Segundo
Pereira da Costa (1903, Vol. 1, ano 1573, Junho 12, pg. 403-404) em 10.06.1540 foi feita a demarcação judicial
das terras de Jaguaribe, conferidas a VASCO FERNANDES DE LUCENA,
por carta do donatário DUARTE COELHO, lavrada em 24.07.1540, e procedida
em virtude de despacho do Desemb. ANTÔNIO SALEMA, Ouvidor Geral do Brasil, que
se encontrava em Pernambuco, no desempenho do seu cargo, a requerimento dos
herdeiros das ditas terras, D. BEATRIZ DIAS, viúva de Vasco Fernandes, de seus
filhos SEBASTIÃO FERNANDES DE LUCENA,
FRANCISCO FERNANDES DE LUCENA, VICENTE FERNANDES DE LUCENA e D. CLARA FERNANDES, representada por seu
marido, CRISTÓVÃO QUEIXADA.
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Brasão Lucena |
Nota1: O eng. Paratibe não tinha indicação de orago e ficava localizado na margem Rio Jaguaribe (Barro Branco, Iaguari ou Maria Farinha), Capitania de Pernambuco, sob a jurisdição de Olinda, freguesia de Igarassu.
Nota 2: A denominação de Jaguaribe vem de um braço do rio Maria Farinha, passa por suas terras; e, termo de origem indígena, é corruptela Yaguár-y-pe, no rio do jaguar, da onça.
Em
20.08.1566, VICENTE
FERNANDES DE LUCENA, filho de Vasco Fernandes, vendeu 400 braças em
quadro de terra de Jaguaribe, para o MOSTEIRO
DE SÃO BENTO DE OLINDA.
Posteriormente os Monges receberam um pedaço
de terra na mesma região de Manoel Godinho c.c. Maria Fernandes, com escritura
passada em 18.07.1598. Depois adquiriram (07.05.1615), uma ilha situada entre o rio Jaguaribe e o Aiamá, (Rio Inhaman) a Braz Correia de Abreu e sua mulher; um partido de canas que pertencia a Paulo de Almeida em 26.11.1647, e um sítio de terras em Jaguaribe, doado por disposição testamentária de D. Inês de
Oliveira, do qual o mosteiro tomou posse em 07.01.1660.
NOTA 3: Todos os
documentos citados sobre as terras de Jaguaribe, bem como a carta da Data
conferida a Vasco Fernandes de Lucena (1.540), se acham registrados no Livro do
Tombo, do Mosteiro de São Bento de Olinda.
Em
1609, GASPAR FERNANDES ANJO possuía
os engenhos: Paratibe de Cima, Paratibe de Baixo e o Jaguaribe (Iaguarĩ, JԐguriby, Jaguarabe;
Jegoaribi; Jeguaribi), cuja produção de açúcar era toda exportada para Lisboa.
No ano de 1623, o engenho Paratibe pertencia a FRANCISCO GOMES FLORES, possuía
uma igreja dedicada a Santo Antônio. Sua fábrica era movida à água, e chegou a produzir 3.200 arrobas de açúcar.
A
próxima proprietária encontrada (1630) foi JERÔNIMA CABRAL, viúva de Francisco Gomes Flores, que arrendou o engenho a ANTÔNIO DA ROCHA BEZERRA.
O
Jaguaribe moía em 1637 e 1639. Nota 4: O relatório de Van der Dussen contou-o
duplamente sob os números 78 e 85.
O engenho foi citado nos seguintes mapas coloniais: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS
BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ; IT (IAHGP-Vingboons,
1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA - plotado como engenho, 'Ԑ: JԐguriby',
na m.d. do 'R. JԐguaribԐ' ('Rº. Maria ƒarajnha.' na barra no oceano);
IT (Orazi, 1698) PROVINCIA DI ITAMARACÁ, plotado sem símbolo,
'Ieguanti', na m.d. do 'R. Ieguaribÿ' ('R. Maria Farina', na barra).
No
dia 07.07.1645, um destacamento de 90 soldados e 30 brasileiros das guarnições
de Recife e Itamaracá, comandados pelo holandês Hartisteyn, marcharam para o
eng. Jaguaribe e o Aiamã, à procura de rebeldes.
Em 1646 o engenho foi evacuado e em 1647, pertencia a PAULO DE ALMEIDA E SOUZA, que depois vendeu um partido de cana do engenho à ORDEM BENEDITINA.
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João Fernandes Vieira |
As
terras de Jaguaribe, se dilatavam nos anos seguintes, como se vê da verba 28 do
testamento do Mestre de Campo JOÃO FERNANDES VIEIRA (1671), em que declara, que comprara as ditas terras, sem
fábrica alguma, estando tudo por terra, — e só restando do engenho que ali
havia alguma ferragem — os cobres miúdos, duas tachas, um paiol e outras
miudezas de ferramenta, — como tudo declara na referida verba.
Em 07.01.1660 a Ordem de São Bento foi contemplada com parte de terra do Jaguaribe, assinada pelo Frei Bento da Purificação. Essa doação foi feita por D. INÉS DE OLIVEIRA, em testamento lavrado em 29.10.1647, dizia: “... deixo aos reverendos padres de São Bento, para que por minha alma digam a valia dela em missas...”. Nessa propriedade, localizada entre a estrada Velha e a Praia de Maria Farinha, os Beneditinos construíram a capela de São Bento, atualmente em ruínas, tornando-se o mais importante ponto turístico de Abreu e Lima.
Por volta de 1674 o Eng.
Jaguaribe encontrava-se completamente abandonado, conforme consta no testamento de JOÃO FERNAN-DES
VIEIRA: “comprara ditas terras, mas – sem fábrica alguma, estando
tudo por terra, - e só restando do engenho que ali havia alguma ferragem”.
Nas
terras do Jaguaribe existiu um presídio militar, que foi extinto pela
carta régia de 12.03.1707, em virtude de proposta do governador Francisco de
Castro Morais, por desnecessário. Ordenou na referida carta, que o Cabo que
o comandava, Manuel Dias Pinheiro, e que ainda lá estava, passasse o
posto e soldo de 4/000 réis, para o forte que estava sendo construindo na
praia de Pau Amarelo
Segundo, ainda Koster, suas terras ficavam distante quatro
léguas do Recife, na direção do Norte, e a uma légua do mar. O caminho passava
pela propriedade de Paulista e, depois de ter cruzado o Rio Paratibe, um
atalho estreito seguia, por uma légua, através de bosques fe-chados, diz ainda que “encontrei
aspectos que seriam sempre deliciosos, mas o País de tal forma está cheio
dessas magnificências que apenas tive um breve sentimento de admiração.
confesso que as vantagens oferecidas por esse terreno para as plantações
ocupavam maior espaço que suas belezas. Diante de mim estava a casinha, com
suas senzalas, rodeadas de bananeiras e situadas na projeção da colina. além à
esquerda, no vale estreito e longo, erguiam-se as casas do Jaguaribe, no campo
aberto, com as colinas por trás e o riacho na frente
Koester
primeiramente se instalou na Igreja do engenho, dormindo na sacristia, pois a
casa grande estava ocupada pelos antigos moradores. A dita casa
ficava situada num prolonga-mento da uma colina, olhando para o vale. Era espaçosa,
mas o solo não estava tijolado e as
paredes interiores não possuíam pintura. As terras circunvizinhas ao Norte pertenciam aos frades Beneditinos, as
de Leste a uma velha senhora, ao Sul ficava a terra de Paulistas, e a oeste e Noroeste
existia excelentes terrenos para cana-de-açúcar que pertenciam a uma irmandade
de negros livres em Olinda.
Henry
Koster chegou a tirar a primeira safra da fábrica, celebrando a botada, ou
começo da moagem das canas, com a costumada e tradicional solenidade, mas, em
fins de 1813, movido por contrariedades repetidas, particularmente com os seus
vizinhos, gente muito barulhenta, abriu mão do arrendamento, e retirou-se para
Itamaracá.

O
engenho Jaguaribe funcionou do século XVI até meados do XIX, voltado para a
plantação da cana-de-açúcar, produção de cal e de bens de subsistência. O Jaguaribe
é um dos cinco primeiros engenhos instalados na Capitania de Pernambuco e o
único que não foi fortemente atingido pela expansão urbana.
Nos
anos seguintes, a povoação surgida nas terras de Jaguaribe, tornou-se um local
acolhedor para os viajantes, que ali paravam para refeições ou pernoite. A
parte central desse povoado ganhou a denominação de Maricota, que se supõe
vir do início do século XVIII. O documento mais antigo até agora encontrado que
faz alusão ao nome Maricota é de 16.02.1784, guardado nos arquivos da igreja
dos Santos Cosme e Damião/Igarassu, que se refere ao batismo de um tal
Francisco Nunes de Oliveira, realizado na capela de São Miguel do Engenho
Inhamã, citando seus pais como sendo residentes em Maricota, então povoado de
Igarassu.
No
dia 10.11.1848 travou-se em Maricota a primeira batalha da Revolução Praieira,
defla-grada três dias antes em Olinda, entre os revoltosos praieiros e as
forças dos legalistas do Governo.
Quando o imperador D. Pedro II (04.12.1859) visitou e vistoriou obras em
Pernambuco, passou em Maricota com sua comitiva real, registrando o fato no seu
“Diário de Viagem”, no qual menciona também a estrada dos tropeiros, das
boiadas do Norte que ele denomina de “estrada do contrato”, provavelmente por
envolver verba real nas suas obras.
No
século XX a área do engenho foi comprada pela COMPANHIA DE TECIDOS PAULISTA.
Hoje
não mais existe vestígio do engenho e sua área foi ocupada pelo atual bairro de
Jaguaribe/Abreu e Lima/PE. Em 2005 arqueólogos
da Universidade Federal de Pernambuco/UFPE através do Programa de
Preservação Ecológica e Cultural da Sesmaria Jaguaribe, lançado pela arqueóloga
Cláudia Oliveira, foram localizadas as
ruínas das edificações do Jaguaribe, do século XVI, em Abreu e Lima. Os
pesquisadores localizaram, no subsolo rstos do piso de taipa batido da casa
grande, uma base de pedra e uma canaleta, possivelmente da época da implantação
do engenho (1540 a 1580), depois encontraram restos de piso e da parede
da Capela de Santo Antônio.
O
templo, até agora, ocupa uma área de 08x20 metros, com três ambientes. Segundo
os pesquisadores ainda é preciso avaliar mais para saber se o prédio foi
construído com essa dimensão ou se sofreu acréscimos posteriores. As ruínas da
casa-grande serão analisadas na segunda fase do projeto arqueológico. No
terreno restam pedaço de parede, comprometida por uma árvore que cresceu entre
os tijolos; uma capela interna de outro período e uma parede de tijolos de seis
furos, erguida no século XX por antigos moradores.
Ainda
falta demarcar a senzala e
o cemitério. A moita (fábrica) aparece na estrada que dividiu o engenho ao meio
(Rua Sítio Jaguaribe) e no quintal de casas da região. Os arqueólogos também
recuperaram cacos de louça, faiança, aliança, botão de roupa militar, garrafas
de vidro (uma delas cheia de contas de terço) e uma moeda portuguesa de cobre,
de 1719, ao todo foram até agora encontrados materiais do século XVI ao XX.
Fontes:
http://fenomenohistorico.blogspot.com.br/2017/06/historia-da-cidade-de-abreu-e-lima.html
http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4839/n/escavacoes_em_jaguaribe
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2017/08/29/engenho-jaguaribe-resgatado-por-arqueologos-da-ufpe-em-abreu-e-lima-303846.php
http://www.brasiliana.com.br/obras/viagens-ao-nordeste-do-brasil
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
76
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
MARCONDES, Sandra. Brasil,
amor à primeira vista! Viagem ambiental no Brasil do século XVI ao XXI. Edt. Peirópolis LTDA, 2005
PROPRIETÁRIOS:
1540
- VASCO FERNANDES DE LUCENA – Cristão-velho. Nascido em
Portugal e falecido no séc. XVI/Pernambuco.
Filho de Sebastião de Lucena e de D. Maria de Vilhena.
Neto materno e Diogo Lopes de Azevedo (senhor donatário da vila de São
João de Rei/Braga, chamados de fidalgos da Tapada) e de Maria de Vilhena (Mara da Cunha).
Pereira da Costa descreve Vasco de Lucena como de origem fidalga e um dos mais conceituados colonos pernambucanos, que chegara com o 1º Donatário Duarte Coelho Pereira (09/03/1535), com o despacho de Feitor e Almoxarife da Fazenda Real em Pernambuco.
Pereira da Costa descreve Vasco de Lucena como de origem fidalga e um dos mais conceituados colonos pernambucanos, que chegara com o 1º Donatário Duarte Coelho Pereira (09/03/1535), com o despacho de Feitor e Almoxarife da Fazenda Real em Pernambuco.
Vicente do Salvador o descreve como um homem temido, estimado
entre os índios e versado na língua brasílica, que teve um relacionamento com
uma filha de cacique, com quem teve muitos filhos.
Alcaide-mor de Pernambuco.
Cavaleiro da Ordem de Cristo. Feitor e Almoxarife de Fazenda Real em
Pernambuco.
CURIOSIDADES: Em torno
dele foi criado uma lenda que diz: no momento da disputa pela preferência,
quando os índios cercaram os colonos, Lucena teria discursado para a tribo,
pedindo a adesão a Portugal e ameaçando os que preferiam os franceses com a
morte, caso ousassem atravessar um risco que traçou no chão com a espada. Cinco
teriam tentado e morrido fulminados por um raio. Por causa do milagre, o risco
que traçou teria sido usado como base para a construção da principal igreja
de Olinda. No lugar em que Vasco de Lucena fez o dito risco foi erguida
depois a Igreja Matriz de Olinda, hoje a Igreja da Sé.
Segundo Duarte Coelho, em
uma carta dirigida ao Rei de Portugal, em 22/03/1548, descreveu o Alcaide-mor
de Olinda, Vasco Fernandes de Lucena,
como "um funcionário cumpridor dos seus deveres, homem de
bem e de boa consciência, tendo sempre dado boa conta de si".
CURIOSIDADES: Ainda
sobre Vasco Fernandes de Lucena encontramos honrosa menção nas cartas de brasão
de armas conferidas a dois de seus descendentes, a primeira a 06/05/1790, a
Teodoro Correia de Azevedo Coutinho, e a segunda em 20/09/1800 em favor de
Manuel Correia de Faria, ambos do Estado do Maranhão. Na primeira das referidas
cartas se lê o seguinte: "Vasco Fernandes de Azevedo Lucena, fidalgo da
casa real, foi um dos primeiros descobridores e povoadores de Pernambuco, que
pelos grandes serviços que fêz naquele Estado para estender a sua povoação, que
tôda se deveu ao seu valor e atividade, como faz memória o Padre Frei Agostinho
de Santa Maria, Santuário Mariano, Tomo IX pag. 306, se lhe fêz mercê da
alcaidaria-mor de Pernambuco”.
Senhor do engenho Aiamã
de Riba/Igarassu e do Jaguaribe/Olinda.
C01: D. Beatriz
(Brites) Dias Correa – Nascida em Portugal. Filha de João Correa,
o Português, e de D. Leonarda Ignez. Neta materna
de João Correa (senhor da Torre do Ladrão Gaião/Leiria). Tanto na sua
família materna e paterna existiram Fidalgos da Casa Real. D. Beatriz
chegou a Pernambuco depois de seu marido. Filhos:
01- Sebastião
Lucena de Azevedo, nascido em Portugal. Comendador de Santa Maria de Matta
de Lobos e Guarda-mor de Lisboa, no tempo da peste. C.c. D. Jerônima de Mesquita,
filha de Thomé Borges de Mesquita e de Catharina Pinhel. (c.g.);
02- Francisco
Fernandes de Lucena – Nascido em Portugal. Sucessor de seu pai no eng.
Aiamã;
03- Clara Fernandes de Lucena, nascida em Portugal. C.c.
Cristóvão Queixada, Cavaleiro castelhano. Do casal procede os “Queixadas” da
Paraíba, que em 1748 se achavam em decadência, mas neste ramo houve vários
sacerdotes do Hábito de São Pedro. (c.g.).
CURIOSIDADES: No ano de
1540 foi realizada uma demarcação judicial das terras de Jaguaribe,
conferidas a Vasco Fernandes de Lucena, por carta do donatário Duarte Coelho,
lavrada em 24/07/1540, e procedida em virtude de despacho do Desembargador
Antônio Salema, Ouvidor Geral do Brasil, então em Pernambuco no desempenho do
seu cargo, a requerimento dos herdeiros das ditas terras, D. Beatriz
Dias, viúva de Vasco Fernandes, de seus filhos Sebastião e Francisco
Fernandes de Lucena, e D. Clara Fernandes, representada por seu
marido, Cristóvão Queixada. Nessas terras existia então um engenho, sem dúvida
levantado por Vasco Fernandes, uma vez que isto pretendendo, solicitou um
auxílio régio, que é assim recomendado pelo donatário Duarte Coelho, em carta
dirigida a d. João III, em 22/03/1548: - "por êle querer fazer um
engenho em uma ribeira, e em um pedaço de terra que lhe dei, pede a V. Alteza
por ajuda de o fazer, lhe faça mercê de lhe dar licença para poder mandar algum
brasil de cá para isso, o que irá fazer à costa onde não faça dano nem
prejuízo, certo, Senhor, que êle disso e de tôda outra mercê e merecedor e a
mim, Senhor, a fará fazendo a êle, pois a mercê, e êle escreve a V.Alteza sôbre
isso por um seu filho". As referidas terras, bem como outras
também situadas em Jaguaribe, passaram depois ao patrimônio do mosteiro de S.
Bento, de Olinda, por doação ou venda, como sejam: - 400 braças de terra em
quadro, doadas a Vicente Fernandes pelo donatário Duarte Coelho de Albuquerque,
por carta de 20/08/1566, e posteriormente vendidas ao mosteiro.
R1: (?) – Índia Tupinambás. (c.g. desconhecida). Segundo Vicente do Salvador,
‘Vasco Fernandes de Lucena se afeiçoara a
filha de um principal dos índios, com quem tivera filhos. Vasco Fernandes era
tão bem temido e estimado entre os índios, que o Cacique da tribo se sentia
honrado em tê-lo por genro, pois o consideravam um grande feiticeiro’.
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro 1902. Anais 1902 Vol 24 (1). Anais 1903 Vol 25 (1).
Archivo heraldico-genealogico contendo
noticias histórico heraldicas. Por Augusto Romano Sanches de Baena e
Farinha de Almeida Sanches de Baena (Visconde de) Typographia universal de T.
Q. Antunes, 1872
Borges da Fonseca, Antônio Victorino.
Nobiliarquia Pernambucana. Rio de Janeiro, 1935. Anais 1925 Vol 47 (2). Anais
1926 Vol 48 (2).
Guerra, Lucia Pereira de Lucena. Da cidade
de Lucena, Espanha ao Brasil. Disponível em:
http://www.brasa.org/Documents/BRASA_IX/Lucia-Guerra.pdf
https://geneall.net/pt/nome/20225/maria-de-vilhena/
https://geneall.net/pt/nome/20225/maria-de-vilhena/
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
LISBOA, Balthazar da Silva. Annaes do Rio
de Janeiro: contendo a descoberta e conquista deste ..., Vol. V. Typ. Imp. e
Const. de Seignot-Plancher, 1835
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana:
os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim & Companhia das
Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
PAES BARRETO, Carlos Xavier. Primitivos
Colonizadores Nordestinos. Usina de Letras. 2ª edição revista. Rio de Janeiro,
2010.
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
Pergunte a Pereira da Costa. Vol: 1. Ano: 1493
Pág: 404. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br
_______________________ Vol: 3.
Ano: 1637. Pág: 212, 213. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br
1566 (anterior a) - VICENTE FERNANDES DE LUCENA – Nada foi encontrado
Nota: Não
sabemos se era descendente ou parente de Vasco Fernandes de Lucena, mas seu
nome é citado na venda de terra de Jaguaribe em 20.08.1566, ao Mosteiro de São
Bento de Olinda.
NOTA: Todos os
documentos citados sobre as terras de Jaguaribe, bem como a carta de data
conferida a Vasco Fernandes de Lucena (1.540), se acham registrados no Livro do
Tombo, do Mosteiro.
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim & Companhia
das Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
1566 - MOSTEIRO DE SÃO BENTO DE
OLINDA – A Ordem de São Bento veio
para Pernambuco após convite do 3º Donatário da Capitania, Jorge
de Albuquerque Coelho, para que se estabelecessem na colônia, oferecendo-lhes
diversos benefícios e vantagens.
Chegando ao Estado de
Pernambuco (1586), residiram primeiramente na pequena Igreja de São João
Batista dos Militares, transferindo-se depois para a pequena ermida
de Nossa Senhora do Monte uma das mais antigas Igreja do Brasil, que
tinha sido doada pelo Bispo do Brasil, D. Antonio Barreiros.
Em 27.10.1597
os monges adquiriram um terreno que se chamava à época de Olaria,
junto ao Varadouro da Galeota, que pertencia a Gaspar Figueira e
Maria Pinta, mais tarde o Mosteiro foi aumentado com a compra de mais três
lotes vizinhos, iniciando assim a sua construção, dois anos (1599) depois o
edifício estava pronto.
Em 1631 um grande incêndio, provocado pelo
holandeses, consumiu grande parte de Olinda. Da edificação do Mosteiro escaparam apenas os
arquivos. Passando 20 anos o Mosteiro foi reconstruído e depois ampliado. Nos diversos
espaços internos podem ser apreciadas peças de alto valor
artístico, como sanefas de talha dourada, gradis de jacarandá, pinturas de
episódios da vida de São Bento e retratos de velhos abades e mestres
da Ordem Beneditina no País, além de rico mobiliário. No claustro estão
sepultados vários monges da abadia.
Com o tempo a Ordem em
Olinda se firmou e enriqueceu, contando em 1850 com 16 casas de
sobrado, 24 casas térreas, outros prédios rústicos, uma fazenda, engenhos de
açúcar, um sítio de lenha em Beberibe.
Fontes:
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt.
Penguim & Companhia das Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_e_Mosteiro_de_S%C3%A3o_Bento_(Olinda)#Origens
http://ensina.rtp.pt/artigo/mosteiro-sao-bento-olinda-brasil/
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
1609 - GASPAR FERNANDES ANJO – Mercador e contratador dos dízimos de
Pernambuco (1600-1602). Em 1609, possuía dois engenhos: Paratibe e Jaguaribe, exportando açúcar para Lisboa. Em 1623, o Paratibe de
Riba produzia 2907 arrobas.
CURIOSIDADE: Em
18.04.1602 foi documentado o traslado das condições que põe Gaspar Fernandes
Anjo, na arrematação do contrato dos açucares.
CURIOSIDADE: Em 24.04.1602/Olinda
foi passada uma escritura de fiança e hipoteca a favor de Gaspar Fernandes
Ante, arrematante dos dízimos, cujo fiador foi Mateus de Freitas de Azevedo
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro. Anais de 1939. Pág. 59, 60
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
http://lhs.unb.br/atlas/N_S._Acuncu_(envol
61 (2)genho_de_bois)
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de
Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim &
Companhia das Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
1623 - FRANCISCO GOMES FLORES – Filho do Capitão João Mendes Flores,
do qual faz Memória Brito no Livro 4º, nº 359 e 375, e no Livro 5º, nº 384,
porque foi um dos valorosos Capitães da Guerra contra os holandeses.
C01-
Jerônima Cabral Távora – Filha de Baltasar
Leitão Cabral e de sua 2ª esposa D. Leonor
Rodrigues Paes. (sem descendência conhecida)
Fontes:
MELLO, Evaldo
Cabral de. O Bagaço de Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt.
Penguim & Companhia das Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/274367/mod_resource/content/0/MELLO.pdf
BORGES DA FONSECA,
Antônio Victoriano. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925.
Vol. 1. Pág. 333
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Fontes para a
História do Brasil Holandês. 2ª edição. Recife. CEPE, 2004
PEREIRA, Levy.
"Iaguarĩ (engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do
Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
1630 - JERÔNIMA CABRAL – Filha de Baltasar Leitão Cabral e de
sua 2ª esposa D. Leonor Rodrigues
Paes
C01- Francisco Gomes Flores –– Filho do
Capitão João Mendes Flores, do qual faz Memória Brito no Livro 4º, nº 359 e
375, e no Livro 5º, nº 384, porque foi um dos valorosos Capitães da Guerra
contra os holandeses. (sem descendência conhecida)
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana:
os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim & Companhia das
Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
BORGES DA FONSECA, Antônio Victoriano.
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925. Vol. 1. Pág. 333
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
1630
- ANTÔNIO DA ROCHA BEZERRA – Segundo Borges da Fonseca era um
homem honrado, membro da família Rocha Bezerra, uma das principais da
Paraíba.
Rendeiro do engenho
(arrendou o Engenho de Jerônima Cabral)
C01- D. Isabel da Silva – Filha de B. de João
de Freitas da Silva (Fidalgo da Casa Real) com D. Maria de Siqueira, que foi
c.c. N. Carreura (lavrador de cana do eng. Casa Forte)
Filhos (não se encontra
na ordem certa de nascimento):
01- D. Antônia
da Cunha – Manteve um relacionamento com seu primo Manoel Carneiro da Cunha
(eng. Brum-Brum);
02- Manoel da Rocha
Bezerra – C.c. D. Marianna da Cunha Pereira;
03- Antônio da Rocha Bezerra – C.c. Maria de Hollanda;
04- Joanna da Cunha Bezerra – Primeira
esposa de Gonçalo Monteiro de Albuquerque (Casou 03 vezes)
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana:
os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim & Companhia das
Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
BORGES DA FONSECA, Antônio Victoriano.
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1925. Vol. 1. Pág. 199,
228, 230, 477
FERREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
1647
- PAULO DE ALMEIDA E SOUZA
– Nada encontrado
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana:
os engenhos de açúcar do Brasil holandês. Edt. Penguim & Companhia das
Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág 78
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
1671- JOÃO FERNANDES VIEIRA (Francisco
de Ornelas Moniz) – Nasceu em
29.06.1596/Funchal/Ilha da Madeira-PT e faleceu em 1679/Pernambuco. Filho de
Francisco de Ornelas Muniz com Antônia Mendes. Em
1606, com 10 anos de idade, imigrou para Pernambuco, pois como não era o filho
primogênito - herdeiro de todo o legado dos pais, se viu obrigado a emigrar
para o “Além-Mar”, para adquirir fortuna, como muitos jovens portugueses da
época. Assim que chegou adotou o nome de João Fernandes Vieira, um disfarce
muito usado pelos emigrantes portugueses, que queriam esconder sua origem
nobre, porque trabalhariam em serviços braçais, o que era desonra para a época.
Trabalhou
como: Ajudante de Mascate (em troca de comida e dormida). Auxiliar do Mercador do
comerciante Afonso Rodrigues
Serrão, que ao falecer o deixou como único herdeiro do seu negócio e de
algumas casas na Vila de Olinda. Voluntário da guerra holandesa (1630).
Em
1634, participou da resistência luso-brasileira no Forte de São Jorge. Após
1635, Fernando Vieira tornou-se muito amigo do Cons. Político da Cia. das
Índias Ocidentais, Jacob Stachouwer, de quem depois foi Feitor-mor de seus
engenhos: Ilhetas (Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de
Guadalupe)/Serinhaém, Meio/Recife, Santana/Jaboatão dos Guararapes. NOTA: Em seu testamento Fernandes Vieira declarou
sobre sua aproximação com Stachouwer: “Declaro que no tempo dos holandeses por
remir minha vexação e viver mais seguro entre eles, tive apertada amizade com
Jacob Estacour, homem principal da nação flamenga, com diferença nos costumes,
e com ele fiz negócios de conformidade e por conta de ambos (...)”.
Fernandes
Vieira era descrito como um homem de aspecto melancólico, testa batida, feições
pontudas, olhos grandes, mas amortecidos, e de poucas falas, exceto quando se
ocupava de si, pois desconhecia a virtude da modéstia. Ativo, ambicioso e
inteligente. Tendo em vista sua aproximação com os luso-brasileiros e
holandeses conseguiu sua ascensão econômica e social.
Com
a partida de Stachouwer e de seu sócio de Nicolaes de Rideer, Vieira ficou
como seu Procurador e passou a lucrar com a administração dos engenhos e dos
fundos do seu amigo e benfeitor. Logo tomou posse definitiva de todos as
propriedades dos dois sócios. (Engenho: Guerra/Cabo de Santo Agostinho,
Ilhetas, ou Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe/Serinhaém,
Meio/Recife, Santana/Jaboatão dos Guararapes e Velho ou da Madre de Deus/Cabo
de Santo), e assumiu os débitos
contraídos por Stachower e de Ridder na compra das propriedades à Companhia das
Índias Ocidentais (débito que nunca foi pago). Logo Vieira se tonou um dos
homens mais ricos da Capitania, proprietário de 16 engenhos e de mais de 1.000
escravos.
João
Fernandes Vieira foi Escabino de Olinda (1639) e do Maurícia (Recife) (07/1641 - 06/1642 - 1642/43). Contratador de
dízimos de açúcar da Capitania de Pernambuco e de Itamaracá.
Representante dos luso-brasileiros da Várzea do Capibaribe na Assembleia
convocada pelo Conde Maurício de Nassau para assuntos do governo (1640). Mestre
de Campo do Terço de Infantaria de Pernambuco. Participou da defesa do Arraial
do Bom Jesus/Recife (1635), com apenas 22 anos. Fernandes Vieira levantou
em Olinda a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, hoje conhecida por Santa
Thereza, onde antigamente funcionava o Colégio das Órfãs, antes dos Órfãos.
Embora
fosse um dos mais importantes senhores de engenho da Capitania, para ser
incorporado a elite pernambucana, em razão de sua suposta cor parda, do seu
“defeito mecânico” (trabalhos manuais) e de sua “falta de qualidade de origem”,
teve que contrair matrimônio com uma moça pertencente a uma das famílias mais
importantes da Capitania. Com o casamento Fernandes Vieira que já era Colaborador
e Conselheiro em Assuntos Brasileiros do Governo Holandês se tornaria, também
um dos homens mais importantes da Capitania, com apoio da comunidade
luso-brasileira através do seu prestígio econômico e social, e de doações para
igrejas, confrarias e pessoas necessitadas.
Após
a partida do Conde Maurício de Nassau (1644), Vieira viu a intensificação da
insatisfação do povo pernambucano, influenciado pelo seu sogro e percebendo as
vantagens econômica e social a serem alcançada pela sua pessoa, com a expulsão
dos holandeses e da Companhia das Índias Ocidentais passou para o lado dos
Insurrectos pernambucanos.
Reúne-se
com várias lideranças rurais nas matas do engenho Santana/Jaboatão dos Guararapes, onde traçam os planos
para expulsar os holandeses do Brasil. Como contragolpe, lança a campanha de Restauração
de Pernambuco, servindo-se da mesma táctica manhosa dos inimigos e passa a
circular nos dois lados: holandeses e luso-brasileiros. Nessa mesma época os
holandeses o chamam para ser Agente de Negócios da Companhia e membro do seu
Conselho Supremo, ficando Vieira, conhecedor de todas as tramas e recursos.
João
Fernandes Vieira escreve a D. João IV pedindo-lhe licença para resgatar as
Capitanias invadidas da mão dos usurpadores, ao que o Monarca se opõe.
Descobrindo os holandeses os seus intentos, atraíram-no ao Recife, mas Vieira
iludiu-os e pôs-se em campo, levantando a bandeira da Insurreição Pernambucana
– de fazenda em fazenda, de engenho em engenho incentivando a revolução e
declarando traidores os que não seguissem a sua causa.
O
Conselho holandês põe a cabeça de Vieira em prêmio e em resposta Fernandes
Vieira põe preço a cabeça dos membros do Conselho e se torna um dos líderes da
chamada Insurreição Pernambucana e um dos heróis da Restauração de Pernambuco. NOTA:
Segundo José Antônio Gonçalves de Melo: A insurreição de
1645 foi preparada por senhores de engenho, na sua maior parte, devedores a
flamengos ou judeus da cidade. Foi nitidamente um levante de elementos rurais,
no qual tomaram parte, negros escravos, lavradores, pequenos proprietários de
roças, contratadores de corte de pau-brasil, e outros.
Após
a tomada do eng. Casa Forte, Vieira voltou com seus homens ao seu engenho São
João/Recife-Várzea do Capibaribe, e de lá iniciou um sistema de estâncias
militares, espécie de fortificações onde pudessem estar seguros e guardar
pólvora e munições de guerra. Vieira participa da guerra contra os holandeses
e, vence junto com sua tropa, a Batalha das Tabocas em Vitória de Santo
Antão/PE, em 03/08/1645, e a Batalha de Casa Forte/Recife, junto aos heróis:
André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, em 17/08/1645.
Com
a Batalha dos Guararapes, sob o comando do General Barreto de Meneses, em
19/04/1648 e 19/02/1649, os holandeses são finalmente vencidos e expulsos de
Pernambuco e, como recompensa pelos serviços prestados na guerra João Fernandes
Vieira é nomeado pelo Rei D. João IV, como: de Governador da Paraíba (1655/57),
Capitão General do Reino de Angola (1658/61) e Superintendente das
Fortificações de Pernambuco e das Capitanias vizinhas, até o Ceará, (1661/81).
Depois
do tratado de paz entre Portugal e a Holanda (1661), Fernandes Vieira figurava
em 2º lugar na lista de devedores dos brasileiros à Companhia das Índias
Ocidentais, com o débito de 321.756 florins, cuja dívida nunca foi paga, pois
alegou no seu Testamento que os chefes holandeses é que eram seus "devedores
de mais de 100 mil cruzados (...) de peitas e dádivas a todos os governadores
(...) grandiosos banquetes que ordinariamente lhes dava pelos trazer
contentes".
Já
idoso Fernandes Vieira encomenda ao Frei Rafael de Jesus um livro sobre a sua
vida, exaltando seus feitos, a exemplo do que Gaspar Barléu havia escrito sobre
o Conde Maurício de Nassau, surgindo assim o Castrioto Lusitano, no
qual o autor o compara ao príncipe guerreiro albanês Jorge Scanderberg
Castrioto (herói da guerra contra os turcos e a Sérvia pela recuperação da
Albânia, que havia sido anexada à Turquia). Vieira falece, com 85 anos de
idade, em 10/01/1681-Olinda, mas só em 1886 seus restos mortais foram
descobertos na capela-mor da igreja do Convento de Olinda. Em 1942, seus ossos
foram trasladados para a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes
Guararapes, sendo depositados na parede da capela-mor, com uma inscrição
comemorativa.
Senhor
dos engenhos: Abiaí/Itamaracá;
Abreu/Tracunhaém; do Meio/Recife-Várzea; Guerra/Cabo de Santo Agostinho;
Ilhetas (Nossa Senhora de França, ou Nossa Senhora de Guadalupe)/Serinhaém;
Jacaré/Goiana; Jaguaribe/Abreu e Lima;Molinote (Santa Luzia, depois
Sacambu)/Cabo de Santo Agostinho; Santana/Jaboatão dos Guararapes; Santo
André/Jaboatão dos Guararapes - Muribeca; Santo Antônio/Goiana; São João (antes Nossa Senhora do
Rosário)/Recife-Várzea; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho. Na Paraíba: Inhaman,
Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião, Gargaú e São Gabriel.
Tibiri de Baixo e Tibiri de Cima.
C01:
D. Maria César, em
1643 – Filha do madeirense e senhor de engenho Francisco Berenguer de Andrade
(eng. Giquiá/Recife),
pessoa de boa estirpe perante o clã dos Albuquerque, e de Joana de Albuquerque.
(s.g.)
Filhos fora do casamento:
01- Manuel Fernandes Vieira – Filha
como (N). Sacerdote do hábito de São Pedro com ações de algumas Mercês de seu
Pai. Vigario de Itamaracá e senhor do engenho Inhaman. Perfilhado nos
livros de Sua Magestade. Herdou a Comenda de Santa Eugénia Alla, que tinha
pertencido ao seu pai;
02- D. María Joanna – Filha tida com D. Cosma
Soares. C.c. Jerouymo Cesar de Mello (Fidalgo da Casa Real, Cavalheiro da Ordem
de Cristo e Capitão-mor de Maranguape ; filho de Agostinho Cesar de Andrada
(Gov. do Rio Grande do Norte) e de D. Laura de Mello);
03- D. Joana Fernandes Cesar – Filha com (N). C.c. Gaspar Achi'oli de
Vasconcellos, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, filho de João Baptista
Achioli e de D. Maria de Mello. Alcaide-mor da cidade da Paraíba do
Norte, e senhor do eng. Santo André;
04- Maria de Arruda – Filha com (N)). Falecida ainda criança.
Fontes:
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Anais 1885-1886 Vol. 13; 1902 Vol.
24; 1925 Vol. 47; 1926 Vol. 48
CALADO, Frei
Manoel. O Valeroso Lucideno e triunpho da liberdade, Edições Cultura, São
Paulo, 1943, tomo I, p. 318 e tomo II, p. 12, 14
Diário
de Pernambuco. Os Holandeses em Pernambuco – Uma História de 24 anos. João
Fernandes Vieira. Publicado em 22.09.2003.
Fontes
para História do Brasil Holandês – 1636, Willem Schott. A Economia Açucareira.
Inventário feito pelo Conselheiro Schott Cia. CEPE, MEC/SPHAN/Fundação
Pró-Memória Local: Recife, 1981
Francisco
Adolpho de Varnhagen, E. e H. Laemmert, 1857. Historia geral do Brazil, Volume
2.
GASPAR,
Lúcia. João Fernandes Vieira. Pesquisa Escolar Online,
Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
MELLO,
Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês.
Edt. Penguim & Companhia das Letras.1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
74.
MELLO,
José Antônio Gonsalves de. Restauradores
de Pernambuco: biografias de figuras do século XVII que defenderam
e consolidaram a unidade brasileira: João Fernandes Vieira. Recife: Imprensa
Universitária, 1967. 2
PEREIRA,
Levy. "Iaguarĩ (engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de
Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho). Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
Revista
do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Volume 1,
Edições 1-12
____________________________________________________________
Vol. LVI. Recife, 1981.
SANTIAGO, Diogo
Lopes, História da Guerra de Pernambuco, Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco, Recife, 1984, p. 258
1812-
HENRY KOSTER (Henrique
da Costa) – Nasce em 1793/Lisboa/PT e faleceu em 1820/Recife. Filho comerciante
inglês de Liverpool John Theodore Koster. Para curar uma tuberculose veio para
Pernambuco, chegando em 07.08/1809. Proprietário de engenho e terras no Brasil
entre 1809 e 1820,
Falava o português com
fluência, o que fazia com que algumas pessoas duvidassem da sua nacionalidade,
tratando-o brasileiramente por Henrique da Costa. Na época era considerado um dos mais
importantes cronistas sobre o Nordeste brasileiro, tendo um papel
importante na vida social, artística e até política do Recife.
Em 1810, sentindo-se bem
melhor da doença que o acometia, resolveu viajar a cavalo para a Paraíba e de
lá foi até Fortaleza, no Ceará. Voltou ao Recife no início de fevereiro de 1811
e já no final do mês viajou novamente, desta vez por mar, para o Maranhão, de
onde regressou para a Inglaterra.
Em 27.12 do mesmo ano,
voltou ao Recife e fez uma viagem ao sertão de Pernambuco. Quando retornou,
arrendou o engenho Jaguaribe/Ilha de Itamaracá, tornando-se agricultor e
senhor-de-engenho.
Como bom observador
anotava, com detalhes, tudo o que via em suas viagens e no seu dia-a-dia.
Tomava parte da vida brasileira, conhecendo seu povo, seus usos e costumes,
convivendo nas ruas com as mais diferentes camadas da população e frequentando
festas da sociedade local.
Retornando à Inglaterra,
em 1815, resolveu escrever um livro sobre o Brasil. Publicou-o em Londres, sob
o título Travels in Brazil, em 1816. A obra obteve
uma grande repercussão na Europa, com várias edições publicadas em diversas
línguas. A primeira edição brasileira do livro, foi publicada em 1942, com o
título Viagens ao Nordeste do Brasil, traduzida por Luís
da Câmara Cascudo
Koster não pretendia
voltar ao Brasil, mas ao concluir o livro e sentindo o recrudescimento da
tuberculose, retornou a Pernambuco em 1817. Transferiu-se depois para a Goiana,
ao norte de Pernambuco, à procura de um clima melhor para sua saúde. Segundo
informações de um outro viajante inglês, seu contemporâneo James Henderson,
Henry Koster teria retornado ao Recife em fins de 1819, onde faleceu no início
de 1820, sendo enterrado no Cemitério dos Ingleses, em local não
identificado.
Fontes:
ANJOS JÚNIOR, João Alfredo dos
(Org.). Viajantes ingleses no Nordeste do Brasil no século XIX. Recife:
Fundaj; Instituto de Documentação. Biblioteca Central Blanche Knopf; The
British Council, 1991. [Não paginado]. Catálogo de exposição
bibliográfica.
FREIRE, Gilberto. Nordeste. Global Editora
e Distribuidora Ltda, 4 de set de 2015 - 256 páginas
GASPAR, Lúcia. Viajantes em terras
brasileiras - Documentos existentes no acervo da Biblioteca Central Blanche
Knopf. Fundação Joaquim Nabuco. Recife.
http://jconline.ne10.uol.com.br/busca/?q=engenho-jaguaribe
Publicado em 07/10/2015, às 08h08 por Cleide Alves
http://www.brasiliana.com.br/obras/viagens-ao-nordeste-do-brasil
PEREIRA, Levy. "Iaguarĩ
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Iaguar%C4%A9_(engenho).
Data de acesso: 9 de dezembro de 2017
SILVA, Leonardo Dantas. Viajantes: a
paisagem vista por outros olhos. Ciência &Trópico,Recife, v.
28, n. 2, p. 249-260, jul./dez. 2000.
SOUTO MAIOR, Mário; SILVA, Leonardo Dantas
(Org.) O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife:
Fundaj, Ed. Massangana; Prefeitura da Cidade do Recife, Secretaria de Educação
e Cultura, 1992. p. 78.
COMPANHIA
DE TECIDOS PAULISTA - No período de 1900 - 1904, Herman
Lundgren, soube da precária situação financeira da Fábrica Paulista/Olinda e
entrou em entendimentos para a aquisição da maioria das ações da empresa,
controlada pela Rodrigues Lima & Cia.
Ao assumir a fábrica de
tecidos em 1904, Herman colocou seus filhos à frente do empreendimento, sob sua
supervisão e mandou construir uma vila de casas de tijolo e telha, em
substituição às miseráveis palhoças que alojavam o operariado e suas famílias.
A pequena fábrica de
tecidos, sob a direção de Herman Lundgren e seus filhos, foi adquirindo um
aspecto bem diferente. As máquinas obsoletas foram substituídas por máquinas
modernas trazidas da Inglaterra. Esse novo quadro levou ao seu aumento de
crédito nos bancos. Assim, Herman Lundgren foi estimulando os outros
industriais de tecidos a melhorarem suas instalações, assim como as condições
de vida de seus operários.
Aos 72 anos de idade, em
fevereiro de 1907, vítima de um ataque cardíaco, faleceu Herman Lundgren. Sua
família, herdou as fábricas de pólvora e de tecidos, além das empresas de
exportação e importação.
Fontes:
http://textileindustry.ning.com/forum/topics/historia-da-industria-textil-em-pernambuco-da-primeira-fabrica-at