Localização do Engenho Algodoais |
Em 1560, Duarte
Coelho Pereira intensificou ações para expulsão dos índios Caetés e conquista
da Região Sul da Capitania. Terminada a Campanha o 2º Donatário distribuiu
a título de sesmaria, de propriedade perpétua, terras para plantação da
cana-de-açúcar e construção de engenhos. Agregavam-se a estes benefícios vários
favores régios como a dispensa do pagamento de foro ou pensão ao Reino. Esta
política de distribuição de terras fazia-se para os colonos cultivadores do
açúcar, exploradores do pau-brasil, e a partir século XVIII para a criação do
gado no Sertão.
Entre os colonos
contemplados podemos citar: Tristão de Mendonça (engenho Tabatinga); Filipe
Cavalcanti (engenho Santa Rosa, Santana e Utinga), João Gomes de Melo (engenho.
Trapiche/Cabo de Santo Agostinho), Sibaldo Lins e seu irmão Cristóvão Lins (engenho
do Escurial/Porto Calvo-AL), Gonçalo Mendes Leitão (engenho de Paratibe/Olinda),
Brás Barbalho Feio (v São Paulo da Várzea/Recife-Jiquiá), José Peres
Campelo (engenho Peres/Recife-Afogados), entre muitos outros.
Em meio aos colonos favorecidos estava o português
João Paes Barreto, senhor do engenho (?)
que tinha pertencido a Luiz Henriques/Olinda e o Guerra/Cabo de Santo Agostinho
(recebido de seu sogro Francisco de Carvalho Andrade
como dote de casamento). A sesmaria recebida por Paes
Barreto, pelos serviços prestados ao Reino ficava localizada onde hoje é o
município do Cabo de Santo Agostinho; nessas terras ergueu (1560) cerca de 10 engenhos e entre eles o Algodoais/Cabo de
Santo Agostinho.
Ruínas da Igreja do engenho Algodoais |
O engenho Algodoais foi construído
antes de 1617, sua moenda era movida à água e possuía uma igreja dedicada a São
Francisco. Ficava localizado a 1/2 milha de distância do engenho Espírito
Santo, em direção Sul no passo de Ipojuca, na margem esquerda do Rio ' Cranguejo', freguesia do Cabo de Santo Agostinho e sob a jurisdição
de Olinda/Capitania de Pernambuco. Suas terras tinham 1/2 milha de extensão,
com poucas várzeas muito bem plantadas; podendo fornecer anualmente 1.500 a
1.600 arrobas de açúcar; pagava de recognição 3,5%. A casa de purgar e a casa
das caldeiras eram feitas de alvenaria.
Brasão da Família Paes Barreto |
Com o falecimento de João Paes Velho
Barreto, em 21/05/1617, o engenho Algodoais foi herdado pelo seu filho Miguel
Paes Barreto, que no ano de 1623 conseguiu fazer moer
4.267 arrobas de açúcar.
Em 1635 Miguel Paes
Barreto, preferindo ficar no seu engenho, não participou do grande êxodo dos
senhores de engenho de Pernambuco, com suas famílias, trabalhadores e escravos
(8.000 pessoas), que acompanharam o General Mathias de Albuquerque que estava
indo para a Bahia.
Durante o cerco a Fortaleza de
Nazareth (1635), no Cabo de Santo Agostinho, os holandeses comandados pelo
General Sigismundo ocuparam as terras do engenho Algodoais, que ficava
localizado a uma légua de distância. Comandando 500 homens o General queimou
alguns engenhos vizinhos da enseada de Gaibu (Aybu), mas o Comandante da
Fortaleza Luiz Barbalho Bezerra e o Sargento-mor do Estado Pedro Correa da Gama
saíram da Fortaleza com 280 homens, em socorro aos senhores de engenho,
travaram uma grande luta, até que o inimigo se retirou com grande perda. Em
22/06/1635, Segismundo Von Schkoppe, fez uma carta no Quartel General holandês,
do eng. Algodoais, sobre a situação das batalhas travadas durante o cerco ao
Cabo de Santo Agostinho e ao Forte de Nazaret.
Embora seu engenho tenha sido destruído
Miguel Paes Barreto ainda permaneceu em Pernambuco. Mas, quando seu irmão
Felipe Paes Barreto (senhor do eng. Garapu/Cabo de Santo Agostinho) e outros
senhores resolvem fugir para a Bahia, Miguel Paes Barreto os acompanhou. Porém,
ao tentarem atravessarem o Rio São Francisco, na altura das Alagoas, são presos
pelos holandeses e conduzidos para o Recife.
Em 1636, os dois irmãos são
postos em liberdade e tentam resgatar seus engenhos que tinham sido confiscados
e vendidos pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil. Felipe
entra em negociação e consegue reaver seu engenho Garapu, Miguel não consegue, pois,
o eng. Algodoais fora vendido ao Coronel do Regimento de
Burgueses holandês, Kaspar von Neuhoff van der Ley (Gaspar Wandeley), que era um dos
membros do alto escalão holandês e que depois foi o precursor da família
Wanderley no Brasil.
Brasão da Família Wanderley |
Segundo alguns historiadores Gaspar
Wanderley compra o engenho a Miguel Paes Barreto, o que se pode comprovar e
explicar quando da sua posse por João Baptista Accioly, casado com D. Maria Gomes de Melo, a viúva de Gaspar
Wanderley, após a Restauração Pernambucana (1655).
Gaspar Wanderley logo reconstruir o
engenho, que se encontrava arruinado, só com matas e uma velha casa de purgar. Para
isso, pede empréstimo a Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil,
replanta seus canaviais, compra 30 escravos e constrói a casa grande, em
alvenaria, juntamente com as edificações necessárias para um bom funcionamento de
um engenho.
Em 1638, o Algodoais se encontrava
novamente de fogo morto, pois as tropas as tropas luso-brasileiras o tinham depredado
em troca somente de um bom cavalo.
As grandes despesas necessárias para consertar
e replantar o engenhoAlgodoais, junto com a improdutividade do mesmo nos
primeiros anos depois da compra, deve ter esgotado os recursos financeiros de
Gaspar Wanderley, o que o levou a solicitar um empréstimo perante a Companhia
Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil e a comerciantes particulares.
Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais |
Em 1640 o engenho estava de fogo vivo e
produziu 1.500 a 1.600 arrobas de açúcar, com apenas dois partidos de
lavradores, ambos holandeses: Major Cornelis Bayert e Samuel
Halters.
Segundo documentações holandesas nos
dias 16, 17 e 18/04/1641 a região do Cabo de Santo Agostinho foi visitada pelos
membros do Alto Conselho holandês. Essa visita foi relatada por Dag. Notulem: “Partindo
do Recife,... chegando à tarde (do dia 18) ao engenho Algodoais, de Van der
Ley, "que os recebeu muito amigavelmente e tratou-os senhorialmente".
Ainda hoje (1944) podem ver-se as ruínas do engenho Algodoais: a estrebaria, o
encaixamento, a casa de purgar, tudo com paredes de fortaleza. A ruína da
capelinha ainda lá está com o seu São Francisco. E o riacho Algodoais, d'água
salgada”.
Em 25/03/1643, em conexão com a compra dos
engenhos Utinga de Baixo e o de Cima, Gaspar Wanderley hipotecou o eng. Algodoais
à Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil, pela importância de
49.964 florins, a qual, até 1663 só conseguira pagar poucas prestações, uma vez
que a compra de engenhos confiscados era geralmente feita alongo prazo, em
especial quando se tratava de engenhos arruinados e que não tinham
possibilidade de dar lucro algum nos primeiros anos depois de efetuada a
compra. NOTA: O empréstimo feito por Gaspar deve ter sido em um prazo
razoavelmente longo para pagamento, e não se sabe como ele, em 1643, ainda
devedor de grande quantia, pode hipotecá-lo por um valor mais alto do que sua
dívida pois na ocasião era devedor de 130.785 florins, a Companhia e aos
particulares. Essa dívida deveria ser paga em 04 anos, a contar de 01/08/1645. NOTA:
Segundo a “Bolsa do Brasil”, o contratante é insolvável (...). Os
fiadores de Gaspar eram em sua maioria homens pobres que nada tinham; como o
Padre chamado Belquior Garrido, que apenas possuía 02 ou 03 escravos, e não
ganhava senão o que produzia na sua missa diária.
Quando foi deflagrada a Insurreição
Pernambucana de 1645, Gaspar Wanderley foi desterrado para a Bahia, deixando
para trás seus engenhos. Nessa época seus lavradores eram: Antônio Teixeira,
com 34 tarefas; Francisco Pereira da Silva, com 28 tarefas; e Adriaen
Michielsz, com 08 tarefas.
O engenho Algodoais foi citado nos seguintes mapas
do século XVII: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve,
plotado como engenho, 'Algodais Ԑ novo', na margem esquerda do 'Rº. Piripama'
(Rio Pirapama); PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'Nouo', na margem
esquerda do 'Pirápamá' (Rio Pirapama); Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40
Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: Algo∂oays vԐlho'; Mapa PE
(Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado com símbolo de engenho,
'Algodoais', na margem esquerda do 'R. Crangruejo'
Em 1645, segundo a lista de devedores
da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil, Gaspar Wnderley devia
duas parcelas à WIC, no valor de 44.654 florins, e de 88.814 florins a título
de “conta de prazo”. Em 1663, a família Wanderley respondia por dívida de 49.964
florins.
Após a Restauração Pernambucana (1645/55) o Algodoais estava
de fogo vivo e sendo administrado por João Baptista Accioly que
tinha se casado, em 1654, com D. Maria de Mello, viúva de Gaspar.
No século
XVIII
o engenho volta para as mãos da família Paes Barreto, nas mãos do seu
descendente João de Sousa.
Após o falecimento de D. João de Sousa
o engenho ficou para sua esposa, D. Ignez Barreto de Albuquerque.
CURIOSIDADES: Em 12/05/1731, o Regente do Hospital do Recife,
Padre Pascoal Ferreira Porto, fez um requerimento ao Rei D. João V, pedindo
provisão para o Juiz de Fora da Capitania de Pernambuco fizesse o tombo do
engenho Algodoais, sob a invocação a São Francisco, deixado em testamento por
D. Inês Barreto de Albuquerque ao dito Hospital.
D. Ignez Barreto de
Albuquerque, através de testamento deixa para o Hospital Paraíso,
o engenho Algodoais e outras propriedades.
No século XX o engenho aparece como
propriedade de Joaquim de Sousa Leão.
Hoje suas terras estão ocupadas pelo
Viveiro Florestal do Porto de SUAPE, onde são produzidas 400 mil mudas da
espécie da Mata Atlântica.
Fontes:
MELLO, Antonio Joaquin de. Biografias
de alguns poetas: e homens illustres da provincia de Pernambuco,
Volume 2, Typographia Unviersal, 1858
CONSTANCIO, Francisco Solano. Historia do Brasil,
desde o seu descobrimento por Pedro Alvares Cabral até a abdicação do imperador
Pedro I. Typographia de Casimir Paris, 1889.
PEREIRA, Levy. "Algodoais ".
In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa.
Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/Algodoais .
Data de acesso: 4 de fevereiro de 2014.
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarchia Pernambucana. Quatro volumes, Olinda 1748. Anais
da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro 1935.
*Documentos manuscritos avulsos da
Capitania de Pernambuco. Edição I. Edt. Universitária. UFPE
freimilton-ofm.blogspot.com.br
GOMES, Geraldo. Engenho e Arquitetura.
Edt. Massangana. Recife, 2006
MELLO, José Antônio Gonsalves de. O
Diário de Pernambuco e a História Social do Nordeste. II. PP. 65-6
PROPRIETÁRIOS:
1560 - João Paes Barreto – Nasceu em 1544/Viana do Castelo/PT e
faleceu em 21/05/1617 - Olinda, no Hospital Paraíso, sendo sepultado na Capela
do Hospital da Santa Casa da Misericórdia/Olinda, em jazigo próprio, que
construíra na capela-mor da dita Capela, gozando assim das honras de padroeiro.
Ainda hoje se conserva desse monumento, cuja laje é mármore com o brasão das
suas armas. Paes Barreto morreu em odor de santidade, ganhando a distinção de ingressar
no hagiológio de varões santos ou virtuosos de Portugal e de suas conquistas
que Jorge Cardoso escreveu em meados do século XVII. Para a fama de piedoso
concorreu, sobretudo o ter sido provedor e grande benfeitor da Santa Casa de
Misericórdia de Olinda.
Segundo filho de Antônio Velho Barreto (Cavaleiro da Ordem de Cristo, Morgado
de Bilheira) e de Mariana Pereira da Silva, da Casa dos Regalados. Neto de João
Paes Velho Barreto, bisneto de Mendo Paes Barreto e trineto de Florentino
Barreto (senhor da Torre de Constantino Barreto). Portanto, nobre, mas sem
direito à herança patrimonial do rico morgadio. Irmão de: Estevão, Cristóvão,
Miguel, Diogo, Antônio, Filipe e D. Catarina.
João Paes
Barreto veio para o Brasil ainda muito jovem, quase adolescente, sonhando em
construir seu próprio futuro. Chegou a Pernambuco, em 1560, com 13 anos,
trazendo apenas RS 60$000 (sessenta mil réis), como muitos moços que os
morgadios minhotos destinavam à aventura ultramarina, pois não eram herdeiros
do título de nobreza, que era passado para o filho primogênito juntamente com
toda a fortuna, fazendo com que os demais filhos tivessem que trabalhar
duro, o que na época era uma desonra e um tributo da classe baixa.
NOTA: Pereira da Costa
e Borges da Fonseca assinalam a vinda de João Paes Barreto em 1557. Outros
historiadores dizem que desembarcou em 1558. O “Relatório” de 1878, de Oliveira
Maciel, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Olinda, dá a entrada de Paes
Barreto, na Nova Lusitânia, em 1560, data que também é citada por Borges da
Fonseca.
Paes Barreto ao
chegar a Pernambuco, o 1º donatário Duarte Coelho Pereira (1485/1554) já havia
falecido, e a capitania estava sendo administrada por Brites de Albuquerque
(1517/1584), sua esposa, enquanto seu filho mais velho não atingia a maior
idade. Logo começou
a trabalhar, depois entrou para as milícias que ajudaram a conquistar o sul da
Capitania. Na sequência dessas lutas pela posse das terras habitadas pelos
índios Caetés, à medida que iam sendo ocupadas eram repartidas entre
portugueses que tinham prestado relevantes serviços à Donataria de Pernambuco
ou ao Reino de Portugal.
João Paes Barreto confiante no sucesso que o açúcar fazia no
comércio internacional, dedicou-se com entusiasmo à produção de cana-de-açúcar
e adquiriu, em Olinda, um engenho a Luiz Henriques, e um outro chamado eng. São
João/Cabo de Santo Agostinho, que produzia cinco mil arrobas de açúcar (1623).
Como Capitão do
Cabo de Santo Agostinho e com a
idade de 45 anos, prestou serviços de alta monta na colonização da Paraíba,
acudindo a convocação do Ouvidor Martim Leitão, participou também da campanha que
combatia os índios da Mata Sul
da Pernambuco. Como recompensa pelos serviços prestados recebeu do Donatário ou
do Reino de Portugal uma sesmaria (1571) no Cabo de Santo Agostinho, ao sul do
Rio Jaboatão, no baixo Pirapama (antes rio Arassuagipe).
Chegando a ser um dos homens mais ricos e
influentes no início da transformadora civilização do açúcar na Nova Lusitânia, assim denominada a Capitania de
Pernambuco pelo seu próprio fundador e primeiro donatário, Duarte Coelho. Foi
um dos fundadores da Santa Casa da Misericórdia de Olinda, recebeu o título de Cavaleiro
Professo da Ordem de Cristo e Fidalgo da Casa Real. Paes Barreto chegou a ter
em Pernambuco, oito a dez engenhos que legou para seus filhos e para o Morgado
do Cabo ou da Madre de Deus que fundou em 1580, cujo Morgado foi nomeado seu
filho primogênito João Paes Barreto. Segundo Evaldo Cabral de Mello (O Nome e o
Sangue), essa distribuição patrimonial fez de João Paes Barreto o primeiro
senhor de engenho a realizar o sonho de deixar um engenho para cada filho e
orgulho para seus descendentes como dizia Joaquim Nabuco, descendente pelo lado
materno, que se gabava do ancestral rico, de quem, no fim
da vida, diria haver herdado a atração atávica pelas Paes nas margens do rio
Lima.
NOTA: O
Padre Jaboatão, tratando de João Paes Barreto, na sua referida
Chronica, tom. 1.0 da 2.a parte. a fl. 131, e quando fala da povoação do
Recife, diz: “Na terra era João Paes Barreto um dos seus primeiros
colonos, não só em nobreza mas em bens da fortuna, e o mais rico que naquelle
tempo habitava em Pernambuco; morador e assistente na freguezia de Santo
Antonio do Cabo, aonde tem ainda hoje larga descendencia de oito filhos que
deixou, sete varões e uma femea, chamada D. Catharina Barreto...”
O nome de João Paes Barreto é lembrado como o herói da
batalha da Baía da Traição/PB (1584), onde lutou heroicamente com
seus 300 homens, após 05 dias de viagem; e junto a Feliciano Mascarenhas,
Matias de Albuquerque, Francisco e Antônio do Rego Barros, Felipe Cavalcanti,
Simão Falcão, Álvaro Barreto e muitos outros, participou da famosa missa
pela conquista da Fortaleza dos Santos Reis/Rio Grande do Norte, em
24/06/1588.
Em 1592 foi Comandante de um dos navios armados em guerra pelo
Capitão-mor de Pernambuco, Manuel Mascarenhas Homem, para a expulsão definitiva
dos índios e franceses do Rio Grande do Norte.
NOTA: Segundo o Frade Melchior de Santa Catharina, que viera para
a vila de Olinda, no ano de 1585, o custodio da Ordem Franciscana e fora colono
do Cabo de Santo Agostinho, João Paes Barreto fora um dos colonizadores de
Pernambuco e o conhecera por homem de credito e opinião, e dos mais antigos de
Pernambuco.
Em seus engenhos João Paes Barreto não foi displicente. Cuidou das
famílias dos colonos e da sociedade local. Desenvolveu as propriedades, deu
conforto aos seus e ajudou aos necessitados. Proporcionou instrução aos filhos
e servidores, mantendo em suas terras escolas para o ensino de leitura, latim e
aritmética, que em 1588 estava a cargo de Bento Teixeira Pinto, autor da
Prosopopeia, poemeto laudatório a Jorge de Albuquerque. Mantinha pedreiros,
marceneiros e obreiros. Segundo Almeida Prado, em “Pernambuco e as Capitanias
do Norte”, móveis de valor nas
casas grandes só quem tinha era João Paes Velho Barreto, um perdulário como
Felipe Cavalcanti ou os donatários.
Depois de ter
criado o morgado do Cabo para seu filho primogênito João Paes Barreto (II),
Paes Barreto criou o morgado de São João de Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho,
que vinculou ao engenho com a mesma denominação. Em 1614, o morgado foi dado
como dote de casamento a D. Luís de Sousa Henriques quando este se casou com
sua filha D. Catarina Paes Barreto, com a condição de nele se instituir um
Morgado de mil cruzados para sempre com as obrigações de 05 missas rezadas, e
que a sucessão fosse dada ao primeiro filho homem, caso o casal não tivesse
filho, sucederia a filha mais velha. Dom Luís, contudo, não formalizou a
instituição do morgado, o que só veio a ocorrer em 1673, através de seu filho
Dom João de Souza. Nota: Em 1837, o
Parlamento brasileiro proibiu a instituição de novos morgadios e, em 1837 foram
instintos os já existentes. Em Portugal, só foram abolidos em 1863, no reinado
de D. Luís I. Uma das razões que levou à sua extinção foi o empobrecimento dos
filhos não primogênitos.
Senhor dos engenhos: Algodoais/Cabo de
Santo Agostinho; Garapu/Cabo de Santo Agostinho; Guerra/Cabo de Santo
Agostinho; Jacaré//Cabo de Santo Agostinho; Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho;
Madre de Deus ou Velho, antes Pirapama/Cabo de Santo Agostinho; Santa Apolônia
ou Ilha/Cabo de Santo Agostinho; Santo Estêvão/Cabo de Santo Agostinho; São
João/Cabo de Santo Agostinho; de Luiz
Henriques/Olinda (seu
primeiro engenho); São João/Cabo
de Santo Agostinho (que
produzia 5.000 arrobas no princípio do século XVI).
Proprietário de
um passo no Recife, junto ao Rio Capibaribe, onde os rebelados luso-brasileiros
queriam construir o Arraial Novo, pois no tempo de inverso, tinha provisão de
água e lenha, para o provimento necessário. Mas João Fernandes Vieira, Felipe
Camarão, Henrique Dias e outros disseram que não convinha o local porque
deixaria a infantaria encurralada, e que era melhor fazer estâncias em volta de
Recife e da Cidade Maurícia.
Casamento 01: D. Inês Tavares Guardez – Nascida em
1544, filha de Francisco de Carvalho Andrade (senhor dos engenhos:
Guerra/Cabo de Santo Agostinho e São Paulo/Recife-Várzea do Capibaribe) e de
Maria Tavares Guardez. Ao se casar D. Inês levou de dote do engenho Guerra/Cabo
de Santo Agostinho. NOTA: Através dessa ascendente, já pernambucana, terá vindo
o distante sangue indígena que ainda no século XVIII atribuía-se à família Paes
Barreto.
Filhos:
01- João Paes
Barreto (1º Morgado do Cabo de Santo Agostinho) – Falecido e sem
geração. Por ser o filho primogênito seu pai lhe deu o Morgado do Cabo ou da
Madre de Deus;
02- Estevão Paes Barreto – (2º
Morgado do Cabo de Santo Agostinho, senhor do eng. Ilhetas/Cabo de Santo Agostinho).
C.c. D. Catarina de Castro de Távora, filha de Martim Fernandes Távora e de
Margarida Castro. C.g;
03- Filipe Paes
Barreto – Senhor dos
engenhos: Benfica e Garapu, ambos no Cabo de Santo Agostinho. De suas terras do
eng. Benfica foi tirada a área para o aldeamento dos índios e onde é hoje a
cidade de Barreiros. Preso pelos holandeses quando fugia para a Bahia, ao
atravessar o Rio São Francisco, retornou a Pernambuco e negociou seu eng.
Garapu. C.c. Brites de Albuquerque. C.g;
04- Cristóvão Paes Barreto (senhor do eng. Novo/Cabo de Santo
Agostinho, que produzia 6.000 arrobas anuais e foi vendido, pelos holandeses,
para Duarte Saraiva, em 1637, por 42.000 florins, em leilão público),
Capitão-mor do Cabo de Santo Agostinho. Fidalgo Cavaleiro da Ordem de Cristo.
C.c. Margarida de Melo (não Maria), filha de João Gomes de Mello e
Anna de Hollanda. C.g;
05- Miguel
Paes Barreto que faleceu
solteiro. Retornando a Pernambuco encontrou seu eng. Algodoais muito destruído
e talvez tenha revendido a Gaspar Wanderley, durante a ocupação holandesa;
06- Diogo
Paes Barreto (senhor do
engenho Una/Cabo de Santo Agostinho, confiscado pelos holandeses), em 1625 doou
um monte onde foi construída a igreja de São Gonçalo ao patrimônio da freguesia
de Una;
07- Catarina Paes
Barreto c.c.. Luís de Sousa Henriques , que recebeu de dote o Morgado
de Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho;
08- Maria
Paes Barreto, freira.
Fontes:
BARRETO, Carlos Xavier
Paes. Primitivos Colonizadores Nordestinos. 2º Edição. Usina de Letras. Rio de
Janeiro, 2010. 400 Pág.
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarchia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1926.
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarchia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1926.
CALADO, Manoel.(Frei).
O Valeroso Lucideno e Triunfo da Liberdade. Vol. I e II. 5ª edição. Governo de
Pernambuco. CEPE, 2004.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pais_Barreto_(sobrenome)
MELLO, Evaldo Cabral
de. Olinda Restaurda. Guerra e açúcar no Nordeste. 1630-1634. 3ª edição
revisada. Edt. 34. São Paulo, 2007. 384 pag.
MELLO, José Antônio
Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil
Holandês. 2ª Edição. CEPE/Companhia Editora de Pernambuco. Recife, 2004.
MELLO, José Antônio
Gonsalves de. Coleção Pernambucana. Vol. XV. 2ª edição. BNB. Gov. de
Pernambuco. Recife, 1979.
Pergunte a Pereira da
Costa. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br
1617 - Miguel Paes Barreto – Falecido
solteiro e sem geração. Quinto filho de João Paes Velho Barreto e de D. Ignês
Tavares Guardês. Durante a ocupação holandesa Miguel Paes Barreto fugiu de
Pernambuco (1637), mas ao chegar ao Rio São Francisco foi preso em companhia de
seu irmão Filipe Paes Barreto. Quando os dois irmãos foram postos em liberdade
encontram seus engenhos confiscados (1638) pela Companhia Neerlandesa das
Índias Ocidentais do Brasil. Filipe conseguiu reaver seu engenho Garapu/Cabo de
Santo Agostinho, mas Miguel não, pois o eng. Algodoais já tinha sido vendido a
Gaspar van Nieuhoff van der Ley (Gaspar Wandeley), em 21/07/1638. NOTA: Talvez
Miguel Paes Barreto tenha revendido o engenho Algodoais a Gaspar Wanderley.
Senhor do engenho Algodoais
/Cabo de Santo Agostinho (engenho herdado de seu pai falecido em 1617).
Fontes:
Borges da Fonseca, Antonio José Victoriano. Nobiliarchia
Pernambucana. Quatro volumes, Olinda 1748. Bibliotheca Nacional, Rio de Janeiro
1935.
http://pt.rodovid.org/wk/Pessoa:415430
Revista genealógica latina, Volumes 8-11
www.geneall.net/P/per_page.php?id=459840
Gaspar Wanderley (Gaspar van Nieuhoff van der Ley) –
Nasceu em 1595/Kleve, North Rhine-Westphalia-Alemanha e faleceu antes de 1645/Bahia.
Filho de Willen
Neuenhof Van Der Ley e Maria Anna
Von Omphal .
Chegou ao Brasil por volta de 1630, contratado pela Wea Insiche
Compagnie (Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil) como Capitão
de Cavalaria das tropas holandesas em uma das expedições que estabeleceu o
domínio holandês do Brasil (1630 a 1654), provavelmente em data muito próxima
àquela em que os 67 navios de guerra, de transporte e de carga aportaram no
Recife, em 15/02/1630.
Gaspar serviu à WIC em vários postos militares e administrativos e, após
o término do seu contrato, permaneceu no Brasil junto com a família que tinha
constituído em Pernambuco.
Em 21/07/1638 adquiriu o engenho Algodoais (depois eng. Velho)/Cabo
de Santo Agostinho e em 17/05/1642, adquire os engenhos Utinga de Baixo e de
Cima, pela soma de 20.000 florins, além de 40 escravos, cujo preço total seria
acrescentado ao dos engenhos. Toda a dívida deveria ser paga em prestações de
8.000 florins por ano, a partir de janeiro de 1645. Os engenhos estavam
totalmente destruídos, sem cana, só com matas e uma velha casa de purgar. O
preço que pagou foi muito alto, o que aumentou enormemente a sua dívida com a
WIC, levando-o a fazer um requerimento ao Alto Conselho Holandês, para revisão
do cálculo do valor da venda e um desconto. A solução veio em março de 1643:
reduzindo a compra dos engenhos para 10.000 florins, mas quanto à compra dos 40
escravos tudo ficava como antes foi estabelecido.
Escabino da Câmara de Olinda (1638). Coronel de Infantaria e de
Cavalaria das tropas formadas por civis (1639), recebendo ordem de
estar de sob-aviso e de se apresentar logo que chamado. Escabino da Câmara da
Cidade Maurícia (1641), para onde a Câmara de Olinda tinha sido transferida em
1639, por aí estar estabelecida a sede do Governo Holandês no Brasil.
CURIOSIDADES: Em 1642, os moradores das freguesias de Santo Antônio do
Cabo, Ipojuca e Muribeca, mandaram Gaspar Wanderley e Manuel Fernandes Cruz
(eng. Tapacurá) em comissão perante o Alto Conselho holandês, a fim de expor os
inconvenientes de estarem sujeitos ao Tribunal de Maurícia, devido a longa
distância entre as duas freguesias, pedindo que fosse instituída uma Câmara de
Escabinos em Santo Antônio do Cabo (Cabo de Santo Agostinho), no que foram
atendidos pouco tempo depois. No dia 22/07/1642 Gaspar Wanderley foi incluído
pelos eleitores das três freguesias na lista e eleito no dia seguinte pelo
Conde e Alto Conselho.
Gaspar Wanderley gozava de boa reputação entre os holandeses e
luso-brasileiros, era pessoa honrada e estimada, de cuja lealdade ninguém
duvidava. Alguns historiadores apontam-no como infiel à sua gente, tomando o partido
dos luso-brasileiros, no cerco de Pontal de Nazareth e nas lutas que se
seguiram. Mas a verdade é que Gaspar não tinha mais um contrato com a Companhia
Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil, tinha só interesse familiar, pois
não era mais funcionário da W.I.C., fora o interesse econômico, uma vez que era
devedor da Companhia num montante de 50.000 florins.
Em 25/03/1643, Gaspar hipoteca o eng. Algodoais à Companhia Neerlandesa
das Índias Ocidentais do Brasil, pela importância de 49.964 florins, a qual,
aliás, até 1663 não tinha conseguido pagar, pois a compra de engenhos
confiscados era geralmente feita alongo prazo, em especial quando se tratava de
engenhos arruinados e que não tinham possibilidade de dar lucro algum nos
primeiros anos depois de efetuada à compra. Gaspar deve ter comprado o engenho Algodoais a
um prazo razoavelmente longo, e não compreendemos como ele, em 1643, quando o
engenho certamente ainda não estava pago, podia hipotecá-lo por uma quantia uma
mais alta do que o preço da compra. Não sabemos se teria consertado e
replantado o engenho Utinga, pois documentos posteriores a esta compra apenas
se referem a Gaspar como senhor do engenho Algodoais, onde tinha sua
residência. O engenho Utinga não chegou a moer devido à Insurreição
Pernambucana.
Senhor do engenho Algodoais /Cabo de Santo Agostinho
Casamento 01: Maria Gomes de Melo, com a qual se casou após
ter-se convertido ao catolicismo. Filha da Manuel Gomes de Melo Lins (eng.
Trapiche ou Nossa Senhora da Conceição e São João/Cabo de Santo Agostinho) e de
D. Adriana de Almeida. O casal passou a morar no eng. Trapiche (1636) que
pertencia a sua sogra, que já era viúva e depois no Algodoais. Após ficar viúva
D. Maria casou com João Baptista Accioli (senhor do eng. Algodoais, em torno de
1665), com que teve 08 filhos.
NOTA: Embora a população não aceitasse esse tipo de casamento, de
mulheres da terra com estrangeiros e de outra religião, o de Gaspar, pois tanto
os holandeses como os luso-brasileiros o consideravam uma pessoa nobre e
honrada; tanto é que quando os portugueses saquearam os engenhos que estavam
sob a posse de holandeses, pouparam os de Gaspar,
Filhos:
01 - João Maurício Wanderley, nascido em 1641. Cavaleiro da
Ordem de Cristo, em 1663. Soldado na Companhia do Cap. João Baptista Pereira do
3º do Mestre de Campo D. João de Sousa (1666). Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Lutou na Restauração de Palmares/PE, e acudiu com criados, escravos e
mantimentos. Capitão da Ordenança da Mangabeira, em 02/04/1678. Capitão da
Ordenança dos Cavalos, em 07/09/1680. C.c. Maria da Rocha Lins, filha do Cap.
Clemente da Rocha Barbosa (Cavaleiro da Ordem de São Bento de Avis e
Sargento-mor da Comarca de Pernambuco) e de Ignez Lins. C.g; NOTA: Segundo
Júlio Belo, no livro Memórias de um senhor de engenho, na região de Porto Calvo
a Serinhaém, encontram-se ainda muitos Wanderley legítimos, ascendentes diretos
de João Maurício Wanderley, que parecem recém-chegados da Europa, e não há 03
séculos atrás;
02 - Manoel Gomes Wanderley c.c. Mécia de Barros, filha
de Rodrigo de Barros Pimentel e de Jerônima de Almeida. C.g;
03 - Gaspar Wanderley (II), Capitão de Ordenanças do
Cabo de Santo Agostinho. C.c. Anna Ferreira;
04 - Adriana de Almeida Wanderley, a única filha, c.c. André de
Barros Rego (Cavaleiro da Ordem de Cristo, senhor do eng. São João/São Lourenço
da Mata), filho de Arnau de Holanda Barreto e de Lusia Pessoa. C.g.
NOTA: A família Wanderley não permaneceu fiel apenas ao patronímico do
fundador, mas ao próprio prenome, a ponto de algumas descendentes se
chamarem Gasparina, em pleno século XX. Ademais, por adulação ou
amizade sincera a Nassau, Gaspar poria no primogênito o nome de João Maurício,
exemplo seguido pela família. Até há alguns decênios, o nome de batismo do
Conde indicava, com toda segurança, um Wanderley, constituindo urna espécie de
marca registrada da estirpe.
“Ser Wanderley é pertencer a uma família fundada no
século XVII por holandês que se tornou brasileiro por vontade própria, por
livre escolha, por opção consciente. Pois assim é que procedeu ao Capitão
Gaspar Van der Ley, ao proferir no Brasil o primeiro grande 'fico'... Casando-se
com sinhazinha da família Mello, Gaspar integrou-se de corpo e alma num Brasil
já então firmado na primeira grande civilização, criado por europeus no
trópico, à base da lavoura da cana e do fabrico do açúcar... Esse holandês que
não voltou, com a maioria dos seus companheiros, à Holanda, mas permaneceu em
Pernambuco, e aqui fundou família; cresceu; multiplicou-se. Deu ao Brasil o seu
sangue; e de tal modo que esse sangue vem há séculos animando toda uma sucessão
de brasileiros, alguns ainda hoje alourados e até ruivos, a serviço do Brasil,
uns na administração pública, outros na agricultura; vários na política, alguns
nas indústrias, outros nas letras, tantos no sacerdócio, no magistério, nas
artes, em carreiras militares..." Gilberto Freyre.
Fontes:
ANTT, HOC, J, 88, 66; Anita
Novinski, Uma devassa do bispo D. Pedro da Silva, p. 265.
ARRUDA, Gustavo. Historia do Recife XI.
Disponível em: https://docs.com/JBK1
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Anais de 1925. Vol. 47. Pág. 115
BRANDÃO, Noemia Paes Barreto Coronel
Vicente Mendes Wanderleye sua Descendência.
CALADO, O Valeroso Lucideno, I,
pp. 125, 206-7, 307 e 310.
FRANCISCO José Moonen, Gaspar
van der Ley no Brasil, Recife, 1968, pp. 12-6.
FREYRE, Gilberto - "Em louvor de
uma Wanderley", Diário de Pernambuco, 04.08.1963, PE
GASPAR, Lúcia. Anna Paes. Pesquisa
Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>.
Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
GILBERTO Freyre. Nordeste. 3°
ed., Rio, 1961, pp. 125-6.
HOLANDA, Bartolomeu Buarque de.
Buarque. Uma família brasileira. Ensaio histórico-genealógico. 1957.
Edt. Casa da Palavra. Rio de Janeiro, 2007.
Instituto Arqueológico Pernambucano,
n.o 35, Recife, 1887, pg. 45
J.A. Gonsalves de Mello. Tempo de
Jornal, Recife, 1998, pp. 87-8 e 214-6.
MELLO, Evaldo Cabral de, "O Nome e
o Sangue", Companhia das Letras, pag. 224-225, SP.
_______________________ “O Bagaço da
Cana’ Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulom 2012.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo
dos Flamengos, pag. 146-147, Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda.
Rio de Janeiro, 2001
MOONEN, Francisco José. Gaspar Van der
Ley no Brasil. Monografia nº 5. Universidade Federal de Pernambuco. Instituto
de Ciências do Homem. Imprensa Universitária. Recife, 1968
PEREIRA, Levy. "Utinga (Engenho de
roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Utinga_(Engenho_de_roda_d%27%
C3%A1gua). Data de acesso: 16 de janeiro de 2014.
WANDERLEY, Ivo Ricardo.
http://www.irwanderley.eng.br
WANDERLEY, Paulo Mauricio - http://www.pmw.adm.br/biografia.htm
Maria de Mello – Filha da Manuel Gomes de Melo
Lins (eng. Trapiche ou Nossa Senhora da Conceição e São João/Cabo de Santo
Agostinho) e de D. Adriana de Almeida.
Senhora do engenho Algodoais/Cabo
de Santo Agostinho
Casamento 01: Gaspar Wanderley (Gaspar van Nieuhoff van der Ley),
dados acima.
Filhos: ver em Gaspar Walderley
Casamento 02: João Baptista Accioly, dados abaixo.
Filhos:
01 - Zenóbio Acciaioli de Vasconcellos – (Fidalgo da
Casa Real e sargento-mor da comarca de Pernambuco), imigrou para a Ilha da
Madeira, aonde faleceu;
02 - João Baptista Accioli – C.c. Jerônima Lins (depois
de viúva c.c. Belchior Brandão de Castro). C.g;
03 - Gaspar Accioli de Vasconcellos, nascido em 1665.
Fidalgo da Casa Real. Alcaide-mor da Paraíba. Senhor do eng. Santo André/PB.
C.c. Joana Cesar Fernandes, filha bastarda de João Fernandes Vieira. C.g;
04 - Francisco Accioli de Vasconcellos – C.c. D.
Catharina de Mello Barreto, filha de João Paes de Mello e de D Margarida
Álvares de Castro. S.g;
05 - Antônio Accioli de Vasconcellos – Fidalgo da Casa Real.
C.c. (?) de Bulhões da Cunha, filha de Zacharias de Bulhões (eng.
Bulhões/Jaboatão dos Guararapes) e de D. Jerônima da Cunha. Viúvo c.c. D. Maria
Cavalcante (viúva casou com Antônio Accioli), filha do Cel. Jorge Cavalcante de
Albuquerque e de D. Maria de Barros. C.g;
06 - Miguel Accioli de Vasconcellos – Viveu na Paraíba. C.c.
D. Maria Valcasar¸ viúva de Nicolao Mendes de Vasconcellos, filha de Manoel
Nogueira de Carvalho e de Maria Valcasar. C.g;
07 - Maria Accioli – C.c. José de Barros
Pimentel, Capitão-mor de Porto Calvo, senhor do eng. Mono, filho de Rodrigro de
Barros Pimentel e de D. Jerônima de Almeida. C.g;
08- Margarida Accioli – C.c. Felippe de Moura, Fidalgo
da Casa Real, Alcaide-mor de Olinda e Comendador de São Miguel da Ribeira Dio,
na Ordem de Cristo. C.g;
09- Francisca Accioli – C.c. João Baptista Pereira
Capitão da Infantaria. Provedor da Fazenda Real (1665). S.g. Viúva D. Francisca
c.c. o Cel. Paulo de Amorim Salgado (senhor do eng. São Paulo do Sibiró). C.g;
10 - Anna Cavalcanti – C.c. Belchior Alves Camello, Morgado
das Alagoas e Sargento-mor de Pernambuco, filho de Belchior Alves Camello (Familiar
do Santo Ofício) e de D. Cosma de Barros Pimentel. C.g.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Anais 1925 Vol 48 (4); Anais 1926 Vol 48 (46)
HOLANDA, Bartolomeu Buarque de. Buarque.
Uma família brasileira. Ensaio histórico-genealógico. 1957. Edt. Casa da
Palavra. Rio de Janeiro, 2007.
MELLO, Evaldo Cabral de, "O Nome e
o Sangue", Companhia das Letras, pag. 224-225, SP.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulom 2012.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulom 2012.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo
dos Flamengos, pag. 146-147, Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda.
Rio de Janeiro, 2001
MOONEN, Francisco José. Gaspar Van der
Ley no Brasil. Monografia nº 5. Universidade Federal de Pernambuco. Instituto
de Ciências do Homem. Imprensa Universitária. Recife, 1968
PEREIRA, Levy. "Utinga (Engenho de
roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas
Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Utinga_(Engenho_de_roda_d%27%
C3%A1gua). Data de acesso: 16 de janeiro de 2014.
WANDERLEY, Ivo Ricardo.
http://www.irwanderley.eng.br
WANDERLEY, Paulo Mauricio - http://www.pmw.adm.br/biografia.htm
João Baptista Accioly – Falecido em
1677. Serviu com honra na guerra holandesa e na guerra da Restauração. Quando
vinha da Ilha da Madeira foi rendido e o trouxeram preso para o Recife, onde o
puseram em uma prisão; conseguiu fugir por mar, nadando meia légua até o Buraco
de São Thiago, e depois foi para a instância do Gov. Henrique Dias. Alferes.
Capitão de Infantaria. Capitão de Cavalos do Cabo de Santo Agostinho, em
22/03/1667. Sargento-mor de Pernambuco (1668). Fidalgo da Casa Real com moradia
ordinária, por Alvará de 23/03/1669. Vereador de Olinda (1652). Juiz Ordinário
(1655, 1662 e 1667).
NOTA: No livro 1º da Secretaria (fls. 3 v)
se acha registrado o provimento com que João Baptista Accioli passou a Capitão
do Terço de João Fernandes Vieira, na Companhia que foi do Cap. Gonçalo
Pereira, Fidalgo, com data de 04 de maio de 1653. No livro da Câmara de Olinda
que servia de Registros, no ano de 1663 se acha registrado, (fl 130), o Alvará
de filhamentos que a 23 de março de 1669 fez passar o I. Rei D. Pedro, sendo
Príncipe Regente, a João Baptista Accioli, de Fidalgo Cavaleiro, com a moradia
ordinária de 1.600 por mês e alqueire de cevada por dia, em remuneração dos
serviços que fez na restauração de Pernambuco.
Senhor do engenho Algodoais/Cabo
de Santo Agostinho
Casamento 01: D. Maria de Melo, viúva de Gaspar Wanderley
(c.g. acima). Filha da Manuel Gomes de Melo Lins (eng. Trapiche ou Nossa Senhora
da Conceição e São João/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Adriana de Almeida.
Filhos: vem acima em D. Maria de Melo.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Anais 1925 Vol 48 (4); Anais 1926 Vol 48 (46)
HOLANDA, Bartolomeu Buarque de.
Buarque. Uma família brasileira. Ensaio histórico-genealógico. 1957. Edt.
Casa da Palavra. Rio de Janeiro, 2007.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço da
Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. São Paulom 2012.
João de Sousa (Dom) – Filho de D. Luís de Sousa
Henriques (eng. Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Catarina Barreto.
Neto paterno de D. Luís de Sousa que faleceu como Superintendente das Minas de
São Paulo. Durante a invasão holandesa sua família se refugiou na Bahia, como
tantas outras famílias de senhores de engenho de Pernambuco.
Militou com distinção na campanha do Alentejo, participando da Batalha
de Montijo (1644). João de Sousa foi um dos articuladores do levante
Pernambucano de 1645, servindo com relevância. Mestre de Campo do 3º pago de
Infantaria do Recife (século XVII) em que sucedeu a André Vidal de Negreiros,
tornando-se um homem quase tão poderoso quando João Fernandes Vieira.
Comendador de São Eurico de São Diniz, na Ordem de Cristo. Lugar-Tenente da
Capitania de Pernambuco (1682 a 1686). Instituidor e fundadores do Hospital e
da Igreja de Nossa Senhora do Paraíso/Recife.
CURIOSIDADES: Em 2003, as bases de um portal e uma parede do último
grande forte construído em Pernambuco foram encontradas no trabalho de
escavação arqueológica do terreno onde seria construído um dos estacionamentos
do Paço Alfândega. A muralha pertence às ruínas do Forte da Madre de Deus e São
Pedro - mais conhecido como Forte do Matos - erguido em 1685
sobre um aterro na porção sul do istmo do Recife. O achado será integrado ao
novo prédio do estacionamento, que abrigará no piso térreo do Memorial Maurício
de Nassau. O Forte do ‘Matos’ leva o sobrenome de seu
construtor, o empreiteiro português Antônio Fernando de Matos. Vários anos após
a ocupação holandesa, ele obteve autorização do então governador da província
de Pernambuco D. João de Souza e do imperador Português
Dom Pedro II para aterrar um areal localizado ao sul da Ilha do Recife.
Autorização concedida, Matos acresceu 37 milímetros quadrados ao tamanho
original da ilha. Fez o forte para o governo e utilizou o resto do terreno na
instalação de casas de sua propriedade. "Há quem diga que se tratou mais
de especulação imobiliária do que propriamente uma questão de defesa. Tanto que
o forte só teve essa finalidade até 1750", disse o arqueólogo Luiz
Severino da Silva. A construção ainda chegou a ser utilizada durante
alguns anos como sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco, antes de ser abandonada
e finalmente destruída em 1847. O forte era o único do Estado a ter formato
semicircular em sua porção sul, acompanhando a forma dos limites entre o aterro
e o rio Capibaribe. O que a equipe de arqueólogos encontrou foi parte da parede
norte, retilínea, onde ficava a entrada da fortificação. O achado ficará
visível somente até a segunda-feira, quando será coberto de areia para
possibilitar a construção do edifício-garagem. (Arqueólogos acham bases de um
forte no Centro. Muralha foi encontrada em obra de estacionamento do Paço
Alfândega. Diário de Pernambuco, Edição de Sábado, 03/05/2003).
CURIOSIDADES: Diário de Pernambuco. Há
150 anos. Sexta-feira, 11 de fevereiro de 1848. Escravos Fugidos. -
50$000 réis. - Dão-se 50,000 réis de gratificação a quem pegar o escravo pardo,
de nome Faustino, de 28 a 30 anos, estatura regular, rosto descarnado, olhos e
faces encavadas, fala branda, pouca barba, cabelos encarapinhados, sinal de já
ter sido açoitado, levou um ferro no pescoço, mas é de supor que já o tenha
tirado, e tem o ofício de carreiro; este escravo fugiu do lugar denominado
Afonso Pereira, ou Tiriri, junto ao engenho Algodoais, termo do
Cabo, em novembro próximo passado: e foi comprado ao Sr. Galdino José de
Aguiar, lavrador do engenho Buenos Aires, do curado do Bom Jardim. É natural
que se intitule por forro; por isso pede-se aos senhores de engenho, no caso
que lhe ofereça para trabalhar, a sua apreensão; e aos capitães de campo que
façam toda a diligência, dando-se a quantia acima, e mais ainda conforme a distância
em que for pego: dirigindo-se para este fim ao Tiriri, ou nesta praça ao senhor
do dito escravo, Gaspar Silva Froes, na Rua Bela nº 40.
Senhor dos engenhos: Jacaré/Goiana (herdado de seu tio João Paes
Barreto); Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho (após a Restauração
Pernambuco conseguiu de volta o engenho que tinha pertencido ao seus
pais); São Francisco/Cabo de Santo Agostinho; Garapu/Cabo de Santo
Agostinho; Jacaré/Cabo de Santo Agostinho
Casamento 01 - D. Ignez Barreto de Albuquerque –
Como D. Ignez e D. João eram primos, foram casados mediante autorização do
Papa. Nascida no Cabo de Santo Agostinho. Filha de Felipe Paes Barreto (eng.
Garapu/Cabo de Santo Agostinho) e de D. Brites de Albuquerque. Neta paterna do
fundador do eng. Algodoais, João Paes Velho Barreto. Neta materna de Antônio de
Sá Maia e de D. Catharina de Mello Albuquerque.
Filhos:
01- D. Luiz de Souza que faleceu aos 12 anos de
idade.
Filho fora do casamento:
02- D. Francisco de Sousa – C.c. D. Úrsula
Cavalcanti, filha de Felipe Cavalcante de Albuquerque e de D. Maria de Lacerda.
Filho com D. Leonor Cabral, viúva de um holandês chamado Abrão Fraper, e filha
de Luiz Braz Bezerra (eng. Santos Cosme e Damião/Várzea-Recife) e de D. Branca
Monteiro. Comendador de Santo Eurício da Ordem de Cristo, Mestre de Infantaria
do 3º pago do Recife. Governador da Capitania de Pernambuco (11/02/1721 a
11/01/1722), substituindo Manoel de Sousa Tavares que havia falecido e sucedido
por D. Manoel Rolim de Moura. (c.g.)
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarchia Pernambucana. Quatro volumes, Olinda 1748.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro 1935.
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda
Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Rft. 34. 3ª edição
definitiva. São Paulo, 2007.
Ignez Barreto de Albuquerque – Nascida no
Cabo de Santo Agostinho. Filha de Felipe Paes Barreto (eng. Garapu/Cabo de
Santo Agostinho) e de D. Brites de Albuquerque. Neta paterna do fundador do
eng. Algodoais, João Paes Velho Barreto. Neta materna de Antônio de Sá Maia e
de D. Catharina de Mello Albuquerque.
D. Ignez era uma senhora de muitas virtudes e com seu marido fundou o
Hospital de Nossa Senhora do Rosário/Recife. Depois de viúva se dedicou a
religião e com discrição, satisfação e prudência passou a gerir todas as
despesas de sua casa, evitando o fausto e a vaidade, para não viver como muitas
viúvas que se queixavam do que lhes faltava após o falecimento de seus maridos.
Tratava seus escravos com carinho e bondade. Visitava várias vezes o Hospital,
que fundara, varria os aposentos, fazia as camas dos enfermos, e repartia com
eles esmolas e regalos. Em sua casa sustentava muitas órfãs e para algumas deu
dote para casarem, dava de comer aos pobres e vestia os necessitados. Por seu
exemplo toda a sua família procurar agir como D. Ignez. Devota de Maria
Santíssima venerava-a diariamente com o seu rosário se postando de joelhos,
ficava de jejum de pão e água todos os sábados e em vigília nas suas
festividades. Ao falecer se dispôs com todos os sacramentos, e fazendo seu
testamento, deixou muitos legados pios e perpétuos, e para aumentar a renda do
hospital, como o eng. Algodoais e o São Francisco.
NOTA: A administração do Hospital por muitos anos ficou a cargo de seus
descentes que receberiam para isso uma pensão anual.
D. Ignez faleceu como todo sossego, espirando após pronunciar os nomes
de Jesus e Maria. Seu funeral teve a assistência de todo o clero do Recife e do
Cabo de Santo Agostinho, e a presença da nobreza e do povo; sendo sepultada em
um jazido próprio na Capela-mor da Igreja do dito Hospital.
Casamento 01: João de Sousa (Dom) – Dados acima.
Filhos: D. Luiz de Souza que faleceu aos 12 anos
de idade.
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José
Victoriano. Nobiliarchia Pernambucana. Quatro volumes, Olinda 1748.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro 1935.
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda
Restaurada. Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. Rft. 34. 3ª edição
definitiva. São Paulo, 2007.
Hospital Paraíso – D. João de Sousa (eng.
Jurissaca) e sua esposa D. Inês Barreto de Albuquerque, em 31/10/1684, criaram
no centro do Recife o Hospital de Nossa Senhora do Paraíso, com sua respectiva
Igreja, cujo alvará de fundação foi passado em Lisboa em 1689. Essa Instituição
foi criada para assistência “aos pobres enfermos e desamparados em suas
enfermidades com uma igreja e capelão, enfermeiras e mais serventes necessárias”,
já que o Recife não possuía nenhum hospital para recolher e enclausurar os
doentes.
Para tal fim, o casal doou um terreno na banda de Santo Antônio,
hoje bairro de Santo Antônio, e mandara construir a Igreja, o hospital e um
cemitério. Segundo Antônio Gonsalves de Mello o conjunto de edifícios foi
concluído em dois anos, e enquanto promovia a construção, D. João de Sousa
custeara a aquisição dos ornamentos da Igreja.
Nesse mesmo local foi construída a Casa dos Expostos em um sobrado
contíguo ao do Capelão da Igreja Nossa Senhora do Paraíso, de fácil acesso,
pois para chegar só era preciso atravessar a ponte que ligava as Ilhas do
Recife e a de Santo Antônio. Essa casa foi criada para internar as crianças
abandonadas que precisavam mais do auxílio espiritual do que temporal. Segundo
Alcileide Cabral do Nascimento a Casa não se destinava a
salvar vidas, mas a enclausurar a morte dos pequenos, tirar das vistas,
segredá-la, eliminar o espetáculo bárbaro de corpos mutilados no espaço urbano
e facilitar que as almas dos anjinhos seguissem o caminho do eterno descanso.
NOTA: A casa da Roda contava com a proteção espiritual dada pela Igreja do
Paraíso e seu capelão que batizada as crianças recolhidas e providenciava a
extrema-unção aos bebes que faleciam.
Joaquim de Sousa Leão – Nasceu
em 1818/Pernambuco e faleceu em 1900. Filho do Tenente-Coronel Filipe de
Souza Leão e de Rita de Cássia Pessoa de Mello.
Barão (Dec. 09.08.1884) e Visconde (Dec. 10.04.1867) de Campo Alegre.
Major Comandante de Secção de Guerra da Guarda Nacional; Comendador da 1ª Ordem
da Rosa e da Real Ordem de Cristo e de N. S. da Conceição de Vila Viçosa de
Portugal. Engenheiro.
Por testamento do Barão, passou o engenho Moreno ao segundo filho varão
– Joaquim –, que tinha apenas onze anos. A Baronesa continuou nele vivendo até
1895. por motivo de doença, Joaquim de Sousa leão transferiu-o (1900) à sua
mãe, pela módica soma de 200 contos. Logo em seguida, isto é, pouco antes de
falecer, a viúva do Barão de Morenos associou seu outro filho Antonio, com
cujos herdeiros o engenho se encontra hoje, que é dirigida por um bisneto do
titular: quarta geração da família ai fixada e quarto de nome Antonio (Antonio
de Souza Leão Neto – Tota).
Senhor dos engenhos:
Moreno depois N. Senhora da Apresentação/Moreno, Brejo/Moreno, Algodoais/Cabo
de Santo Agostinho, Bom Fim/Água Preta; Caramurú/Água Preta; Santa Fé/Água
Preta; Gaibú, Ilha das Cobras/Cabo de Santo Agostinho, Serraria, /Cabo de Santo
Agostinho Tirirí/Cabo de Santo Agostinho, Boa Vista/Cabo de Santo Agostinho,
Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho.
Casamento 01: Francisca de Souza Leão – Sua prima. Filha
do Comendador Antonio de Paula de Souza Leão e de Teresa Victorina Bezerra da
Silva Cavalcanti. Com fotografia na Col. Francisco Rodrigues FR: 2563;
2558; 2561; 2564; e 3676
Fontes:
morenoengenho.blogspot.com
www.delanocarvalho.com/Pages/pernambuco.aspx