
recompensar as famílias pela destruição de suas casas. "Cada morador vai ter o direito de escolher
se prefere ser indenizado ou reassentado. O valor da indenização e os detalhes
dessa negociação ainda serão acertados", disse o diretor regional
metropolitano da COMPESA, Rômulo Aurélio de Melo, durante audiência pública
ocorrida na última quinta-feira no Centro de Moreno. Na ocasião, foi
apresentado à população o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da barragem,
desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) e uma das ações
que deverá ser posta em prática pela COMPESA é o replantio das espécies encontradas
na área a ser inundada.
Os animais
identificados no engenho deverão ser encaminhados para outros territórios e os
peixes tenderão a buscar outras áreas quando perceberem a mudança no meio, que
acontecerá gradualmente. O Rima da Barragem do Engenho Pereira está disponível
no site da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).
NOTA: Ainda não há previsão de data para o início das obras.
NOTA: Ainda não há previsão de data para o início das obras.
Fontes
consultadas:
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol
47 (17)
PEREIRA,
Levy. "Nicas (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de
Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Nicas_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 9 de abril de 2014
2 comentários:
Uma pena que um engenho como Pintos seja depredado e o patrimonio historico pernambucano seja deixado ser invadido, destruido e finalmente alagado. Sobre a continuacao da historio sugiro procurar a familia Portella.
viajo muito pelos engenhos em moreno. e vejo que não existe incentivo das autoridades para melhorias. e muitos estão acabando-se sem ao menos ter reconhecimento.
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