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Localização bairro do Cordeiro/Recife |
O engenho Três Reis Magos tinha uma moenda movida a bois, possuía uma
igreja e pagava 02% de pensão sob todo o açúcar depois de dizimado. Suas terras
ficavam localizadas entre o Rio Capibaribe e o Rio Jiquiá, adiante do engenho
da Madalena e nas proximidades do engenho da Torre, campeando um lugar
denominado hoje do Cordeiro, junto do riacho Cavouco, que, nascendo em terras
do eng. do Meio, na Várzea, e atravessando no seu curso a estrada pública, vai
desaguar no rio Capibaribe; sob a jurisdição de Olinda e freguesia da Várzea.
Em 1609
o engenho pertencia ao Ouvidor de Pernambuco Martim Vaz de Moura (I
Senhor do engenho Três Reis Magos, antes Três Reis Magos, Ambrósio Machado ou Straetsburch), casado
com D. Isabel de Carvalho.
Em 1623
o engenho produziu 6.750 arrobas de açúcar e pertencia a D. Isabel de Carvalho (II Senhora do Três Reis Magos), viúva de
Martim Vaz de Moura. Depois foi passado para seu genro o Capitão-mor do Rio
Grande do Norte (1616) Ambrósio Machado de Carvalho (III Senhor
do engenho Três Reis Magos) que também era senhor de um grande pedaço de terra situado no extremo da Ilha de Antônio
Vaz ou Santo Antônio, nas vizinhanças da Campina do Taborda, em frente ao Forte
das Cinco Pontas/Recife, e onde havia uns poços de que se proviam água para os
moradores do povoado existente no local, conhecidos como Cacimbas de Ambrósio
Machado.
NOTA 1:
Essas cacimbas foram examinadas, em 1870, por uma comissão do Instituto
Histórico Pernambucano, e verificou-se a existência de 04 cacimbas, uma meio
entulhada, outra completamente inutilizada e duas em perfeito estado de
conservação, contendo bastante água potável, medindo cada uma delas o diâmetro
de dois metros, situadas no quintal de um velho prédio de sobrado, nas
imediações da fortaleza das Cinco Pontas, cuja propriedade era conhecida pelo
nome de Casa do Padre Manuel do Muro, nos Bairros Baixos, ou Rua do Forte, que
corre paralela com o Pátio do Terço, de um lado, e com a Rua do Jardim, do
outro, o que tudo desapareceu com a construção da Fábrica Caxias, hoje também
não mais existente.
NOTA 2: Um
anúncio inserto no jornal Diário de Pernambuco nº 118 de 1829, descreve a venda
da propriedade do Sítio das Cacimbas: “A
casa do sobrado que foi do Padre Manuel do Muro, com duas meias águas anexas,
sita no “Bairro Baixo” desta cidade, indo para a fortaleza das Cinco Pontas,
com quintal murado, que tem de frente de ura 217 palmos e a casa 50, algumas
árvores de fruto, terras para canteiros, quatro poços para regar e para todo
uso da casa, e tanque para lavar roupa”. Enfim, no jornal A Quotidiana Fidedigna, no seu número
168 de 1834, vem um anúncio de Escravo fugido, em que o senhor pede a quem o
apreender que o levasse à Rua dos Bairros Baixos, na casa que foi do Padre
Manuel do Muro.
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Forte das Cinco Pontas/Recife |
Após a conquista de Pernambuco, os batavos implantaram uma
reforma administrativa e o c omeçaram a reativação do sistema açucareiro pois a
quase totalidade dos 150 engenhos do Brasil holandês estavam abandonados ou
destruídos pela guerra, 8.000 habitantes tinham fugido, entre eles o senhor do
engenho Cordeiro Ambrósio Machado, deixando para trás tudo o que não podia ser
carregado.
O engenho Três Reis Magos/Recife-Cordeiro
ficou abandonado e depois foi completamente arruinado por ter sido palco de constantes
guerrilhas entre o exército luso-brasileiro e o holandês. Essas batalhas
constantes eram devido a travessia do Rio Capibaribe estar localizada nas suas
terras do engenho, e que os exércitos a usavam para irem de um a outro lado. Segundo
Pereira da Costa (Anais Pernambucano, Vol: II, 1616, pág. 345), um cronista da
guerra holandesa, que tomou parte na batalha de Casa Forte, escreveu: “Chegamos ao ponto de amanhecer ao Rio
Capibaribe na Passagem de Ambrósio Machado, e achamos que ia tão cheio que não
se podia vadear sem grande risco e perigo, e não achamos ali batel, canoa nem
jangada para passar da outra banda...”. Foi por aquela passagem que nosso
exército, de volta da guerra do Monte das Tabocas/Vitória de Santo Antão,
atravessou o Rio Capibaribe (1645), para atacar os holandeses acampados no eng.
Casa Forte.
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Engenho colonial |
Logo após a
rendição dos luso-brasileiros do Arraial do Bom Jesus/Recife e da Fortaleza de
Nazaré/Cabo de Santo Agostinho, houve, por parte dos holandeses, uma verdadeira
corrida para a obtenção de engenhos, pois o açúcar prometia fortunas. Mas a WIC,
que não via com bons olhos a confirmação dos direitos de propriedade dos
luso-brasileiros, percebeu através da nova administração do Conde Maurício de Nassau,
que sem eles, e sem o que chamava de classe média rural (lavradores de cana,
mestres-de-açúcar, feitores, artesãos, lavradores de víveres) não seria
possível recompor a indústria açucareira. Entre 1635 e 1638 a Companhia mandou leiloar os engenhos dos
proprietários ausentes ao preço médio de 30 a 40 mil florins. Com isso
arrecadou 2 milhões de florins. Os compradores foram sobretudo judeus,
neerlandeses e luso-brasileiros, mas no decorrer dos meses os dois primeiros,
em sua maioria, terminariam revendendo as propriedades a terceiros.
O engenho
Três Reis Magos que havia sido abandonado foi vendido (1635) primeiramente a Jacques Hack, mas o Governo holandês não
satisfeito, desfez o acordo e revendeu o engenho (1636) ao Comissário da Companhia das
Índias Ocidentais holandesa Nicolaas de Ridder que tinha oferecido um maior valor de compra.
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Arraial do Bom Jesus/Recife |
Entre 1636 e 1637, Nicolaas de Ridder pediu demissão do seu cargo de Fiscal para
entregar-se à gestão dos seus engenhos (Santana/Jaboatão
dos Guararapes, Ilhetas/Cabo de Santo Agostinho e o da Torre/Recife-Torre; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo
Agostinho e da Guerra/Cabo de Santo Agostinho e da Guerra), o que,
contudo, lhe foi recusado até que se encontrasse um substituto para sua função
dentro da Companhia. Não podendo ficar à frente do engenho Nicolaas de Ridder
contrata como administrador o lavrador Lourenço Nunes
Passados dois anos de Ridder se
desinteressa pela compra. O engenho Três
Reis Magos foi vendido novamente em 06.06.1637 ao
Conselheiro Político holandês Willem Schott por 20.000 florins, em 04 prestações anuais de
5.000 florins. Na mesma ocasião Schott compra outro partido de cana nas
cercanias do engenho por 7.000 florins, em 03 prestações.
O engenho moeu em 1639, 2.520 arrobas de
açúcar que equivalia 72 tarefas, sendo: 24 da fazenda e 56 de seus lavradores: Lourenço
Nunes com 20 tarefas, Juan Barentsz com 20
tarefas, e Domingos Marins com 08 tarefas.
O Relatório sobre o estado das Capitanias
conquistadas no Brasil (1640) do alto e secreto conselheiro da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais durante a segunda das Invasões
holandesas do Brasil, Adriaen Jacobszoon van der Dussen, atribui
também a propriedade do engenho a Christlffe
Eyerschettel, embora não exista documentação que abone essa
informação. NOTA: Possivelmente Christlffe seria um sócio de Schott.
O engenho Cordeiro
foi citado nos seguintes mapas coloniais: Præfecturæ
Paranambucæ Pars Borealis, una cum Præfectura de
Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de
Pharnambocqve, plotado como engenho, 'TrԐs RԐys Ԑ', na m.d. do 'Rº.
Capauiriuÿ'; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 Capitania de I. Tamarica,
plotado como engenho, 'Ԑ TrԐs RԐys', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'; PE (Orazi,
1698) Provincia di Pernambvco, plotado como engenho, 'Scot', na
várzea do 'Capiibari'. NOTA: Markgraf o registrou o engenho em seus mapas pela
designação Straetsburch, e Golijath pela antiga, Três Reis Magos.
Após a Restauração Pernambucana
(1645-1654),
as terras do engenho que se encontrava de fogo morto, passaram para o domínio
do Fazenda Real
Portuguesa sendo incorporadas aos
bens da Coroa. Uma parte das suas terras ocupada pelo
Capitão João
Cordeiro de Mendanha, que militara na Guerra
da Restauração, desde o seu início, como Ajudante de Ordens do Chefe João Fernandes
Vieira, e na qual fundou ele um grande partido de cana.
Tempo depois partes das terras foram
arrematadas em hasta pública pelo Capitão-mor de Goiana José Camelo Pessoa (senhor dos engenhos: São Francisco/Várzea-Recife e São Pantaleão do Monteiro/Monteiro-Recife), cuja escritura foi
lavrada em 16.11.1707, ficando as terras
incorporadas às do engenho Monteiro/Monteiro-Recife, de sua propriedade, até o
final do século XVIII, e a outros dois sítios que haviam pertencido a D. Isabel
Cardoso e ao Capitão José Nunes da Vitória, outro militar da guerra contra os
holandeses.
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Batalha dos Guararapes |
José Camelo Pessoa foi o último Senhor de
um altar vinculado na Igreja do Colégio dos Jesuítas de Olinda, meados do
século XVIII, quando se deu a extinção do colégio dos Jesuítas. Esse altar era
dedicado a Nossa Senhora das Angústias ou das Dores, cuja padroeira foi conferida
ao Capitão, que para o seu custeio e ornato vinculou o engenho Monteiro, de sua
propriedade, por especial concessão régia, estabelecendo para semelhantes fins
uma pensão anual de sessenta arrobas de açúcar branco. O Capitão era uma pessoa
muito distinta e teve a honra de ser enterrado no dito altar, em uma sepultura
rasa, perpétua, em frente ao altar, selada com uma grande laje de mármore que
se lê: Sepultado Capitão João Pessoa
Bezerra e seu herdeiro. Fidalgo da Casa de Sua Majestade. Cavaleiro professo em
1679. CURIOSIDADES: Com a extinção
da Ordem dos Jesuítas no Brasil, os bens
patrimoniais foram incorporados à coroa portuguesa, e os proprietários do
engenho Monteiro deixaram de cumprir aquele encargo pio, mas em 1831, o senhor
do engenho da época, João do Rego Barros e Mello, foi compelido pela Fazenda
Nacional de pagar a quantia de 4:320$000 proveniente da pensão que não paga por
72 anos, a contar de 1759, à razão de 60$000 anuais.
No fim do século XVIII, as terras do antigo engenho de
Ambrosio Machado, foram adquiridas por Sotero de
Castro, que fundou um novo engenho (fábrica de açúcar), a que deu o
nome de Engenho Cordeiro, em memória do
antigo proprietário, João Cordeiro de Medanha, nome pelo qual já era conhecida
a localidade.
O engenho Cordeiro
não teve uma existência longa, pois em 1831,
o engenho ainda era moente e seu proprietário era Joaquim
da Silva Pereira. Após esse período o engenho foi abandonado, e hoje
só o que resta de suas edificações é a casa grande, mas com aspecto modificado.
O Instituto Arqueológico Histórico e
Geográfico Pernambucano ergueu, em 1872, nas terras do engenho do
Cordeiro e no lugar onde existiu o 2o. Forte Real do Bom Jesus - o
Arraial Novo do governador João Fernandes Vieira, uma elegante coluna de três
metros de altura, cujo topo, existia uma cruz, protegida por uma grade de
ferro. O monumento foi chamado de Cruzeiro do Forte. NOTA: Há vários anos roubaram
a cruz, sua grade de ferro que lhe protegia não mais existe, só restando. a
coluna solitária, assentada sobre a base de mármore em forma de prisma
quadrangular.
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Casarão do engenho Cordeiro |
Atualmente suas terras foram reocupadas
pelo bairro do Cordeiro, pertencente à 4ª Região Político-Administrativa do
Recife (RPA-4), a Oeste do Recife, entre os bairros de Iputinga e Zumbi. O
bairro é cortado pela Avenida Caxangá,
construída no início do século XX e alargada na gestão do Prefeito Novais
Filho. Essa avenida segue o traçado da antiga estrada que ligava a Madalena à
Várzea do Capibaribe, em linha reta, sendo a mais extensa via urbana em
linha reta do Brasil, onde está situado a Parque Prof. Antônio Coelho,
conhecido como Parque de Exposições de Animais do Cordeiro.
Na Avenida do Forte, uma das principais
vias do bairro, construída em torno das ruínas do Forte do Arraial Novo do Bom
Jesus. Fundado em 1646, e que foi o símbolo de resistência na Insurreição
Pernambucana. Como indicação do local do Forte foi erguido um monumento com uma
cruz, em homenagem a esse reduto e seus heróis, mas que infelizmente foi
roubada só restando o mastro.
Segundo o Censo do IBGE, em 2010 o bairro
do Cordeiro tinha uma população de 69.775 habitantes, área de 344,2 hectares e
densidade de 162,80 habitantes/km². Seu IDH atualmente é de 0,912.
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Casarão do engenho Cordeiro |
Fontes:
GALVÃO, Sebastião de Vasconcellos. Diccionario
chorografico, histórico e estatístico de Pernambuco. Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1908. 4v.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia
Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Gov. de Pernambuco. 2ª
Edição. Pág. 153. CEPE. Recife, 2004.
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos.
1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol: 1:456 –
vol. 2:345, 346, 519
PEREIRA DA COSTA, F. A. Arredores do
Recife. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1981.
PROPRIETÁRIOS:
1609 - Martim Vaz
de Moura – Sepultado na Igreja do Convento da Ordem de São Bento em Olinda.
Ouvidor de Pernambuco.
CURIOSIDADE:
Em 28.07.1618/Olinda, o Governador D. Luiz de Sousa nomeou, por provisão, Belchior
Rodrigues como escrivão da devassa de residência do Ouvidor da Capitania de
Pernambuco Martim Vaz de Moura.
Senhor do engenho Cordeiro,
antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio
Machado ou Straetsburch/Recife
Casamento
01: D. Isabel de Carvalho. Em 1623, já viúva, passou a administrar
o engenho. D. Isabel doou à Ordem de São Bento uma casa em Olinda em troca do
compromisso de quando viesse a falecer fosse enterrada na Igreja do Convento
junto com os restos mortais de seu falecido marido.
Fontes:
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Anais 1917 Vol. 39 (1) Pág. 22
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana.
Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
Pág. 68-69
1623 - Isabel de Carvalho – Em 1623, já viúva,
passou a administrar o engenho. D. Isabel doou à Ordem de São Bento uma casa em
Olinda em troca do compromisso de quando viesse a falecer fosse enterrada na
Igreja do Convento junto com os restos mortais de seu falecido marido.
Senhora do engenho Cordeiro,
antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio
Machado ou Straetsburch/Recife
Casamento
01: Martim Vaz de Moura – (Dados acima)
Filhos:
01-
(?) c.c. Ambrósio Machado de Carvalho
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana.
Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
Pág. 68-69
1630 -
Ambrósio Machado de Carvalho – Nascido no berço de uma família
ilustre do Pernambuco colonial. Falecido após
1635, pois a partir desse ano não se tem mais notícia dele. Capitão-mor
do Rio Grande do Norte (1616 até 1619). Coronel de Milícias de Olinda (1630).
Em 1635, Ambrósio fugiu dos holandeses deixando suas propriedades para trás, junto
a 8.000 pessoas que acompanharam o General Mathias de Albuquerque para a Bahia.
Senhor
do engenho Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio
Machado ou Straetsburch/Recife
Casamento
01: (?) – Filha de Martim Vaz de Moura e de Isabel de Carvalho. (c.g. desconhecida)
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais
Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife,
1983. Vol: 2:345, 346, 519
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana.
Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
Pág. 68-69
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos
Flamengos. Gov. de Pernambuco. Bando no Nordeste. Coleção Pernambucana. Vol.
XV. 2ª edição. Pág. 55. Recife 1979
1635 - Jacques Hack – Natural da Holanda. Chegou a
Pernambuco durante a ocupação holandesa como membro do Governo do Recife. Após
a conquista do Arraial do Bom Jesus foi um dos holandeses que resolveram se
tornar senhor de engenho devido a fortuna que o açúcar prometia. Um dos
primeiros escabinos de Olinda que foram escolhidos pelo Conde Maurício de Nassau,
em 1638. Em 1645 devia a WIC o montante 45.000 florins, pela compra do seu
Engenho São João da Várzea/Recife e que tinha pertencido a Luís Ramires, antes
da invasão holandesa.
Senhor
do engenho Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio
Machado ou Straetsburch/Recife,
após comprar o engenho a WIC desistiu da venda por conta da proposta de Nicollas
de Ridder; São
João da Várzea/Recife
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais
Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife,
1983. Vol: 2:345, 346, 519
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A
Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs. 2ª
edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 64, 131, 163
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana.
Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
Pág. 68-69
1635
- Nicolaas de Ridder – Comissário da Companhia das Índias
Ocidentais holandesa. Entre 1636 e 1637 pediu demissão do seu cargo de Fiscal
para entregar-se à gestão dos seus engenhos, o que, contudo, lhe foi recusado
até que se encontrasse um substituto para sua função. De Ridder voltou para a
Holanda antes de 1641 deixando suas propriedades nas mãos do seu bastante
procurador João Fernandes Vieira. Em 1645 sua dívida particular perante a
Companhia das Índias Ocidentais era de 8.907 florins, com seu sócio Jacob
Stachhouwer devia o montante de 83.279 florins por prestações vencidas; com
Sigismund Von Schokoppe sua dívida era de 35.211, em 1663.
Curiosidades:
Nicolaas de Ridder e muitos outros Fiscais holandeses não falavam direito a
língua portuguesa e, para tratar com os brasileiros, usava como interprete
Domingos Fernandes Calabar, o maior traidor da história brasileira.
CURIOSIDADES:
Em 1667, na lista de eleitores escolhidos para escabinos de Olinda, foram
incluídos alguns marranos: Pedro Lopes de Vera, Fernão do Vale e Gaspar Dias
Ferreira, este último se declarou não judeu e de nobre família, o que irritou
Stachchouwer e de Ridder, fazendo com que se retirassem em protesto da sessão,
alegando que essas pessoas por terem sangue judeu não podiam ser membro do
Colégio nem exercer cargo de direção.
Senhor
dos engenhos: Cordeiro, Três Reis Magos ou Straetsburch/Recife; São
Bento/São Lourenço da Mata;
Coproprietário
dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes, Ilhetas/Cabo de Santo
Agostinho, Torre/Recife-Torre (sócio de Jacob Stachhouwer); Velho ou da
Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho (sócio de Sigismund Von Schokoppe);
Guerra/Cabo
de Santo Agostinho e da Guerra (sócio de Sigismund Von
Schokoppe); Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot),
Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife
Fontes:
CALADO, Manoel (Frei). O Valeroso Lucideno
e o Triunfo da Liberdade. Vol. I. Pág. 55. 5ª edição. CEPE. Recife, 2004
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A
Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs. 2ª
edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 131, 162, 163, 257
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana.
Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
68-69, 77, 99, 109-111, 133
1637 -Willem
Schott – Chegou a Pernambuco
como Conselheiro Político no ano de 1633, designado pela Câmara da Zelândia da
Companhia das Índias Ocidentais e aqui permaneceu até 1638, quando retornou
para a Holanda. Após a conquista do Arraial do Bom Jesus foi um dos holandeses
que resolveram se tornar senhor de engenho devido à fortuna que o açúcar
prometia. Autor do Inventário dos engenhos situados do Rio de Jangadas
para o Sul, até o Rio Una, em 1638, e do Pequeno relatório e
descrição sumária das terras, cidades e fortificações do Brasil, em 1639.
Schott foi nomeado como Governador do Programa de Política Colonial, que visava
a restauração dos engenhos arruinados ou abandonados, esse programa durou pouco
tempo, tendo sido substituído por outro programa que visava a exploração e o
domínio do comércio do açúcar, regendo os moradores, julgando e administrando
os engenhos e os açúcares confiscados. Em 1645 Schott devia a WIC 20.000
florins. Em 1663 essa dívida já estava em 22.040 florins.
Coproprietário
do engenho: Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot),
Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife. Sócio de Christoffel Eyerschettel.
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais
Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife,
1983. Vol: 2: 492
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana.
Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
Pág. 68-69
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A
Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs. 2ª
edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 153
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo
dos Flamengos. 2ª edição. Coleção Pernambucana. Vol. XV. Governo de
Pernambuco. Secretaria de Educação e Cultura. Recife, 1979. Pág. 78, 131, 132,
178, 202.
1637 -
Christlffe Eyerschettel –
2ª pessoa nomeada (1636) pelos holandeses para o serviço de extinção de
incêndios no Recife, cuja principal função era de fazer uma relação do que cada
casa deveria dar para manter os 04 vigias, recebendo cada um 18 florins por
mês. Em 1639 foi Escabino de Olinda, na época da mudança da sede da Câmara de
Olinda para a Ilha de Antônio Vaz (Ilha de Santo Antônio/Recife antigo).
CURIOSIDADES:
Em 1645, Christoffel foi um dos que protestaram quanto a derrubada das casas da
Nova Maurícia (Nieuw Maruritsstadt), por exigência da defesa holandesa, ficando
só de pé a casa de Jab den Rechter que ficava no centro da Cidade, pois a
solidez da construção serviria de reduto para o exército holandês. No
protesto exigiam indenização pelas perdas. NOTA: Por conta das derrubadas
destas casas, elas não foram citadas no relatório holandês: Inventário
das Armas.... e dos Prédios.
Coproprietário
do engenho: Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot),
Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife. Sócio de Willem Schott
Fontes:
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo
dos Flamengos. 2ª edição. Coleção Pernambucana. Vol. XV. Governo de
Pernambuco. Secretaria de Educação e Cultura. Recife, 1979. Pág. 56, 64, 89
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A
Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs. 2ª
edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 153
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana.
Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.
Pág. 68-69
1654- Fazenda Real Portuguesa – Em Pernambuco teria havido uma feitoria, antes de 1530, mas em 1537 já estava instalada
a provedoria, sob a chefia de Francisco de Oliveira. Suas atividades foram
interrompidas durante mais de vinte anos durante as guerras holandesas; nem por
isso deixaram de ser nomeados provedores para Pernambuco nesse período. A
partir de 1676, a provedoria caiu nas mãos da família Rego Barros, que a
comandou por mais de 80 anos. Sua primeira sede foi Olinda, transferindo-se
depois para Recife. Foi extinta em 1771, quando se instalou uma Junta de
Fazenda na capitania. O último provedor de que se tem notícia é João do Rego
Barros, o quarto desse nome, por volta de 1759.
O Regimento dos Provedores da Fazenda Real das Capitanias do Brasil foi
estabelecido em 17.12.1548,
juntamente ao cargo de Provedor-mor da Fazenda Real das Capitanias do Estado do Brasil.
Nele se estabelecia detalhadamente as atribuições dos Provedores, que exerciam também funções
de Juiz das Alfândegas e superintendiam nas matérias referentes ao fisco nas
Capitanias.
1653/57 -
Cosme de Castro Passos (ou Pessoa) -
Natural de Olinda, a princípio entendeu-se com os invasores holandeses,
chegando a ser Escabino de Olinda (1640 e 1645). Em 25.08.1646, entretanto,
avisa aos pernambucanos da iminência do ataque holandês e passa-se para o lado
brasileiro. Em consequência, perdeu sua considerável fortuna, confiscada pelos
invasores. Em 1653 foi nomeado Provedor da Fazenda Real de Pernambuco. Foi
também encarregado de estabelecer uma Santa Casa de Misericórdia provisória no
acampamento da Várzea em 1654, para atender aos soldados feridos. Na rendição dos invasores coube-lhe como Provedor
da Fazenda Real fazer o levantamento dos bens que os holandeses tinham em
Pernambuco, aos quais indenizou com uma partida de pau-brasil. Instalou a Fazenda
Real nos prédios da Praça do Corpo Santo, no bairro do Recife logo depois da tomada
da povoação. Ainda estava no cargo em 1657.
Fontes:
ABN, 71:221 - HCPBl, 3:198/199
Catálogo de Manuscritos da Biblioteca Nacional,
1:104 - Anais da Biblioteca Nacional, 25:54; 28:299; 61:112 e 75:172 - José
Antônio Gonçalves de Mello, Fontes para a História do Brasil Holandês, 504 -
Loreto Couto, Desagravos do Brasil e Glórias de Pernambuco, in ABN, 25:54 - Documentos Históricos da Biblioteca
Nacional, 18:237 (1654)
http://docplayer.com.br/12556507-As-alfandegas-de-pernambuco.html
http://repositorio.ul.pt/handle/10451/20672
http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/srf/historia/catalogo_colonial/letrap/provedorias.htm
1655 -
João Cordeiro de Mendanha – Como Almoxarife
da Capitania de Pernambuco trabalhou grandemente, dando todo o provimento
necessário aos soldados. Durante as primeiras batalhas travadas entre os
pernambucanos e os batavos ajudou, com um seu filho, a curar os feridos com
grande zelo cristão e caridade. Capitão. Ajudante de ordens do Mestre de Campo
João Fernandes Vieira.
Senhor de parte do engenho: Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot
(Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife.
Sócio de Willem Schott
Casado com: (?)
Filhos: Não identificados
Fontes:
CALADO, Manoel
(Frei). O Valeroso Lucideno e o Triunfo da Liberdade. Vol. I. Pág. 19, 107. 5ª
edição. CEPE. Recife, 2004
Castrioto Lusitano ou
Historia da guerra entre o Brazil e a Hollanda, durante os annos de 1624 a
1654, obra em que se descrevem os heroicos feitos do illustre J. F.
Vieira. Fr. Raphael de Jesus. Publicado por J. P. A1llaud. Paris.
1844. Pág. 228
PEREIRA DA COSTA,
F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco.
Recife, 1983. Vol: 2:345, 346, 519
1707- José Camelo Pessoa – Descendente de
Jorge Camelo c.c. D. Isabel Cardoso (senhores do engenho São Pantaleão do
Monteiro que foi adquirido por escritura pública lavrada em 05.12.1577, a
Manuel Vaz c.c. D. Maria Rodrigues). Fidalgo da Casa de Sua Majestade. Cavaleiro
professo (1679). Capitão-mor de Goiana. Coronel do Regimento da Ordenança de
Olinda. Ouvidor da Capitania de Itamaracá. Vereador do Recife (1709). José
Camelo, em torno de meados do século XVIII, doou às freiras não professas, da
Igreja da Soledade do Recife, um terreno com 40 braças de testada para servir
de patrimônio, e outro para construção de uma casa destinada à clausura de
mulheres honestas.
Último
Senhor de um altar vinculado na Igreja do Colégio dos Jesuítas de Olinda, meados
do século XVIII, quando se deu a extinção do colégio. Esse altar era dedicado à
Nossa Senhora das Angústias ou das Dores, cuja padroeira foi conferida ao
Capitão João Pessoa Bezerra, que para o seu custeio e ornato vinculou o engenho
Monteiro, por especial concessão régia, estabelecendo uma pensão anual de sessenta
arrobas de açúcar branco. José Camelo Pessoa era uma pessoa muito distinta e
foi sepultado no dito altar, em uma sepultura rasa, perpétua, em frente ao
altar, selada com uma grande laje de mármore que se lê: Sepultado Capitão João Pessoa Bezerra e seu herdeiro. Fidalgo da Casa
de Sua Majestade. Cavaleiro professo em 1679. CURIOSIDADES: Com a extinção da ordem Jesuítas
no Brasil, os bens patrimoniais foram incorporados à coroa portuguesa, e os
proprietários do engenho Monteiro deixaram de cumprir aquele encargo pio, mas
em 1831, o senhor do engenho da época, João do Rego Barros e Mello, foi
compelido pela Fazenda Nacional de pagar a quantia de 4:320$000 proveniente da
pensão de 72 anos de atraso, a contar de 1759, à razão de 60$000 anuais.
Senhor
do engenho São Francisco/Várzea-Recife; Cordeiro (Três Reis Magos, Scot,
Straetsburch/Cordeiro-Recife; São Pantaleão do
Monteiro/Monteiro-Recife
Casamento
01: (?)
Filhos:
Não identificados
Fontes:
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco, Edição 1.
Disponível em: https://books.google.com.br
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de
Pernambuco: Fontes repatriadas. Editora
Universitária UFPE, 2006
http://www.intg.org.br/teste/afortunado/olivro/pdf_dividido/quinta-parte/XIV.ALOGiSTICAEALOCALIZAcaOESTRATeGICA126.pdf
PEREIRA DA COSTA, F.
A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco.
Recife, 1983. Vol: 1:434, 455-456; 2:346; 3: 227; 4: 252, 452; 5: 154; 6:97 e
8:322
Século XVIII (fim) - Sotero de Castro – Nada mais foi encontrado
Fontes:
http://www.ibcor.org/blog/index.html
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=512&Itemid=182
1831- Joaquim da Silva Pereira – Nada mais
foi encontrado.
Fontes:
http://www.ibcor.org/blog/index.html
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=512&Itemid=1