O início da
colonização da Capitania de Pernambuco data de 1535, com o Donatário Duarte
Coelho Pereira. Em 1554, após seu falecimento, sua esposa, D. Beatriz (Brites)
de Albuquerque dirigiu a capitania, enquanto aguardava a maioridade e o
regresso de Portugal de seus filhos Duarte e Jorge de Albuquerque Coelho,
primeiro e segundo Donatários respectivamente.
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Engenho Brasil Colônia |
Em 1560,
intensificaram as ações para expulsar os índios Caetés e a conquista do sul da
Capitania. Terminada a campanha, foram doadas em sesmarias as circunvizinhanças
do Cabo de Santo Agostinho a diversos nobres e a pessoas ligadas ao donatário.
Uma das
primeiras sesmarias a serem doadas foi a de João Paes Velho Barreto (1571), que
fundou seu primeiro engenho banguê que denominou Madre de Deus (eng. Velho) e
depois mais 08 engenhos que doou aos seus filhos. Com a construção dos engenhos
como: Algodoais,
Bom Jesus, Garapú, Guerra, Jurissaca, Nossa Senhora da Conceição,
Massangana, Nossa Senhora das Candeias, Novo, São Brás, São João, Utinga e
outros, a região do Cabo passou a representar o poderio econômico
de Província de Pernambuco, época em que a cana-de-açúcar representava a força
de crescimento da Colônia.
Em 1593, as
terras do atual Município do Cabo de Santo Agostinho foram elevadas à
freguesia, em fase de grande prosperidade, sendo a primeira povoação chamada de
Arraial do Cabo (1618), formada pela Igreja Matriz de Santo Antônio e casas
esparsas.
Em 1631, o
Cabo de Santo Agostinho foi atacado
pelos holandeses que dominaram Pernambuco até 1654. Após a expulsão dos
invasores, as propriedades foram restituídas a seus donos e restabelecida a
atividade açucareira na maioria de seus engenhos.
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Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco |
Engenho Utinga/Cabo de Santo Agostinho
Os
engenhos Utinga, Santana e Santa Rosa (hoje Ipojuca), situados em uma légua de
terra em quadro, foram fundados por Filipe Cavalcanti, antes de 1623, em
terras recebidas por concessão do 2º Donatário Duarte Coelho de Albuquerque na
região do Cabo de Santo Agostinho.
Nota: A palavra Utinga é de
origem tupi e significa "água branca", através da junção
dos termos 'y ("água") e ting ("branco")
Felipe
Cavalcanti (Felipe de Giovanni Cavalcanti) – Nasceu
em 12/06/1525-Firenze/Itália, tendo sido batizado em Santa Croce, e faleceu em
avançada idade, antes de 1614/Olinda, sepultado na capela de São João, matriz
do Salvador/Olinda, hoje Igreja da Sé, da qual era seu padroeiro. Nota: Hoje
não mais existem notícias da Capela de São João, pois com a invasão holandesa e
o incêndio de Olinda, foram perdidos os cartórios públicos e a Matriz, não
conserva nenhum altar a São João. Filho de Giovanni de Cavalcanti e de
Genebra de Manelli, nobres florentinos. Seu pai era cortesão e comerciante de
artes florentino que durante muitos anos tivera a proteção do Papa Médici, Leão
X, seu “cubiculari”, homem de toda confiança, prestando-lhe serviços na
Inglaterra, junto à corte de Henrique VIII.
Após o falecimento de Rei Leão X,
a família Cavalcanti começam a sofrer retaliações políticas da família Médici,
que dominava em Florença, que destruíram o sistema representativo florentino e
desde o início do século enfrentavam contestações republicanas. Giovanni
de Cavalcanti com medo da perseguição que vinha sofrendo resolve imigrar
para a Inglaterra, levando toda sua família, aonde veio a falecer em 1542.
Após o falecimento de seu pai,
Felippo Cavalcante volta à sua cidade natal, mesmo com o agravamento da
situação política em Florença, e se envolve em episódios políticos
contestatórios contra o Duque Cosme de Médici, junto ao seu parente Holdo
Cavalcante Pandolfo Pueci e outros.
Por volta de 1560, Felipe foge
para Portugal, onde se encontra com o seu primo Zenóbio de Francesco
Acciaiuoli. Mas, por não se achar seguro em terras portuguesas e incentivado
pela política de imigração de famílias qualificadas, toma a decisão de imigrar
para o Brasil (1558), com 33 anos de idade, junto ao seu primo Zenóbio e Nicolau
Spinel. Em Pernambuco, Filipe é acolhido por Duarte Coelho Pereira, o 1º
Donatário, e se hospeda na casa de Jerônimo de Albuquerque, o Torto, seu futuro
sogro.
Em junho de 1559 solicita a Cosme
I de Médici a confirmação de sua nobreza, de acordo com a certidão de confirmação de nobreza assinada em 23/08/1559 pelo
Cosme I de Médici, o Grande. Nota: A sua participação na dita conspiração Pucci
& Cavalcanti só foi descoberta setembro do mesmo ano.
Curiosidades: Numa carta de
10/10/1578, escrita pelo seu amigo Filipe Sassetti a Baccio Valori, o
florentino era descrito como um homem bem conceituado na Capitania, grande
proprietário de engenhos e de extensos territórios, tinha muitos pajens e
muitos escravos, montava muito bem seus cavalos de raça que eram ricamente
ajaezados, organizava e tomava parte em cavalhadas e torneios públicos,
vestia–se com grande distinção e elegância, orçando as suas despesas anuais em
perto de 5.000 escudos.
Dele conta Scipione Ammirato, na
sua “Istoria della Famiglia de Cavalcanti”: Filippo
di Giovanni Cavalcanti, irmão (de Guido e de Schiatta) foi grandíssimo homem...
Da qual recebeu alguns engenhos de refinar açúcar, e com seu engenho e modo
tornou– se riquíssimo, e naquele país, grandíssimo homem, que adquiriu (boas)
graças com aquele povo, e governou com seu engenho, porque tinha grande cabeça,
todo aquele estado com grandíssima satisfação geral daqueles povos, que o
estimavam grandissimamente, e tiveram muitos filhos, Jeronimo, João, Lourenço,
Filipe, que viveram naquele reino honradamente, e não tiveram sucessão todos
porque naquele reino se usa que o filho maior o verdadeiro herdeiro, e lhes
toma todos os bens do pai como morgado, e é obrigado a apoiar os outros irmãos.
Este foi Antônio, que nasce por volta do ano de 1560, e teve descendência...
Segundo Pereira da Costa os
primeiros sesmeiros da Capitania de Pernambuco receberam suas datas de terras a
partir de 1535. As famílias beneficiadas são quase todas ligadas à parentela do
Donatário ou articuladas com capitais estrangeiros que aplicaram nos engenhos.
Entre esses sesmeiros se encontrava Filipe Cavalcanti que recebeu terras, com
uma légua de terra em quadro, na região do Cabo de Santo Agostinho, contínuas
às terras de João Paes Barreto, que alcançava as duas margens do Rio
Arassuagipe, atual Pirapama. Filipe construiu nessas terras 03 engenhos: o
Santa Rosa/Cabo de Santo Agostinho,
hoje Ipojuca, fundado em 1556; o Santana/Cabo
de Santo Agostinho; e o Utinga/Cabo
de Santo Agostinho. Nota: As famílias beneficiadas eram quase todas
ligadas à parentela do Donatário ou articuladas com capitais estrangeiros que
aplicaram na construção de engenhos.
Em Pernambuco foi: Lugar-Tenente
(1588 e 1590), Capitão-mor de Goiana, Coronel das Ordenanças, Sargento-mor de
Goiana, Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Participou de
combates contra nativos e piratas. Administrador da Capela de São João/Olinda.
Padroeiro, junto com a sua esposa, da Igreja de São Salvador/Olinda, Capela de
São João.
Curiosidades: Em denúncia ao
visitador do Santo Ofício, datada de 16/11/1593, Felipe Cavalcanti afirmou
contra: “Anrique Mendes e sua mulher Violante Rodrigues, Antônio Dias e seu
cunhado por alcunha Alma de Burzeguins, Diogo Fernandes e sua mulher Branca
Dias, Diogo Lopes da Rosa, Francisco Vaz Soares, o vigário Corticado, Antônio
Leitão, o Velho, e Antônio Dias, o Felpudo", que: a "gente da Nação" olindense se reunia na
tal esnoga de Camaragibe, a 04 ou 05 léguas de distância da vila, onde
"faziam suas cerimônias e que nas ditas luas novas de agosto iam", em
seus carros enramados e com festas "ao dito Camaragibi a celebrar a festa
do jejum" do Iom Kipur, o dia mais sagrado do calendário judaico.
Curiosidades: Em 29/10/1593,
Amaro Gonçalves, também casado com uma filha de Jerônimo de Albuquerque,
compareceu à mesa da Primeira Visitação do Santo Ofício, acusando Filipe
Cavalcanti de possuir em sua casa, no eng. Araripe/Igarassu, uma “bíblia em
linguagem”. Talvez em seu linguajar pobre, o autor da acusação não soubesse
especificar que tipo de “bíblia” era aquela, que ele dizia que era para que
“desse ao diabo para ler”, talvez não fosse uma bíblia, fosse outro livro, ou
mesmo uma espécie de bíblia protestante, não se sabe. O certo é que o autor se
mostrou tão confuso em seu depoimento que chamou o réu de “Cavalgante”, isto é,
que anda a cavalo, e repete o nome errado várias vezes, embora Filipe
Cavalcanti fosse homem de destaque e muito conhecido.
Outras acusações mais graves
constam de outra denunciação. Segundo Gilberto
Freire, Felipe Cavalcanti foi acusado também pela prática de sodomia. O
sociólogo o afirma em duas obras., sendo a primeira em um livro escrito sobre
um Cavalcanti do século passado, “O Velho Félix e suas ‘Memórias de um
Cavalcanti” (pág. 306), e outras vezes em seu famoso estudo “Casa-Grande &
Senzala” (Edt. Record, págs. 378 e 451). Senhor
dos engenhos (1556): Santa Rosa /Cabo de Santo Agostinho, hoje Ipojuca; Santana/Cabo de
Santo Agostinho; Utinga/Cabo de Santo Agostinho; Araripe/Igarassu (antes de
1584).
Casamento 01: D. Catharina
de Albuquerque, a Velha.
Nasceu em torno de 1544 e faleceu com mais de 70 anos em 04/06/1614, sendo
sepultada na Igreja de São Salvador/Olinda, Capela de São João, de que ela e
seu marido eram padroeiros. Filha primogênita de Jerônimo de Albuquerque, o
Torto, com a índia Maria do Espírito Santo Arcoverde. Nota: D. Catharina foi
perfilhada por seu pai através de um requerimento feito ao Rei D. Sebastião. Filhos: 01 –
Diogo Cavalcante, falecido criança; 02 – Antônio Cavalcanti de
Albuquerque, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, solicitado por sua mãe,
que competia a seu pai e ave. Sucedeu seu pai na administração da Capela de São
João/Olinda, c.c. Isabel de Goes, filha de Arnau de Holana e de D. Brites
Mendes de Albuquerque, irmã de suas duas cunhadas. C.g; 03 – Lourenço
Cavalcante de Albuquerque participou das guerras brasileiras. Coronel do exercido na Bahia. Governador da
Bahia. Governador do Cabo Verde. Casou na Bahia, c.g; 04 - Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque,
Cavaleiro da Ordem de Cristo (1634), fugiu durante a ocupação holandesa para a
Bahia (1635) abandonando seus 03 engenhos (Tracunhaém de Cima/Goiana, Três
Paus/Goiana e [?]) governador de Cabo Verde/África, c.c. (?). C.g; 05 - Felipe Cavalcanti de Albuquerque
acompanhou seu irmão Lourenço na Restauração da Bahia, viajando em uma fragata
armada custeada pelo seu pai. Viajou para Coimbra para estudar Direito Cesário,
mas abandonou os estudos e entrou para Ordem de São Francisco, professando no
Convento de Santo Antônio de Lisboa a 19/02/1632. Guardião no Convento da
Pedreira. Provincial da sua província, por eleição em 06/05/1662. Faleceu no
Convento de Lisboa no dia 03/02/1693, com fama de religioso perfeito; 06 - Genebra Cavalcanti de
Albuquerque c.c. Filipe de
Moura Rolim , c.g; 07 - Joana Cavalcanti de Albuquerque
c.c. Cosme Rangel de Macedo, c.g; 08 - Margarida Cavalcanti de
Albuquerque c.c. Cosme da Silveira, c.g., e depois com João Gome de
Mello, c.g; 09 - Catarina Cavalcanti de Albuquerque c.c. Antonio de
Holanda Vasconcelos, c.g; 10 - Felipa Cavalcanti de Albuquerque;
11 - Brites Cavalcanti de
Albuquerque que faleceu solteira.
Fontes consultadas:
ALBUQUERQUE, Cássia; CAVALCANTI, Marcelo
e DORIA, Francisco. Cavalcantis: na Itália, no Brasil, p.16. Rio de Janeiro, 2010.
BARRETO,
Carlos Xavier Paes. Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e seus Descendentes.
Edt. Melso Soc. Anônima. Rio de Janeiro, 1960.
BORGES DA
FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca
de 1902, 1903, 1025, 1926.
Carta ao duque de Florença, Cosimo de'
Medici, solicitando-lhe que certificasse a nobreza de Filippo Cavalcanti, para
que este pudesse receber uma condecoração do rei de Portugal, em 1558.
http://164.41.2.93/biblioatlas/S._Miguel_(engenho)
http://batistacavalcante.blogspot.com.br/2008/09/filipe-cavalcante-foi-ru-do-santo-ofcio.html
http://origem.biz/ver_cadastro1.asp?id=3689
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filippo_Cavalcanti
http://www.catedra-alberto-benveniste.org/dic-italianos.asp?id=302
http://www.myheritage.com.br/site-73756931/familia-cavalcanti-niteroi-rj-brasil
http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/viewFile/32/32
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882002000100004
https://docs.google.com/document/d/1cfOTkxMD5T8hBj2XvGYA1pFiFsrypaeIzzOAEZ0-WMY/edit?hl=en_US
Inquisição,
religiosidade e transformações culturais: a sinagoga das mulheres e a
sobrevivência do judaísmo feminino no Brasil colonial — Nordeste, séculos
XVI-XVII. Revista Brasileira de História. Vol. 22. Nº 43. São Paulo, 2002.
Primeira
Visitação do Santo Ofício às Partes do Brasil 3/4 Denunciações e Confissões
de Pernambuco.
Recife: FUNDARPE, 1984, pp. 75-77.
Revista
genealógica latina, Volumes 8-11
O engenho
Utinga ficava localizado no vale do Rio Utinga de Cima a ½ milha do engenho
Molinote, freguesia do Cabo de Santo Agostinho, sob a jurisdição de Olinda/PE,
e possuía uma Igreja dedicada a São Francisco. Tinha 01 milha de terras, com
poucas várzeas e muitas matas. A casa de purgar e das caldeiras eram feitas de
taipa, sua moenda era movida à água de um açude. Podia moer anualmente 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar, pagando 03% de
recognição sob sua produção. Em 1623 o engenho produziu 2.750 arrobas de açúcar (macho, o atrás monta).
Segundo o
Relatório de Schott, em 1636, quando os holandeses chegaram a Pernambuco o
engenho Utinga pertencia a Julião Paes d’Altro e se encontrava
abandonado. Na casa das caldeiras
encontraram: 03 tachos, 03 caldeiras e 03 escravas idosas com uma criança que o
proprietário não pode levar em sua fuga de Pernambuco.
Julião Paes d’Altro (de
Altero ou Daltro) – Faleceu na guerra holandesa. Durante a invasão holandesa
fugiu com o General Mathias de Albuquerque, juntamente com outros senhores de
engenhos e respectivas famílias, deixando para trás o que não puderam carregar,
para que não experimentassem indignas violências por parte dos invasores.
Durante a fulga sofreram com as descomodidades, trabalhos e aflições de uma
jornada dilatada e cheia de perigos; sendo-lhes necessário ajuntarem-se mais de
8.000 mil pessoas nesta primeira peregrinação, para se livrarem dos assaltos e
acometimentos dos holandeses, que os perseguiram até o Rio São Francisco. Julião
Paes participou da guerra holandesa junto com João Paes Barreto,
Rodrigo de Barros Pimentel, seu cunhado Christovão Botelho e outros mais. Senhor
do engenho São Braz/Cabo de Santo Agostinho; Santa Luzia/Cabo de Santo
Agostinho; Utinga/Cabo de Santo
Agostinho.
O eng. Utinga foi confiscado e os
outros foram vendidos a João Paes Barreto.
Fontes consultadas:
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. Informações sobre
senhores de engenho de Pernambuco no século XVII. Disponível em: http://www.arquivojudaicope.
org.br/museu_virtual_autores_detalhe.php?Id=6
Alexandre
José Mello Moraes, Basto (Marquez de), Ignacio Accioli de Serqueira e Silva. Memorias diarias da guerra do Brasil por
espaço de nove annos: começando em 1630 deduzidas das que escreveu o
marquez de Basto, conde e senhor de Pernambuco. Typ. de M. Barreto, 1855 - 164 páginas
Barreto, João Paes (pai) - eng. São Brás,
Sta. Luzia, Jurissaca, Garapu, Algodoais, Trapiche, Guerra, Utinga, Pirapama,
Sto. Estevão (todos no Cabo) - participou da guerra holandesa; dos seus 12
engs. 2 foram comprados a Julião Paes de Altero. http://www.arquivojudaicope.org.br/museu_virtual_autores_
detalhe.php?id=6
BORGES
DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da
Biblioteca Nacioanl de 1903 – vol. 25,
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Fontes
para a História do Brasil Holandês. A Economia Açucareira. 2º edição. CEPE.
Recife, 2004.
Pereira da Costa, 1951 Volume 7, Ano
1812, pg. 326.
Revista do Instituto Archeológico e
Geográphico Pernambucano, Edições 20-27
O engenho
Utinga foi citado no mapa holandês: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) - plotado como
engenho, 'Outinga', no vale do 'Rº. Piripama'. Nomes históricos: Utinga (Outinga) e São Francisco.
O
engenho por se encontrar abandonado foi confiscado pela Companhia das Índias
Ocidentais, e mesmo estando totalmente destruído, sem cana, só com matas e uma velha casa de purgar
foi vendido a Gaspar Wanderley,
em
17/05/1642, pela soma de 20.000 florins, além de 40 escravos, cujo preço total
seria acrescentado ao do engenho. Toda a dívida deveria ser paga em prestações
de 8.000 florins por ano, a partir de janeiro de 1645.
O preço pago pelo eng. Utinga foi muito alto,
o que aumentou enormemente a sua dívida com a WIC, levando Gaspar Wanderley a
fazer um requerimento ao Alto Conselho Holandês, para revisão do cálculo do
valor da venda e um desconto. A solução veio em março de 1643: reduzindo o
valor para 10.000 florins, mas quanto à compra dos 40 escravos tudo ficava como
antes foi estabelecido. Nota: Não se tem notícias se Gaspar Wanderley
reconstruiu o engenho Utinga e se pagou suas dívidas.
Gaspar
Wanderley (Gaspar van Nieuhoff van der Ley) –
Nasceu em 1595/Brandenburgo-Alemanha e faleceu em cerca de 1666. Filho de
Wilhelm V. Neuenhof V. Der Ley. Chegou ao Brasil por volta de 1630, contratado
pela Wea Insiche Compagnie (Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do
Brasil) como Capitão de Cavalaria das tropas holandesas na expedição que
estabeleceu o domínio holandês do Brasil, no período 1630 a 1654.
Serviu à WIC em vários postos militares e
administrativos e, após o término do seu contrato, permaneceu no Brasil junto
com a família que tinha constituído em Pernmabuco.
Em 1639, foi feito um edital pelos holandeses, no
qual todos os habitantes foram obrigados a se alistarem, cada um no seu
distrito, tendo em vista a presença da esquadra hispano-portuguesa do Conde da
Torre, na Bahia e a esse respeito os Altos Conselheiros escreverem na Generale
Missive de 05/08/1639: "Para fazer ostentação do nosso poder entre os
moradores, registramos todos os habitantes holandeses, franceses, ingleses e
alemães...., com seus cavalos e armas. Mas se bem tenhamos criado muitas
companhias de infantes e cavalarianos, os nomes registrados não vão além de
400. Procedemos assim porque se fazia necessário mostrar um número respeitável
aos portugueses, deixando-os presumir que havíamos reunido mais gente do que,
de fato, havíamos conseguido". Sendo Gaspar Wanderley uma das pessoas
mais importantes da freguesia do Cabo, com grande experiência militar, foi
nomeado para o posto de Coronel de Infantaria e de Cavalaria das tropas
formadas por civis, recebendo ordem de estar de sobreaviso e de se apresentar
logo que chamado.
Em Pernambuco, Gaspar Wanderley exerceu os cargos
de Escabino da Câmara de Olinda (1638) e da Cidade Maurícia (1641), para onde a
Câmara de Olinda tinha sido transferida em 1639, por aí estar estabelecida a
sede do Governo Holandês no Brasil.
Em 1642, os moradores das freguesias de Santo
Antônio do Cabo, Ipojuca e Muribeca, mandaram Gaspar Wanderley e Manuel
Fernandes Cruz (eng. Tapacurá) em comissão perante o Alto Conselho holandês, a
fim de expor os inconvenientes de estarem sujeitos ao Tribunal de Maurícia,
devido a longa distância entre as duas freguesias, pedindo que fosse instituída
uma Câmara de Escabinos em Santo Antônio do Cabo (Cabo de Santo Agostinho), no
que foram atendidos pouco tempo depois. No dia 22/07/1642 Gaspar Wanderley foi
incluído pelos eleitores das três freguesias na lista e eleito no dia seguinte
pelo Conde e Alto Conselho.
Gaspar Wanderley gozava de boa reputação entre os
holandeses e luso-brasileiros, era pessoa honrada e estimada, de cuja lealdade
ninguém duvidava. Alguns historiadores aponta-o como infiel à sua gente,
tomando o partido dos luso-brasileiros, no cerco de Pontal de Nazareth e nas
lutas que se seguiram. Mas a verdade é que Gaspar não tinha mais um contrato
com a Companhia das Índias, tinha só interesse familiar, pois não era mais
funcionário da W.I.C., fora o interesse econômico, uma vez que era devedor da
Companhia num montante de 50.000 florins.
Em 21/07/1638 adquiriu o engenho Algodoais
(depois eng. Velho)/Cabo de Santo Agostinho, que tinha sido confiscado de
Miguel Pais Barreto. Reparou o engenho, replantou suas canas e comprou 30
escravos. O engenho moeu pela primeira vez em 1640, com uma produção anual de
1.500 a 1.600 arrobas de açúcar, tinha uma casa de purgar e de caldeiras em
alvenaria. Os lavradores eram: Major Cornelis Bayert e Samuel Halters. As
grandes despesas necessárias para consertar e replantar o engenho Algodoais,
junto com a improdutividade do mesmo nos primeiros anos depois da compra, deve
ter esgotado seus recursos financeiros.
Em 17/05/1642, Gaspar Wanderley adquiriu o eng.
Utinga, pela soma de 20.000 florins, além de 40 escravos, cujo preço total
seria acrescentado ao dos engenhos. Toda a dívida deveria ser paga em
prestações de 8.000 florins por ano, a partir de janeiro de 1645. Os engenhos
estavam totalmente destruídos, sem cana, só com matas e uma velha casa de purgar.
O preço que pagou foi muito alto, o que aumentou enormemente a sua dívida com a
WIC, levando-o a fazer um requerimento ao Alto Conselho Holandês, para revisão
do cálculo do valor da venda e um desconto. A solução veio em março de 1643:
reduzindo a compra dos engenhos para 10.000 florins, mas quanto a compra dos 40
escravos tudo ficava como antes foi estabelecido.
Em 25/03/1643, Gaspar hipotecou o eng. Algodoais à
Companhia das Índias Ocidentais, pela importância de 49.964 florins, a qual,
aliás, até 1663 não tinha conseguido pagar, pois a compra de engenhos
confiscados era geralmente feita alongo prazo, em especial quando se tratava de
engenhos arruinados e que não tinham possibilidade de dar lucro algum nos
primeiros anos depois de efetuada a compra. Gaspar deve ter comprado o engenho
Algodoais a um prazo razoavelmente longo, e não compreendemos como ele, em
1643, quando o engenho certamente ainda não estava pago, podia hipotecá-lo por
uma quantia uma mais alta do que o preço da compra. Não sabemos se teria
consertado e replantado o engenho Utinga, pois documentos posteriores a esta
compra apenas se referem a Gaspar como senhor do engenho Algodoais, onde tinha
sua residência. O engenho Utinga não chegou a moer devido à Insurreição
Pernambucana.
Senhor dos engenhos: Algodoais, depois Velho/Cabo
de Santo Agostinho, Santo Inácio, Utinga/Cabo de Santo Agostinho.
Casamento 01: Maria Gomes de Melo,
com a qual se casou após ter-se convertido ao catolicismo. Filha da Manuel
Gomes de Melo e de D. Adriana de Almeida Lins (eng. Trapiche ou Nossa Senhora
da Conceição/Cabo de Santo Agostinho). O casal passou a morar no eng. Trapiche
(1636) que pertencia a sua sogra, que já era viúva.
Nota: Embora a população não aceitasse esse tipo de
casamento, de mulheres da terra com estrangeiros e de outra religião, o de
Gaspar, pois tanto os holandeses como os luso-brasileiros o consideravam uma
pessoa nobre e honrada; tanto é que quando os portugueses saquearam os engenhos
que estavam sob a posse de holandeses, pouparam os de Gaspar. Filhos: 01 - João Maurício Wanderley, nascido em 1641, seguiu,
como o pai, a carreira militar, "com forte atuação na Restauração da
Freguesia de Palmares", Cavaleiro da Ordem de Cristo. C.c. Maria da Rocha
Lins, filha do Capitão Clemente da Rocha Barbosa (Cavaleiro da Ordem de São
Bento de Avis e Sargento-mor da Comarca de Pernambuco) e de Ignez Lins. O casal
teve 15 filhos, entre os quais Sebastião Maurício Wanderley com
12 filhos e Gonçalo R. Wanderley com 23 filhos; 02 - Manoel
Gomes Wanderley c.c. Mécia de Barros, filha de Rodrigo de Barros
Pimentel e de Jerônima de Almeida; 03 - Gaspar Wanderley (II),
Capitão de Ordenanças do Cabo de Santo Agostinho. C.c. Anna Ferreira; 04 - Adriana
Wanderley, a única filha, casou-se com Manuel Coelho Negromonte (eng.
Guerra) filho de Francisco Coelho Negromonte e de D. Brásia Monteiro. NOTA: D. Maria depois que ficou viúva casou com
João Batista de Acioli - Fidalgo da Casa Real e sargento-mor da comarca de
Pernambuco - e dele teve: 01 - Zenóbio Acciaioli de Vasconcellos; 02 - João
Baptista Accioli; 03 - Gaspar Accioli de Vasconcellos, nascido em 1665, c.c.
Joana Cesar Fernandes; 04 - Francisco Accioli de Vasconcellos; 05 - Antônio
Accioli de Vasconcellos; 06 - Miguel Accioli de Vasconcellos; 07 - Maria
Accioli; Francisca Accioli; 08 - Anna Cavalcanti; e Margarida Accioli c.c.
Filipe de Moura Acioli.
Nota: A família Wanderley não permaneceu fiel
apenas ao patronímico do fundador, mas ao próprio prenome, a ponto de
descendentes suas ainda se chamarem Gasparina em pleno século XX. Ademais, por
adulação ou amizade sincera a Nassau, Gaspar poria no primogênito o nome de
João Maurício, exemplo seguido pela família. Até há alguns decênios, o nome de
batismo do Conde indicava, com toda segurança, um Wanderley, constituindo urna
espécie de marca registrada da estirpe.
“Ser Wanderley é pertencer a uma
família fundada no século XVII por holandês que se tornou brasileiro por
vontade própria, por livre escolha, por opção consciente. Pois assim é que
procedeu ao Capitão Gaspar Van der Ley, ao proferir no Brasil o primeiro grande
'fico'... Casando-se com sinhazinha da família Mello, Gaspar integrou-se de
corpo e alma num Brasil já então firmado na primeira grande civilização, criado
por europeus no trópico, à base da lavoura da cana e do fabrico do açúcar...
Esse holandês que não voltou, com a maioria dos seus companheiros, à Holanda,
mas permaneceu em Pernambuco, e aqui fundou família; cresceu; multiplicou-se.
Deu ao Brasil o seu sangue; e de tal modo que esse sangue vem há séculos
animando toda uma sucessão de brasileiros, alguns ainda hoje alourados e até
ruivos, a serviço do Brasil, uns na administração pública, outros na
agricultura; vários na política, alguns nas indústrias, outros nas letras,
tantos no sacerdócio, no magistério, nas artes, em carreiras militares..."
Gilberto Freyre
Fontes consultadas:
ANTT, HOC, J, 88, 66; Anita Novinski, Uma devassa do bispo D. Pedro
da Silva, p. 265.
ARRUDA, Gustavo. Historia do Recife XI. Disponível em:
https://docs.com/JBK1
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana.
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais de 1925. Vol. 47. Pág. 115
BRANDÃO, Noemia Paes Barreto Coronel Vicente Mendes Wanderleye sua
Descendência
CALADO, O Valeroso Lucideno, I, pp. 125, 206-7, 307 e 310.
FRANCISCO José Moonen, Gaspar van der Ley no Brasil, Recife, 1968,
pp. 12-6.
FREYRE, Gilberto - "Em louvor de uma Wanderley", Diário de
Pernambuco, 04.08.1963, PE
GASPAR, Lúcia. Anna Paes. Pesquisa Escolar On-Line,
Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>.
Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
GILBERTO Freyre. Nordeste. 3° ed., Rio, 1961, pp. 125-6.
http://freimilton-ofm.blogspot.com/2009/04/um-pouco-da-historia-de-ipojuca_26.html
http://gw1.geneanet.org/gilenob?lang=es;p=gaspar+achioli+de+filho;n=vasconcelos
http://origem.biz/ver_cadastro1.asp?id=1792
http://www.delanocarvalho.com/Pages/pernambuco.aspx
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=60524
http://www.irwanderley.eng.br/WanderleyOrkut/GenealogiaGasparvanderLey.pdf
http://www.pernambuco.com/diario/2003/09/22/especialholandesesf122_0.html
http://www.pmw.adm.br/biografia.htm
Instituto Arqueológico Pernambucano, n.o 35, Recife, 1887, pg. 45
J.A. Gonsalves de Mello. Tempo de Jornal, Recife, 1998, pp. 87-8 e
214-6.
MELLO, Evaldo Cabral de, "O Nome e o Sangue", Companhia das
Letras, pag. 224-225, SP.
MELLO, José Antônio Gonsalves de., Tempo dos Flamengos, pag. 146-147,
Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda. Rio de Janeiro, 2001
MOONEN, Francisco José. Gaspar Van der Ley no Brasil. Monografia nº 5.
Universidade Federal de Pernambuco. Instituto de Ciências do Homem. Imprensa
Universitária. Recife, 1968
WANDERLEY, Ivo Ricardo. http://www.irwanderley.eng.br
Em
1642 o engenho aparece dividido em dois: Utinga de Baixo e o Utinga
de Cima e pertencendo ao Dr. André Cavalcanti (nada foi
encontrado) e filhos.
André
Cavalcanti – (s.n.m.)
Fontes consultadas:
A casa grande do engenho Utinga serviu de sede
para a revolução Praieira, em 1817, liderada pelo médico José Beltrão
Mavignier.
 |
Casa do eng. Utinga de Baixo/Cabo de Santo Agostinho |
O Capitão-mor Francisco de Paula, com um corpo
de tropa de 500 homens, sendo duzentos de linha e o restante de milícias e ordenanças,
se detiveram no eng. Utinga, vindos do eng. Gurjaú, onde foram atacados pela
tropa luso-brasileira, numa batalha que durou até às 17:30 hs, sendo preso na
ocasião o Frei Caneca. No outro dia se retiraram deixando para trás alguns
carros com chuços, clavinas e pólvora, que não puderam levar para o eng.
Garapu.
No engenho Utinga, em 1849, combateram as
tropas praieiras de José Luís Beltrão Mavignier, juntamente com Nunes Machado,
Peixoto de Brito, Villela Tavares e Afonso Ferreira. As matas do engenho
protegeram, no ex-espaço insurrecional cabano, os insurretos praieiros de
Pernambuco que as tropas de Vicente de Paula recusaram a combater, depois voltavam
à antiga serventia de couto e abrigo de rebeliões.
Proprietários encontrados
Na
escritura de contrato para a construção do engenho Utinga de Baixo (1849),
dizia que sua moenda seria movida à água, seria construída a casa grande com 60
palmos de frente e 50 de fundo; uma casa para as caldeiras com 40 palmos de
frente e 50 de fundo; uma casa de purgar (refinar o açúcar) com 140 palmos de
frente e 50 de fundo; telheiro para cobrir a roda, com 06 palmos de frente e a
largura que seria preciso para cobrir a mesma roda, sendo as paredes da casa do
engenho dobradas e as outras paredes singelas. O cavouco seria feito de pedra e
cal, o mais seria de barro e tijolo, sendo toda a obra rebocada e caiada, sendo
o encaixamento incluído, no fim da casa de purgar, tendo os pilares 04 palmos
de largura e altura de 16 palmos craveiros. Que o aceitante seria obrigado a
pôr a moenda e os vasos precisos, a moenda de ferro e as virgens de pau; na
casa das caldeiras teriam 05 vasos, sendo 04 de cozer e um de esfriar. A casa
de purgar teria dois balcões grandes de secar açúcar, e as casas teria as
portas necessárias, estas com suas fachadas e os andares assemelhados com
tábuas aparelhadas. (Gomes, Geraldo. Engenho e Arquitetura. Edt. Massangana.
Recife, 2007).
A
área do engenho Utinga de Cima é de 608 hectares e hoje é ocupada por 218
habitantes, com 66 domicílios, sendo 58 em área rural e o restante em área
urbana.
João
Felipe de Souza Leão – Com fotografia na Coleção
Francisco Rodrigues: FR-05209 e FR-05207. Senhor
dos engenhos: Utinga de Baixo/Cabo de Santo Agostinho; Engenho
Amaragi/Ribeirão.
Casamento 01: Anna Alves de Souza Leão.
Com fotografia
na Coleção Francisco Rodrigues FR-05206. Filhos: 01 - Inês Escolástica de Souza Leão,
nascida em
09/04/1876, c.c. com Lourenço Bezerra Alves da Silva, primeiro Barão de
Caxangá.
Fontes consultadas:
digitalizacao.fundaj.gov.br
Após
o falecimento de João Felipe de Souza Leão o engenho passou a pertencer a sua
filha Inês Escolástica de Souza Leãpo c.c. Lourenço
Bezerra Alves da Silva, Primeiro Barão de Caxangá.
Lourenço Bezerra Alves da Silva –
Nascido em 1834 e falecido em 05/06/1904-eng. Tabatinga/Cabo Santo Agostinho.
Filho do Cel. José Moreira Alves da Silva e de Maria Bezerra de Andrade. Chefe
político de Ipojuca. Coronel da Guarda Nacional. Capitão. 2º Suplente de Juiz
Municipal de Ipojuca (1880). Primeiro e único Barão de Caxangá, agraciado pelo
Dec. 20/07/1889. Com fotografias na Col. Francisco Rodrigues; FR-3849.
Senhor
dos engenhos: Abreu/Nazaré da Mata, Bom Fim/Ipojuca, Caxangá (hoje
usina)/Ribeirão, Jasseru/Sirinhaém, Jasmim/Cabo Santo Agostinho, Tabatinga de
Santa Luzia/Cabo Santo Agostinho e Utinga de Baixo/Cabo Santo Agostinho.
Casamento 01: Inês
Escolástica de Souza Leão, nascida em 09/04/1876 e falecida em 1902/eng.
Bom Fim/Ipojuca, Baronesa de Caxangá. Filha de Lourenço Bezerra Alves da Silva
e de Ines Escolastica de Souza Leão (1).
Filhos: 01 - Isabel Alves da Silva
c.c. José Ernesto Pereira de Lima, herdeiros do engenho Utinga.
Fontes consultadas:
Almanak
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro - 1891 a 1940 -
PR_SOR_00165_313394
O
engenho Utinga foi herdado por sua filha D. Isabel Alves da Silva c.c. José Ernesto Pereira de Lima.
José
Ernesto Pereira de Lima – Nascido em 11/08/1866-eng. São
Pedro/Escada. Falecido em 29/06/1918, na Rua Barão de São Borja, 254-Boa
Vista/Recife. Filho de Ernesto Gonçalves Pereira de Lima (Usina Brejo) e de
Anna Leopoldina Pereira Cascão. Com fotografia na Col. Francisco Rodrigues; FR-3697, FR-05798. Senhor
dos engenhos: Vicente Campelo/Escada; Utinga/Cabo de Santo Agostinho
Casamento 01: Isabel
Maria Alves da Silva, filha de Lourenço Bezerra Aloves da Silva e de
Inês Escolástica de Souza Leão. Nascida em 09/04/1876 e falecida com apenas 26
anos de idade (1902). Com fotografia na
Col. Francisco Rodrigues; FR-2819. Filhos: 01 – Lucila da Silva Lima,
nascida em 14/12/1892-eng. Utinga de Baixo, que pertencia ao seu avô materno o
Barão de Caxangá, c.c. o comerciante João Ferreira de Moraes Maia, filho de Serafim Ferreira de Loureiro Maia e Ermelinda de
Moraes Maia; 02 – Maria Carolina da
Silva Lima – Religiosa Dorotéia. Nascida em
22/06/1895- eng. Tabatinga/Ipojuca; 03
– Ignez da Silva Lima – Nascida em 22/02/1898-eng. Tabatinga/Ipojuca. C.c. o Deputado
Mario Domingues da Silva, filho de José Domingues da Silva e Davina Alves
de Araújo.
Casamento
02: Aquilina Maria Pereira,
que teve um realcionamento extraconjugal com Zezinho do Brejo. Filhos: 04 - José Fragoso Lima.
Nascido em 22/04/1900; 05 - Eurico Fragoso Lima que faleceu ainda
moço e solteiro; 06 - Lídia Fragoso Pereira de Lima (nada
consta).
Filhos com (?): 07 - Nome ignorado; 08
– Sebastião.
Filhos com (?): 09 - Josefa; 10 - Maria;
Casamento
03: Thereza de Jesus Queiroz Monteiro,
na residência do Major João de Moraes Monteiro, no Engenho Vargem Grande, em
02/07/1908, às 5h da tarde. Nascida em 1874 e falecida em 21/06/1925 no Recife.
Filha de Caetano Correia de Queiroz Monteiro e de Brites Sebastiana de Moraes
Monteiro. Filhos:
11 - Ernesto Gonçalves Pereira de
Lima, nascido em 12/12/1909; 12 - Anna Monteiro Pereira de Lima,
nascida em 24/03/1911; 13 - Maria do Carmo Monteiro Lima, nascida
em 24/03/1911.
Fontes consultadas:
Utinga de Cima
Sua área de
1608 hectares é ocupada por 280 habitantes, com 91 domicílios sendo: 74 em área
rural e 10 em área urbana. A Vila do Poço, bem próxima a barragem de Utinga, é
considerada de alta densidade de edificações.
No século XX, Clóvis José Barbosa (nada mais foi encontrado) aparece como
proprietário do eng. Utinga de Cima cujas terras foram desapropriadas através
do decreto estadual 2.485/73 e 4.443/77, alterados pelo 4.544/77, para
instalação do Complexo Industrial Portuário de SUAPE, em área de Preservação
Ecológica Permanente (ZPEC), sob a supervisão e fiscalização do CPRH –
Companhia do Meio Ambiente de Pernambuco, que procedeu no local um
reflorestamento de árvores frutíferas.
Fontes consultadas: