Fontes

A maioria das informações vêem com a devida validação abaixo da publicação. Algumas não foram possíveis de indicar a fonte, mas demos à informação o valor e a importância que mereceu e esperamos poder validá-la com posteriores pesquisas.

16/08/2016

Engenho Tabatinga (Tabatinga, Tapitinga, Tubatinga)/Igarassu

A história do estado de Pernambuco, está particularmente ligada à economia açucareira. A produção do açúcar era de fundamental interesse da Coroa Portuguesa, visto que essa especiaria foi, até meados do século XIX, o principal produto de exportação do Brasil. NOTA: A documentação relativa aos engenhos situados em Igarassu é escassa, porém a partir de pesquisas realizadas no Museu Histórico de Igarassu, é possível obter maiores informações alguns engenhos construídos na região.
Localização Rio Tabatinga/Igarassu
O município de Igarassu, era inicialmente ocupado por tribos indígenas, sobretudo os Caetés e os Tabajaras. Em 1516, foi implantada a Feitoria de Pernambuco por Cristóvão Jacques, em local hoje conhecido por Sítio dos Marcos, pois nesta área posteriormente foram fincados os marcos de pedra divisórios das Capitanias de Itamaracá e de Pernambuco, em terras onde depois foi construído o engenho Tabatinga, por meio da qual os portugueses exploravam o pau-brasil e detinham o controle no comércio da especiaria.
O engenho Tabatinga ficava localizado na margem direita do Rio Tabitinga (Tabatinga), Vila Antiga de Igarassu, Capitania de Pernambuco. Sua moenda era movida à água, com igreja, mas sem indicação de orago.
Em 1609 o engenho Tabatinga tinha como proprietário Vicente Fernandes. Em 1623, o engenho produziu 3920 arrobas de açúcar.
Sitio dos Marcos
Quando os holandeses invadiram Pernambuco o engenho pertencia a Francisco Coresma (Quaresma) de Abreu, Inspetor Geral do pau-brasil (1600 a 1607).
No dia 27.06.1633 o exército holandês seguiu para Itamaracá, dirigindo-se para a parte da que ainda estava em poder dos luso-brasileiros, atravessaram o Rio em lanchas e marcharam contra o engenho Tabatinga Dr. Francisco Quaresma de Abreu, onde foram rechaçados com uma perda de 70 mortos ou feridos. Mathias de Albuquerque informado desse sucesso, mandou reforço de 80 homens comandado pelo Capitão Manoel Rebello de França e João Basílio de Sousa.
Por se recusar a aceitar o domínio batavo, Francisco Quaresma (1635) foi desterrado para a Holanda, junto a sua família e escravos doméstico, totalizando 24 pessoas, deixando para trás encontrava14 escravos e 23 animais. Incendiado o engenho pelas tropas invasoras, a administração foi entregue ao lavrador Vicente Siqueira.
Igreja de São Cosme Damião/Igarassu. 
Tela de Frans Post - Séc. XVII
Em 1637, o engenho que se encontrava de fogo morto e com seus canaviais queimados foi vendido a Pieter Marissingh e sócio. Moía em 1639, dispondo de três partidos de lavradores, no total de 75 tarefas (3.750 arrobas), sem partido da fazenda. Seus lavradores eram: Vicente Siqueira, 20 tarefas; Leonardo Dias, 25 tarefas; e Paul Anthony Daems, 30 tarefas.
Em 1645, Marissingh e sócio eram devedores de 988 florins à WIC. Evacuado em 1646. Nas terras do engenho Tabatinga se encontra a divisória entre as capitanias de Pernambuco e de Itamaracá.
O engenho Tabatinga foi citado nos seguintes mapas coloniais: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA - plotado como 'Ԑ Tubatinga', na margem direta do 'R. Tubating'; IT (Orazi, 1698) PROVINCIA DI ITAMARACÁ, plotado sem símbolo, 'E Tubatinga', no vale do 'R Tubating'; PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, símbolo bem pequeno, na m.e. do 'Tabitinga'.
NOTA: Há também o topônimo 'Tapitinga' escrito após o nome do rio 'Iguaraçu', demostrando a duplicação de entes na elaboração deste mapa por Orazi baseado na fusão das suas fontes: mapa BQPPB e o mapa da Biblioteca do Vaticano semelhante ao IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA.
               Borges da Fonseca (Anais 1926 Vol 48, pág 98 ) cita João Leitão Arnoso (II) como morador de Tabatinga que foi sucedido pelo seu filho João Leitão Arnoso (III)
               Hoje o engenho não mais existe e suas terras estão situadas no bairro de Tabatinga, área urbana de Igarassú-PE.
 
Município de Igarassu

Fontes:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/VI_coloquio_t2_rede_industria_acucar.pdf
http://lhs.unb.br/atlas/S._Felippe_o_Iago_(Engenho_de_roda_d'%C3%A1gua)
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. Sã Paulo, 2.012
MELLO, José Antônio Gonsalve de Mello. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Governo de Pernambuco. CEPE. 2ª edição. Recife, 2004
PEREIRA, Levy. "Tabitinga (engenho d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Tabitinga_(engenho_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 16 de agosto de 2016.


PROPRIETÁRIOS:

1609 - Vicente FernandesNada mais foi encontrado.
Senhor dos engenhos: Araripe de Riba ou Jaracutinga/Itamaracá-Araripe (1609); Tabatinga (Tabatinga, Tapitinga, Tubatinga)/Igarassu (1609).
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. Sã Paulo, 2.012
http://lhs.unb.br/atlas/S._Felippe_o_Iago_(Engenho_de_roda_d'%C3%A1gua)



1623 - Francisco Coresma (Quaresma) de Abreu – Inspetor Geral do pau-brasil (1600 a 1607). Ouvidor de Pernambuco. Escrivão da Santa Casa da Misericórdia de Olinda, entidade muito poderosa, cujos membros com seus discursos filantrópicos, influenciava e muitas vezes ditava regras de conduta no meio social independentes do seu nível aristocrático ou situação financeira. CURIOSIDADES: No livro sobre os Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco, (Edt Universitária UFPE, 2006) podemos encontrar um pedido de informação (1635) sobre os serviços do Desembargador Francisco Quaresma de Abreu na guerra da Capitania de Pernambuco e na Restauração da Bahia.
Senhor do engenho: Tabatinga (Tabatinga, Tapitinga, Tubatinga)/Igarassu (1623).
Fontes:
Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1939 Vol 61 (1). Pág. 68
CONSTANCIO, Francisco Solano. História do Brasil, desde o seu descobrimento por Pedro Alvares Cabral até a abdicação do imperador Pedro I. Volume 1. 1839
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco. Edt Universitária UFPE, 2006
http://lhs.unb.br/atlas/S._Felippe_o_Iago_(Engenho_de_roda_d'%C3%A1gua)
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. Sã Paulo, 2.012
MELLO, José Antônio Gonsalve de Mello. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Governo de Pernambuco. CEPE. 2ª edição. Recife, 2004
PEREIRA, Levy. "Tabitinga (engenho d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Tabitinga_(engenho_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 16 de agosto de 2016.



1635 - Vicente SiqueiraNada foi encontrado.
Administrador do engenho (1635/1637), nomeado pelo Governo Holandês do Recife.
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. Sã Paulo, 2.012



1637 - Pieter Marissingh e sócio – Comerciante holandês muito rico que pertencia a classe dos capitalistas, donos de sobrados, negociantes de escravos.
Coproprietário do engenho Tabatinga (Tabatinga, Tapitinga, Tubatinga)/Igarassu (1637).
Fontes:
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos. Coleção Pernambucana. Vol XV. 2ª edição. Pág  119.  Gov. de Pernambuco. BNB. Recife 1979



1637 - (?) Nada foi encontrado. Sócio de Pieter Marissingh
Coproprietário do engenho Tabatinga (Tabatinga, Tapitinga, Tubatinga)/Igarassu (1637).
Fontes:
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos. Coleção Pernambucana. Vol XV. 2ª edição. Pág  119.  Gov. de Pernambuco. BNB. Recife 1979



         - João Leitão Arnoso (II) – Filho do Capitão-mor Manoel da Costa Gadelha e de D. Francisca Lopes Leitão. Homem muito rico.
Casamento 01: D. Luiza de Mattos de Vasconcellos – Filha do Cel. José do Prado Leitão (Juiz Ordinário de Igarassu) e de D. Maria de Mattos de Vasconcellos.
Filhos:
01- João Leitão Arnoso (III) – C.c. D. Luisa Pereira de Lira. Sucessor de Tabatinga.
02- D. Lusia de Mattos de Vasconcellos – C.c. Capitão-mor José de Araujo Chaves. (c.g.)
03- D. Maria Mla. Leitão Arnoso – C.c. Estevam José de Sousa Palhano, filho do Cel. Estevam de Sousa Palhano, natural de Peninde e Familiar do Santo Ofício, e de D. Marianna Barbosa de Almeida. (c.g.)
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio Victorio. Anais 1926 Vol 48 (2). Pág. 94



         - João Leitão Arnoso (III) – Filho de João Leitão Arnoso (II), senhor do Tabatinga/Igarassu, e de D. Luiza de Mattos de Vasconcellos. Capitão de Ordenança de Igarassu. Vereador de Igarassu. Sucessor de Tabatinga.
Senhor do Sítio Tabatinga/Igarassu
Casamento 01: D. Luisa Pereira de Lira – Filha de Antônio Bezerra do Vale e de Maria Alves de Medeiros.
Filhos:
01- João Leitão Arnoso (IV) – C.c. Antônia Francisca Bezerra, sua prima, filha de Antônio da Costa Gadelha e de D. Brites de Mello Vasconcellos. (c.g.)
02- Eufrásio Alves Pereira Leitão – C.c. D. Maria de Andrada, filha do Sargento-mor Cosme Leitam de Mello e de D. Úrsula da Fonseca Catanho, (todos os filhos do casal faleceram criança). Depois c.c. D. Marianna de Sá e Albuquerque, filha de João Cesar Falcão e de D. Anna Maria Ximenes, (c.g.)
03- José Bezerra Leitão –
04- Lusia de Mattos Vasconcellos – C.c. seu tio paterno Antônio da Costa Gadelha, filho de Antônio da Costa Gadelha e de D. Brites de Mello Vasconcellos. Tenente da Cavalaria. Juiz Ordinário de Igarassu (1772). (c.g.)
05- D. Francisca Lopes Leitão – C.c. seu primo irmão Manoel Duarte Pessoa, morador de uma fazenda das Lagoas. (c.g)
06- D. Maria Alves de Medeiros – C.c. o viúvo Francisco Gomes de Castro, sobrinho do Sargento-mor José da Costa de Oliveira. (c.g.)
07- D. Joanna Bezerra Leitão – C.c. o Capitão Antônio José do Prado Leam, filho de Manoel do Prado Leam e de M. N... (s.g.).
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio Victorio. Anais 1926 Vol 48 (2). Pág. 94, 95

12/08/2016

Engenho Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife

Localização bairro do Cordeiro/Recife
O engenho Três Reis Magos tinha uma moenda movida a bois, possuía uma igreja e pagava 02% de pensão sob todo o açúcar depois de dizimado. Suas terras ficavam localizadas entre o Rio Capibaribe e o Rio Jiquiá, adiante do engenho da Madalena e nas proximidades do engenho da Torre, campeando um lugar denominado hoje do Cordeiro, junto do riacho Cavouco, que, nascendo em terras do eng. do Meio, na Várzea, e atravessando no seu curso a estrada pública, vai desaguar no rio Capibaribe; sob a jurisdição de Olinda e freguesia da Várzea.
Em 1609 o engenho pertencia ao Ouvidor de Pernambuco Martim Vaz de Moura (I Senhor do engenho Três Reis Magos, antes Três Reis Magos, Ambrósio Machado ou Straetsburch), casado com D. Isabel de Carvalho.
Em 1623 o engenho produziu 6.750 arrobas de açúcar e pertencia a D. Isabel de Carvalho (II Senhora do Três Reis Magos), viúva de Martim Vaz de Moura. Depois foi passado para seu genro o Capitão-mor do Rio Grande do Norte (1616) Ambrósio Machado de Carvalho (III Senhor do engenho Três Reis Magos) que também era senhor de um grande pedaço de terra situado no extremo da Ilha de Antônio Vaz ou Santo Antônio, nas vizinhanças da Campina do Taborda, em frente ao Forte das Cinco Pontas/Recife, e onde havia uns poços de que se proviam água para os moradores do povoado existente no local, conhecidos como Cacimbas de Ambrósio Machado.
NOTA 1: Essas cacimbas foram examinadas, em 1870, por uma comissão do Instituto Histórico Pernambucano, e verificou-se a existência de 04 cacimbas, uma meio entulhada, outra completamente inutilizada e duas em perfeito estado de conservação, contendo bastante água potável, medindo cada uma delas o diâmetro de dois metros, situadas no quintal de um velho prédio de sobrado, nas imediações da fortaleza das Cinco Pontas, cuja propriedade era conhecida pelo nome de Casa do Padre Manuel do Muro, nos Bairros Baixos, ou Rua do Forte, que corre paralela com o Pátio do Terço, de um lado, e com a Rua do Jardim, do outro, o que tudo desapareceu com a construção da Fábrica Caxias, hoje também não mais existente.
NOTA 2: Um anúncio inserto no jornal Diário de Pernambuco nº 118 de 1829, descreve a venda da propriedade do Sítio das Cacimbas: “A casa do sobrado que foi do Padre Manuel do Muro, com duas meias águas anexas, sita no “Bairro Baixo” desta cidade, indo para a fortaleza das Cinco Pontas, com quintal murado, que tem de frente de ura 217 palmos e a casa 50, algumas árvores de fruto, terras para canteiros, quatro poços para regar e para todo uso da casa, e tanque para lavar roupa”. Enfim, no jornal A Quotidiana Fidedigna, no seu número 168 de 1834, vem um anúncio de Escravo fugido, em que o senhor pede a quem o apreender que o levasse à Rua dos Bairros Baixos, na casa que foi do Padre Manuel do Muro.
Forte das Cinco Pontas/Recife
Após a conquista de Pernambuco, os batavos implantaram uma reforma administrativa e o c omeçaram a reativação do sistema açucareiro pois a quase totalidade dos 150 engenhos do Brasil holandês estavam abandonados ou destruídos pela guerra, 8.000 habitantes tinham fugido, entre eles o senhor do engenho Cordeiro Ambrósio Machado, deixando para trás tudo o que não podia ser carregado.
O engenho Três Reis Magos/Recife-Cordeiro ficou abandonado e depois foi completamente arruinado por ter sido palco de constantes guerrilhas entre o exército luso-brasileiro e o holandês. Essas batalhas constantes eram devido a travessia do Rio Capibaribe estar localizada nas suas terras do engenho, e que os exércitos a usavam para irem de um a outro lado. Segundo Pereira da Costa (Anais Pernambucano, Vol: II, 1616, pág. 345), um cronista da guerra holandesa, que tomou parte na batalha de Casa Forte, escreveu: “Chegamos ao ponto de amanhecer ao Rio Capibaribe na Passagem de Ambrósio Machado, e achamos que ia tão cheio que não se podia vadear sem grande risco e perigo, e não achamos ali batel, canoa nem jangada para passar da outra banda...”. Foi por aquela passagem que nosso exército, de volta da guerra do Monte das Tabocas/Vitória de Santo Antão, atravessou o Rio Capibaribe (1645), para atacar os holandeses acampados no eng. Casa Forte. 

Engenho colonial
Logo após a rendição dos luso-brasileiros do Arraial do Bom Jesus/Recife e da Fortaleza de Nazaré/Cabo de Santo Agostinho, houve, por parte dos holandeses, uma verdadeira corrida para a obtenção de engenhos, pois o açúcar prometia fortunas. Mas a WIC, que não via com bons olhos a confirmação dos direitos de propriedade dos luso-brasileiros, percebeu através da nova administração do Conde Maurício de Nassau, que sem eles, e sem o que chamava de classe média rural (lavradores de cana, mestres-de-açúcar, feitores, artesãos, lavradores de víveres) não seria possível recompor a indústria açucareira. Entre 1635 e 1638 a Companhia mandou leiloar os engenhos dos proprietários ausentes ao preço médio de 30 a 40 mil florins. Com isso arrecadou 2 milhões de florins. Os compradores foram sobretudo judeus, neerlandeses e luso-brasileiros, mas no decorrer dos meses os dois primeiros, em sua maioria, terminariam revendendo as propriedades a terceiros.
O engenho Três Reis Magos que havia sido abandonado foi vendido (1635) primeiramente a Jacques Hack, mas o Governo holandês não satisfeito, desfez o acordo e revendeu o engenho (1636) ao Comissário da Companhia das Índias Ocidentais holandesa Nicolaas de Ridder que tinha oferecido um maior valor de compra.
Arraial do Bom Jesus/Recife
Entre 1636 e 1637, Nicolaas de Ridder pediu demissão do seu cargo de Fiscal para entregar-se à gestão dos seus engenhos (Santana/Jaboatão dos Guararapes, Ilhetas/Cabo de Santo Agostinho e o da Torre/Recife-Torre; Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho e da Guerra/Cabo de Santo Agostinho e da Guerra), o que, contudo, lhe foi recusado até que se encontrasse um substituto para sua função dentro da Companhia. Não podendo ficar à frente do engenho Nicolaas de Ridder contrata como administrador o lavrador Lourenço Nunes
Passados dois anos de Ridder se desinteressa pela compra. O engenho Três Reis Magos foi vendido novamente em 06.06.1637 ao Conselheiro Político holandês Willem Schott por 20.000 florins, em 04 prestações anuais de 5.000 florins. Na mesma ocasião Schott compra outro partido de cana nas cercanias do engenho por 7.000 florins, em 03 prestações.
O engenho moeu em 1639, 2.520 arrobas de açúcar que equivalia 72 tarefas, sendo: 24 da fazenda e 56 de seus lavradores: Lourenço Nunes com 20 tarefas, Juan Barentsz com 20 tarefas, e Domingos Marins com 08 tarefas.
O Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil (1640) do alto e secreto conselheiro da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais durante a segunda das Invasões holandesas do Brasil, Adriaen Jacobszoon van der Dussen, atribui também a propriedade do engenho a Christlffe Eyerschettel, embora não exista documentação que abone essa informação. NOTA: Possivelmente Christlffe seria um sócio de Schott.
O engenho Cordeiro foi citado nos seguintes mapas coloniais: Præfecturæ Paranambucæ Pars Borealis, una cum Præfectura de Itâmaracâ; PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'TrԐs RԐys Ԑ', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'; IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 Capitania de I. Tamarica, plotado como engenho, 'Ԑ TrԐs RԐys', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'; PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado como engenho, 'Scot', na várzea do 'Capiibari'. NOTA: Markgraf o registrou o engenho em seus mapas pela designação Straetsburch, e Golijath pela antiga, Três Reis Magos.
Após a Restauração Pernambucana (1645-1654), as terras do engenho que se encontrava de fogo morto, passaram para o domínio do Fazenda Real Portuguesa sendo incorporadas aos bens da Coroa. Uma parte das suas terras ocupada pelo Capitão João Cordeiro de Mendanha, que militara na Guerra da Restauração, desde o seu início, como Ajudante de Ordens do Chefe João Fernandes Vieira, e na qual fundou ele um grande partido de cana.
Tempo depois partes das terras foram arrematadas em hasta pública pelo Capitão-mor de Goiana José Camelo Pessoa (senhor dos engenhos: São Francisco/Várzea-Recife e São Pantaleão do Monteiro/Monteiro-Recife), cuja escritura foi lavrada em 16.11.1707, ficando as terras incorporadas às do engenho Monteiro/Monteiro-Recife, de sua propriedade, até o final do século XVIII, e a outros dois sítios que haviam pertencido a D. Isabel Cardoso e ao Capitão José Nunes da Vitória, outro militar da guerra contra os holandeses.
Batalha dos Guararapes
José Camelo Pessoa foi o último Senhor de um altar vinculado na Igreja do Colégio dos Jesuítas de Olinda, meados do século XVIII, quando se deu a extinção do colégio dos Jesuítas. Esse altar era dedicado a Nossa Senhora das Angústias ou das Dores, cuja padroeira foi conferida ao Capitão, que para o seu custeio e ornato vinculou o engenho Monteiro, de sua propriedade, por especial concessão régia, estabelecendo para semelhantes fins uma pensão anual de sessenta arrobas de açúcar branco. O Capitão era uma pessoa muito distinta e teve a honra de ser enterrado no dito altar, em uma sepultura rasa, perpétua, em frente ao altar, selada com uma grande laje de mármore que se lê: Sepultado Capitão João Pessoa Bezerra e seu herdeiro. Fidalgo da Casa de Sua Majestade. Cavaleiro professo em 1679.  CURIOSIDADES: Com a extinção da Ordem  dos Jesuítas no Brasil, os bens patrimoniais foram incorporados à coroa portuguesa, e os proprietários do engenho Monteiro deixaram de cumprir aquele encargo pio, mas em 1831, o senhor do engenho da época, João do Rego Barros e Mello, foi compelido pela Fazenda Nacional de pagar a quantia de 4:320$000 proveniente da pensão que não paga por 72 anos, a contar de 1759, à razão de 60$000 anuais.
No fim do século XVIII, as terras do antigo engenho de Ambrosio Machado, foram adquiridas por Sotero de Castro, que fundou um novo engenho (fábrica de açúcar), a que deu o nome de Engenho Cordeiro, em memória do antigo proprietário, João Cordeiro de Medanha, nome pelo qual já era conhecida a localidade.
O engenho Cordeiro não teve uma existência longa, pois em 1831, o engenho ainda era moente e seu proprietário era Joaquim da Silva Pereira. Após esse período o engenho foi abandonado, e hoje só o que resta de suas edificações é a casa grande, mas com aspecto modificado.
O Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano ergueu, em 1872, nas terras do engenho do Cordeiro e no lugar onde existiu o 2o. Forte Real do Bom Jesus - o Arraial Novo do governador João Fernandes Vieira, uma elegante coluna de três metros de altura, cujo topo, existia uma cruz, protegida por uma grade de ferro. O monumento foi chamado de Cruzeiro do Forte. NOTA: Há vários anos roubaram a cruz, sua grade de ferro que lhe protegia não mais existe, só restando. a coluna solitária, assentada sobre a base de mármore em forma de prisma quadrangular.
Casarão do engenho Cordeiro
Atualmente suas terras foram reocupadas pelo bairro do Cordeiro, pertencente à 4ª Região Político-Administrativa do Recife (RPA-4), a Oeste do Recife, entre os bairros de Iputinga e Zumbi. O bairro é cortado pela Avenida Caxangá, construída no início do século XX e alargada na gestão do Prefeito Novais Filho. Essa avenida segue o traçado da antiga estrada que ligava a Madalena à Várzea do Capibaribe, em linha reta, sendo a mais extensa via urbana em linha reta do Brasil, onde está situado a Parque Prof. Antônio Coelho, conhecido como Parque de Exposições de Animais do Cordeiro.
Na Avenida do Forte, uma das principais vias do bairro, construída em torno das ruínas do Forte do Arraial Novo do Bom Jesus. Fundado em 1646, e que foi o símbolo de resistência na Insurreição Pernambucana. Como indicação do local do Forte foi erguido um monumento com uma cruz, em homenagem a esse reduto e seus heróis, mas que infelizmente foi roubada só restando o mastro. 
Segundo o Censo do IBGE, em 2010 o bairro do Cordeiro tinha uma população de 69.775 habitantes, área de 344,2 hectares e densidade de 162,80 habitantes/km². Seu IDH atualmente é de 0,912.
Casarão do engenho Cordeiro


Fontes:
GALVÃO, Sebastião de Vasconcellos. Diccionario chorografico, histórico e estatístico de Pernambuco. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1908. 4v.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Gov. de Pernambuco. 2ª Edição. Pág. 153. CEPE. Recife, 2004.
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol: 1:456 – vol. 2:345, 346, 519
PEREIRA DA COSTA, F. A. Arredores do Recife. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1981. 
VAINSENCHER, Semira Adler. Cordeiro (bairro, Recife). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: 04.07.2015


PROPRIETÁRIOS:

1609 - Martim Vaz de Moura – Sepultado na Igreja do Convento da Ordem de São Bento em Olinda. Ouvidor de Pernambuco.
CURIOSIDADE: Em 28.07.1618/Olinda, o Governador D. Luiz de Sousa nomeou, por provisão, Belchior Rodrigues como escrivão da devassa de residência do Ouvidor da Capitania de Pernambuco Martim Vaz de Moura.
Senhor do engenho Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife
Casamento 01: D. Isabel de Carvalho. Em 1623, já viúva, passou a administrar o engenho. D. Isabel doou à Ordem de São Bento uma casa em Olinda em troca do compromisso de quando viesse a falecer fosse enterrada na Igreja do Convento junto com os restos mortais de seu falecido marido.
Fontes:
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Anais 1917 Vol. 39 (1) Pág. 22
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69


1623 - Isabel de Carvalho – Em 1623, já viúva, passou a administrar o engenho. D. Isabel doou à Ordem de São Bento uma casa em Olinda em troca do compromisso de quando viesse a falecer fosse enterrada na Igreja do Convento junto com os restos mortais de seu falecido marido.
Senhora do engenho Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife
Casamento 01: Martim Vaz de Moura – (Dados acima)
Filhos:
01- (?) c.c. Ambrósio Machado de Carvalho
Fontes:
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69


1630 - Ambrósio Machado de Carvalho – Nascido no berço de uma família ilustre do Pernambuco colonial. Falecido após  1635, pois a partir desse ano não se tem mais notícia dele. Capitão-mor do Rio Grande do Norte (1616 até 1619). Coronel de Milícias de Olinda (1630). Em 1635, Ambrósio fugiu dos holandeses deixando suas propriedades para trás, junto a 8.000 pessoas que acompanharam o General Mathias de Albuquerque para a Bahia.
Senhor do engenho Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife
Casamento 01: (?) – Filha de Martim Vaz de Moura e de Isabel de Carvalho. (c.g. desconhecida)
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol: 2:345, 346, 519
PEREIRA, Levy. "Scot (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Scot_(engenho_de_bois). Data de acesso: 21 de outubro de 2014.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos. Gov. de Pernambuco. Bando no Nordeste. Coleção Pernambucana. Vol. XV. 2ª edição. Pág. 55. Recife 1979


1635 - Jacques Hack – Natural da Holanda. Chegou a Pernambuco durante a ocupação holandesa como membro do Governo do Recife. Após a conquista do Arraial do Bom Jesus foi um dos holandeses que resolveram se tornar senhor de engenho devido a fortuna que o açúcar prometia. Um dos primeiros escabinos de Olinda que foram escolhidos pelo Conde Maurício de Nassau, em 1638. Em 1645 devia a WIC o montante 45.000 florins, pela compra do seu Engenho São João da Várzea/Recife e que tinha pertencido a Luís Ramires, antes da invasão holandesa.
Senhor do engenho Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife, após comprar o engenho a WIC desistiu da venda por conta da proposta de Nicollas de Ridder; São João da Várzea/Recife
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol: 2:345, 346, 519
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs.  2ª edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 64, 131, 163
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69


1635 - Nicolaas de Ridder – Comissário da Companhia das Índias Ocidentais holandesa. Entre 1636 e 1637 pediu demissão do seu cargo de Fiscal para entregar-se à gestão dos seus engenhos, o que, contudo, lhe foi recusado até que se encontrasse um substituto para sua função. De Ridder voltou para a Holanda antes de 1641 deixando suas propriedades nas mãos do seu bastante procurador João Fernandes Vieira. Em 1645 sua dívida particular perante a Companhia das Índias Ocidentais era de 8.907 florins, com seu sócio Jacob Stachhouwer devia o montante de 83.279 florins por prestações vencidas; com Sigismund Von Schokoppe sua dívida era de 35.211, em 1663.
Curiosidades: Nicolaas de Ridder e muitos outros Fiscais holandeses não falavam direito a língua portuguesa e, para tratar com os brasileiros, usava como interprete Domingos Fernandes Calabar, o maior traidor da história brasileira.
CURIOSIDADES: Em 1667, na lista de eleitores escolhidos para escabinos de Olinda, foram incluídos alguns marranos: Pedro Lopes de Vera, Fernão do Vale e Gaspar Dias Ferreira, este último se declarou não judeu e de nobre família, o que irritou Stachchouwer e de Ridder, fazendo com que se retirassem em protesto da sessão, alegando que essas pessoas por terem sangue judeu não podiam ser membro do Colégio nem exercer cargo de direção.
Senhor dos engenhos: Cordeiro, Três Reis Magos ou Straetsburch/Recife; São Bento/São Lourenço da Mata;
Coproprietário dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes, Ilhetas/Cabo de Santo Agostinho, Torre/Recife-Torre (sócio de Jacob Stachhouwer); Velho ou da Madre de Deus/Cabo de Santo Agostinho (sócio de Sigismund Von Schokoppe);
Guerra/Cabo de Santo Agostinho e da Guerra (sócio de Sigismund Von Schokoppe); Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife
Fontes:
CALADO, Manoel (Frei). O Valeroso Lucideno e o Triunfo da Liberdade. Vol. I. Pág. 55. 5ª edição. CEPE. Recife, 2004
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs.  2ª edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 131, 162, 163, 257
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. 68-69, 77, 99, 109-111, 133


1637 -Willem Schott – Chegou a Pernambuco como Conselheiro Político no ano de 1633, designado pela Câmara da Zelândia da Companhia das Índias Ocidentais e aqui permaneceu até 1638, quando retornou para a Holanda. Após a conquista do Arraial do Bom Jesus foi um dos holandeses que resolveram se tornar senhor de engenho devido à fortuna que o açúcar prometia. Autor do Inventário dos engenhos situados do Rio de Jangadas para o Sul, até o Rio Una, em 1638, e do Pequeno relatório e descrição sumária das terras, cidades e fortificações do Brasil, em 1639. Schott foi nomeado como Governador do Programa de Política Colonial, que visava a restauração dos engenhos arruinados ou abandonados, esse programa durou pouco tempo, tendo sido substituído por outro programa que visava a exploração e o domínio do comércio do açúcar, regendo os moradores, julgando e administrando os engenhos e os açúcares confiscados. Em 1645 Schott devia a WIC 20.000 florins. Em 1663 essa dívida já estava em 22.040 florins.
Coproprietário do engenho: Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife. Sócio de Christoffel Eyerschettel.
Fontes:
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol: 2: 492
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs.  2ª edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 153
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos.  2ª edição. Coleção Pernambucana. Vol. XV. Governo de Pernambuco. Secretaria de Educação e Cultura. Recife, 1979. Pág. 78, 131, 132, 178, 202.
PEREIRA, Levy. "Scot (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Scot_(engenho_de_bois). Data de acesso: 21 de outubro de 2014.


1637 - Christlffe Eyerschettel – 2ª pessoa nomeada (1636) pelos holandeses para o serviço de extinção de incêndios no Recife, cuja principal função era de fazer uma relação do que cada casa deveria dar para manter os 04 vigias, recebendo cada um 18 florins por mês. Em 1639 foi Escabino de Olinda, na época da mudança da sede da Câmara de Olinda para a Ilha de Antônio Vaz (Ilha de Santo Antônio/Recife antigo).
CURIOSIDADES: Em 1645, Christoffel foi um dos que protestaram quanto a derrubada das casas da Nova Maurícia (Nieuw Maruritsstadt), por exigência da defesa holandesa, ficando só de pé a casa de Jab den Rechter que ficava no centro da Cidade, pois a solidez da construção serviria de reduto para o exército holandês. No protesto exigiam indenização pelas perdas. NOTA: Por conta das derrubadas destas casas, elas não foram citadas no relatório holandês:   Inventário das Armas.... e dos Prédios.
Coproprietário do engenho: Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife. Sócio de Willem Schott
Fontes:
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos.  2ª edição. Coleção Pernambucana. Vol. XV. Governo de Pernambuco. Secretaria de Educação e Cultura. Recife, 1979. Pág. 56, 64, 89
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil HolandÊs.  2ª edição. Edt. CEPE. Recife, 2004. Pág. 153
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág. Pág. 68-69


1654- Fazenda Real PortuguesaEm Pernambuco teria havido uma feitoria, antes de 1530, mas em 1537 já estava instalada a provedoria, sob a chefia de Francisco de Oliveira. Suas atividades foram interrompidas durante mais de vinte anos durante as guerras holandesas; nem por isso deixaram de ser nomeados provedores para Pernambuco nesse período. A partir de 1676, a provedoria caiu nas mãos da família Rego Barros, que a comandou por mais de 80 anos. Sua primeira sede foi Olinda, transferindo-se depois para Recife. Foi extinta em 1771, quando se instalou uma Junta de Fazenda na capitania. O último provedor de que se tem notícia é João do Rego Barros, o quarto desse nome, por volta de 1759.
O Regimento dos Provedores da Fazenda Real das Capitanias do Brasil foi estabelecido em 17.12.1548, juntamente ao cargo de Provedor-mor da Fazenda Real das Capitanias do Estado do Brasil. Nele se estabelecia detalhadamente as atribuições dos Provedores, que exerciam também funções de Juiz das Alfândegas e superintendiam nas matérias referentes ao fisco nas Capitanias.
1653/57 - Cosme de Castro Passos (ou Pessoa) - Natural de Olinda, a princípio entendeu-se com os invasores holandeses, chegando a ser Escabino de Olinda (1640 e 1645). Em 25.08.1646, entretanto, avisa aos pernambucanos da iminência do ataque holandês e passa-se para o lado brasileiro. Em consequência, perdeu sua considerável fortuna, confiscada pelos invasores. Em 1653 foi nomeado Provedor da Fazenda Real de Pernambuco. Foi também encarregado de estabelecer uma Santa Casa de Misericórdia provisória no acampamento da Várzea em 1654, para atender aos soldados feridos.  Na rendição dos invasores coube-lhe como Provedor da Fazenda Real fazer o levantamento dos bens que os holandeses tinham em Pernambuco, aos quais indenizou com uma partida de pau-brasil. Instalou a Fazenda Real nos prédios da Praça do Corpo Santo, no bairro do Recife logo depois da tomada da povoação. Ainda estava no cargo em 1657.
Fontes:
ABN, 71:221 - HCPBl, 3:198/199
Catálogo de Manuscritos da Biblioteca Nacional, 1:104 - Anais da Biblioteca Nacional, 25:54; 28:299; 61:112 e 75:172 - José Antônio Gonçalves de Mello, Fontes para a História do Brasil Holandês, 504 - Loreto Couto, Desagravos do Brasil e Glórias de Pernambuco, in ABN, 25:54 - Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, 18:237 (1654)
http://docplayer.com.br/12556507-As-alfandegas-de-pernambuco.html
http://repositorio.ul.pt/handle/10451/20672
http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/srf/historia/catalogo_colonial/letrap/provedorias.htm


1655 - João Cordeiro de Mendanha – Como Almoxarife da Capitania de Pernambuco trabalhou grandemente, dando todo o provimento necessário aos soldados. Durante as primeiras batalhas travadas entre os pernambucanos e os batavos ajudou, com um seu filho, a curar os feridos com grande zelo cristão e caridade. Capitão. Ajudante de ordens do Mestre de Campo João Fernandes Vieira.
Senhor de parte do engenho: Cordeiro, antes Três Reis Magos, Scot (Schott; Van Schot), Ambrosio Machado ou Straetsburch/Recife. Sócio de Willem Schott
Casado com: (?)
Filhos: Não identificados
Fontes:
CALADO, Manoel (Frei). O Valeroso Lucideno e o Triunfo da Liberdade. Vol. I. Pág. 19, 107. 5ª edição. CEPE. Recife, 2004
Castrioto Lusitano ou  Historia da guerra entre o Brazil e a Hollanda, durante os annos de 1624 a 1654, obra em que se descrevem os heroicos feitos do illustre J. F. Vieira. Fr. Raphael de Jesus. Publicado por J. P. A1llaud. Paris. 1844. Pág. 228
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol: 2:345, 346, 519
PEREIRA, Levy. "Scot (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Scot_(engenho_de_bois). Data de acesso: 21 de outubro de 2014


1707- José Camelo Pessoa – Descendente de Jorge Camelo c.c. D. Isabel Cardoso (senhores do engenho São Pantaleão do Monteiro que foi adquirido por escritura pública lavrada em 05.12.1577, a Manuel Vaz c.c. D. Maria Rodrigues). Fidalgo da Casa de Sua Majestade. Cavaleiro professo (1679). Capitão-mor de Goiana. Coronel do Regimento da Ordenança de Olinda. Ouvidor da Capitania de Itamaracá. Vereador do Recife (1709). José Camelo, em torno de meados do século XVIII, doou às freiras não professas, da Igreja da Soledade do Recife, um terreno com 40 braças de testada para servir de patrimônio, e outro para construção de uma casa destinada à clausura de mulheres honestas.
Último Senhor de um altar vinculado na Igreja do Colégio dos Jesuítas de Olinda, meados do século XVIII, quando se deu a extinção do colégio. Esse altar era dedicado à Nossa Senhora das Angústias ou das Dores, cuja padroeira foi conferida ao Capitão João Pessoa Bezerra, que para o seu custeio e ornato vinculou o engenho Monteiro, por especial concessão régia, estabelecendo uma pensão anual de sessenta arrobas de açúcar branco. José Camelo Pessoa era uma pessoa muito distinta e foi sepultado no dito altar, em uma sepultura rasa, perpétua, em frente ao altar, selada com uma grande laje de mármore que se lê: Sepultado Capitão João Pessoa Bezerra e seu herdeiro. Fidalgo da Casa de Sua Majestade. Cavaleiro professo em 1679.  CURIOSIDADES: Com a extinção da ordem Jesuítas no Brasil, os bens patrimoniais foram incorporados à coroa portuguesa, e os proprietários do engenho Monteiro deixaram de cumprir aquele encargo pio, mas em 1831, o senhor do engenho da época, João do Rego Barros e Mello, foi compelido pela Fazenda Nacional de pagar a quantia de 4:320$000 proveniente da pensão de 72 anos de atraso, a contar de 1759, à razão de 60$000 anuais.
Senhor do engenho São Francisco/Várzea-Recife; Cordeiro (Três Reis Magos, Scot, Straetsburch/Cordeiro-Recife; São Pantaleão do Monteiro/Monteiro-Recife
Casamento 01: (?)
Filhos: Não identificados
Fontes:
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco, Edição 1. Disponível em:  https://books.google.com.br
Documentos manuscritos avulsos da Capitania de Pernambuco: Fontes repatriadas. Editora Universitária UFPE, 2006
http://www.intg.org.br/teste/afortunado/olivro/pdf_dividido/quinta-parte/XIV.ALOGiSTICAEALOCALIZAcaOESTRATeGICA126.pdf
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos. 1795-1817. 2ª Edição. FUNDARPE. Gov. de Pernambuco. Recife, 1983. Vol: 1:434, 455-456; 2:346; 3: 227; 4: 252, 452; 5: 154; 6:97 e 8:322


Século XVIII (fim) - Sotero de CastroNada mais foi encontrado
Fontes:
http://www.ibcor.org/blog/index.html
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=512&Itemid=182


1831- Joaquim da Silva PereiraNada mais foi encontrado.
Fontes:
http://www.ibcor.org/blog/index.html
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=512&Itemid=1