O engenho Biapecu, sob a
invocação Santo Amaro, foi fundado pelo judeu Baltazar Rodrigues Mendes na
várzea os riachos Biapecu e Tejucupapo, Capitania de Itamaracá, não possuía
igreja. Sua fábrica tinha uma moenda movida a bois e, no ano de 1623 moeu 1.660
arrobas de açúcar. O engenho foi citado no mapa PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS
BOREALIS, una cum PRÆFECTURA
Vários
engenhos açucareiros pertenciam a judeus, onde instalavam suas sinagogas, como
foi destacado no livro “Senhores de Engenho – Judeus em Pernambuco Colonial
1542-1654” – de José Alexandre Ribemboim, entre os engenhos citados se encontra
o Biapecu, pertencente a Baltazar Rodrigues Mendes.
Durante a guerra da Restauração pernambucana (1630-1654) o engenho foi
incendiado pelas tropas holandesa e ficou completamente destruído. Nessa época
alguns senhores de engenho passaram de imediato para o serviço dos invasores,
como foi o caso do cristão-novo Baltazar Rodrigues Mendes. Calado em seu livro
Valeroso Lusitano se refere várias vezes, quase com nojo; alguns do que
tratavam com o inimigo “não eram dos mais abatidos do povo” acrescenta
ele.
Em 1637 o engenho pertencia aos herdeiros de Baltazar, sua esposa
D. Isabel Cabral e filho, os quais haviam
permanecido sob o domínio holandês. O engenho, porém, não devia "moer
jamais porque não tem terras próprias". NOTA: O relatório de Van der
Dussen registra outro engenho nas cercanias com o mesmo nome, pertencente a
Martim Lopes, como estando "todo arruinado". Trata-se possivelmente
de dupla contagem.
Em 1639, o engenho pertencia a Maria de Oliveira,
que em 1663 era devedora de 36653 florins à WIC. A fábrica do
engenho moía com três partidos de lavradores, no total de 51 tarefas (1785
arrobas), sem partido da fazenda. Lavradores: Jeronimo Fernandes do Vale com 30 tarefas; Gonçalo Barbosa Pereira com 06 tarefas; e Antônio de Figueiredo com 15 tarefas.
]
Após a evacuação dos engenhos de Igarassu/PE, da Paraíba e
da Capitania de Itamaracá, em meados de 1646, muitos dos engenhos foram
desativados até o final da guerra, no total de 55 fábricas das 149 existentes
no Brasil, ou 1/3 da capacidade produtiva da região. Segundo um depoimento do
luso-brasileiro João Figueira, que transitou na região, é enfático: puseram
fogo aos engenhos, canaviais e povoações [...] de modo que tudo ardeu sem ficar
coisa alguma. Entre esses engenhos estava o Biapecu.
Fontes:
GUIMARÃES, Marcelo M. O Movimento
judaico-português durante o domínio holandês no nordeste. Associação Brasileira
dos descentes de judeus da Inquisição. 25/07/2012
http://www.liber.ufpe.br/visaoholandesa/Next.vh?query=diversidade&page.id=2018
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda
Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Edt. 34 Ltda. 3ª edição.
São Paulo 2007.
NASSAU-SIEGEN, J. Maurice; DUSSEN,
Adriaen Van der; KEULLEN, Mathijs Van: Breve discurso sobre o estado das quatro
capitanias conquistadas no Brazil, pelos holandeses, 14 de janeiro de 1638.
PEREIRA, Levy. "Beapecu".
In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa.
Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Beapecu.
Data de acesso: 25 de outubro de 2016.
PEREIRA, Levy. "Itacoara
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/atlas/Itacoara_(engenho).
Data de acesso: 25 de outubro de 2016.
PROPRIETÁRIOS
ENCONTRADOS:
1623- Domingos
de Oliveira – (s.m.n.). Senhor
dos engenhos: Taquara (Nossa Senhora da Penha de França)/Itamaracá.
Coproprietário do engenho Biapecu/Itamaracá;
Fontes:
PEREIRA, Levy. "Beapecu".
In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa.
Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Beapecu.
Data de acesso: 25 de outubro de 2016
1623-
Baltazar Rodrigues Mendes – Cristão novo. Natural de Santa Maria de
Belém-Lisboa/PT e residente no Recife. Morreu do lado dos holandeses. Devia a
WIC. Senhor dos engenhos: Taquara
(Nossa Senhora da Penha de França)/Itamaracá. Coproprietário do
engenho Biapecu/Itamaracá
Casamento
01: Isabel Cabral (Luzia Cabral). Filhos: 01- Cipriano
Tavares – C.c. Anna de Siqueira e Mendonça
Fontes:
Genealogia Paulistana-vol. II-pg. 552
GUIMARÃES, Marcelo M. O Movimento
judaico-português durante o domínio holandês no nordeste. Associação Brasileira
dos descentes de judeus da Inquisição. 25/07/2012
http://geneall.net/pt/nome/1213065/baltazar-rodrigues-mendes/
http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?id=6
MELLO, Evaldo Cabral de, O bagaço da
cana: os engenhos de açúcar do Brasil holandês
MELLO, José Antônio Gonçalves de,
Gente da Nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco, 1542-1654
PEREIRA, Levy. "Beapecu".
In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa.
Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Beapecu.
Data de acesso: 25 de outubro de 2016
PEREIRA, Levy. "Itacoara
(engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital
da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/atlas/Itacoara_(engenho).
Data de acesso: 25 de outubro de 2016.
1637- Isabel
Cabral – Após o falecimento de seu marido assumiu a administração de
seus engenhos. Senhora dos engenhos: Biapecu/Itamaracá; Taquara (Itacoara, Nossa Senhora da
Penha de França)/Itamaracá.
Casamento
01: Baltazar Rodrigues Mendes – Cristão novo. Natural
de Santa Maria de Belém-Lisboa/PT e residente no Recife. Morreu do lado dos
holandeses. Devia a WIC. Filhos: 01- Cipriano Tavares – C.c. Anna
de Siqueira e Mendonça
Fontes:
Genealogia Paulistana-vol. II-pg. 552
1663- Maria
de Oliveira – (s.m.n.)
Fontes:
PEREIRA, Levy. "Nhayapopuçû
(engenho de bois com igreja)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências
do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/atlas/Nhayapopu%C3%A7%C3%BB_(engenho_de_bois_com_igreja).
Data de acesso: 25 de outubro de 2016