(Engenho
de Jerônimo Paes, de Isabel Gonsalves, de Dona Anna Paes, de
Tourlon, de Nassau, de With; e por último de Casa Forte)
Mapa de Pernambuco. Willem J. Blaeu, Tweede deel van 't Tooneel des Aerdriicx... (Amsterdam, 1635). Como ornamento ao mapa da conquista, nota-se, acima, detalhes representando engenho - com sua casa de caldeira e moendas - e casa grande. |
Em meados do século XVI, o engenho Santo
Antônio de Beberibe e as terras que abrangiam os atuais bairros do Recife:
Beberibe, Casa Forte e Várzea foram doadas pelo 1º donatário Duarte Coelho
Pereira a Diogo Gonçalves, a título de dote nupcial.
No Livro de
Tombo do Mosteiro de São Bento de Olinda existe o registro de doação de várias
sesmarias entre elas a que foi feita a Diogo Gonçalves, morador antigo em Beberibe, e pai de "muitas filhas", por D Brites de Albuquerque, esposa de Duarte
Coelho Pereira, com 800 braças de terra para serem cultivadas. Nessa sesmaria
Diogo construiu mais dois engenhos o de Casa Forte e o de Santo Antônio da
Varzea.
O engenho Casa
Forte era movido a bois e possuía uma igreja sob a invocação de Nossa
Senhora das Necessidades, ocupando uma bela situação. Dispunha de uma grande
área territorial e de excelentes matas e ficava localizado nas imediações do
Passo do Fidalgo, à margem esquerda do Rio Capibaribe, no sítio depois chamado
de Santana. O açúcar que fabricava era colocado no dito Passo e depois
conduzido em lanchas para a Praça do Recife. As casas do engenho, de vivenda, com
a sua capela contigua, e suas respectivas dependências, campeavam no belo
arrabalde da cidade denominado da Casa Forte, e precisamente na grande praça
vulgarmente chamada Campina da Casa Forte.
Diogo
Gonçalves (Diogo Gomes Froes*) – Nasceu
na Vila do Conde/PT. Filho de Fernán Rodrigues de Campos (senhor da Vila de
Erra) e de Helena Froes. Chegou a Pernambuco no principio da colonização como
trabalhador braçal, mas logo se tornou Auditor da Gente de Guerra da Capitania.
Homem de certa importância na Colônia pelo cargo que exercia. Ao se casar
recebeu como dote o engenho Beberibe/Recife, levantado por Duarte Coelho em
torno de 1540, aonde foi residir e estabeleceu sua família.
No
Livro de Tombo do Mosteiro de São Bento de Olinda, encontramos vários registros
de doações e vendas de terrenos feitas ou autorizadas por D. Brites, e por ela
assinados. Entre as doações registradas podemos encontrar a de uma sesmaria com
800 braças de terras que abrangia os
atuais bairros de Casa Forte e da Várzea, doada a Diogo Gonçalves,
morador antigo em Beberibe, e pai de "muitas
filhas" e que era casado com D. Isabel Froes que tinha que viera para
Pernambuco com o casal de Donatário com recomendações de D. Catharina, esposa
de D. João III, com recomendações que a acomodassem e a protegessem.
Diogo
Gonçalves depois recebeu sua sesmaria construiu dois engenhos: Casa Forte/Recife e Santo Antônio da
Várzea/Recife, que legou para suas filhas: D. Cosma e D. Isabel, deixando o
engenho Beberibe para seu filho Leonardo Froes.
Casamento
01: Casamento 01:
D. Isabel Froes (Ana), em 1560. D. Isabel Froes, em 1560. Uma das filhas
de Álvaro do Campo, que serviu na Índia, que foi terceiro neto do General
Francisco de Brito Freire – Almirante da Armada, e de (NI). Irmã de D. Leonarda Froes, que casou com seu primo
Martim Lopes de Brito. D. Isabel trabalhou como criada da Rainha D. Catarina,
mulher do Rei D. João III. NOTA: Alguns autores dão a paternidade de D. Isabel
a Duarte Coelho Pereira, pois acham estranho ela ter levado de dote de
casamento o engenho Beberibe.
Quando Duarte Coelho e D. Beatriz de Albuquerque
vieram para a Capitania de Pernambuco (1535), D. Catarina pediu que trouxessem
D. Isabel com eles e lhe dessem acomodação e amparo financeiro por ser filha de
um grande cavaleiro que morrera na Índia em seu serviço. O que foi executado
com muito zelo casando-a com Diogo Gonçalves, um dos homens mais importantes da
Capitania e dando como dote o engenho
Beberibe que pertencia ao Donatário.
Filhos
encontrados: 01- Leonardo Froes – Vereador de Olinda, em 1604, de acordo com uma
carta de data e sesmarias de umas casas no Recife, passada a Belchior Simões, e
registrada no verso da fl. 5 do Livro que serviu de registro da Câmara de
Olinda, de 1660 a 1682. Senhor do engenho Beberibe. C.c. Maria Gonçalves Raposo,
depois com Francisca Nova (c.g); 02- D. Isabel Froes – C.c. Jerônimo
Paes de Azevedo (senhor do eng. Casa Forte). (c.g). Depois c.c.
Belchior Simões que foi senhor do eng. Santo Antônio. (c.g. desconhecida); 03-
D. Cosma Froes segunda esposa de Pedro
da Cunha de Andrada*, filho de Ruy Gonçalves de Andrada (Fidalgo, natural da
Ilha da Madeira), e de D. Leonor da Cunha Pereira.
Moço Fidalgo da Casa Real. Coronel de um dos Terços das Ordenanças em Olinda,
durante a guerra holandesa. Pedro da Cunha foi casado em primeira núpcia com D
Anna de Vasconcellos, filha de João Gomes de Mello (senhor do eng.
Trapiche/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Anna de Hollanda. (c.g.).
Fontes:
* Revista
do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano,
Edições 20-27. Pág. 646-650
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol
47 (2) Pág. 125, 126, 147, 199, 210.
Anais 1926 Vol 48 (1) pág. 255, 322.
Gonsalves de Mello, 1976, pg. 32
http://bestaesfolada.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://doria.genealogias.org/Albuquerques.pdf
http://geneall.net/pt/nome/232108/diogo-gomes-froes/
http://geneall.net/pt/nome/255197/alvaro-do-campo/
MELLO,
Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª
edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69
MELLO, Evaldo Cabral de. O Nome e o Sangue.
Uma parábola genealógica no Pernambuco colonial. Edt. Companhia de Bolso. São
Paulo, 2009. Pág. 233
PEREIRA
DA COSTA. F. A. Origens Históricas da Indústria Açucareira em Pernambuco.
Aranis da Conferência Açucareira. Recife, 1905
PEREIRA,
Levy. "Naβau (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de
Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Na%CE%B2au_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 26 de outubro de 2014.
VAINSENCHER,
Semira Adler. Beberibe (rio e bairro, Recife). Pesquisa Escolar
Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>.
Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
Imagem de Zacharias Wagner observa-se, além de engenho em atividade, e capela, casas de escravos africanos e, ao longe, residências de lavradores de canas. |
O engenho era
movido a animais, ocupava uma bela situação, e dispunha de uma grande área territorial
e de excelentes matas; ficava nas imediações do Passo do Fidalgo, à margem
esquerda do Rio Capibaribe, no sítio depois chamado de Santana, e depositado o
açúcar que fabricava naquele passo, era depois conduzido em lanchas para a
Praça do Recife. As casas do engenho, de vivenda, com a sua capela contígua,
sob a invocação de N. S. das Necessidades, e suas respectivas dependências,
campeavam no belo arrabalde da cidade denominado depois de Casa Forte, e
precisamente na grande praça chamada Campina da Casa Forte. Esse engenho coube
a uma filha do auditor Diogo Gonçalves, D. Isabel Gonçalves Fróis c.c. Jerônimo
Pais de Azevedo, que já o possuíam entre fins dos século XVI e os primeiro
anos do imediato.
Jerônymo Pais de Azevedo – Senhor
do engenho Casa Forte/Recife-Casa Forte. Um dos fundadores da Capela da
Casa da Misericórdia/Olinda. Seu testamento e o de sua esposa se encontram no
Cartório de Órfãos de Olinda, junto com o inventário de seus bens (1686),
feitos pelo Juiz de Órfãos, João Carneiro da Cunha, cujo escrivão foi Nuno de
Mello. No fim do século XVI, Jerônimo Paes administrava os engenhos: Beberibe,
Santo Antônio e o Casa Forte, fundados pelo seu sogro.
NOTA: Jerônimo Pais de Azevedo vendeu a Antônio
Fernandes Pessoa (senhor do eng. Jiquiá/Recife) uma terra em torno de 1630, que
depois foi anexada ao dito engenho.
Casamento 01: Isabel Gonçalves Froes, filha de Diogo
Gonçalves (senhor dos engenhos Beberibe, Casa Forte e Santo Antônio) e de
Isabel Froes. Ao se casar D. Isabel levou como dote nupcial o engenho Casa Forte/Recife-Casa
Forte.
Filhos encontrados: 01- Anna
Paes Gonsalves de Azevedo (herdeira do engenho) c.c. o Cap. Pedro Correia da Silva, depois
com o Cap. Charles de Tourlon, e por último com o Conselheiro de Justiça do governo holandês Gilbert
de Witt. (c.g. nos dois últimos casamentoa); 02- Jerônima Paes de
Azevedo c.c. o Tenente General Antônio de Freitas da Silva,
Fidalgo da Casa Real, Comendador da Ordem de Cristo de uma das comendas da Ilha da Madeira, serviu na guerra
holandesa, Gov. do Castelo de Vide, aonde veio a falecer.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano.
Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1925 Vol 47 (2) Pág. 147, 151, 466. Anais 1926
Vol 48 (1). Pág. 255
Revista do Instituto
Archeológico e Geográphico Pernambucano, Edições 20-27. Pág. 646-650
http://resources.huygens.knaw.nl/bwn1780-1830/DVN/lemmata/data/Paes
http://yellowhousenews.blogspot.com.br/2007/08/o-bairro-de-casa-amarela.html
PEREIRA DA COSTA, F. A. Vol. 01. Anto de 1493. Pág.
396.
PEREIRA DA COSTA. F. A. Origens Históricas da
Indústria Açucareira em Pernambuco. Aranis da Conferência Açucareira. Recife,
1905
PEREIRA,
Levy. "Naβau (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de
Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Na%CE%B2au_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 26 de outubro de 2014.
O engenho Casa Forte foi citado nos seguintes mapas
coloniais: Præfecturæ Paranambucæ Pars Borealis, una cum Præfectura
de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de
Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: TԐrlon', na m.e. do 'Rº.
Capauiriuÿ; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 Capitania de I. Tamarica,
plotado como engenho, 'Ԑ. TԐrlodԐn', na m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'; PE (Orazi,
1698) Provincia di Pernambvco, plotado como engenho, 'Naβau', na m.e. do
'Capiibari'.
A título de dote nupcial passou depois o engenho a pertencer a uma
filha de Jerônimo Paes de Azevedo e de D. Isabel Gonçalves Froes, D. Anna
Gonsalves Paes de Azevedo , quando se casou com o Cap. Pedro
Correia da Silva.
Anna Gonsalves Paes de Azevedo (Ana Paes) – Nasceu em 1612/eng. de Jerônimo Paes,
depois Casa Forte/Recife – Várzea do Capibaribe e faleceu em
21.12.1678/Dondrecht-Holanda. Filha do
português Jerônimo Paes de Azevedo (senhor do eng. Casa Forte/Recife) e de
Izabel Gonsalves Frois. Neta materna de Diogo Gonçalves Frois e de D. Isabel
Frois (Campo), que era protegida de D. Catharina, esposa de D. João III. Neta paterna de Fernán
Rodrigues de Campos (senhor da Vila de Erra) e de Helena Froes.
D. Anna tinha cabelos escuros, olhos cor violeta e
pele muito branca, sendo considerada muito avançada para a sua época. Foi
educada de acordo com os princípios e costumes portugueses, mas falava e
escrevia muito bem o português, latim e holandês, que era uma coisa muito rara
para uma mulher na época. Para Frei Manuel Calado, que não poupava ninguém
do seu tempo, era Anna Paes "a mais desenvolta mulher de quantas houve
no tempo deste cativeiro na capitania de Pernambuco".
Casamento 01: Pedro
Correia da Silva, que levou como
dote de casamento o engenho Casa Forte/Recife. Homem fidalgo, como o chamou Calado, escritor coevo, no seu Valeroso
Lucideno. Como Capitão tomou parte da defesa do Forte de São Jorge, vindo a
falecer m virtude dos ferimentos que recebeu naquele glorioso combate,
três meses após o casamento, deixando D. Anna viúva aos 18 anos de idade (1630). (s.g.)
No princípio da invasão holandesa sua família foge da
invasão holandesa para a Bahia, mas D. Anna resolve permanecer na frente de sua
propriedade, juntamente com sua mãe, alternando sua moradia entre o engenho de
“Isabel Gonsalves” e um solar localizado na Rua Bom Jesus/Recife.
André Vidal de Negreiros |
Muito inteligente D. Anna passa a viver em meio da
classe dos senhores de engenho, mas logo se atualiza nas praças e mercados,
conseguindo competir com proprietários de engenhos, corretores e mercadores,
fazendo do seu engenho um dos melhores da Capitania de Pernambuco.
Viúva, jovem e sozinha, D. Anna se apaixona perdidamente
pelo líder da Insurreição Pernambucana André Vidal de Negreiros.
Mas pouco tempo durou esse relacionamento, pois já existiam rumores de que D.
Anna mantinha um caso amoroso com o Conde João Maurício de Nassau, que chegou a
Pernambuco em 1637, como Governador, Almirante e Capitão-General dos
domínios conquistados e por conquistar pela Companhia das Índias Ocidentais no
Brasil.
Maurício de Nassau era uma figura amável,
inteligente e galante. Mulher instruída, D. Anna já falava perfeitamente o
alemão, circulava abertamente entre a sociedade holandesa. Dela se conhece uma
carta endereçada ao Conde de Nassau, na qual oferece a dádiva de "seis
caixas de açúcar branco"; cada caixa de açúcar pesava em média 300 quilos.
Essa carta foi divulgada pela primeira vez por José Higino Duarte Pereira, no
n.º 30 da Revista do Instituto Arqueológico Pernambucano (Recife, 1886), que
foi devidamente traduzida para o português, e teria o seguinte teor: “Ilmo.
Snr. Como nós devemos toda a obediência a nossos superiores tanto mais a vossa
excelência de quem temos recebido tantas honras e mercês, assim que este ânimo
me faz tomar atrevimento de pedir a vossa excelência queira aceitar seis caixas
de açúcar branco, perdoando-se vossa excelência o atrevimento (que meu ânimo é
de servir a vossa excelência) e fico pedindo que Deus aumente a vida e estado
de vossa excelência para amparo de suas cativas. De vossa excelência a muito
obediente cativa Dona Ana Paes”. Mas os pormenores do affaire de Tourlon com o
Conde de Nassau só aparecem com mais detalhes no livro do historiador holandês
Harald S. van der Straaten.
Conde Maurício de Nassau |
Casamento 02: Charles
de Tourlon (Karel Tourlon) “o Moço”, nascido em 1544/Holanda e falecido em
18.02.1644/Zelândia. Filho de Charles de Tourlon, que se passara para o lado dos
espanhóis em Flandres. Capitão da Guarda
pessoal do Conde Maurício de Nassau. Serviu no Brasil desde os primeiros anos
do domínio holandês. Tourlon, gostava muito de bebida, e ao se casar com D.
Anna adquiriu status social, bem como o posto de Comandante da Guarda Pessoal
do Governador Geral e Secretário de Governo. Durante a permanência de
Charles de Tourlon, em Pernambuco, construiu
o eng. Martitu/Recife-Várzea do Rio Capibaribe, talvez construído em
terras da sesmaria de Diogo Gonçalves, que era movido a animais.
Filhos encontrados: 01- Isabel de Tourlon , batizada na igreja holandesa, em 1643. Isabel ainda
pequena foi para a Holanda com seu pai. NOTA: D. Anna só veio a se
encontrar com sua filha Isabel de Tourlon no fim do domínio holandês
(1654), quando foi deportada a Holanda com seu marido Gilbert de Witt.
Isabel nessa altura já casada com um oficial da infantaria batava - Virgílio
Gaspar de Kroyestein.
Maurício de Nassau nada fez para impedir o
casamento de D. Anna com Tourlon, pois poderia prosseguir o seu relacionamento
sem assumir um compromisso sério, já que tinha relacionamentos com várias
mulheres na Capitania como com Margarita
Soler, mulher jovem e casada com um senhor de engenho e que o tinha abandonado
em razão de sua frieza (impotência) e de suas ausências com os seus
compromissos matrimoniais. Maurício de Nassau depois a desprezou pelo amor da
filha do sargento-mor Cornélio Bayer", fato que veio dar "causa da
filha de Soler morrer de paixão e de tristeza".
Quando Tourlon depois de certo tempo descobriu o
que estava acontecendo entre sua esposa e seu empregador, elaborou um relatório
sobre a vida amorosa de Maurício de Nassau que encaminhou para o Conde
Frederick Henry (Chefe da Casa de Orange), parente e protetor do Conde de
Nassau, acrescentando que o Conde tinha o hábito de cercar-se de portugueses de
duvidosa estirpe que seriamente ameaçavam aos interesses da população holandesa
e que se enriqueciam escandalosamente à custa dos membros mais pobres da
sociedade. O Conde Maurício de Nassau é chamado à razão pelos diretores. Ao ser
interrogado Tourlon confessou a autoria da denúncia e é prontamente dispensado
de seu posto e preso. Depois Tourlon é acusado de cumplicidade com brasileiros
em uma revolta contra os holandeses, mas no inquérito nada foi provado. Em 1637
é deportado para Holanda no primeiro navio que zarpou, lavando consigo sua
filha Isabel de Tourlon. Em
21.01.1643 o governo holandês permite que Charles de Tourlon retorne ao Brasil,
mas teria que abandonar a vida de Militar, mas não retorna pois falece em
18.02.1644.
NOTA: No Instituto Arqueológico, Histórico e
Geográfico Pernambucano, existem duas cartas escritas por Anna Paes: a
primeira, dirigida ao conde Maurício de Nassau, na qual ela oferece açúcar do
seu engenho; e, a segunda, em agosto de 1637, endereçada ao Conselho da
Zelândia, onde solicita a libertação de seu marido, Charles de Tourlon.
Casamento 02: Gilbert
de Witt, em 1645. Conselheiro
de Justiça do Governo Holandês. Primo do futuro pensionário da Holanda, Johan
de With. Em 29.04.1645, de Witt escreveu um comunicado para o Alto Conselho
holandês, informando a sua intenção de se casar com D. Anna dizendo que “a
sua futura esposa já no tempo do seu anterior casamento tinha demonstrado ser
mais favorável à nossa nação que a dos portugueses”.
Filhos encontrados:
01- Kornelius de Witt batizada
na igreja holandesa em 1647; Elizabeth
de Witt batizado na igreja holandesa em 1650.
Pela grande aliança com os holandeses e, em
especial, por sua conversão ao calvinismo, atitudes que eram muito avançadas
para a sociedade do século XVII, já que ela fora criada dentro das tradições
portuguesas, D. Anna chegou a ser considerada como uma mulher amoral pela
sociedade local, mas é importante registrar, contudo, que ela se notabilizou
pela liberdade de pensamento e coragem pessoal. Em 1693, os seus herdeiros
conseguiram indenização em ressarcimento dos bens confiscados, através do
Tratado de Transação entre Portugal e Holanda.
Porto do Recife |
Em 1654 com o término do domínio holandês, por ser
casada com um deles, D. Anna foi considerada holandesa e todos os bens imóveis
de D. Anna são confiscados, contudo fez jus às regalias concedidas aos
holandeses pelo General Francisco Barreto de Meneses e embarca para Holanda na nau Vos (Raposa), na
companhia do marido e dois filhos. Seu engenho foi confiscado ,
colocado em leilão e arrematado em hasta pública .
Mais tarde, em 1693, no Tratado de
Transação contra o reino de Portugal os herdeiros de Anna Paes, ganham a
ação de indenização movida por eles, em ressarcimento dos bens deixados no
Brasil por seus pais.
Fontes:
Anais
da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1902 Vol 24 (2). Pág. 98,
132
CALADO, Manoel. O Valeroso Lucideno. Edt. CEPE. 5ª
edição. Recife, 2004. Vol I. Pág. 125
CALADO, Manoel. O Valeroso Lucideno. Edt. CEPE. 5ª
edição. Recife, 2004. Vol. II. Pág. 34, 35, 42-46, 53, 69, 78, 80, 102,
130, 131, 179 e 251
CALADO, Manuel. O Valeroso Lucideno e Triunfo
da Liberdade. Ed.. José Antônio Gonsalves de Mello. Recife, 1985.
GONSALVES
DE MELLO, José Antônio. Tempo dos Flamengos. BNB. Governo de Pernambuco. 2ª
edição. Recife, 1979. Pág. 24, 142, 144
http://carvoemfundobranco.blogspot.com.br/2009/04/perfil-ana-paes9-1617-1674.html
http://fatoshistoricosdobrasil.blogspot.com.br/2012/06/d.html
http://mauritsstadtblog.blogspot.com.br/2012/08/d-anna-paes.html
http://resources.huygens.knaw.nl/bwn1780-1830/DVN/lemmata/data/Paes
http://www.mpce.mp.br/nespeciais/promulher/biografias/anapaes.pdf
MELLO,
Evaldo Cabral de. O Bagaço da Cana. Os engenhos de açúcar do Brasil holandês.
2ª edição. Companhia das Letras. São Paulo, 2012.
MELLO,
Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654.
Edt. 34. 3ª edição. São Paulo, 2007. Pág. 355-356
PEREIRA DA COSTA, F. A. Origens Históricas da
Industria Açucareira em Pernambuco. Publicado nos Anais da Conferência
Açucareira reunida no Recife, 1995.
PEREIRA
DA COSTA, Francisco Augusto. Anais
pernambucanos. 2. Edição. Recife: Fundarpe,
1983. v. 3-4. (Coleção pernambucana, 2a. fase). Vol. 01. Ano de 1493. Pág. 396.
PEREIRA
DA COSTA. F. A. Origens Históricas da Indústria Açucareira em Pernambuco.
Aranis da Conferência Açucareira. Recife, 1905
PEREIRA,
Levy. "Naβau (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de
Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Na%CE%B2au_(engenho_de_bois).
Data de acesso: 26 de outubro de 2014.
VASCONCELLOS,
Telma Bittencourt de. Dona Anna
Paes. Recife: Edição do Autor, 2004. 208 p.
Com a partida
de D. Anna o engenho passa a ser administrado por seu sobrinho João de
Freitas da Silva, filho de sua irmã D. Jerônima Paes de Azevedo.
João de Freitas da Silva – Filho de Antônio de Freitas da Silva (Fidalgo da Casa Real,
Comendador da Ordem de Cristo com comenda da Ilha da Madeira. Tenente General
do Brasil e da província da Beira, Governador do Castelo de Vide, aonde
faleceu) e de Jerônima Paes de Azevedo, filha de Leonardo Froes. Irmão de D.
Isabel da Silva c.c. o Mestre de Capo Manoel Pacheco de Mello. Fidalgo da Casa
Real. Capitão de Ordenança do Espírito Santo. Coronel. Senhor do engenho Casa
Forte/Recife-Casa Forte.
Casamento 01: D. Catarina
de Albuquerque, sua prima. Filha de Jacinto de Feitas da Silva e de D.
Sebastiana de Albuquerque.
Filhos encontrados: 01-
(Francisco) Antônio de Freias da Silva, Mestre de Campo. Fidalgo da Casa Real.
Cavaleiro da Ordem de Cristo. c.c. D. Francisca
Monteiro, filha do Cel.
Manoel Carneiro da Cunha (senhor do eng. do Brum Brum/Recife) e de D. Sebastiana
de Carvalho. (s.g.); 02- Jacinto de
Feitas da Silva. Batizado em 16.03.1680. Fidalgo da Casa Real. Sucessor do
eng. Casa Forte. C.c. D. Antônia da
Cunha, irmã de sua cunhada D. Francisca Monteiro. Filhas do Cel. Manoel
Carneiro da Cunha (senhor do eng. do Brum Brum/Recife) e de D. Sebastiana de
Carvalho. (c.g.). Depois de viúvo Jacinto, aos 70 anos de idade, c.c. (NI). (c.g.); 04- D. Catharina da Silva que foi batizada em
06.11.1678 e faleceu ainda criança; 05- (NI)
que foi freira na Ilha da Madeira; 06- Cosme
de Freitas Correia (nada foi encontrado).
Relacionamento: D.
Maria de Siqueira
Filhos encontrados: 07-
D. Isabel da Silva c.c. (NI) Carreyra, lavrador de canas do eng. Casa Forte. (c.g.)
Senhor dos engenhos: Beberibe e Casa Forte, que foram herdados pelo seu filho Antônio de Freitas da Silva.
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais
pernambucanos. . Vol. 7. Ano de 1812. Pág. 402.
Documentos manuscritos avulsos da
Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Documentos
manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Anais 1878-1879 Vol 05 (3). Pág. 338
BORGES DA FONSECA, José Antônio Victoriano.
Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925
Vol 47 (5). Pág. 199, 465-466, 475. Anais 1926 Vol 48
(3). Pág. 33
Carregadores de caixas de açúcar. Jean Baptiste Debret, voyage Pittoresque et Historique ou Bresil (Paris, 1834-39) |
O único lavrador encontrado na época de
João de Freitas da Silva foi (NI) Carreyra que casou com sua filha bastarda D Isabel
da Silva.
Manoel Carreyra – Alferes. Nada
mais foi encontrado.
Casamento 01: D. Isabel da Silva, filha de João de Freitas da Silva com D Maria de
Siqueira
Lavrador do engenho do engenho Casa Forte
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1878-1879 Vol 05 (3). Pág. 338
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1878-1879 Vol 05 (3). Pág. 338
BORGES DA FONSECA, José Antônio Victoriano.
Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925
Vol 47 (5). Pág. 199, 465-466, 475. Anais 1926 Vol 48(3). Pág. 33
Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Vol. XVI. Recife, 1981.
Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Vol. XVI. Recife, 1981.
O engenho
Casa Forte depois passa a pertencer (Francisco)
Antônio de Freitas da Silva filho de
João de Freitas da Silva e de D. Catarina de Albuquerque.
Antônio de Freitas da Silva (Francisco Antônio de
Freitas da Silva) – Filho de João de Freitas da Silva e de D. Catarina de
Albuquerque. Fidalgo da Casa Real. Cavalheiro da Ordem de Cristo. Comendador da
Ordem de Cristo da Ilha da Madeira. Tenente General do Brasil e da província da
Beira. Governador do Castello de Vide, onde faleceu. Sucedeu seu pai na
administração do engenho.
Casamento 01:
D. Jerônima Paes de Azevedo.
Filha de Jerônimo Paes de Azevedo (senhor dos engenhos: Santo Antônio, Casa
Forte e Beberibe e instituidor da Capela da Santa Casa da Misericórdia de
Olinda) e de Isabel Gonçalves Froes, filha do fundador do engenho Diogo
Gonçalves.
Filhos encontrados: Não foi
encontrado descendência desse casamento.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, José Antônio Victoriano.
Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925
Vol 47 (5). Pág. 465-466
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais
pernambucanos. . Vol. 7. Ano de 1812. Pág. 402.
Em 1664 o valor das contribuições dos escravos alforriados (pelas suas
várias modalidades) da finta paga pelos mestres, banqueiros e purgadores de
açúcar, era muito alta, fazenda dessas profissões uma categoria economicamente
importante, os quais às vezes se equiparavam, quando não sobrelevavam, em valor
de contribuição a muitos lavradores de canaviais. Como era o caso do engenho
Casa Forte que segundo documentação encontrada no Arquivo Histórico
Ultramarino, Lisboa – Pernambuco, papéis avulsos. Cx 5, pagava anualmente
63$500 (sessenta e três mil e quinhentos réis)
- Tenente Antônio
de Freitas da Silva (30$);
- Alferes Fernam
Mendes de Castro (2$);
- Joam de Crasto ($500);
- Pedro Camelo (4$);
- Sargento-mor
Manoel de Azevedo Correa (8$);
- Francisco Coelho,
(5$);
- Alferes Manoel Carreira, lavrador acima citado, (2$);
- Joam de Andrade
(1$500);
- O caixeiro do
engenho ($500);
- O oleiro da
fazenda (1$500);
- O Caldeiro da
fazenda (1$);
- Antônio Luís
Macho ($500);
- O banqueiro da
fazenda ($500);
- O Sargento-mor
Manoel Franco ((1$);
- O Alferes Antônio
Gonçalves (1$);
- Apelônia Mança
($500);
- Domingos de Souza
($500);
- Antônio Coelho
($800);
- Antônio Coelho de
Souza ($400);
- Belchior Pereira
Leitão ($300).
O casal não
deixou geração e o senhorio de Casa Forte e de Beberibe e o seu sucessor para
seu irmão Jacinto de Freitas da Silva.
Jacinto de Freitas da Silva – Nasceu em 1680, batizado em 16.03.1680/Igreja da Sé de Olinda e
faleceu em 24.12.1759. Filho de João de
Freitas da Silva e de D. Catarina de
Albuquerque. Tenente Coronel de um dos três regimentos de Auxiliares dos
Volantes da Capitania de Pernambuco, extinto em 1739 quando foi criado o terço
com Mestre de Campo. Fidalgo Cavalheiro da Casa Real. Vereador de Olinda
(1715, 1729 e 1744). Provedor da Santa Casa da Misericórdia (1732). Sucessor de
seu irmão Antônio de Freitas da Silva no senhorio do eng. Casa Forte.
Casamento 01:
D. Antônia da Cunha, filha de Manoel Cavalcante de Albuquerque
Lacerda (Fidalgo Cavaleiro da Ordem de Cristo e Alcaide-mor de Olinda) e de D
Sebastiana de Carvalho. Neta paterna de Jerônimo Cavalcante de Albuquerque
Lacerda (Fidalgo Cavaleiro da Casa Real e Professo na Ordem de Cristo, Capitão-mor
de Itamaracá) e de D. Catharina de Vasconcellos.
Filhos encontrados: João de Freitas da Silva (solteiro);
02- Sebastiana de Freitas (solteira);
03- Francisca Maria de Feitas da Silva c.c.
Manoel Lopes de São Tiago;
04- Isabel Bernarda de Freitas da
Silva (solteira).
Fontes:
BORGES DA FONSECA, José Antônio Victoriano.
Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925
Vol 47 (5). Pág. 199
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais
pernambucanos. . Vol. 7. Ano de 1812. Pág. 402.
O engenho
ficou para o seu filho João de Freitas da Silva, ultimo
proprietário entre os descendentes de Diogo Gonçalves e D. Isabel de Froes,
fundadores do engenho Casa Forte.
João de Freitas da Silva – Filho de Jacinto de
Freitas da Silva e de D. Antônia da Cunha. Sargento-mor. Faleceu solteiro e sem
deixar sucessão.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, José Antônio Victoriano.
Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925
Vol 47 (5). Pág. 199
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais
pernambucanos. . Vol. 7. Ano de 1812. Pág. 402.
É conhecidamente, que João de Freitas da
Silva, o último representante da família do fundador do engenho na sua
propriedade, e na qual se conservou ela pelo decorrer de dois séculos e meio; e
é crível que por morte do referido sargento-mor João de Freitas da Silva,
ficasse o engenho pertencendo a diversos possuidores. O que é fato, e consta de
documento autêntico, é que, procedendo-se então a uma avaliação judicial das terras
e construções do engenho Casa Forte, para partilharem-se os bens entre os
diversos herdeiros, cederam eles de boa vontade todo o terreno da grande praça
que se estende em frente à igreja, - "não só para aformosear a mesma igreja,
e servir de praça ou feira para o futuro, como para perpetuar a lembrança da segunda
vitória que nele alcançaram os brasileiros contra os holandeses"; - e por esse
motivo declararam os louvados, que não fizeram menção, nem davam valor ao pátio
defronte da igreja para não tomar a vista da capela, o que consta dos respectivos
autos do inventário, que tivemos presente.
Vista aérea Praça de Casa Forte, antes da reforma de 1945. |
Nessa época
em uma avaliação judicial das terras e construções do engenho Casa Forte, para
partilharem-se os bens entre os diversos herdeiros, foi cedido de boa vontade
todo o terreno da grande praça que se estende em frente à igreja, - "não
só para embelezar a mesma igreja, e servir de praça ou feira para o futuro,
como para perpetuar a lembrança da segunda vitória que nele alcançaram os
brasileiros contra os holandeses"; - e por esse motivo declararam que
não fizeram menção, nem davam valor ao pátio defronte da igreja para não tomar
a vista da capela, o que consta dos respectivos autos do inventário. (Pereira
da Costa. Anais Pernambucanos. Vol. 1. Ano de 1493. Pág. 301).
Em 1810 José
Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (Padre Roma) aparece como proprietário
do engenho, que foi adquirido em hasta pública e reforma a casa grande.
José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (Padre Roma) – Nasceu em 1768/Recife. Em 1784
entrou para o Convento Carmelitano de Goiana, ganhando o nome de Frei José de
Santa Rosa. Instituído e, em seguida, professando, no convento de Goiânia, sob
o nome de Frei José de Santa Rosa. Mais tarde, conseguiu uma licença dos seus
superiores e à custa de seus pais, cursou a Universidade de Coimbra, obtendo a
láurea de Doutor em Teologia. De Portugal, seguiu para a Itália, onde recebeu
Ordens Sacras do Cardeal Chiaramonti, mas pouco tempo depois, ainda em Roma,
abandonou a vida religiosa, obtendo do Papa breve de secularização e, em
seguida, anulando, em Pernambuco, os seus compromissos sacerdotais, por
sentença dos tribunais eclesiásticos, em 1807. No ano de 1808 retorna a
Pernambuco e abre uma banca de advocacia, conseguindo grande clientela, e constituindo
uma família.
Em 1817, participou da Insurreição Pernambucana e
por suas atividades políticas foi preso, quando viajava pela Bahia em missão
revolucionária para aliciar novos adeptos para a Revolução, juntamente com
Cypriano Barata uma das figuras mais curiosas dentre os revolucionários, que
escapou da prisão por proteção do Conde dos Arcos, que impediu os irmãos da
Bahia de acudirem os apelos do Padre Roma. Julgado e condenado foi fuzilado em
29/03/1817, depois de haver passado por grandes torturas físicas e morais, que
culminaram com o ato desumano de obrigarem seu próprio filho, Luiz Inácio de
Abreu e Lima, a assistir ao fuzilamento.
Praça de Casa Forte - Recife |
De acordo com o historiador Pereira da Costa (in.
Dicionário Biográfico de Pernambucanos Célebres, Fundação de Cultura da Cidade
do Recife, 1982), a morte do Padre Roma foi assim descrita pelo seu filho,
General Abreu e Lima, presente à execução: "O seu porte em presença do
Conselho, no oratório e durante o trajeto para o lugar do suplício, foi sempre
o de um filósofo cristão, corajoso, senhor de si, mas tranquilo e
designado, Suas faces não se desbotaram senão quando o sangue que as
tingia correu de suas feridas, regando o solo onde, seis anos depois, se firmou
para sempre a independência de sua pátria". No momento de seu fuzilamento,
com uma serenidade impressionante, voltou-se para os soldados do pelotão de
execução e disse-lhes: Camaradas, eu vos perdoo a minha morte.
Lembrai-vos, na pontaria, de que o coração é a fonte da vida, e atirai...
Casamento 01: (?)
Filhos: Seu filho mais conhecido foi José Inácio de
Abreu e Lima, conhecido como "General Abreu e Lima".
Fontes:
http://quemdisse.com.br/frase.asp?frase=98580
http://www.pe-az.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1008:padre-roma&catid=75&Itemid=222
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_In%C3%A1cio_Ribeiro_de_Abreu_e_Lima
http://diretoriomonarquicodobrasil.blogspot.com.br/2011/11/general-jose-inacio-de-abreu-e-lima-o.html
Em 1907, as irmãs francesas da
Sagrada Família adquiriram e reformaram a casa grande, e instalaram o
Colégio Sagrada Família. Hoje do antigo engenho nada mais resta. No lugar do
seu pátio foi construída a Praça de Casa Forte, no lugar da antiga capela em
ruínas desde 1865, foi levantada a Matriz de Casa Forte (1911), sob a invocação
do Sagrado Coração de Jesus. A casa grande, completamente modificada, situada
hoje no nº 52, passou a ser o Colégio Sagrada Família (1907),
só para moças, que, poucos anos atrás se associou a outra escola recifense e,
atualmente, se chama Colégio NAP - Sagrada Família. Suas terras se
tornaram o bairro de Casa Forte/Recife, onde sua principal artéria é a Avenida
17 de Agosto, uma homenagem ao dia da vitória dos pernambucanos sobre os
holandeses.
Igreja Matriz de Casa Forte |
Fontes:
Anais
da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Anais: 1920-1921 Vols 43 / 44.
1925 Vol 47 (Pág. 125, 126, 147, 199). 1926 Vol 48 (Pág. 33, 339, 355)
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia pernambucana. v. I. Rio de
BRAGA,
João. Trilhas do Recife: guia turístico, histórico e cultural. [S. l. : s.
n..], 2000. p. 155-157.
Conheça
o perfil de Anna Paes Gonsalves de Azevedo. Disponível em:
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/1110/cc1110b.htm
COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Anais pernambucanos. 2. ed. Recife: Fundarpe, 1983. v. 3-4. (Coleção pernambucana, 2a. fase)
Anna Paes. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br
COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Anais pernambucanos. 2. ed. Recife: Fundarpe, 1983. v. 3-4. (Coleção pernambucana, 2a. fase)
Anna Paes. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br
COSTA,
Francisco Augusto Pereira da. Anais pernambucanos. 2. ed. Recife: Fundarpe, 1983. v. 3-4. v. 3. p.
230-233. (Coleção pernambucana, 2a. fase).
Disponível em: http://www.fundaj.gov.br.
FRANCA,
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1977. p. 283-285.
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Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br Acesso em: 28/06/2012
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Lúcia. Casa Forte (bairro, Recife). Pesquisa Escolar Online, Fundação
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77-80, [2000]. Edição especial.
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http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=312&textCode=944&date=currentDate
Acesso em: 20.08.2012. VASCONCELLOS, Telma Bittencourt de. Dona Anna Paes.
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http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=232108
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Antônio de Freitas da Silva
http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=2800&year=1493&page=403&query=1493&action=previous
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Dantas. Jornal do Comercio. As amantes de Nassau. Publicado em 27.07.2007
VAINSENCHER,
Semira Adler. Perfil – Anna Paes (1617-1674). Disponível em: http://carvoemfundobranco.blogspot.com
VASCONCELLOS,
Telma Bittencourt de. Dona Anna Paes. Recife: Edição do Autor, 2004. 208
p.
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